Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras
Enviado: Qui Mai 08, 2008 6:52 pm
RAPOSA SERRA DO SOL
Sem citar nome, Lula critica general Heleno e diz que 'grande parte dos militares são índios'
Publicada em 08/05/2008 às 18h02m
Chico de Gois e Luiza Damé - O Globo; CBN; O Globo; O Globo Online; GlobonewsTVReuters
BRASÍLIA - Sem citar nome, o presidente Luiz Inácio da Silva criticou nesta quinta-feira o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia. No mês passado, o militar atacou a política indigenista do governo e disse que a demarcação em terras contínuas da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, como determinou a União, é uma ameaça à soberania nacional.
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" Quem é que ousou dizer que nossos índios faziam o país correr o risco de perder sua soberania? "
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- Quem é que um dia ousou dizer que nossos índios faziam o país correr o risco de perder sua soberania porque estão em lugares muitos deles fronteiriços com o Brasil? É só ir a São Gabriel da Cachoeira (AM) que a gente vai perceber que grande parte dos militares são índios que estão vestindo a roupa verde e amarela das nossas Forças Armadas - disse o presidente durante o lançamento do Plano Amazônia Sustentável, que trata de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na região.
Lula diz que aguarda decisão do STF sobre Raposa
O presidente disse também que já tomou todas as providências necessárias em relação ao conflito na reserva. Segundo ele, a oposição do governo agora é garantir a paz na região e aguardar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF
- O governo tomou todas as providências que tinha de tomar em relação a Roraima. Nós fizemos um pacote, temos propostas, mandamos agora uma medida provisória resolvendo o problema das terras de Roraima - disse Lula.
De acordo com o presidente, homens da Polícia Federal e da Força Nacional continuarão na região até uma decisão do STF. Lula lembrou que a Polícia Federal ia cumprir a decisão do governo para desalojar os arrozeiros, mas devido ao processo do STF é necessário aguardar que a Suprema corte se manifeste.
- Quando ela se manifestar, não cabe a nós ficarmos reclamando ou aplaudindo. Ou seja, o resultado da Suprema corte é o resultado da suprema corte - vale para o governo, vale para os índios, vale para o branco, vale para o governador, vale para os deputados, vale para todos nós eu estou tranqüilo na espera que o Supremo Tribunal Federal possa votar logo essa decisão - afirmou.
Lula nota ausência de governador de Roraima em cerimônia
Durante a cerimônia, Lula fez questão de ressaltar o fato de o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), ser o único governante da Amazônia Legal ausente na solenidade. O governador maranhense, Jackson Lago (PDT), também não estava, mas enviou seu vice. Anchieta Júnior tem mantido uma posição crítica ao Planalto e contrária à prisão pela Polícia Federal do líder arrozeiro Paulo César Quartiero, prefeito de Paracaima e líder dos arrozeiros que ocupam a reserva.
- Não está presente o governador de Roraima por problemas que vocês estão acompanhando pela imprensa. Deve ser por isso - afirmou Lula.
Citando o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), cujo estado é um dos campeões do desmatamento, Lula apelou para o desenvolvimento do agronegócio de maneira responsável:
- Está aqui o governador Blairo Maggi, um dos maiores plantadores de soja do mundo, que tem consciência e clareza de que se não fizermos as coisas adequadamente, daqui a pouco os países ricos vão colocar alguma coisa contra a soja produzida porque estaria sendo plantada em área de floresta - alertou.
Jobim: Decreto de Lula obriga presença de militares nas terras indígenas
Também nesta quinta-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou que o presidente Lula autorizou um decreto determinando que as Forças Armadas tenham obrigatoriamente unidades militares dentro de terras indígenas situadas em zonas de fronteira. Segundo Jobim, a decisão integra um novo plano de atuação militar na região de fronteira da Amazônia que deve ser colocado em prática no segundo semestre.
- Queremos dizer claramente uma coisa fundamental: terra indígena é terra brasileira. É terra de propriedade da União afetada a usufruto indígena. Não há nações ou povos indígenas, existem brasileiros que são indígenas - disse Jobim a jornalistas.
O ministro afirmou que a orientação de reforçar a presença militar na Amazônia partiu do presidente Lula e os detalhes para a implementação do plano serão definidos nos próximos 90 dias com os chefes das três Forças. Ao longo dos próximos três meses, serão determinados o contingente militar, a localização dos novos postos de fronteira e a logística das tropas.
- Nosso plano estratégico já previa o reforço das Forças Armadas em todas as fronteiras. Havia manifestações de algumas organizações de que as Forças Armadas não poderiam estar dentro de terras indígenas e dependeriam de autorização das populações indígenas - acrescentou ele, sem dar detalhes.
Em palestra no mês passado, o general Heleno classificou a transformação da fronteira norte do país em terras indígenas de ameaça à soberania nacional. O general lembrou compromisso brasileiro com declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o direito dos povos indígenas, que destaca a desmilitarização das áreas.
- O que nós temos que respeitar é a Constituição brasileira e não as eventuais declarações afirmadas pela ONU... Vamos implementar um crescimento exponencial da presença do Exército, da Marinha e da Aeronáutica na região amazônica e nas fronteiras do Centro-Oeste - afirmou Jobim.
A tensão na reserva Raposa Serra do Sol tem crescido desde o início de abril, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu uma operação da Polícia Federal para retirar os produtores da reserva até o julgamento do método adotado pelo governo para delimitar a reserva. Os fazendeiros querem anular a demarcação contínua, que os obrigaria a abandonar grandes áreas de cultivo de arroz.
