Fórum Defesa Brasil

Túlio escreveu: ↑Seg Mai 10, 2021 11:45 am

Charla fiada e eu demonstro:
Nos anos 60/70 o EB queria blindados SR. O CTEx/IME desenvolveu, o GF botou $$$ na mesa e logo apareceu empresa para completar o desenvolvimento, produzir, aperfeiçoar e até exportar. Ninguém foi lá fora pagar royalties para aprender como fazer;
Na mesma época a FAB queria avião. O CTA/ITA desenvolveu o primeiro, o GF botou $$$ e criaram uma empresa para desenvolver, produzir, aperfeiçoar e até desenvolver novos tipos, sempre exportando. Ninguém foi lá fora pagar royalties para aprender como fazer;
Também na mesma época a MIRJ queria Fragata e SSK. Como aristocrata não fala com plebeu, foram à "melhor nobreza" (UK) pedir uma variante melhorada da Type 21 (enquanto eles projetavam a 22 para si) para fazer aqui e alguns exemplares da Classe Oberon (enquanto eles projetavam a Upholder) "chave na mão" mesmo, que com os NOBRES DOS NOBRES não se discute, se acata.
Atualmente o problema é com o GF botar $$$: ninguém confia mais (exceto a FAB), basta ver a hecatombe da BID nos anos 80/90. Então o EB teve que contratar os Italianos para fazer o que se fazia aqui (e bem), porque empresário no Brasil pode ser tudo, menos DOIDO.
Já a MIRJ, dado possuir uma ventoinha e considerá-la como sua bússola, ninguém com algum juízo leva muito a sério mesmo...

Basicamente como nós não temos planejamento institucional que resista aos desmandos e controvérsias das inúmeras políticas econômicas que pilulam de tempos em tempos por aqui, é muito difícil conseguir fiabilidade em qualquer processo de desenvolvimento tecnológico de longo prazo no país.
E como qualquer política de defesa não funciona sem que haja minimamente estabilidade financeira, a BID e qualquer um que queira investir no setor jamais vai querer colocar o seu na reta em projetos que dependem de recursos de um ministério que vive praticamente à míngua e com o pires na mão desde sempre. E que sequer consegue manter o pouco que dispõe sendo aplicado em suas missões primárias, diga-se de passagem.
Não por acaso o Guarani e outros projetos nunca alcançaram as metas de nacionalização objetivadas.
Este ano o Gen Pujol deu uma declaração simples e honesta em uma palestra para os engravatados de Brasília: "não adianta botar bilhões hoje na Defesa esperando resultados para a amanhã que isso não existe".
É como ele falou. Não adianta só botar muito dinheiro agora ou por períodos curtos ou de forma sazonal que não rola, tem que investir com regularidade e longevidade. Nem que seja pouco, mas tem que ter previsibilidade que o pessoal se vira e dá um jeito das coisas andarem para frente. O que não pode é essa balbúrdia financeira e contábil que temos aí onde se pede um tanto e não se sabe o que vai conseguir e ainda tem cortes e obliterações de recursos durante o ano. Não tem planejamento contra isso.
Construir navios é algo até fácil de fazer dependendo do caso. O que temos aí da indústria naval ainda consegue fazer vários tipos de navios com boa dose de qualidade. O que não temos é condições e nem tecnologia para fazer navios de guerra da forma com se deveria. Os avanços obtidos em engenharia de projeto e produção com a classe Inhaúma/Barroso praticamente estão quase que perdidos. E não se retoma isso de um dia para o outro.
Se é para fazer direito, temos que reaprender a fazer tudo desde o começo a partir de projetos importados, e mais importante, manter uma regularidade produtiva mínima que seja para sustentar o conhecimento obtido e a mão de obra capacitada. Tudo que não conseguimos fazer desde os anos 1960 quando as Niterói foram compradas.
E essas perdas consequentes não é só culpa da MB, mas principalmente do fato de que no Brasil Defesa continua sendo um assunto menos interessante que futebol e novela. Para o populacho e para todos os governos de plantão a cada quadriênio.

