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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qua Jun 13, 2012 3:30 pm
por FoxHound
Congresso dos EUA pretende unir lei sobre o comércio com lista de Magnitski.
O Congresso dos EUA pretende unir os projetos de lei sobre o comércio com a Rússia com o de lista de Magnitski. O novo projeto prevê a abolição da emenda Jackson-Vanik, adotada em 1974 contra a URSS. Até agora, a emenda estava em moratória, mas formalmente não foi anulada.

Ao mesmo tempo, o novo projeto de lei inclui artigos da assim chamada Ata de Magnitski, prevendo introdução de sanções de visto contra funcionários russos, quem, em opinião de Washington, estão envolvidos na morte do jurista do fundo britânico Hermitage Capital Management, Serguei Magnitski, em novembro de 2009.

O ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, comentando o possível união dos projetos, declarou que esta tentativa de criar uma legislação anti-russa pode seriamente afetar relações bilaterais.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_13/Co ... Magnitski/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qua Jun 13, 2012 3:32 pm
por FoxHound
DAM: dez anos sem tratado.
O sistema de Defesa Antimíssil (DAM) dos EUA não alcançará as proporções adequadas e necessárias para poder enfrentar um eventual ataque de retaliação das forças estratégicas nucleares da Rússia. Tal é uma conclusão tirada por peritos do Instituto dos EUA e do Canadá junto da Academia Nacional de Ciências. O respectivo relatório foi elaborado em vésperas do décimo aniversário da saída de Washington do Tratado ABM.

Desde os tempos da guerra fria, a manutenção do equilíbrio estratégico no mundo esteve sempre reacionada tanto com os armamentos nucleares, quanto com a defesa antimíssil. É evidente que o Tratado ABM, celebrado entre a URSS e os EUA em 1972, era visto então como uma pedra angular da estabilidade. Moscou e Washington chegaram a acordo sobre a limitação dos sistemas estratégicos da defesa antimíssil, mantendo, ao mesmo tempo, uma vulnerabilidade recíproca em relação à iminência de ataque nuclear. Tal abordagem assegurava a inevitabilidade de retaliação nuclear ao potencial agressor, o que, por seu turno, dava a possibilidade de negociar a necessidade de redução das armas estratégicas. Assim, o respectivo acordo de defesa antimíssil limitou-se à ação de uma centena de caças interceptores e a só uma zona de estacionamento.

Todavia, em 2002, a Administração Bush terá resolvido renunciar às limitações impostas pelo Tratado e acaba por abandonar, de forma unilateral, o ABM. Desde então, a problemática da defesa antimíssil tem ocupado, tanto nas relações russo-norte-americanas, como à escala global, um lugar central.

Washington explica a sua decisão com uma iminente ameaça da parte de terceiros países (o Irã e a Coréia do Norte). No entanto, os autores do relatório salientam que a avaliação de potencialidades e aspirações desses países se assenta em cenários mais pessimistas. E, em ultima análise, um perigo hipotético passa a ser apresentado como uma ameaça direta e imediata. Tal postura de Washington tem causado evidentes preocupações de Moscou. A criação de uma zona da DAM na Europa (na Romênia, e se calhar, na Polônia), bem como o estacionamento de um radar de rasteio na Turquia e de navios militares com o sistema de intercepção Aegis nos mares nórdicos são os argumentos insuficientes e pouco convincentes. Mesmo em caso de o Irã lançar um míssil rumo a Los Angeles, este não seguira trajeto em cima da Noruega.

Ao mesmo tempo, hoje em dia, as apreensões da Rússia se devem mais aos planos de Washington do que à existência de um perigo real, opina o general Viktor Essin, perito em matéria militar.

"A análise das pesquisas efetuadas pelos EUA na área de estabelecimento do sistema global da DAM demonstra que Washington se defronta com sérios problemas na criação de um escalão estratégico da defesa antimíssil. Para o ano de 2020 este terá fracas potencialidades quanto à intercepção de mísseis balísticos intercontinentais e mísseis balísticos estacionados em submarinos. Não se deve exagerar as capacidades dos EUA no que se refere à desvalorização do potencial das forças estratégicas nucleares russas."

Seja como for, seria errado encarar tentativas dos EUA de criar um novo sistema ABM como jogos de uma criança ingênua. Em termos estratégicos, os 10 anos não são um prazo muito grande. Por isso, Moscou tenta acompanhar o processo para que não seja perturbado o atual equilíbrio de forças.

