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16/10/2009
Embraer negocia 100 aviões com os EUA
A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), de São José dos Campos, negocia a venda de 100 aviões Super Tucano para a Força Aérea dos Estados Unidos, contrato que pode render à empresa pelo menos US$ 1,5 bilhão.
A informação foi divulgada ontem pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante visita ao IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José.
Se o negócio for concretizado, será a maior venda de um modelo militar fabricado pela Embraer ao exterior e a primeira para os Estados Unidos, onde a empresa já tem grande participação nos mercados de aviação regional e executiva.
Jobim afirmou que a empresa se habilitou para participar de uma disputa internacional para o fornecimento de uma aeronave militar de treinamento para a Força Aérea Norte-Americana e que o governo brasileiro trabalha para que a venda seja direta, sem processo de licitação.
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A concorrência poderá ser evitada se nós firmarmos com os Estados Unidos um acordo de cooperação de defesa. Dentro desse acordo, que está sendo examinado pelo Itamarati (Ministério das Relações Exteriores), haverá condições de o governo americano, pela sua legislação, fazer a compra direta da Embraer", disse o ministro.
Jobim frisou que o negócio não teria nenhuma ligação com o Programa FX-2, da FAB (Força Aérea Brasileira), de compra de 36 caças supersônicos, do qual participa a norte-americana Boeing com o modelo F-18 Super Hornet. "Esse assunto é autônomo e não tem nenhuma relação com o processo de seleção do caça para a FAB", disse o ministro.
<claro que ele não diria outra coisa!>
Também participam da licitação brasileira a sueca Saab, com o modelo Gripen NG, e a francesa Dassault, com a aeronave Rafale (leia texto nesta página).
Em 2006, a Embraer, associada à norte-americana Lockheed, participou de uma concorrência para fornecimento de aeronave de emprego de vigilância para o governo dos Estado Unidos.
Foi ofertado o modelo EMB 145 AEW&C, utilizado no Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), mas a licitação não prosperou e acabou cancelada.
VIÁVEL - O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito, disse que o acordo de cooperação de defesa entre Brasil e Estados Unidos é viável, pois o governo brasileiro mantém acordos similares com outros países. "Não vemos nenhuma dificuldade no fechamento desse acordo, que pode viabilizar a venda direta do Super Tucano", afirmou Saito.
Segundo o militar, a Marinha dos Estados Unidos já testa um Super Tucano. "Se os norte-americanos estão interessados no avião, é porque ele é o melhor da sua categoria", disse o comandante da Aeronáutica.
Saito relatou também que a Embraer fechou a venda de oito Super Tucanos para a Indonésia e negocia contratos com países da América Latina, em especial, da América Central.
A fabricante brasileira não comentou o assunto ontem. Apenas informou que o Super Tucano já consta na relação de aeronaves de interesse da Força Aérea Norte-Americana.
No momento, os norte-americanos estão na fase de coleta de informações sobre aviões que têm potencial para atender aos requisitos da Força Aérea, procedimento que antecede eventual lançamento de recebimento de propostas.
MERCADO - A Embraer já efetivou a venda de 168 unidades do Super Tucano para cinco países --Brasil (99), Colômbia (25), Equador (24), Chile (12) e República Dominicana (8).
A empresa não informa o valor unitário da aeronave, que pode variar de acordo com as configurações, armamentos e manutenção solicitados pelo cliente, mas o preço básico vai de US$ 5 milhões a US$ 15 milhões.
O Super Tucano é uma aeronave militar multimissão turboélice empregada para treinamento, ataque leve e familiarização com armas, disponível em duas versões --um e dois assentos.
O avião tem capacidade para transportar sistemas de armamento de até 1.500 quilos. A Colômbia, por exemplo, emprega o modelo em operações de combate à guerrilha e ao narcotráfico e na vigilância de sua fronteira.
Fonte: Jornal Valeparaibano