Cupinchas, não vou me arrogar conhecimentos que não tenho mas, dentro dos que
tenho, não estarão abordando isso tudo de maneira algo...superficial? Vamos examinar os dados que temos:
O Trump vinha ameaçando há tempos de lançar outra saraivada de mísseis;
Quando se arresorveu a lançar, avisou bem antes, para a tigrada ter tempo de se abrigar sob o "guarda-chuva" dos Russos;
O resultado não poderia ser outro: uns poucos acertos,
aparentemente (palavra-chave) inócuos, vários erros, mísseis abatidos pela AAAe, etc.
Tudo isso, naturalmente, para evitar de a coisa toda escalar e terminar com uma 3GM nas mãos: claro, claro...
Em resumo, é o que
sabemos. E como ficamos quanto ao que não sabemos
mas deveríamos, como integrantes veteranos de um Fórum de Defesa já com 15 anos? Bueno, umas bem óbvias:
Lembrem do Vale do Bekaa, 1982. Israelenses de um lado, Sírios do outro. Estes numa baita retranca, com montes de caças e uma floresta de SAMs, tinha tudo para o filhos de Judá entrarem por um cano daqueles. Todo mundo aqui sabe o que aconteceu e as razões, nem preciso explicar. O que gostaria de destacar é apenas
uma coisa:
não foram caças nem mísseis que decidiram a batalha, foi a Inteligência: no que encheram o céu de drones, os Sírios "acenderam as luzes" de simplesmente TODA a sua Defesa Aérea. ELINT e SIGINT foram as verdadeiras estrelas daquele conflito, os caças e seus mísseis não passaram de necessários coadjuvantes;
Já é a
segunda vez que os ianques lançam uma saraivada de
cruisers em uns doze meses. Da vez anterior também avisaram, bobear e até "cantaram" os alvos. Logo, começamos a ver um PADRÃO;
Temos também que analisar a mentalidade de um Militar no front. Será que, sabendo que vem chuva de míssil aí, vai confiar no véio "nem esquenta, vão passar longe" e ficar coçando o saco? Ou, no que os Observadores Avançados reportarem que vem coisa, vai ligar tudo o que tem para se certificar que não está prestes a virar torresmo? Como ficaria a carreira de um Comandante se, por relapso, deixasse tudo ao Deus dará e suas tropas fossem massacradas? Não é algo que se possa chamar de "risco aceitável";
Pelo visto, o mais certo é que todo mundo ligou tudo o que tinha e o pessoal da Inteligência fez a festa. E já é
a segunda vez!
Ante o exposto, o que posso pensar? Bueno, sabendo que a mente humana sempre (eu disse SEMPRE!) segue padrões específicos - ou seja, muda-se procedimentos o quanto se quiser mas jamais
o modo como se faz isso, e/ou as razões - me parece claro que não será tão complicado prever as alterações que serão feitas na AAAe Russa; nos padrões de varredura; no comportamento das baterias. Também a rapidez do ressuprimento estará sendo observada, bem como o tempo de remuniciamento durante a ação, a efetividade da cobertura, consciência situacional & quetales.
Porque é difícil de crer que o Trump, à falta do que fazer, planejou o ataque, escolheu o(s) alvo(s) e decidiu o momento exato. O mais provável é que ordenou um estudo de caso, escolheu a solução que mais lhe parecia conveniente, deu o
go ahead e foi tuitar...
NOTA - Para complicar mais, será que
todos os mísseis tinham endereço certo (ou mesmo ogiva explosiva) ou uma boa parte era puro
decoy? Ou seja, não teria sido uma parte escolhida para "alimentar" a AAAe e outra, menor, enviada para os
verdadeiros alvos? Lembrem, Bekaa, 1982...