Sem citar nome, Lula critica general Heleno e diz que 'grande parte dos militares são índios'
Publicada em 08/05/2008 às 18h02m
Chico de Gois e Luiza Damé - O Globo; CBN; O Globo; O Globo Online; GlobonewsTVReuters
BRASÍLIA - Sem citar nome, o presidente Luiz Inácio da Silva criticou nesta quinta-feira o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia. No mês passado, o militar atacou a política indigenista do governo e disse que a demarcação em terras contínuas da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, como determinou a União, é uma ameaça à soberania nacional.
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" Quem é que ousou dizer que nossos índios faziam o país correr o risco de perder sua soberania? "
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- Quem é que um dia ousou dizer que nossos índios faziam o país correr o risco de perder sua soberania porque estão em lugares muitos deles fronteiriços com o Brasil? É só ir a São Gabriel da Cachoeira (AM) que a gente vai perceber que grande parte dos militares são índios que estão vestindo a roupa verde e amarela das nossas Forças Armadas - disse o presidente durante o lançamento do Plano Amazônia Sustentável, que trata de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na região.
Lula diz que aguarda decisão do STF sobre Raposa
O presidente disse também que já tomou todas as providências necessárias em relação ao conflito na reserva. Segundo ele, a oposição do governo agora é garantir a paz na região e aguardar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF
- O governo tomou todas as providências que tinha de tomar em relação a Roraima. Nós fizemos um pacote, temos propostas, mandamos agora uma medida provisória resolvendo o problema das terras de Roraima - disse Lula.
De acordo com o presidente, homens da Polícia Federal e da Força Nacional continuarão na região até uma decisão do STF. Lula lembrou que a Polícia Federal ia cumprir a decisão do governo para desalojar os arrozeiros, mas devido ao processo do STF é necessário aguardar que a Suprema corte se manifeste.
- Quando ela se manifestar, não cabe a nós ficarmos reclamando ou aplaudindo. Ou seja, o resultado da Suprema corte é o resultado da suprema corte - vale para o governo, vale para os índios, vale para o branco, vale para o governador, vale para os deputados, vale para todos nós eu estou tranqüilo na espera que o Supremo Tribunal Federal possa votar logo essa decisão - afirmou.
Lula nota ausência de governador de Roraima em cerimônia
Durante a cerimônia, Lula fez questão de ressaltar o fato de o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), ser o único governante da Amazônia Legal ausente na solenidade. O governador maranhense, Jackson Lago (PDT), também não estava, mas enviou seu vice. Anchieta Júnior tem mantido uma posição crítica ao Planalto e contrária à prisão pela Polícia Federal do líder arrozeiro Paulo César Quartiero, prefeito de Paracaima e líder dos arrozeiros que ocupam a reserva.
- Não está presente o governador de Roraima por problemas que vocês estão acompanhando pela imprensa. Deve ser por isso - afirmou Lula.
Citando o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), cujo estado é um dos campeões do desmatamento, Lula apelou para o desenvolvimento do agronegócio de maneira responsável:
- Está aqui o governador Blairo Maggi, um dos maiores plantadores de soja do mundo, que tem consciência e clareza de que se não fizermos as coisas adequadamente, daqui a pouco os países ricos vão colocar alguma coisa contra a soja produzida porque estaria sendo plantada em área de floresta - alertou.
Jobim: Decreto de Lula obriga presença de militares nas terras indígenas
Também nesta quinta-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou que o presidente Lula autorizou um decreto determinando que as Forças Armadas tenham obrigatoriamente unidades militares dentro de terras indígenas situadas em zonas de fronteira. Segundo Jobim, a decisão integra um novo plano de atuação militar na região de fronteira da Amazônia que deve ser colocado em prática no segundo semestre.
- Queremos dizer claramente uma coisa fundamental: terra indígena é terra brasileira. É terra de propriedade da União afetada a usufruto indígena. Não há nações ou povos indígenas, existem brasileiros que são indígenas - disse Jobim a jornalistas.
O ministro afirmou que a orientação de reforçar a presença militar na Amazônia partiu do presidente Lula e os detalhes para a implementação do plano serão definidos nos próximos 90 dias com os chefes das três Forças. Ao longo dos próximos três meses, serão determinados o contingente militar, a localização dos novos postos de fronteira e a logística das tropas.
- Nosso plano estratégico já previa o reforço das Forças Armadas em todas as fronteiras. Havia manifestações de algumas organizações de que as Forças Armadas não poderiam estar dentro de terras indígenas e dependeriam de autorização das populações indígenas - acrescentou ele, sem dar detalhes.
Em palestra no mês passado, o general Heleno classificou a transformação da fronteira norte do país em terras indígenas de ameaça à soberania nacional. O general lembrou compromisso brasileiro com declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o direito dos povos indígenas, que destaca a desmilitarização das áreas.
- O que nós temos que respeitar é a Constituição brasileira e não as eventuais declarações afirmadas pela ONU... Vamos implementar um crescimento exponencial da presença do Exército, da Marinha e da Aeronáutica na região amazônica e nas fronteiras do Centro-Oeste - afirmou Jobim.
A tensão na reserva Raposa Serra do Sol tem crescido desde o início de abril, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu uma operação da Polícia Federal para retirar os produtores da reserva até o julgamento do método adotado pelo governo para delimitar a reserva. Os fazendeiros querem anular a demarcação contínua, que os obrigaria a abandonar grandes áreas de cultivo de arroz.