Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Enviado: Dom Out 30, 2016 7:23 pm
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Uma informação que me chamou a atenção no Rio de Janeiro:Valdemort escreveu:
Na realidade, o número de votos inválidos foi superior aos votos recebidos por cada um dos candidatos, a abstenção também foi muito alta no primeiro turno, então das duas uma, ou os cariocas estão cagando para a política, ou a política está tão cagada que os cariocas nem perdem tempo com ela.Não votaram 41,53%
Eu penso que é esta segunda opção. Basta ver o perfil dos três candidatos melhor colocados pra ver isto.Marechal-do-ar escreveu:(...) ou a política está tão cagada que os cariocas nem perdem tempo com ela.
Bolovo escreveu:Engraçado. Ainda não vi nada disso no Jornal Nacional.![]()
Grande acordo de delação promete revelações de 75 executivos da Odebrecht, diz revista
Mais de 300 anexos devem ser divulgados nos próximos dias atingindo políticos de alto escalão
29/10/2016 às 14h45 - Atualizada hoje às 15h04
Jornal do Brasil
Segundo matéria da revista Veja publicada esta semana, nos próximos dias deve ser realizado um grande acordo entre o Ministério Público e mais de 70 executivos da Odebrecht, além do ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, que vão revelar novas informações sobre histórias de corrupção no país.
Os últimos detalhes do acordo foram definidos há duas semanas, em uma reunião na qual foram apresentados 300 anexos com os resumos que cada delator se propõe a revelar à Justiça. “Haverá uma turbulência grande. Espero que o Brasil sobreviva”, afirmou o juiz da Lava Jato, Sergio Moro, sobre o conteúdo das delações.
De acordo com a revista, um dos advogados que participaram das negociações revelou que “o conteúdo desses anexos é avassalador. Se os executivos comprovarem o que dizem, a política será definida como a.O. e d.O - antes e depois da Odebrecht. A delação vem ganhando o apelido de “delação do fim do mundo”, nos bastidores da Lava Jato.
Nos escalões mais altos da política do país, são esperadas novas informações sobre o envolvimento do presidente Michel Temer com casos de corrupção. Temer teria participado de uma reunião com Marcelo Odebrecht na qual teria pedido uma doação de R$ 10 milhões para o PMDB. Além disso, José Serra e outros políticos de peso do PSDB, como Aécio Neves e Geraldo Alckmin, também podem aparecer nas delações.
Segundo a revista, Serra teria recebido R$ 23 milhões para sua campanha à presidência em 2010, com o dinheiro vindo diretamente das contas da empreiteira na Suíça. Alckmin teria recebido doações de campanha como contrapartida à participação da empreiteira nas obras do Rodoanel, em São Paulo. Ainda de acordo com a revista, “os detalhes das menções a Aécio são ainda mais vagos”. O tucano também teria recebido propinas da Odebrecht.
Também há expectativa sobre novas informações quanto aos favores que o ex-presidente Lula teria recebido da Odebrecht, como a reforma do seu sítio em Atibaia e o financiamento por meio de caixa dois pela empreiteira às campanhas de Dilma Rousseff.
A lista de pessoas que podem aparecer nas novas delações podem causar um estrago “quase ilimitado”, de acordo com a Veja. Nomes como o senador Romero Jucá e o prefeito do Rio Eduardo Paes, além do ministro Geddel Vieira Lima e o ex-governador Sérgio Cabral, também do Rio de Janeiro, podem surgir novamente nas novas delações.
A revista também considerou a possibilidade de queda do presidente da República Michel Temer devido às consequências da operação Lava Jato. Se Temer fosse retirado do governo ainda em 2017, o novo presidente seria escolhido em votação indireta no Congresso, com os votos dos 81 senadores e dos 513 deputados. A Folha de S. Paulo apurou que alguns dos nomes cogitados são o do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. FHC tem vantagem, pois Jobim foi consultor da Odebrecht no começo da Lava Jato.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/jo ... rior.shtmlElite intelectual que perdeu no Rio se considera moralmente superior
Joel Pinheiro da Fonseca
31/10/2016 02h00
Confirmando o que se viu no primeiro turno, a esquerda brasileira –nova ou velha– seguiu em derrocada no segundo.
O PSOL, que queria devorar o cadáver do PT e tinha esperança em três grandes cidades (Belém, Rio de Janeiro e Sorocaba) perdeu as três. Em Curitiba, deu Greca. Em Porto Alegre, Marchezan. Para fechar com chave de ouro, teve ainda a simbólica derrota do PT para o PSDB em Santo André, na Grande São Paulo.
A derrota de Freixo para Crivella no Rio será especialmente sentida. O Brasil perde a chance de ter uma cobaia das ideias do PSOL na economia e na gestão, e a esquerda de maneira geral volta para onde ela fica mais confortável: na oposição, criticando tudo que existe em favor de utopias imaginárias.
Não lhe fará bem. Aliás, já não está fazendo. No lugar de uma reação saudável, de tentar descobrir como poderia ter se conectado com o eleitorado que agora não acredita em suas promessas, a campanha e a militância voluntária que defendeu Freixo com unhas e dentes, assim como seus pares que defenderam Haddad em São Paulo, preferem apontar o dedo e condenar quem votou contra seu lindo projeto social.
Falam dos vilões de sempre: a elite branca (que na verdade designa melhor o eleitorado do Freixo que o do Crivella) que não quer negros no aeroporto, os fundamentalistas que querem transformar o Brasil em uma teocracia, os machistas, os homofóbicos etc.
E o dedo acusatório não se volta apenas contra quem votou em Crivella. Os votos brancos, nulos e abstenções (vencedores novamente) também entram na roda. Não ter se empolgado com o bolivarianismo tupiniquim do Freixo é uma covardia imperdoável.
Nada disso é novidade. É herança da velha esquerda, que aceitava a democracia como uma concessão momentânea à política burguesa, desde que levasse à revolução. A diferença é que, sem a possibilidade da insurreição (ainda mais depois de dois anos invocando o amor à ordem legal que seria violada com o impeachment), resta apenas acusar e reiterar a própria virtude.
E fica a pergunta: se votar é tomar parte na luta eterna do bem contra as forças obscurantistas do mal, qual o grande mérito da democracia?
Quem perdeu no Rio foi uma elite intelectual, artística e universitária que se considera, com a mais pura sinceridade, mais esclarecida e moralmente superior ao resto do país; pessoas que ela secretamente odeia e das quais, ao mesmo tempo, espera total adesão. Uma classe que tem ojeriza visceral à classe média, que considera religião falha de caráter e que demoniza a ambição de subir na vida.
Por isso, chegou-se ao óbvio: fora a questão de se suas propostas funcionam ou não, se são boas ou más para a sociedade –na minha opinião, seriam catastróficas, mas essa é outra discussão–, a crença incondicional na pureza de seus ideais foi usada pela classe política que dela se beneficiava para promover os maiores esquemas de corrupção da história do nosso país.
A fé humilde dos crentes possibilitou a esbórnia dos bispos. Curiosamente, não estou falando da Igreja Universal.