Re: tanques e blindados
Enviado: Qui Set 01, 2016 3:49 pm
Olá Gabriel,gabriel219 escreveu:Bom, também não temos nenhuma ameaça marítima, aérea ou terrestre, talvez deva-se extinguir as Forças Armadas e criar Guarda Costeira, Aérea e Terrestre, que tal?
Estamos aqui para discutir ideias plausíveis, mas modernizar o 1A5 não faz o menor sentido, não dá para operar por mais 10 anos, talvez 5 canibalizando peças. A longo prazo, o seu plano (hora, se você deu a ideia é porque o plano é seu, não meu) seria mais caro do que a própria aquisição de 2A4, sem falar que teríamos um gap de 10 anos ou teremos que gastar muito mais do que gastaríamos em plano de segunda mão para adquirir carros de combate novos, o que por si já mata um sonho de família de blindados sobre lagartas por uns 30, talvez 40 anos, dependendo do carro que for adquirido.
O motivo de não termos ameaças não significa que não podemos adquirir viaturas a nossa altura. Veja que até um Cascavel ameaça um Leopard 1A5, poder de fogo inferior a muitos blindados sobre rodas com canhão 105 mm, sem falar que não tem como mante-lo até 2030.
Se fosse possível seria muito mais fácil o Exército se pronunciar que iria moderniza-lo do que cogitar a compra de outro carro de combate, seja de segunda mão ou novos. O Exército já pensa em um substituto do 1A5 que não interfira na família SL e este só pode ser uma viatura de segunda mão.
A ideia, ou o plano, da atualização/modernização dos Leo 1A5 é da KMW do Brasil.
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Eles que falaram primeiro nisso, não eu. Apenas repercuti aqui o que soube de outras fontes jornalísticas. Desconheço o teor, custos e/ou amplitude da oferta deles ao EB. Só sei que foi feita. E o EB claramente esta com ela sobre a mesa. O que vai decidir, se ou quando decidir, honestamente não sei. Mas acredito, como afirmei, que as opções para a cav bld, por agora, são apenas estas: atualização ou manutenção.
Quanto a questão das ameaças, as ffaa's brasileiras trabalham, como outras ffaa's por aí, em seus planejamentos de emprego e organização, com hipóteses de emprego em todos os três cenários citos. Neste sentido, nenhum dos documentos oficiais da defesa nacional sequer menciona, esclarece ou nomeia ameaças concretas, ou possíveis - como se costuma fazer por aí - em relação a nossa segurança. Diz-se apenas que as ffaa's devem ser modernas, flexíveis em termos de suas competências, e possuir mobilidade para poder fazer frente a eventuais ameaças. Tudo muito subjetivo e interpretativo.... típico de documentos políticos.
Assim, fica muito difícil para os militares definir quais os reais níveis de apronto, qualificação e quantificação de recursos de que se deve dispor. Então, na falta de uma ameaça concreta, que na realidade sequer é percebida pelos próprios militares hoje - se há, eles não deixaram transparecer nada na documentação oficial - como justificar o dispêndio do erário público com algo tão intangível quanto o próprio conceito de defesa no Brasil? Nossas forças deveriam ser organizadas na justa medida da clareza quanto às possíveis/concretas ameaças que venhamos enfrentar. Mas isso não foi feito. Tem-se então o falso sentido de ausência de ameaça para a sociedade e o governo. E se não temos ameça, para que então gastar dinheiro com ffaa's ou com tanques? Basta o que já temos. Ou o que supomos ter. Se não tiver, e precisar, vamos ali na esquina e compramos na hora. Este é o pensamento recorrente.
No mais, vejas que ressalto o termo atualização para o caso dos Leo 1A5. Não modernização. Entenda-se como atualização a simples substituição de sistemas, partes e peças - no todo ou em partes - que, ou não são mais fabricadas, ou cujo desempenho está ultrapassado, ou que não possa mais ser apoiada pela lógística do EB/fabricante, e que intervenham diretamente na sua operacionalidade e no apoio logistisco e comercial-industrial prestado à manutenção dos veículos. Isso pode ser feito de forma lenta, cadenciada e de acordo com a revisão geral a que cada CC deve ser submetido de tempos em tempos, podendo haver variações em relação a cada CC. Isto geralmente sai bem mais barato e seus custos de implementação são bem mais generosos do que modernizações. Porque não impactam diretamente na estrutura do EB e nem em suas OM's. É o que se está vendo agora com os M-113.
abs.