GNR - Guarda Nacional Republicana escreveu:Unidade de Controlo Costeiro (UCC) – Unidade de âmbito Nacional

Sabia que a UCC é a unidade especializada responsável pelo cumprimento da missão da Guarda em toda a extensão da costa e no mar territorial, com competências específicas de vigilância, patrulhamento e interceção terrestre ou marítima em toda a costa e mar territorial do continente e das Regiões Autónomas, competindo-lhe, ainda, gerir e operar o Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC), distribuído ao longo da orla marítima. (Lei n.º 63/2007, de 6 de novembro)
Apresentam-se alguns dos resultados operacionais da UCC no ano de 2020:
Patrulhamentos efetuados:
- Terrestres: 14.443
- Marítimos: 4.262
Pescas (apreensões):
- Pescado: 802 Toneladas
- Bivalves: 100 Toneladas
- Meixão: 49,5 Kg
Tráfico de droga (apreensões):
- 17.598 T de haxixe
- 353 pés de cannabis
- 5 embarcações
- 3 veículos
- 23 detidos
Embarcações Monitorizadas (SIVICC): 132.577

cabeça de martelo escreveu: ↑Sex Mai 21, 2021 9:45 am

GNR - Guarda Nacional Republicana escreveu:Unidade de Controlo Costeiro (UCC) – Unidade de âmbito Nacional

Sabia que a UCC é a unidade especializada responsável pelo cumprimento da missão da Guarda em toda a extensão da costa e no mar territorial, com competências específicas de vigilância, patrulhamento e interceção terrestre ou marítima em toda a costa e mar territorial do continente e das Regiões Autónomas, competindo-lhe, ainda, gerir e operar o Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC), distribuído ao longo da orla marítima. (Lei n.º 63/2007, de 6 de novembro)
Apresentam-se alguns dos resultados operacionais da UCC no ano de 2020:
Patrulhamentos efetuados:
- Terrestres: 14.443
- Marítimos: 4.262
Pescas (apreensões):
- Pescado: 802 Toneladas
- Bivalves: 100 Toneladas
- Meixão: 49,5 Kg
Tráfico de droga (apreensões):
- 17.598 T de haxixe
- 353 pés de cannabis
- 5 embarcações
- 3 veículos
- 23 detidos
Embarcações Monitorizadas (SIVICC): 132.577

E aqui tenho que te dar razão, Portugal está melhor do que nós: GUARDA COSTEIRA É PRIORIDADE!!!

US. Navy irá se desfazer de 12 lanchas de patrulha MK VI

Esse é o tipo de material que faz muita falta nos Distritos Navais por aqui. Mas com 9 deles para dar conta, 12 seria o mínimo dessas Mark IV para cada um. Para começar.

The U.S. Navy-Coast Guard Partnership Is Heading For Trouble: Here's How To Fix It
Craig Hooper

https://www.forbes.com/sites/craighoope ... f5a5ca37e2

Portugal e as suas "Guardas Costeiras"...

Já está melhor que a MB. Nós nem isso.

GNR compra mais três lanchas de patrulhamento
O SIVICC (sistema de controlo costeiro) vai ser modernizado até 2025, num investimento de 7,7 milhões de euros.



A GNR vai adquirir mais três lanchas de patrulhamento, destinadas à Unidade de Controlo Costeiro (UCC).

A compra destas embarcações estava prevista no mesmo plano de aquisição da lancha ‘Bojador’, que fez a viagem inaugural no início de maio. Conforme o Ministério da Administração Interna explicou na altura, esta modernização da UCC contempla um investimento de mais de 10 milhões de euros.

Além disso, e tal como o CM noticiou esta quinta-feira, também o SIVICC (sistema de controlo costeiro) vai ser modernizado até 2025, num investimento de 7,7 milhões de euros.

https://www.cmjornal.pt/portugal/detalh ... rulhamento

FCarvalho escreveu: ↑Seg Mai 31, 2021 12:02 am Esse é o tipo de material que faz muita falta nos Distritos Navais por aqui. Mas com 9 deles para dar conta, 12 seria o mínimo dessas Mark IV para cada um. Para começar.

O duro é o $$$ pra isso, mesmo sendo curta, a MB insiste em querer mandar até em lago de hidrelétrica, encher o saco de pescador, serviço que deveria ser feito pelas polícias dos estados, desse jeito fica difícil, não sobra $$$ para PA e nem pra voadeira no Rio Paraná...

J.Ricardo escreveu: ↑Ter Jun 15, 2021 11:10 am

FCarvalho escreveu: ↑Seg Mai 31, 2021 12:02 am Esse é o tipo de material que faz muita falta nos Distritos Navais por aqui. Mas com 9 deles para dar conta, 12 seria o mínimo dessas Mark IV para cada um. Para começar.

O duro é o $$$ pra isso, mesmo sendo curta, a MB insiste em querer mandar até em lago de hidrelétrica, encher o saco de pescador, serviço que deveria ser feito pelas polícias dos estados, desse jeito fica difícil, não sobra $$$ para PA e nem pra voadeira no Rio Paraná...