Além disso, a DAM norte-americana constitui uma prioridade para o Partido Republicano dos EUA. Caso este partido político saia vencedor nas eleições de 2012, será inevitável um aumento de despesas com a defesa antimíssil. Na óptica de peritos, a nova Administração até poderá abandonar o Tratado START, sobre a redução das armas estratégicas.

No caso de vitória do Partido Democrático, a segunda Administração com Barack Obama à frente, na melhor das hipóteses, seguirá uma linha política mais flexível nas conversações com o governo da Rússia sobre esta temática vital.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_13/78005356/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qua Jun 13, 2012 3:35 pm
por FoxHound
Economia russa está se desenvolvendo de acordo com expetativas.
A economia russa se restabeleceu após a crise de 2008-2009, e está se desenvolvendo de acordo com as expetativas e até as superando, anunciou hoje a jornalistas o chefe de Missão, conselheiro do controle europeu do Fundo Monetário Internacional, Antonio Spilimbergo.

Assim, o crescimento do PIB, de acordo com previsões do FMI, será de 4% este ano, o desemprego caiu em maio para uma taxa recorde de 5,7%. Spilimbergo também destacou as ações competentes e a flexibilidade do Banco Central da Rússia quanto ao controle da taxa de câmbio e o melhoramento do sistema financeiro. No entanto, em sua opinião, isso não nos deve deixar sempre sossegados.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_13/ru ... olvimento/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qua Jun 13, 2012 3:39 pm
por FoxHound
Chipre pede a Rússia crédito no valor de 5 bilhões de euros.
As autoridades do Chipre pediram à Rússia um crédito bilateral no valor de 5 bilhões de euros, o que é mais do que uma quarta parte do PIB da ilha, esperando ajuda da zona euro, escreve-se no jornal chiprense Alithia.

O Chipre nas últimas semanas perdeu o acesso aos mercados de dívidas, ao mesmo tempo ele precisa de grandes volumes de liquidez para acabar a capitalização dos bancos, que correm riscos significativos por causa dos problemas na Grécia.

No ano passado a Rússia forneceu ao Chipre um crédito no valor de 2,5 bilhões de euros.

A obtenção do crédito de Moscou não significa obrigatoriamente a renúncia do Chipre à ajuda da zona euro: mais provavelmente, os chiprenses precisarão de meios adicionais para salvar o sistema bancário.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_13/Ch ... ia-Russia/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qua Jun 13, 2012 3:42 pm
por FoxHound
Toda vez que me lembro de privatização no caso da Russia me lembro do desprezível do Ieltsin não que eu seja contra a privatização mas sim como ocorreu.
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Privatização em grande escala: prós e contras
O governo russo aprovou um programa de privatização de empresas do Estado. Estamos falando de venda de pacotes de ações em grandes sociedades anônimas, como o banco VTB, Aeroflot, Sovkomflot, RZD (Caminhos de Ferro) e outros, incluindo também a Rosneft, a maior companhia petrolífera da Rússia. Segundo o primeiro-ministro Dmitri Medvedev, o governo deve sair completamente do capital da Rosneft até 2016.

A lista de propriedades do Estado a serem privatizadas foi aprovada em 2011. A reunião de hoje do Gabinete foi dedicada à definição dos termos concretos da operação. O programa foi calculado até 2016, mas a maioria das empresas anunciadas deve ser completamente ou parcialmente privatizada em um futuro próximo. Assim, até 1 de setembro deste ano serão colocadas à venda cerca de 200 pequenas e médias sociedades por ações, disse na reunião o ministro russo de Desenvolvimento Económico, Andrei Belousov. Está sendo preparada a venda de pacotes de sete grandes empresas, como a companhia aérea Sibir. Segundo as estimativas mais conservadoras, o governo planeja arrecadar um total mínimo de 10 bilhões de dólares em 2012. Comentando sobre o programa, Dmitri Medvedev sublinhou:

“A presença excessiva do Estado no setor competitivo da economia deve ser reduzida. O momento específico e a quantidade das vendas de ações de empresas líderes será determinado por decisões individuais. É necessário ter em conta tanto a situação atual do mercado de capitais como os possíveis riscos, mas de qualquer forma, é preciso avançar.”

