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Re: Ucrânia

Enviado: Sáb Jun 07, 2014 10:36 am
por FCarvalho
Bom, a esta altura da situação, penso que algumas coisas podem ser percebidas.

Uma delas e mais clara é a incapacidade militar ucraniana em retomar os territórios a leste de supostas milícias armadas pró-Russia.

Um outra questão é que os russos parecem não estar mesmo interessados em ter problemas com as suas fronteiras com a Ucrânia, a questão sempre foi, e ainda continua sendo a meu ver, o domínio da Criméia, de forma a assegurar seus interesses estratégicos no mar negro.

Por último, a incapacidade militar e política ucraniana está dando vazão a todo tipo de apoio a grupos políticos extremistas, de quaisquer viés, e isso é muito perigoso na Europa, visto os precedentes conhecidos.

Se isto não for resolvido o mais rápido possível no campo militar, o político irá deteriorar-se mais rapidamente ainda, de forma que quem tiver mais armas e menos argumentos irá por fim determinar o futuro da Ucrânia.

Será a velha prática da imposição do terror pelo terror fazendo jus à combalida união entre europeus. Que ao final e ao cabo, nunca foram, e nem são, tão unidos assim.

abs

Re: Ucrânia

Enviado: Sáb Jun 07, 2014 11:13 am
por EDSON
Possivelmente um tanque posto fora de combate na Ucrânia mas pode ser que seja na Geórgia 2008 a confirmar.

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Re: Ucrânia

Enviado: Sáb Jun 07, 2014 11:48 am
por cabeça de martelo
A fotografia parece-me velha.

Re: Ucrânia

Enviado: Sáb Jun 07, 2014 11:54 am
por cassiosemasas
Novo presidente da Ucrânia diz que Crimeia 'foi, é e será ucraniana'
Magnata Petro Poroshenko tomou posse neste sábado (7).
Ele anunciou que irá ao leste pró-russo em breve.

Da EFE

fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/ ... niana.html

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O novo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, foi empossado no parlamento (Rada Suprema) neste sábado (7). Ao assumir o país, ele disse que a península da Crimeia, anexada pela Rússia em março passado, "foi, é e será ucraniana".
"A Rússia ocupou a Crimeia, que foi, é e será ucraniana. E isto o disse aos dirigentes russos na Normandia. A Crimeia é e será ucraniana. Ponto final", afirmou durante Poroshenko durante seu discurso de posse.
O novo presidente anunciou viajará ao leste pró-russo em breve, mas rejeitou o diálogo com os líderes insurgentes e defendeu a integridade territorial do país.
"Quero a paz e alcançarei a unidade da Ucrânia. Por isso começo minha gestão com uma proposta de plano de paz", disse Poroshenko durante seu discurso de posse.
Poroshenko também prometeu uma ampla anistia aos milicianos pró-russos que deponham as armas e não tenham cometido delitos de sangue, e se mostrou disposto a convocar eleições locais nas regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk.
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"Com um projeto de descentralização do poder, com a garantia do uso da língua russa em suas regiões. Com a firme intenção de não dividir os ucranianos em bons e maus. Com respeito às particularidades das regiões", disse.
"Isso sim, hoje necessitamos de um parceiro legítimo para o diálogo", destacou, antecipando que convocará eleições municipais nas regiões rebeldes do leste russófono.
"Não vamos falar com os bandidos", acrescentou, em alusão aos dirigentes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, que proclamaram no dia 12 de maio sua independência após referendos separatistas.
Poroshenko também afirmou que convocará eleições parlamentares antecipadas, mas insistiu que o único idioma estatal é o ucraniano e descartou a federalização do país, como pedem os insurgentes e o Kremlin.
"Os sonhos de federalização não têm fundamento na Ucrânia. Os conselhos locais receberão novas faculdades, mas a Ucrânia foi e será um Estado unitário", assinalou.
Crise com a Rússia
O magnata Petro Poroshenko é o quinto presidente na história deste país, está substituindo o cargo de Viktor Yanukovich, que se exilou na Rússia após ser deposto durante os violentos distúrbios de fevereiro passado em Kiev.
A posse do novo chefe de Estado ucraniano aconteceu depois do primeiro contato, na sexta-feira (6), entre Poroshenko e o presidente russo, Vladimir Putin, nos atos do 70º aniversário do desembarque de Normandia.

