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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Ter Ago 25, 2015 7:00 pm
por LeandroGCard
Porque não?
Os EUA podem pegar um pedaço do território da base de Alcântara, aproveitar a infra-estrutura já construída (eletricidade, água, esgoto, estradas, etc...) e montar uma base de lançamentos para seus foguetes à partir de lá, conseguindo um pouco mais de competitividade para as suas empresas que atuam no ramo (nem tanto pelas vantagens geográficas da base, mas simplesmente por terem mais um ponto para preparar seus lançamentos, encurtando os prazos).
E em troca o Brasil teria uma base funcionando e sendo mantida para algum dia poder lançar seus foguetes também, quem sabe daqui a uns 150 anos. Qual o problema com isso?
Leandro G. Card
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Ter Ago 25, 2015 10:49 pm
por luisabs
LeandroGCard escreveu:Porque não?
Os EUA podem pegar um pedaço do território da base de Alcântara, aproveitar a infra-estrutura já construída (eletricidade, água, esgoto, estradas, etc...) e montar uma base de lançamentos para seus foguetes à partir de lá, conseguindo um pouco mais de competitividade para as suas empresas que atuam no ramo (nem tanto pelas vantagens geográficas da base, mas simplesmente por terem mais um ponto para preparar seus lançamentos, encurtando os prazos).
E em troca o Brasil teria uma base funcionando e sendo mantida para algum dia poder lançar seus foguetes também, quem sabe daqui a uns 150 anos. Qual o problema com isso?
Leandro G. Card
O problema seriam as condicionantes, ou seja:
- Vocês (BR) não podem receber tecnologia da Rússia, de sistemas anti-aéreos;
- O Tomahawk de vocês só pode ter alcance de 300km, e nada mais que isso;
- Primeiro vocês tem que assinar o protocolo adicional ao TNP;
- Quetales....
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Qua Ago 26, 2015 8:29 am
por LeandroGCard
luisabs escreveu:- Vocês (BR) não podem receber tecnologia da Rússia, de sistemas anti-aéreos;
E que diferença fará isso? Ninguém no país dá bola para antiaérea mesmo, nunca deu. No máximo iríamos fabricar sob licença meia dúzia de Iglas trazendo metade das peças de lá da Rússia mesmo. Com este acordo com os americanos talvez possamos receber algumas baterias de Hawk via FMS, o que seria muito melhor.
O Tomahawk de vocês só pode ter alcance de 300km, e nada mais que isso;
Bobagem, só não podemos VENDER com mais alcance do que isso, e já não poderíamos de qualquer forma porque somos signatários do MTCR independentemente de qualquer novo acordo com quem quer que seja. Mas como o míssil (se vier mesmo um dia a entrar em operação) seria movido à turbina, é só colocar mais combustível e teríamos o alcance que quisermos.
Primeiro vocês tem que assinar o protocolo adicional ao TNP;
E porque não também? Não faremos nenhum desenvolvimento no setor além dos reatores dos submarinos (e mesmo isso apenas talvez, ainda estou esperando para ver), que estão dentro das regras. O mundo inteiro está indo para tecnologias mais avançadas na área nuclear, muitas das quais prescindem do enriquecimento de urânio como feito atualmente, então estas preocupações em "proteger nossa tecnologia de enriquecimento" já estão de qualquer forma ultrapassadas pelos acontecimentos.
Quetales....
Dos quetales que atrasam o nosso desenvolvimento já cuidamos nós mesmos, não são os EUA que vão fazer qualquer diferença.
A questão é que sem alguém que bote dinheiro em Alcântara para manter a base funcionando ela vai cair aos pedaços muito antes que possamos pensar em utilizá-la para lançar qualquer coisa mais impressionante que os foguetes que universitários americanos já lançam há décadas. Se os EUA estão dispostos a isso, que o façam e o melhor que podemos fazer é deixá-los em paz. Se um dia nos incomodarem, denunciamos o acordo e mandamos eles para casa. Simples assim.
Aliás, estas preocupações dos EUA são inócuas de qualquer jeito, o Brasil continuaria sendo um zero à esquerda no setor espacial com ou sem acordo com eles, com a Rússia ou com quem quer que fosse. Não seria o primeiro e nem o segundo acordo que assinamos com toda a pompa e circunstância, e isso nunca adiantou para nada. Eles deviam é se preocupar com a Argentina, que tem maiores chances de virar um player no cenário espacial do que nós
.
