EDSON escreveu: Seg Mar 09, 2020 5:18 pm
Veremos, estão se preparando, se perderem acho eu que não irão perder só o Donbass talvez o país deixe de existir como conhecemos.
Este é um risco que ele terá que medir muito bem. Os russos obviamente não irão abrir mão da sua influência na Ucrânia jamais, e muito menos permitir a sua entrada na OTAN e/ou UE.
Mas esta também é uma jogada arriscada para os russos. A priori, eles podem supor que a Europa ocidental, principalmente, e USA não irão responder diretamente a uma eventual intervenção no país. Por outro lado, deixar os russos simplesmente ocuparem a Ucrânia ou parte dela e sumir com o país, ao arrepio da lei internacional, com certeza não será uma condição aceitável, ainda mais para os países do leste europeu, que com certeza irão fazer muito barulho para que a OTAN e/ou UE dê uma resposta à altura. O contrário disso seria arriscar um racha como nunca visto antes na aliança. Algo que seria um plus a mais para a Rússia. Duvido que Alemanha, França e Inglaterra possam, ou queiram, se dar ao luxo de deixar os ucranianos à própria sorte.
Afinal, se os russos invadirem o país e avançarem à oeste de Kiev, o que impede os países do leste europeu, com ou sem OTAN/UE de intervirem por conta própria como forma de antecipar-se a uma eventual pressão russa em suas próprias fronteiras e tentar salvar a Ucrânia? Uma guerra generalizada no leste europeu não seria bom negócio para ninguém.
Agora, eu duvido que as forças armadas da Ucrânia tenham condições de impor uma vitória militar no Donbass enquanto eles não obtiverem controle total sobre a fronteira russa. Isto feito, a única alternativa aos russos seria dar a volta pelo norte e entrar abertamente no país, ou enviar recursos pelo mar de Azov, o que obviamente deixaria muito claro também um processo de intervenção na soberania ucraniana, e perdendo assim a desculpa de que não tem nada a ver com o conflito. Neste aspecto, qualquer país do mundo pode se dar o direito de ajudar a defender a Ucrânia, com ou sem USA/OTAN no meio. E isso, penso eu, é o que exatamente farão os países do leste europeu, a começar pela Polônia, caso haja mesmo essa intervenção russa. Conquanto, tenho dúvidas que os russos deem apoio massivo ao presidente para algo de tamanha envergadura, e ainda por cima com consequências não previsíveis.
Os ucranianos podem ter melhorado a organização, treinamento e padronização ocidental de suas forças militares, mas ainda lhes falta muita coisa do ponto de vista material e humano para lançar uma ofensiva no Donbass que lhes permita uma vitória rápida e inquestionável. Tudo indica que os russos estão prontos do outro lado da fronteira para intervir sem maiores problemas morais ou políticos quanto a isso. E tal possibilidade deve ser levada em conta e muito a sério pelo atual presidente ucraniano.
Ele terá forças suficientes para encarar diretamente o exército russo no Donbass e ainda assim vencer?
Na fronteira há pelo menos 2 Corpos de Exército do lado russo. E uma afirmação do Putin de chegar a Kiev em duas semanas.
A ver.
abs