Vinicius Pimenta escreveu:Acho acho que tanto o Bolovo quanto o Guerra têm sua parcela de razão.
Bitcho, só estou tentando expressar a minha opinião da coisa. Só estou tentando entender o que levou o EB acreditar que o projetar um proprio fuzil seria uma maneira mais pratica do que fabricar um sob licença, como fizeram nos anos 60 com o FAL. Não estou propondo nada impossível, estou propondo algo que fizeram 50 anos atrás.
Vinicius Pimenta escreveu:Não acho que as coisas sejam tão simples e cristalinas quanto o Bolovo pensa do tipo: "vamos fabricar o fuzil X sob licença e tá tudo certo!", mas também concordo com a idéia de buscar agora um fuzil a ser fabricado por aqui, já que o MD-97L foi reprovado e o cenário atual de Defesa é favorável.
Claro que não é tão bobo assim como eu tento explicar. Mas com certeza é no mínimo, tão complicado quanto "vamoa decidir projetar o fuzil X e tá tudo certo!". Também tenho que lembrar que o fuzil é só uma pontinha de todo um sistema, da estrutura do GC. Tudo muda com a introdução de um novo fuzil e munição, eu acho que começou daí o problema do EB, não tinham grana nenhuma para isso.
Vinicius Pimenta escreveu:Acho que não se pode esquecer qual o CONTEXTO da época de projeto do MD-97L. Vocês (Bolovo e quem concordou) estão falando como se nesses últimos vinte anos tivesse sido tudo normal, a Defesa tivesse sido tratada como se deve, as Forças Armadas com vebras suficientes, etc. O MD-97L sofreu o mesmo mal do MAA-1A Piranha, do atraso brutal das modernizações das aeronaves da FAB, da postergação quase indefinida do F-X, do quase desmantelamento da Esquadra, dos 14 anos para se contruir uma Corveta, da falta de COMIDA dentro do EB, da dispensa de recrutas com 4 meses de SMO, atraso brutal do MSS 1.2, etc, etc, etc, etc. Ao desconsiderar isso, na minha opinião, vocês jogam por terra qualquer bom argumento que possam ter.
Rapaz, eu tento, mas não consigo comparar um fuzil, um lança granada e uma lança rojão com um caça, um míssil, uma fragata. Para mim são coisas bem diferentes. Os primeiros são itens praticamente básicos, qualquer país fabricante de armas leves de respeito (EUA, Russia, Belgica, Austria, Alemanha, Israel, etc) cede uma fabricação sob licença sem maiores problemas. É só ver os exemplos pelo mundo, tem país rico, país pobre, país grande, país pequeno e etc. É quase como comprar um martelo na casa de ferramentas, vai lá, negocia acabou. Já com um caça não é assim, com um míssil não é assim, com uma fragata não é assim, muito menos com um submarino nuclear. São coisas distintas, pelo menos para mim. E, claro, que reconheço a penúria que foi o final dos 80 e toda a década de 90, não só para as Forças Armadas, mas para todo mundo, só agora as coisas parecem que estão entrando nos trilhos.
Vinicius Pimenta escreveu:O MD-97L foi um alternativa barata para o EB conseguir substituir o FAL por alguma coisa melhor. Com os problemas, o projeto ficou ruim. Paciência. Ao menos foi uma tentativa que, no ruim, serviu pra manter essa área da Imbel. Não creio razoável imaginar que na década de 90 o EB tivesse dinheiro pra comprar uma licença de um fuzil moderno adequado. E notem que tem que ser um fuzil adequado. Quem garante que os exemplos citados se adequariam ao nosso TO?
Então eu acho que o Guerra tem razão quando defende o posicionamento do EB. Lembro que de fora é tudo muito fácil. Mas quando se está dentro, nem sempre é tão fácil assim.
É assim que o mundo funciona. É bom sempre ver os dois lados. O Guerra mostra o lado dele e eu mostro o que consigo interpretar daqui. Afinal também posso opinar, o EB é uma Instituição Militar, mas de que um modo ou de outro, é bancado pelos civis, como 90% desse fórum.