Leandro G. Card
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Qui Ago 27, 2015 5:48 am
por V.Soares
Alguém já leu esta entrevista?
O que acharam?
http://www.defesanet.com.br/space/notic ... -dissipou/
Abraços.
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Qui Ago 27, 2015 6:35 am
por Lucas Lasota
Olha, essa entrevista é bem interessante. Todavia, essa história é muito mais complexa do que imaginamos.
Eu sou completamente leigo no assunto, mas a lógica argumentativa é algo disponível a todos.
A Ucrânia não foi totalmente passiva no fracasso do projeto. Segundo esta matéria (
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F% ... 3HlNqU689w), a Ucrânia sofreu pressão considerável do EUA para não transferir tecnologia, bloqueando totalmente o interesse brasileiro no projeto.
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Sex Ago 28, 2015 9:30 am
por LeandroGCard
O ucraniano enche a bola do país dele, o que é compreensível, e põem a culpa da desistência do Brasil em pressões da Rússia, o que não é verdade. O governo simplesmente percebeu (tarde demais aliás, isso já era previsível logo após a conclusão do acordo) que o custo de concluir o programa e mantê-lo funcionando depois era elevado demais pelos benefícios que poderia trazer para o país, e decidiu cair fora. Uma decisão de fato meio pusilânime, uma vez ele que havia se comprometido com o acordo sabendo de suas condições, mas não totalmente infundada.
Este acordo com a Ucrânia nos obrigaria a fazer uma série de obras na base de Alcântara por valores que no final deveriam chegar a R$1 bilhão ou mais (boa parte já feitas), apenas para lançar os foguetes que viriam prontinhos da Ucrânia. Não haveria nenhum ganho tecnológico para o Brasil (havia inclusive cláusulas de salvaguardas específicas no acordo impedindo transferência de tecnologia dos ucranianos para os brasileiros), e para ser competitivo no mercado internacional o foguete e as operações de lançamento teriam que ser subsidiados de alguma forma, consumindo ainda mais recursos. E já há tempos havia ficado claro que não se esperava nenhum lucro financeiro, o nosso único ganho seria manter a base aberta e operando. Ora, se era para isso por muito menos podemos mantê-la assim nós mesmos, lançando os foguetinhos de brinquedo que temos lançado nos últimos anos.
Além disso, não há garantias de que o Cyclone-4 esteja de fato pronto para ser lançado, ou que venha mesmo a estar algum dia. Sem os componentes que eram fornecidos pelos russos a Ucrânia já estava enfrentando grandes dificuldades técnicas e financeiras para concluir o projeto antes da guerra civil naquele país começar, e agora eles tem outras prioridades bem mais importantes. Portanto ainda existia o risco do programa naufragar mesmo que o Brasil viesse a cumprir com todas as suas atribuições previstas.
Concluindo, era um programa caro, sem vantagens evidentes e correndo o risco de fracassar de qualquer forma, por isso o governo brasileiro decidiu realizar o prejuízo e cair fora. O resto é douração de pílula e embromação do ucraniano. Por exemplo, quando ele diz que o Brasil por pelo menos dez anos não poderá se tornar uma potência espacial demonstra que não conhece absolutamente nada do programa espacial brasileiro. Este prazo na verdade será de no mínimo 50 anos (eu pessoalmente acredito que jamais chegaremos lá), e se o acordo com a Ucrânia tivesse sido mantido isso não ajudaria em nada a melhorar o cenário, talvez até aumentasse o atraso
.
Leandro G. Card
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Sáb Nov 14, 2015 3:51 pm
por Hermes
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Sáb Nov 14, 2015 6:20 pm
por EduClau
Put@ merd@, inacreditável!!
Um VS-40...essa classe de foguetes já tem alguns lançamentos bem sucedidos aqui e na Suécia, e foi dar problema justo nesse?
O SARA foi destruido?
Olha, é para desconfiar...
.
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Seg Nov 16, 2015 9:23 am
por Energys
Temos que encerrar o atual programa espacial e começar tudo do zero. Com objetivos e metas mais realistas, gerido por órgãos mais competentes.
