Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Enviado: Sex Mar 06, 2015 2:02 pm
De pleno acordo. Se isso tivesse ocorrido bem antes, com a criação de uma Divisão Espacial na empresa, por certo já estaríamos bem avançados nesse setor.Duka escreveu:http://www.defesanet.com.br/embraer/not ... rasileiro/
EMBRAER,na minha opinião, única possibilidade de futuro para nosso (atualmente) fracassado programa espacial. Um arranjo coerente seria o INPE e DCTA se focarem naquilo que fazem bem (INPE realizando estudos com a informação coletada e DCTA formando/fornecendo mão-de-obra e pesquisa acadêmica) e a EMBRAER assumindo aquilo que já faz com primazia, projeto/construção/integração de plataformas.
Nem seria preciso envolver diretamente a Embraer, poderia ser formada uma empresa específica para a construção de foguetes e talvez outra para a de satélites. Se a Embraer quisesse participar diretamente ótimo, senão poderia simplesmente ser contratada como consultora naquilo em que pudesse ajudar, assim como quaisquer outras instituições de qualquer parte do mundo que se dispusessem a fornecer o que fosse necessário para as novas empresas..Wingate escreveu:De pleno acordo. Se isso tivesse ocorrido bem antes, com a criação de uma Divisão Espacial na empresa, por certo já estaríamos bem avançados nesse setor.Duka escreveu:http://www.defesanet.com.br/embraer/not ... rasileiro/
EMBRAER,na minha opinião, única possibilidade de futuro para nosso (atualmente) fracassado programa espacial. Um arranjo coerente seria o INPE e DCTA se focarem naquilo que fazem bem (INPE realizando estudos com a informação coletada e DCTA formando/fornecendo mão-de-obra e pesquisa acadêmica) e a EMBRAER assumindo aquilo que já faz com primazia, projeto/construção/integração de plataformas.
Wingate
Parte das declarações dão uma noção de como o programa está perdido. É dito que o Brasil "abandonou" a ideia de desenvolver lançadores para satélites geoestacionários, quando na verdade isso jamais sequer foi cogitado. O máximo que tivemos com relação a isso foi uma ideia russa no âmbito do fictício "Programa Cruzeiro do Sul", e a eventual compra do Cyclone-4 ucraniano para lançamento desde o CLA, foguete este que provavelmente jamais existirá.Programa de Lançadores Nacionais Enfrenta Dificuldades
Do Blog Brazilianspace
Brasília, 27 de maio de 2015 – Um dos mais emblemáticos programas de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, a construção do Veículo Lançador de Satélite (VLS), está em vias de um colapso.
Em audiência pública ontem (26) na Câmara dos Deputados, o vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA), Wander Golfetto, afirmou que o programa pode não ser completado por falta de verba, recursos humanos qualificados e dificuldades tecnológicas.
Números apresentados pelo DCTA apontam uma descontinuidade de recursos para o VLS, previstos no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), documento orientador de investimentos da área. No total, o programa deveria receber cerca de R$ 155 milhões. No entanto, até o momento, foram executados R$ 108 milhões.
A previsão inicial era de que o veículo estaria completamente finalizado este ano. Agora, no entanto, a expectativa mudou. Hoje, o planejamento é para testar parte do foguete no fim de 2016.
“Temos o veículo todo reprojetado. Estamos trabalhando em um lançamento de um voo tecnológico, que visa testar a parte baixa do VLS, onde tivemos algumas dificuldades no acendimento do segundo estágio e na separação dos estágios. A análise servirá também para avaliar o sistema de navegação inercial que foi desenvolvido dentro do DCTA. Ele é baseado em fibra óptica. Já foi testado em aviões, no solo, agora precisamos fazer um voo espacial para certificar este veículo”, explicou Golfetto.
O passo seguinte, que serviria para fazer com que o VLS colocasse um satélite em órbita está impossibilitado. Além da falta de recursos, existem dificuldades técnicas no desenvolvimento de componentes para completar o foguete. Há também um grave problema de escassez de mão de obra, que pode inclusive atrapalhar outros projetos mobilizadores.
“Se não houver reposição do quadro, em 2020, o DCTA terá uma redução de 44% da sua equipe em relação a 2011, em virtude do processo de aposentadoria. Há pouco tempo, foi autorizado concurso e pudemos contratar mais de 200 profissionais. No entanto, isto está aquém do necessário”, alertou o vice-diretor.
Mudança - As dificuldades para dar continuidade ao programa do VLS fizeram as autoridades mudar de planos no que se refere aos esforços para um lançador nacional. Em vez de mirar no mercado de satélites em órbita geoestacionária, a ordem agora é atacar o mercado de microssatélites, que também fatura alto.