Durante o breve encontro em terras francesas, Poroshenko acertou com Putin que um emissário russo viajará este domingo (8) a Kiev para abordar os primeiros passos para a regra do conflito no leste da Ucrânia.
Ambos os líderes defenderam pôr fim aos combates no leste da Ucrânia entre forças governamentais e os rebeldes pró-russos.
Por outro lado, o líder ucraniano expressou sua confiança em receber o reconhecimento russo dos resultados do pleito presidencial do dia 25 de maio passado, nos quais Poroshenko ganhou no primeiro turno.
Em sua posse neste sábado, o novo chefe de Estado ressaltou que "os cidadãos da Ucrânia não viverão em paz e segurança até que normalizemos as relações com a Federação Russa".
Ao mesmo tempo, denunciou que a "Rússia ocupou a Crimeia", em alusão à anexação da península por Moscou promulgada no dia 21 de março pelo presidente russo, Vladimir Putin.
"A Rússia ocupou a Crimeia, que foi, é e será ucraniana. E isto disse ontem aos dirigentes russos na Normandia nos festejos pelo 70º aniversário: A Crimeia é e será ucraniana. Ponto final", assegurou.
O novo presidente assegurou que Kiev deve assinar em breve um Acordo de Associação com a União Europeia (UE), cujo rejeição foi o estopim dos protestos que desembocaram em fevereiro na derrocada de Yanukovich.
Poroshenko ressaltou que esse acordo será o primeiro passo para o futuro ingresso da Ucrânia na UE durante um discurso de posse em presença do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

Re: Ucrânia

Enviado: Ter Jun 10, 2014 8:14 pm
por chris
Boa noite a todos...

Depois dos pedidos de algumas pessoas para que eu reavaliasse a minha decisão de não mais postar meus comentários nesse forum, avaliei e decidi voltar..agradeço àqueles que pediram meu retorno.

Bom, agora quero perguntar as pessoas que entendem de assuntos militares, sobre a questão da tecnologia de fabricação de mísseis balísticos intercontinentais pela Ucrânia.

Fatos: "O caos e a falência que se encontra a Ucrânia, país que herdou da URSS uma poderosa indústria bélica, põe em perigo o regime de proliferação de tecnologia de mísseis balísticos.

Em 1991, ano da desintegração da URSS, a Ucrânia herdou da URSS uma poderosa indústria militar, incluindo a capacidade de produção e a tecnologia de mísseis e foguetes espaciais. E uma verdadeira joia dessa coroa foi a empresa Yuzhny Machine-Building Plant, com sede na cidade de Dnipropetrovsk. Essa empresa foi uma importante projetistas de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM).

Pra se ter uma ideia, a Yuzhny Machine-Building Plant construiu o ICBM R-36M2 Voyevoda (SS-18 Satan, na classificação OTAN), até agora o mais poderoso ICBM de todos os tempos. Até que o SS-18 Satan não seja totalmente substituído pelos novos mísseis Topol, RS-24 Yars e outros, a empresa ucraniana realiza a supervisão e modernização dos mesmos. Quem acompanha a página do blog no Facebook, pode ler que no ano de 2006, a Rússia aceitou que a Yuzhny Machine-Building Plant prorrogasse a vida do SS-18 Satan como parte do pagamento de várias dividas que o Estado ucraniano tem com a Rússia.

A produção do SS-18 Satan foi encerrada há muito tempo, mas a documentação referente a este ICBM encontra-se de possa da empresa ucraniana, igualmente como a documentação do ICBM instalado em trens RT-23 Molodets (SS-24 Scalpel), míssil esse que foi retirado de serviço com efeito do tratado américo-russo START-2.

No último dia 29 de março, o diretor da estatal russa Ukroboronprom disse que a partir daquele momento seu país estava rompendo com qualquer contrato com a indústria militar russa. No entanto, a Yuzhny Machine-Building Plant e outras empresas da indústria bélica ucraniana dependem dos pedidos russos e no caso da Yuzhny Machine-Building Plant, ela terá que buscar outros clientes, o que o know-how, as tecnologias e os profissionais ucranianos podem servir aos interesses de Israel, China, Índia e Paquistão. Todos nós sabemos que esses países são potências nucleares, porém carecem de mísseis modernos para integrar uma arma nuclear."

Minhas perguntas:

1- essa tecnologia corre o risco de cair nas mãos da China, Coréia do Norte, Israel ou Irã? e o Brasil, poderia adquiri-las?

2- essa tecnologia certamente já caiu em poder da CIA...isso dá alguma vantagem real aos Estados Unidos frente à Russia?

Por favor, quem entende de questões militares, me responda....

Obrigado

Re: Ucrânia

Enviado: Ter Jun 10, 2014 9:17 pm
por prp
1- Não existe almoço grátis. Todo apoio existe um custo e o custo já está delimitado a tempos, a tecnologia só vai cair nas mãos de quem o dono quiser, o Brasil não inclui na lista desses países, inclusive o projeto ciclone foi pro espaço junto o o Pontes.

