Prezado CM, amigo mangueanoCarlos Mathias escreveu:Olha, aos que consideram chato e ficam entrando aqui só prá cuspir nos colegas, pois cuspir no que se escreve é cuspir nos autores, eu acho que muito mais produtivo seria simplesmente não entrar, ou ao entrar, postar algo que "preste", algo digno de suas imensas capacidades superiores.
Como dizia minha lusitana bisavó, quem gosta menos, come menos.
Seguindo...
Como ficamos agora com o "aval de boa fé" da Boeing a respeito dos F-18E, após essa reviravolta do congresso americano contra nós, por termos gasto a gigantesca quantia de 20 milhões no Irã?
Seria esse já um aperitivo do que vem pela frente em relação aos atritos comerciais e dos interesses estratégicos?
Vamos operar os FX por 40 longos anos e por isso acho que o olhar deve ser apontado lá para o fim destes 40 anos, prevendo onde estaremos, quem serão nossos adversários/inimigos no futuro, quem vai competir conosco e quem vai ficar prá trás, quem vai ter seus interesses comprometidos por nosso poderio econômico/militar.
Essa semana bati um papo com um submarinista americano, tripulava SSNs e disse-me algo que deve ser analisado.
Um SSN é virtualmente IMPOSSÍVEL de ser localizado uma vez mergulhado. Nem a marinha deles conseguia achar seus próprios SSNs, que tinham de usar geradores de ruído para que fossem localizados e perseguidos.
Mesmo os sub russos, àquela época mais ruidosos, eram assim, fantasmas que punham qualquer coisa que esteja nos mares como um alvo, nada além disso.
A França concordou em nos ceder tecnologia estratégica nessa área e sabemos que batemos à porta dos EUA pedindo o mesmo, ainda que sabendo que receberíamos um NÃO.
Ora, a negativa em relação à essa tecnologia deve/pode ser usada como parâmetro para avaliar o comprometimento dos EUA conosco nessa nossa arrancada rumo a independência estratégica ?
A pergunta que devemos formular é se realmente será ali que vamos beber, se é ali que vamos achar alguém que nos acompanhará, que precisa partilhar interesses ou ainda manter alguns e se esses interesses, nossos e deles, são conflitantes ou complementares, agora e numa janela de 40 anos, ou mais.
Repetidamente a conversa aqui sai desse escopo e retorna ao hardware, todos nós embarcamos nela, e quem não embarca fica de longe, alguns jogando pedra, mas também não faz o necessário esforço para retornarmos ao assunto chave nisso tudo, no tema que verdadeiramente vai definir quem seremos no futuro.
O grande passo foi dado, e por este passo indicou-se que caminharemos JUNTO com a França, lado a lado. Se foi o melhor acordo ou não, somente o futuro dirá, mas creio que foi o acordo possível e viável, aquele que menos nos comprometerá no cenário global atual e quiçá futuro.
Outros países podem nos acompanhar, ou poderemos acompanhar outros países? Certa e até previsivelmente sim, esse é o caminho mais lógico.
Enquanto não respondemos a estas questões, sempre dentro das nossa limitadas capacidades e conhecimentos, debatamos por agora o hardware, e aqueles que acham o debate vazio, apresentem o cheio, o melhor, coloquem as proposições e questões ditas importantes, de outra forma, observem, mas acredito que desfazer dos amigos sem nada acrescentar não seja bom passo para quem quer "subir o nível" do debate. Lembrando sempre que esse "nível" depende muito de quem observa, o que é alto para um, pode ser baixo para outro.
Até lá, pelo menos já sabemos que o Gripen não tem IRST, nem vai ter tão cedo.![]()
Abraços enlameados daqui do Mangue!

Grande abraço!