“Chegamos à conclusão que não vale a pena desenvolvermos no país um veículo para satélites geoestacionários. Existem vários concorrentes no mercado e o Brasil não lançará muitos equipamentos deste porte. Nosso foco está mais voltado para o VLM [Veículo Lançador de Microssatélites]. É um foguete mais simples, para transportar satélites menores. Acreditamos que ele entra em um nicho de mercado onde não existem lançadores naquela categoria”, disse Golfetto.
No que se refere a dificuldade de desenvolvimento, há menos problemas porque o processo de construção do VLS se dá em cooperação com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). Porém, novamente a descontinuidade de recursos pode atrapalhar este projeto, que tinha previsão inicial de conclusão para este ano, e foi reprogramado para 2017. Estimado em R$ 126,9 milhões, até o momento o programa recebeu R$ 10 milhões.
Histórico – O sonho de se ter um foguete capaz de transportar satélites já é antigo. Desde os primórdios do Programa Espacial Brasileiro (PEB), a ideia era entrar no clube de países detentores da capacidade de realizar o transporte espacial. Os horizontes começaram a se clarear quando no fim da década de 1970 foi instituída a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), que tinha como meta lançar um satélite nacional, por meio de um lançador nacional a partir de uma base em nosso território.
Desde então, o país conseguiu implantar dois centros de lançamento, o de Alcântara (CLA), no Maranhão, e o da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte. Também foi capaz de desenvolver satélites de coleta de dados (SCDs) e de sensoriamento remoto, os CBERS, estes em cooperação com a China.
Na área de foguetes, no entanto, não decolamos para além das zonas suborbitais. Neste segmento, é verdade, há êxitos com o advento da família Sonda, e dos veículos de sondagem VSB-30, VS-30 e VS-40, capazes de lançar cargas-úteis compostas por experimentos científicos e tecnológicos. O VSB-30, por exemplo, abastece o programa europeu de microgravidade.
Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)
"Waldemar31 de maio de 2015 12:05
Duda
Primeiramente é bom deixar claro que não conheço esse jornalista Roberto Lopes nem dei nenhuma entrevista pra ele. A reportagem contém alguns equívocos a começar pelo meu nome - Waldemar de Castro Leite Filho e não Costa Leite. A plataforma MARINS não foi desenvolvida para mísseis balísticos e não depende do VLS1 para ser testada ou mesmo qualificada. Ele deve estar se referindo à plataforma SISNAV. Essa foi desenvolvida para veículos lançadores e só poderá ser qualificada através do VLS1 ou ou VLM.
O Projeto SIA tinha como um dos seus objetivos produzir um sistema de navegação inercial para o PEB. O desenvolvimento foi feito restando tão somente a qualificação em vôo"
Rússia e EUA competem por parceria espacial com Brasil
Por Anthony Boadle e Brian Winter
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - Os Estados Unidos e a Rússia estão disputando um papel estratégico no plano brasileiro de lançar satélites comerciais de sua base de Alcântara, no Maranhão, abrindo uma nova frente de rivalidade entre os dois países na busca de aliados e influência.
O governo espera escolher nos próximos meses um parceiro para ajudar a fornecer tecnologia, disseram à Reuters três fontes com conhecimento das negociações.
Ao longo da última década, o Brasil estabeleceu uma parceria com a Ucrânia para desenvolver um veículo de lançamento em Alcântara, mas encerrou o programa em fevereiro, dizendo que os problemas financeiros da Ucrânia a impossibilitam de fornecer foguetes, tal como prometido.
A presidente Dilma Rousseff irá selecionar um novo parceiro baseada em uma variedade de fatores, incluindo as relações diplomáticas do Brasil e a qualidade da tecnologia em oferta, disseram fontes a par do tema.
Uma parceria para satélites não estará na agenda quando Dilma visitar a Casa Branca em 30 de junho, informaram autoridades dos dois países.
Mas o teor da visita, que marca a reaproximação entre Brasil e EUA dois anos após uma crise nas relações decorrente dos programas de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) norte-americana, pode influenciar a decisão brasileira, disse uma fonte.
“Se tudo correr bem, os norte-americanos estarão bem posicionados para conquistá-lo”, declarou a fonte, uma ex-autoridade brasileira que participou de reuniões sobre a questão dos satélites.
A localização de Alcântara é especialmente atraente para parceiros em potencial. Satélites que orbitam o Equador não têm que viajar muito para se posicionarem, o que reduz o gasto com combustível em até um quinto em comparação com outras localidades.