2- A questão 1 responde.

Re: Ucrânia

Enviado: Ter Jun 10, 2014 9:22 pm
por Penguin
chris escreveu:Boa noite a todos...

Depois dos pedidos de algumas pessoas para que eu reavaliasse a minha decisão de não mais postar meus comentários nesse forum, avaliei e decidi voltar..agradeço àqueles que pediram meu retorno.

Bom, agora quero perguntar as pessoas que entendem de assuntos militares, sobre a questão da tecnologia de fabricação de mísseis balísticos intercontinentais pela Ucrânia.

Fatos: "O caos e a falência que se encontra a Ucrânia, país que herdou da URSS uma poderosa indústria bélica, põe em perigo o regime de proliferação de tecnologia de mísseis balísticos.

Em 1991, ano da desintegração da URSS, a Ucrânia herdou da URSS uma poderosa indústria militar, incluindo a capacidade de produção e a tecnologia de mísseis e foguetes espaciais. E uma verdadeira joia dessa coroa foi a empresa Yuzhny Machine-Building Plant, com sede na cidade de Dnipropetrovsk. Essa empresa foi uma importante projetistas de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM).

Pra se ter uma ideia, a Yuzhny Machine-Building Plant construiu o ICBM R-36M2 Voyevoda (SS-18 Satan, na classificação OTAN), até agora o mais poderoso ICBM de todos os tempos. Até que o SS-18 Satan não seja totalmente substituído pelos novos mísseis Topol, RS-24 Yars e outros, a empresa ucraniana realiza a supervisão e modernização dos mesmos. Quem acompanha a página do blog no Facebook, pode ler que no ano de 2006, a Rússia aceitou que a Yuzhny Machine-Building Plant prorrogasse a vida do SS-18 Satan como parte do pagamento de várias dividas que o Estado ucraniano tem com a Rússia.

A produção do SS-18 Satan foi encerrada há muito tempo, mas a documentação referente a este ICBM encontra-se de possa da empresa ucraniana, igualmente como a documentação do ICBM instalado em trens RT-23 Molodets (SS-24 Scalpel), míssil esse que foi retirado de serviço com efeito do tratado américo-russo START-2.

No último dia 29 de março, o diretor da estatal russa Ukroboronprom disse que a partir daquele momento seu país estava rompendo com qualquer contrato com a indústria militar russa. No entanto, a Yuzhny Machine-Building Plant e outras empresas da indústria bélica ucraniana dependem dos pedidos russos e no caso da Yuzhny Machine-Building Plant, ela terá que buscar outros clientes, o que o know-how, as tecnologias e os profissionais ucranianos podem servir aos interesses de Israel, China, Índia e Paquistão. Todos nós sabemos que esses países são potências nucleares, porém carecem de mísseis modernos para integrar uma arma nuclear."

Minhas perguntas:

1- essa tecnologia corre o risco de cair nas mãos da China, Coréia do Norte, Israel ou Irã? e o Brasil, poderia adquiri-las?

Dificilmente. A Ucrania é signatária do MTCR desde 1998.

2- essa tecnologia certamente já caiu em poder da CIA...isso dá alguma vantagem real aos Estados Unidos frente à Russia?

A Ucrânia possui alguma vantagem tecnológica frente aos EUA ou Rússia? Acho muito difícil.

Por favor, quem entende de questões militares, me responda....

Obrigado

Re: Ucrânia

Enviado: Qua Jun 11, 2014 9:40 am
por LeandroGCard
No último dia 29 de março, o diretor da estatal russa Ukroboronprom disse que a partir daquele momento seu país estava rompendo com qualquer contrato com a indústria militar russa. No entanto, a Yuzhny Machine-Building Plant e outras empresas da indústria bélica ucraniana dependem dos pedidos russos e no caso da Yuzhny Machine-Building Plant, ela terá que buscar outros clientes, o que o know-how, as tecnologias e os profissionais ucranianos podem servir aos interesses de Israel, China, Índia e Paquistão. Todos nós sabemos que esses países são potências nucleares, porém carecem de mísseis modernos para integrar uma arma nuclear."
Quanta bobagem :roll: .

Todos estes países já tem seus próprios mísseis nucleares há muito tempo, a maioria mais modernos do que qualquer coisa que os ucranianos pudessem oferecer. O R-36M é um míssil grande e só, esta é a única vantagem dele, de resto ele é totalmente obsoleto, com tecnologia da década de 1960. Israel, China e Índia já possuem coisa bem melhor, e mesmo o Paquistão não deve estar muito atrás. Apenas os mísseis são menores, porque assim se tornam mais práticos de construir e operar. Ninguém mais no mundo quer trambolhos como o SS-18, nem mesmo a Rússia quer novos e isso faz já bastante tempo, ela apenas mantém os mais antigos até ser possível a substituição.


