Re: Novo Fuzil para o EB
Enviado: Qui Dez 11, 2008 10:29 am
Bolovo, eu nem sou tão a favor da IMBEL e nunca defendi o MD 97 aqui. Então vamos recomeçar lá da parte que a IMBEL projetou um fuzil e não fabricou um sob licença por orgulho.Bolovo escreveu: Ser contra um projeto ruim (MD-2, MD-97) é necessariamente ser contra a Imbel? Pense bem, Guerra. Se você ler direito os meus argumentos, vai perceber que eu desejo o contrario, uma maior capacitação dela.
Eu penso da seguinte forma.
A busca pela independência tecnológica é um caminho. Se é certo ou se é errado, isso é outra discussão (eu sou a favor). E a IMBEL foi criada para isso. Seja para fabricar equipamentos sob licença, ou para desenvolver um produto nacional.
A idéia inicial da empresa é muito boa. Digamos que o EB quer comprar um radio, e esse radio custa 10 milhões (é um exemplo) lá fora. Desenvolver esses radios aqui, digamos que custe 20 milhões. Na primeira vista parece um absurdo a IMBEL fabricar um material mais caro, se tem mais barato no mercado. Ora, se a gente levar em conta que o governo esta comprando de uma empresa que ele é um dos donos, o material não é tão caro assim. Eu nem vou citar a vantagem de estarmos produzindo o radio no Brasil, porque tem gente que acha que não é vantagem, mas tudo bem.
Agora, porque a IMBEL optou por um projeto e não por uma licença? Eu não sei. O que eu sei é que a uns 20 anos tinha um projeto chamado FT-90. Nessa época eu ouvi falar sobre a troca do calibre do 7,62 para o 5,56. Coincidência ou não, foi bem na época que os AT 4 chegaram no EB. Também nessa época me disseram que quando eu chegasse na tropa iria encontra também um tal de missel COBRA que iria substituir os velhos canhões. Para vc ter uma idéia de como a coisa rodava nos quatro cantos. Um aspirante, recém chegado da AMAN, desgnado para comandar o pelotão de apoio, a primeira coisa que ele fez quando recebeu o comando foi trocar a plaquinha “canhão” por "missel". Mas o fato é que até hoje não vi míssel e o AT 4 nunca chegou na tropa.
Eu imagino que idéia de se ter um lança rojão nacional, um fuzil 5,56 e um míssel vem dessa época (da FT-90). E nós sabemos que a IMBEL no final dos anos 90 estava em fase terminal (todos nós sabemos que no tópico "coisas reais" tem mais comprars que em toda a decada de 90). E como toda empresa teve que dar explicações sobre sua situação. Foi feito uma auditória (não se é esse o nome), e uma das conclusões é que a empresa estava mal porque ninguém queria os produtos que ela fabricava.
Assim, tanto a FT 90, como a IMBEL fracassaram.
Muito se fala sobre a facilidade de se fabricar um fuzil sob licença. Sendo você um deles.
Será que é tão fácil assim comprar material bélico?
Eu coloco em duvida essa facilidade, porque comprar material bélico é até fácil, o difícil é entregarem tudo de “mão beijada” como o Brasil quer.
É obvio que se você for numa feira, qualquer empresa vai dizer que o produto deles é competitivo e que esta disponível para quem quiser comprar(dá um pulo no site da IMBEL, e leia sobre o MD 2). Mas é realidade pode não ser essa.
É dificil imaginar a IMBEL, que como todo empresa, precisa apresentar resultados, tenha deixado passar uma oportunidade para obter lucro. Alias, eu até acho que a insistência da IMBEL num FAL 5,56 é visadno o lucro fácil.