O mercado, atualmente, é muito instável, a situação na zona do euro não é encorajadora para os investidores, notam os especialistas. Existe o perigo de que os ativos sejam subvalorizados durante a venda, ou até mesmo pode ser inadequado colocá-los à venda, diz o economista Serguei Khestanov:

“As condições de mercado são um risco para a privatização. Se houver uma queda nos mercados mundiais, as atuais projeções estarão sujeitas a severos ajustes.”

Um dos objetivos da privatização é aumentar as receitas orçamentais. No entanto, nas atuais circunstâncias, seria vantajoso adiar as privatizações, diz o economista Vladimir Tikhomirov:

“Há a possibilidade de que a execução do orçamento atingir, até o final do ano, um défice de zero ou até mesmo um pequeno superavit. Ora, as privatizações não desempenharão nisso um papel crucial.”

Os analistas consideram marcante a decisão de privatizar um pacote de ações da Rosneft e de várias outras empresas do sector energético e petrolífero nacional. O Estado deve sair delas até 2016. Além disso, o governo não exclui a possibilidade de venda do pacote da Rosneft a investidores estrangeiros. O vice-primeiro-ministro Igor Chuvalov disse que companhias americanas são alguns dos potenciais candidatos à compra dos ativos da Rosneft.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_08/pr ... rno-russo/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qua Jun 13, 2012 5:44 pm
por FoxHound
Relações entre Alemanha e Rússia entram em uma nova era do gelo.
As relações entre a Alemanha e a Rússia parecem estar se aproximando de uma nova era do gelo. Berlim depende mais que nunca de Moscou, mas Merkel tem pouca confiança no recém-reeleito presidente Vladimir Putin. Ela gostaria de reforçar a oposição.

Deveria ser um gesto de solidariedade, um importante evento público: o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo alemão, Joachim Gauck, trabalhando juntos em um quebra-cabeça na Praça Vermelha de Moscou, em frente aos portões do Kremlin. Juntamente com convidados seletos, os dois chefes de Estado deveriam juntar as 1.023 peças do quebra-cabeça, uma cópia em tamanho gigante do auto-retrato do artista alemão Albrecht Dürer, uma pintura icônica na arte europeia.

Mas Putin perdeu o interesse por montar quebra-cabeças. Primeiro, o Kremlin cancelou uma reunião planejada para maio que deveria dar início ao "Ano Teuto-Russo". E agora o gabinete de Putin informou a Gauck que ele também não tem tempo para uma reunião em junho. Putin, o ex-agente da KGB, não quer oferecer a Gauck, um ex-defensor da liberdade na Alemanha Oriental comunista, um lugar sob os refletores.
O cancelamento do evento do quebra-cabeça reflete adequadamente o atual estado das relações teuto-russas. Nesta sexta-feira (1º), Putin deverá chegar a Berlim em uma visita oficial. Será sua primeira visita a um país ocidental desde que tomou posse como presidente pela terceira vez, em 7 de maio --a mensagem deveria ser positiva. Mas, na verdade, as relações entre Berlim e Moscou estão em pior estado que nos últimos anos.

Os laços com a Rússia tradicionalmente gozaram de uma posição especial na política externa alemã. Diante da história de sofrimento, os governos alemães se consideram um importante intermediário entre Rússia e seus parceiros ocidentais. Moscou, por sua vez, só pode exercer sua influência na Europa através de Berlim.

Mas, apesar de estarem mais dependentes que nunca entre si, a Alemanha e a Rússia rumam para uma nova era do gelo. Com os planos para o oleoduto Nabucco na Europa meridional à beira do colapso, a Alemanha continua dependente do gás natural russo. Putin, por sua vez, precisa de investidores alemães para modernizar a economia de seu país.


Mais poderoso que nunca
No momento, a única coisa que vai bem são as relações comerciais. Em 2011, as exportações alemãs para a Rússia aumentaram 34%, chegando a 27 bilhões de euros (R$ 67,5 bilhões), enquanto as importações subiram 27%, alcançando 25 bilhões de euros. A Alemanha é o segundo parceiro comercial da Rússia, depois da China.

Mas a situação política parece diferente, e Merkel e Putin têm um relacionamento tenso. Na sexta-feira a chanceler alemã receberá um hóspede cuja carreira política ela gostaria que tivesse terminado anos atrás. Mas hoje ele é mais poderoso que nunca.