Em resumo: tudo muito difícil de ocorrer. Esqueçam o programa espacial brasileiro. "Nunca será", como diria aquele personagem do cinema.
Att.
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Seg Nov 16, 2015 6:55 pm
por EduClau
Também veja a importancia do assunto, mesmo aqui num forum de defesa: 3 foristas se interessaram sobre o acidente...
É que é mais impotante os debates furiosos sobre a possibilidade de torcicolo nos futuros pilotos de gripen por causa da posição da sonda REVO...
Lamentável.
sds.
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Seg Nov 30, 2015 1:29 pm
por LeandroGCard
Energys escreveu:Temos que encerrar o atual programa espacial e começar tudo do zero. Com objetivos e metas mais realistas, gerido por órgãos mais competentes.
Att.
Há anos que digo isso.
Se tivesse sido feito da primeira vez que falei, já poderíamos estar começando de novo em outras bases.... .
Leandro G. Card
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Seg Nov 30, 2015 1:30 pm
por LeandroGCard
EduClau escreveu:Também veja a importancia do assunto, mesmo aqui num forum de defesa: 3 foristas se interessaram sobre o acidente...
É que é mais impotante os debates furiosos sobre a possibilidade de torcicolo nos futuros pilotos de gripen por causa da posição da sonda REVO...
Lamentável.
sds.
Pois é...
.
Leandro G. Card
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Seg Nov 30, 2015 8:25 pm
por Energys
LeandroGCard escreveu:Energys escreveu:Temos que encerrar o atual programa espacial e começar tudo do zero. Com objetivos e metas mais realistas, gerido por órgãos mais competentes.
Att.
Há anos que digo isso.
Se tivesse sido feito da primeira vez que falei, já poderíamos estar começando de novo em outras bases.... .
Leandro G. Card
É necessário e urgente!
O desafio: "Quem está fora, quer entrar e quem está dentro, não quer sair."
Logo...
Att.
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Sex Dez 25, 2015 3:08 pm
por Boss
Acho que deveria ser recomeçado também, agora com uma estrutura centralizada, um orgão só para gerenciar toda a área espacial (foguetes, satélites, telescópios, etc) - ou até mesmo criar uma estatal para isso (diferente da maioria das estatais existentes, acho justificado existir uma estatal na área espacial), ou expandir os horizontes da Visiona (joint venture da Embraer com a Telebrás) para toda a área espacial e utilizá-la como núcleo do PEB.
A zona que é a estrutura atual do PEB diz muito sobre o porquê de não chegar a lugar nenhum.
Ter uma estrutura administrativa decente, metas realistas, cobrança e um orçamento razoável. Não precisa também jogar US$ 1 bilhão por ano, que eu acho que nem temos capacidade de gastar de forma aproveitável, apenas gastar uma quantia decente em coisas que dêem resultado.
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Sex Dez 25, 2015 7:29 pm
por Wingate
Boss escreveu:Acho que deveria ser recomeçado também, agora com uma estrutura centralizada, um orgão só para gerenciar toda a área espacial (foguetes, satélites, telescópios, etc) - ou até mesmo criar uma estatal para isso (diferente da maioria das estatais existentes, acho justificado existir uma estatal na área espacial), ou expandir os horizontes da Visiona (joint venture da Embraer com a Telebrás) para toda a área espacial e utilizá-la como núcleo do PEB.
A zona que é a estrutura atual do PEB diz muito sobre o porquê de não chegar a lugar nenhum.
Ter uma estrutura administrativa decente, metas realistas, cobrança e um orçamento razoável. Não precisa também jogar US$ 1 bilhão por ano, que eu acho que nem temos capacidade de gastar de forma aproveitável, apenas gastar uma quantia decente em coisas que dêem resultado.
ou expandir os horizontes da Visiona (joint venture da Embraer com a Telebrás) para toda a área espacial e utilizá-la como núcleo do PEB.
Acho este o caminho mais viável, talvez criando uma EMBRAER ESPACIAL (ou algo assim) focada exclusivamente no projeto e construção de foguetes, satélites, telescópíos, etc.., como citado pelo colega.
Esta empresa poderia instalar-se perto das atuais áreas de lançamento brasileiras. Poderia-se quem sabe, criar um "Cabo Canaveral" brasileiro, guardadas as devidas proporções.
Wingate