A empresa europeia de transporte espacial Arianespace, que detém metade do mercado mundial de lançamento de satélites em órbita geoestacionária, usa uma plataforma de lançamento em Kourou, na vizinha Guiana Francesa.
Não está claro exatamente que forma a próxima parceria do Brasil irá tomar. Pelo acordo anterior, a Ucrânia entrava com a tecnologia para construir os foguetes Cyclone-4 conjuntamente com o Brasil, que era responsável por fornecer as instalações de lançamento.
Frustradas com décadas de atrasos e contratempos, as autoridades brasileiras disseram que podem repensar totalmente os termos de sua próxima parceria.
“Nós tínhamos feito a opção da Ucrânia. Esse programa se mostrou inconsistente”, declarou o ministro da Defesa, Jaques Wagner, à Reuters. Ele disse que o Brasil conversaria “com qualquer país”, incluindo os Estados Unidos, para levar um satélite brasileiro ao espaço.
SALVAGUARDAS
O histórico traumático de Alcântara inclui um acidente em 2003, quando uma explosão e um incêndio destruíram um foguete de fabricação nacional e mataram 21 pessoas. O desastre pôs fim aos planos do Brasil de construir seus próprios foguetes e o levou a procurar a Ucrânia.
Uma série de países trabalhou com o Brasil em questões espaciais. Nas duas últimas décadas, a China empregou seus foguetes e sua plataforma de lançamento para conduzir aos céus cinco pequenos satélites que o Brasil usa para monitorar a agricultura, o meio ambiente e a Floresta Amazônica.
Em 2014, na esteira do escândalo de espionagem da NSA, desencadeado pelos documentos vazados pelo ex-prestador de serviços Edward Snowden, o Brasil escolheu a empresa aeroespacial francesa Thales ao invés de uma rival norte-americana para construir um satélite geoestacionário que será lançado pela Arianespace da Guiana Francesa em 2016.
O Brasil ainda precisa de um parceiro de peso para alcançar seu objetivo de lançar um satélite de Alcântara. A tecnologia para o satélite e o foguete que espera obter nessa parceria daria ímpeto à sua indústria aeroespacial.
Se o Brasil escolher os EUA, a Boeing será beneficiada, já que, além de aeronaves, fabrica foguetes e satélites e tem laços com a principal empresa aeroespacial brasileira, a Embraer, terceira maior fabricante mundial de aviões comerciais.
O diretor da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, declarou à Reuters que a Rússia está interessada em cooperar com o Brasil e que está “na vanguarda” da tecnologia espacial.
Ele afirmou que os EUA, maior fonte mundial de peças de satélite, também são uma possibilidade, embora tenha reconhecido haver “dificuldades especiais que precisamos superar”.
Uma delas é fato recente. Em 2000, Washington assinou um contrato com o Brasil que teria permitido o lançamento de satélites norte-americanos com foguetes norte-americanos de Alcântara.
Mas o acordo era polêmico por causa da exigência dos EUA de controlar o acesso a partes da base. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o descartou pouco depois de assumir seu primeiro mandato em 2003.
Washington já não faz tal exigência, embora ainda queira que o Brasil assine um assim chamado acordo de salvaguarda tecnológica para garantir que qualquer tecnologia espacial compartilhada com os brasileiros não vá parar em outros países.
Muitos membros do Congresso estão receosos de aprovar o acordo, e militares temem que a colaboração do Brasil com a China o impeça de algum dia obter acesso à tecnologia de satélite norte-americana de ponta, dada a desconfiança que Washington tem de Pequim.
Em novembro passado, o governo dos EUA aliviou suas regras de exportação para equipamentos de defesa, transferindo muitos componentes espaciais classificados automaticamente como munições pelo Departamento de Estado para a esfera do Departamento de Comércio, mais flexível com as exportações.
Autoridades norte-americanas dizem que 70 por cento do que se precisa para construir um satélite agora pode ser comprado dos Estados Unidos.
“Eles têm intenção de flexibilizar. Agora que mudou toda a conjuntura, a gente percebe que eles estão mais abertos, buscando a aproximação, e querendo voltar a ocupar o espaço que perderam para outros países”, acrescentou o coronel reformado Armando Lemos, atual diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), grupo de lobby da indústria de defesa.
O administrador da agência espacial dos EUA (Nasa, na sigla em inglês), Charles Bolden, visitou o Brasil no início deste ano. Quando o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, esteve em Washington no mês passado, almoçou com o chefe interino da Nasa no Museu Espacial do Instituto
Smithsonian.
Rebelo disse à Reuters que as negociações com os EUA sobre os satélites estão “em andamento”, mas não quis dar maiores detalhes.
(Reportagem adicional de Roberta Rampton em Washington)
Fonte.