No entanto, pelo que tenho visto, o Putin só teria a ganhar se ligasse pro Bibi e pedisse uns conselhos sobre como se ganha uma guerra. Acho que os abaixo estariam na lista:
Priorizar objetivos militares aumenta as chances de alcançar objetivos políticos (a Rússia tem feito o oposto);
HUMINT não deixa de ser útil mas ELINT é fantástica na guerra;
A Rússia permanece sensível à opinião pública global, que é outro (mau) resultado da priorização de objetivos políticos sobre os militares, enquanto Israel é impermeável à opinião pública em casa, no Líbano e em todo o mundo. A Rússia, portanto, prefere colocar suas tropas em perigo, capturando locais casa por casa, bloco por bloco e quarteirão por quarteirão, em vez de praticar "choque e pavor"
(SHOCK AND AWE) como Israel está fazendo no Líbano. Embora a abordagem da Rússia tenha levado a muito menos mortes de civis, ela ainda é tão criticada e odiada quanto Israel, senão mais;
O
"deep state" de Israel há muito foi convencido de que está fazendo o melhor para si e, na cabeça dessa gente, isso equivale a ser o melhor para todo o povo judeu; seu homólogo russo está longe de ter esta convicção. Putin pratica tanta contenção - à custa de impressionantes perdas em pessoal e material - que levou o Prigozhin à rebelião aberta;
Por fim, o próprio Alexander Dugin escreveu que
"aqueles que agem com determinação e ousadia vencem. Nós, por outro lado, somos cautelosos e hesitamos constantemente. A propósito, o Irã também está seguindo esse caminho, que não leva a lugar nenhum. Gaza se foi. A liderança do Hamas se foi. Agora a liderança do Hezbollah se foi. E o presidente Raisi, do Irã, se foi. Até mesmo seu pager se foi. No entanto, Zelensky ainda está aqui. E Kiev está como se nada tivesse acontecido."
Ele concluiu assim:
"devemos entrar no jogo de verdade ou ... a segunda opção é algo que eu nem quero considerar. Mas na guerra moderna, o tempo, a velocidade e a 'dromocracia' decidem tudo. Os sionistas agem de forma rápida e proativa. Corajosamente. E eles ganham. Devemos seguir o exemplo deles."
Dugin foi o primeiro a prever a ameaça existencial latente à Rússia representada pelo
"EuroMaidan" de 2014 e, portanto, tem pressionado desde o início da guerra para que se pare de exercer autocontrole.
"Gestos de boa vontade" e autocontenção não são apreciados pela Ucrânia, que os percebe apenas como provas de fraqueza que só servem para encorajá-la a cruzar mais as linhas vermelhas da Rússia.
Se ao menos o Putin perguntasse ao Bibi...
(*) Original traduzido do russo:
Lessons from the Zionist Playbook
by Alexander Dugin
It is unpleasant to admit, but Israel’s
radical decisiveness in ruthlessly destroying its enemies stands in stark contrast, not only to the behavior of those enemies but also to our own approach in dealing with the Kiev regime.
Israel acts proactively, and it is now clear that they even provoked Hamas into an attack, which yielded no results for the Resistance at all. Meanwhile,
Israel managed to eliminate the leadership of the forces antagonistic to it in the Middle East and easily carried out a large-scale genocide of Gaza’s Palestinians.
Once again, the faster one acts, the more justified they are. Those who act with decisiveness and boldness win. We, on the other hand, are cautious and constantly hesitate. By the way, Iran is also following this path, which leads nowhere. Gaza is gone. Hamas’ leadership is gone. Now Hezbollah’s leadership is gone. And President Raisi of Iran is gone. Even his pager is gone. Yet Zelensky is still here. And Kiev stands as if nothing has happened.
We must either join the game for real or... The second option is something I don’t even want to consider. But in modern warfare, timing, speed, and “dromocracy” decide everything. The Zionists act swiftly, proactively. Boldly. And they win. We should follow their example.