Quando se trata desse tipo de serviço de polícia naval o fisiologismo institucional sempre fala mais alto, menos porque a MB se enxerga como uma guarda costeira do que pelos valores que ela recebe por exercer este tipo de serviço. E que não é pouco diga-se de passagem. E quem não por acaso sequer volta para o setor.
Aliás, o maior pesadelo dos almirantes é ver a MB perder espaço, poder e influência para uma guarda costeira. Pior ainda se ela sair de suas próprias costelas e ficar subordinada a outrem.
Criar uma guarda costeira é até fácil. Temos tudo aí. De pessoal a infraestrutura. Mas a MB jamais vai abrir mão dela. A nãos ser que a decisão seja inserida goela abaixo. E quem não gostar que vá chorar no pijama que é o lugar mais quente.
O único e grande cuidado que se tem de ter, é a guarda costeira não acabar como mais um instrumento de cabide de empregos para os amigos dos amigos dos amigos, como é de praxe acontecer por aqui. Por isso que sou defensor de uma guarda costeira saída da própria MB. Não entra e não sai ninguém que já esteja na instituição. E aproveita as escolas de aprendizes de marinheiro e outras OM Escola para formar e qualificar o pessoal. Nada de duplicidade e nem invencionices para garantir espaço para politicagens.
Mas esse sou eu pensando aqui com os meus botões.

Corpo de Aviação da Guarda Costeira

Temos os seguintes limites quanto a nosso espaço marítimo - ZEE + Plataforma Continental + SAR

Mar Territorial - 12 milhas > 22 kms
Zona Contígua - 24 milhas > 44 kms
Zona Econômica Exclusiva - 200 mn > 370 kms
Plataforma Continental - 300 mn > 555 kms
Zona Salvamento Atlântico Sul - 10 milhões km2



A marinha hoje tem o Salvamar que opera em toda estas áreas, o qual pode passar à subordinação da GCB por ser esta uma missão mister deste tipo de força militar naval.
Para isso, além das atividades próprias de polícia naval, vigilância, esclarecimento, vários tipos de vetores tanto de asas rotativas como asa fixa são necessários.
Este material pode ser divido em termos de capacidade e recursos pelas áreas de atuação dispostas acima, de forma a oferecer a melhor solução e custo x benefício para os operadores.
Assim, uma sugestão de vetores, tomando como exemplo a família de helos da Leonardo, pode ser a seguinte:

Mar Territorial e Zona Contígua - AW109 e AW169
Zona Econômica Exclusiva - AW189 e AW101
Plataforma Continental - AW101
Zona Salvamento Atlântico Sul - AW101

Em termos de asa fixa, pode-se ter a seguinte configuração:

Mar Territorial e Zona Contígua - ATL-100 e/ou Embraer STOUT
Zona Econômica Exclusiva - Embraer Turbohélice
Plataforma Continental - SC-390
Zona Salvamento Atlântico Sul - SC-390

A questão das quantidades de vetores a serem operados tem que levar em conta o fato de que existem 9 distritos navais responsáveis por todas as atividades que são de responsabilidade de uma guarda costeira.
Subordinados aos DN existem as capitanias e as delegacias navais e fluviais, que também exercem o papel típico de guarda costeira.
Neste sentido, no litoral existem 6 DN enquanto que no interior do país são em número de 3.
Para se obter uma capacidade minimamente crível no que tange a sua missão, um corpo de aviação da guarda costeira tem que tomar como referencia equipar todos os DN de acordo com suas peculiaridades. Neste sentido, aeronaves de asas rotativas, principalmente, tem de ser o vetor base de todos eles. Já as aeronaves de asa fixa podem e devem ser demandadas de acordo com as necessidades ao longo do costa e do interior.
Eu vejo que um esquadrão de helos tem que contar minimamente com 12 aeronaves para ser efetivo em sua zona de atuação, tendo em vista disponibilidade, manutenção, treinamento, operacionalidade, horas de voo, tripulações, etc. A partir daí podemos antever de maneira primária o quanto se terá de investir na formação da ala aérea da guarda costeira.
O material da Leonardo e Embraer é só um exemplo do que pode ser disposto. Há claramente vários fornecedores de aeronaves de diversos tipos e categorias que podem suprir as necessidades. Vale a pena buscar a melhor solução custo x benefício no mercado a partir de concorrências internacionais nos mesmos moldes que a atual legislação da defesa dispõe. Privilegiar a BID e a indústria nacional não é uma alternativa face à falta de opções exteriores, tem de ser uma demanda primária nossa.
Inclusive no sentido de buscar o apoio político necessário para qualquer passo na direção de se criar uma guarda costeira de fato.

Apenas para servir de inspiração.

Better, Faster, Stronger: The Canadian Coast Guard’s new helicopter fleet
Vertical visits the Canadian Coast Guard in Shearwater, Nova Scotia, to find out how the organization's new fleet of Bell 429s and Bell 412EPIs are performing in the field.



https://verticalmag.com/features/better ... ter-fleet/