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Marinha russa pode ter que desmantelar seu único porta-aviões
Tradução e adaptação – E.M.Pinto
O único porta-aviões da Rússia, o almirante Kuznetsov, pode ser desativado se o Ministério da Defesa e a indústria não resolverem a questão da substituição da doca seca flutuante PD-50 necessária para concluir a reparação do casco do navio, informou o jornal Izvestia, citando uma fonte na Marinha russa.
A Marinha Russa está considerando a desativação prematura de seu único porta-aviões depois que a doca seca flutuante PD-50, que a abrigava, afundou.
EM 2018 o navio sofreu um sinistro no dique seco flutuante após uma falha no fornecimento de energia, fazendo com que um dos guindastes do cais caísse no convés do porta aviões, frindo os trabalhadores da estação de reparos. O incidente deixou um buraco de 4 × 5 metros no convés de vôo da embarcação.
Agora, o maior navio de combate da superfície da Marinha Russa está aguardando a decisão de seu destino perto do muro da 35ª Instalação de Reparos em Kola Bay, perto de Murmansk. A Rússia não possui um substituto adequado para o PD-50 que fora adquirido da 1980 na Suécia para a Marinha Soviética. Além disso, o porta-aviões russo já protagonizou muitas outras controvérsias.
Segundo a Popular Mechanics, nas últimas décadas, o Kuznetsov já havia sido assolado por incêndios, cortes orçamentários e falhas nas caldeiras a vapor. É tão pouco confiável que um rebocador o acompanha em longas viagens.
Mesmo antes do acidente do PD-50, vários observadores questionaram a utilidade e a despesa de reforma do Kuznetsov.
“Em geral, precisamos revisar criticamente o conceito doméstico do emprego de grupos de ataque de porta-aviões, já que a Rússia se comprometeu a usar o almirante Kuznetsov para realizar tais missões”, sugeriu Oleg Vladykin na Nezavisimaya Gazeta.
O editor do jornal Moscow Defense Brief Mikhail Barabanov rejeitou as atualizações de Kuznetsov.
“Como Kuznetsov não é tanto uma plataforma de combate como uma plataforma de treinamento, a modernização profunda para ela é um excesso óbvio”.
O almirante Kuznetsov (cruzador de aeronaves pesadas na classificação russa) foi comissionado em 1990 e herdado pela Rússia após o desmembramento da URSS. O nome inicial do navio era Riga; foi lançado como Leonid Brezhnev, embarcou em testes no mar como Tbilisi, e finalmente foi nomeado Almirante Flota Sovetskogo Soyuza Kuznetsov após o almirante da frota da União Soviética Nikolay Gerasimovich Kuznetsov.
Nos anos imediatamente posteriores à Guerra Fria, raramente foi para o mar – conduzindo apenas seis patrulhas entre 1991 e 2015. Em 2009, um acidente elétrico matou um tripulante na costa da Turquia. Mas a Rússia repetidamente empurrou o navio para o serviço, e uma missão de 2016 na costa da Síria viu o navio perder dois jatos em apenas três semanas.
No momento, a Rússia não tem as possibilidades técnicas e financeiras para restaurar seu antigo porta-aviões e também para construir uma série de novos.
Fonte: Defence Blog via E.M.Pinto para site Plano Brasil 6 abr 2019
O "Almirante Kuznetsov", sob certos aspectos, até está parecendo o "São Paulo"...