Leandro G. Card

Re: Ucrânia

Enviado: Qua Jun 11, 2014 12:08 pm
por hades767676
Sim, porém existe um projeto para substituir o SS-18 e carregará ogivas bem poderosas, segundo fontes. Sobre a Ucrânia, tudo que podia vender para o exterior já venderam e prejudicaram muito os russos. A China só pode copiar adequadamente o Su-27 graças a Ucrânia que vendeu (por debaixo dos panos) projetos do caça que tinham.

Re: Ucrânia

Enviado: Qua Jun 11, 2014 1:34 pm
por Paisano
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Re: Ucrânia

Enviado: Sex Jun 13, 2014 3:08 pm
por P44
Governante ucraniano quer erguer muro de 2000 quilómetros na fronteira com a Rússia

Agências

13/06/2014 - 12:07

Forças governamentais ucranianas recuperaram esta quinta-feira Mariupol, cidade portuária ocupada por separatistas pró-russos

Igor Kolomoïski, dono da quarta maior fortuna da Ucrânia, - estimada em cerca de 1,3 mil milhões de euros - apresentou esta quinta-feira um projecto à presidência onde propõe a construção de um muro de 2000 km com arame farpado na fronteira com a Rússia.

Nomeado governador da região de Dnipropetrovsk (este da Ucrânia) em Março, o milionário ucraniano diz que o muro é uma protecção necessária "para evitar todo o tipo de incursões que visem uma política agressiva em relação à Ucrânia". As autoridades de Dnipropetrovsk dizem que a obra pode ficar completa em seis meses, com um custo total que ronda os 75 milhões de euros.

Igor Kolomoïski já tinha dado que falar nos últimos meses como o oligarca que ofereceu uma recompensa de 7 mil euros por cada separatista capturado e entregue às autoridades ucranianas. A proposta de um muro que separe Ucrânia e Rússia surge um dia depois da conversa telefónica entre Petro Poroshenko e Vladimir Putin, em que o novo Presidente ucraniano acusou a Rússia de continuar a apoiar a insurreição armada na região Este da Ucrânia.

Forças governamentais recuperam cidade estratégica
O ministro do Interior Arseni Avakov confirmou que as forças de segurança ucranianas reassumiram o controlo de Mariupol, cidade portuária que tem mudado de mãos várias vezes nas últimas semanas e é estratégica para a Ucrânia uma vez que faz ligação com os principais acessos rodoviários da fronteira sudeste da Ucrânia e é um ponto importante de exportação de aço. Além disso, recuperar o controlo de Mariupol é vital para o governo ucraniano impedir a entrada de novos tanques e forças rebeldes através da fronteira. De acordo com o ministro do Interior, as forças governamentais recuperaram uma faixa de 120 km da fronteira. Mas não é ainda claro quem controla outras partes desta fronteira com cerca de 2000 km que Kolomoïski quer murar.

Os rebeldes confirmaram cinco mortos entre as forças separatistas em Mariupol, numa batalha que envolveu unidades da Guarda Nacional e do Ministério do Interior, ao lado de forças especiais, avançou o ministro do Interior. Um analista de defesa ucraniano, Dmitro Timchuk, relatou que do lado ucraniano quatro soldados morreram e 31 ficaram feridos nas últimas 24 horas. No passado dia 8 de Junho, Petro Poroshenko anunciou a intenção de pôr fim aos combates no prazo de uma semana, mas não avançou um plano concreto para convencer os rebeldes a pousar as armas. Putin e Poroshenko encontraram-se pela primeira vez em França, durante as comemorações do Dia D. Um breve encontro que suscitou esperanças de um acordo.

http://www.publico.pt/mundo/noticia/gov ... ia-1639756

Re: Ucrânia

Enviado: Sáb Jun 14, 2014 5:04 am
por P44

Re: Ucrânia

Enviado: Sáb Jun 14, 2014 11:16 am
por cabeça de martelo
:arrow: http://aco.nato.int/statement-on-russia ... tanks.aspx

Porque é que não chamamos as coisas pelos nomes? Civis Ucranianos pró-Russia não têm CC nem misseis anti-aéreos.

Re: Ucrânia

Enviado: Sáb Jun 14, 2014 11:31 am
por hades767676
Um avião desses em baixa altitude pode facilmente ser derrubado por um míssil portátil e a ucraniana tem milhares desses misseis em seu arsenal. Se tivesse sido derrubado por algo mais sofisticado aí sim poderia se supor que veio da Rússia. Putin bem disse: uma coisa é falar e outra diferente é provar.

Re: Ucrânia

Enviado: Seg Jun 16, 2014 11:18 am
por hades767676
Governo ucraniano diz que Rússia cortou fornecimento de gás
O ministro da Energia da Ucrânia disse nesta segunda-feira (16) que a Rússia cortou todo o fornecimento de gás para Kiev, mas garantiu que o fluxo de gás para os clientes europeus continua a ser enviado de maneira consistente através dos dutos ucranianos.

"Nós fomos informados de que o fornecimento de gás a Ucrânia foi reduzido a zero e que apenas há volumes enviados em trânsito para países europeus", disse Yuri Prodan. A Ucrânia "vai garantir o trânsito confiável (de gás) para a Europa", completou.
O CEO da Naftogaz Ukrainy (a empresa de gás estatal ucraniana), Andriy Kobolev informou após o anúncio do corte que a Ucrânia tem cerca de 14 bilhões de metros cúbicos de gás estocados, o suficiente para atender as necessidades do país até dezembro.

O premiê ucraniano, Arseny Yatseniuk, culpou a Rússia pelo ocorrido, dizendo que Moscou quer causar problemas a Kiev durante o rigoroso inverno ucraniano. “Isso não é apenas sobre o gás. É um plano geral da Rússia para destruir a Ucrânia”, afirmou.

O consórcio de gás russo Gazprom anunciou nesta segunda a transição para um regime de pagamento antecipado do fornecimento de gás para a Ucrânia, implicando no corte do bombeamento do combustível ao país vizinho, já que a cota de junho não foi paga.

A decisão foi anunciada às 10h em Moscou (3h em Brasília), quando venceu o prazo dado pela Rússia à Ucrânia para que o país pagasse US$ 1,950 bilhão de contas de gás pendentes.

Segundo o consórcio russo, a dívida ucraniana chega a um total de US$ 4,458 bilhões, dos quais US$ 1,451 bilhão correspondem às provisões de novembro e dezembro de 2013 e US$ 3,007 bilhão pelos meses de abril e maio deste ano.

Alexei Miller, CEO da Gazprom, acusou Kiev de adotar uma posição “não construtiva” nas negociações sobre o gás, usando chantagem para tentar conseguir um preço muito baixo.

“Graças à posição não construtiva do governo ucraniano, hoje um regime de pré-pagamento foi introduzido”, disse Miller ao premiê russo em uma reunião presenciada pela imprensa. “A dívida que estamos cobrando é menos do que seria requerido pelo período. Mas o lado ucraniano adotou um posicionamento que só pode ser chamado de chantagem”.

Europa
A Gazprom anunciou ainda que vai bombear o combustível para a Europa através do sistema de gasodutos ucranianos nos volumes contratados e que espera que o combustível chegue aos consumidores europeus.

A União Europeia depende em 30% do gás russo, e a metade deste gás transita pela Ucrânia.

A Gazprom, entretanto, enfatizou que a Naftogaz Ukrainy "tem a obrigação de proteger a transmissão do combustível para os países europeus", conforme estipulado por contratos existentes.

O consórcio também disse que a Comissão Europeia foi informada de "potenciais problemas" no trânsito de gás no caso da Ucrânia começar a usar o combustível destinado aos consumidores europeus.

O comissário europeu da Energia, Guenther Oettinger, afirmou que não devem acontecer problemas no fornecimento de gás russo para a Europa nas "próximas semanas", mas advertiu para um possível problema "no caso de inverno rigoroso".

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, convocou Rússia e Ucrânia a fazer um esforço para alcançar um acordo e retomar o comércio de gás entre os dois países.

"Gostaria de pedir mais uma vez as duas partes que façam um esforço de compromisso", declarou Barroso em um fórum econômico em Santander (norte da Espanha) depois que a Rússia cortou nesta segunda-feira o fornecimento de gás ao país vizinho.

O presidente da Comissão opinou que "a proposta (de acordo) que está na mesa é uma boa proposta" porque permitiria à Rússia cobrar os pagamentos atrasados e a Ucrânia poderia ter no futuro um preço justo pela energia.

"A Comissão está mediando este problema", disse Barroso, declarando que o comissário europeu da Energia, Guenther Oettinger, está em contato com os dois países e com o gigante energético russo Gazprom.

"Gostaríamos muito que a Rússia pudesse aceitar esta proposta de acordo", insistiu.

G1
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