Merkel havia apostado em Dmitri Medvedev, que Putin substituiu como presidente. Ela pensou que ele seria capaz de modernizar a Rússia e esperava que disputasse a reeleição, apesar de muitos especialistas considerarem isso improvável. Em setembro passado, quando Medvedev e Putin, que era primeiro-ministro na época, anunciaram que tinham concordado em trocar de cargos muito antes, Merkel sentiu-se ludibriada. Ela foi obrigada a perceber que o homem em quem havia depositado grandes esperanças era apenas um fantoche de Putin.

Merkel ficou profundamente decepcionada e houve um período inicial de silêncio entre o governo alemão e o Kremlin. Sua opinião negativa de Putin foi confirmada por acusações de manipulação de votos e campanhas de difamação contra figuras da oposição durante a eleição para a Duma, câmara baixa do Parlamento russo, em dezembro. Ao se aproximar a eleição presidencial em maio, Merkel mandou uma mensagem para Putin. Nela, dizia que, como chefe de Estado da Rússia, ele deveria considerar fazer um gesto indicando para o Ocidente que recomeçaria do zero, por exemplo, libertando da prisão o ex-oligarca Mikhail Khodorkovsky. Mas Putin ignorou o apelo.


"Vassalos" da América
Embora Putin respeite Merkel, a considera excessivamente pró-americana. Prova disso para ele é o fracasso, três anos atrás, de um acordo pelo qual um consórcio liderado pela Rússia teria comprado uma participação majoritária na Opel, fábrica de automóveis alemã de propriedade da General Motors. Putin acredita que a oposição de Washington foi a culpada pelo fracasso da venda. De fato, durante uma recente transmissão pela TV de perguntas e respostas com cidadãos russos, Putin acusou os europeus de ser pouco mais que "vassalos" dos EUA.

Nos últimos dias Putin novamente deixou claro o que pensa sobre o Ocidente: primeiro, não foi a Camp David em meados de maio para participar da cúpula do G-8 dos países mais industrializados do mundo e também esteve ausente da cúpula da Otan realizada em Chicago alguns dias depois. Não exatamente uma nova Guerra Fria, é verdade, mas uma paz fria.

A reunião em Berlim provavelmente não mudará essa situação. Nenhum acordo deverá ser assinado, como é hábito nessas reuniões. Do mesmo modo, não haverá progressos sobre questões polêmicas como o pedido de Moscou de relaxamento das restrições aos vistos, pois nem Berlim nem Moscou têm nada novo a oferecer.

É claro, a chancelaria está consciente de que a Alemanha continua dependente da Rússia em várias questões importantes, principalmente o suprimento de energia. O apoio de Moscou será necessário nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, e o veto da Rússia no Conselho de Segurança da ONU poderá ser usado para bloquear qualquer iniciativa ocidental relacionada ao conflito na Síria.
Mas Merkel não tem mais certeza de se Putin está aberto aos seus argumentos. Algumas semanas atrás ela telefonou para Putin para deixar claro que o comportamento da Rússia na crise síria era prejudicial a seus próprios interesses. Ela implorou que ele reconsiderasse sua posição --mas nada aconteceu.

Conferência ritualizada
Agora Merkel está decidida a pressionar Putin de outra maneira. Ela reorganizou a liderança do chamado Diálogo de São Petersburgo. Esse evento anual foi lançado 11 anos atrás por Putin e pelo então chanceler Gerhard Schröder para dar aos dois países um fórum para discutir questões sociais. Os críticos, entretanto, acreditam que o diálogo evoluiu para uma conferência ritualizada, dominada por ex-políticos e funcionários do Kremlin.

Em abril, Merkel instalou dois aliados de confiança na liderança do Diálogo, que deverão pressionar por reformas na Rússia. Andreas Schockenhoff, um confidente de Merkel e vice-líder dos conservadores no Parlamento, assumirá o importante grupo de trabalho da sociedade civil. Ulrich Wilhelm, ex-porta-voz do governo Merkel, deverá cuidar da questão relacionada à colaboração da mídia. "Precisamos deixar claro que compreendemos uma parceria para a modernização como algo que envolve mais colaboração no setor de energia", diz Schockenhoff. A Alemanha, segundo ele, precisa apoiar a ascensão da classe média russa, que mostrou com seus protestos públicos depois da eleição na Duma que é uma força genuína a favor da modernização, ele acrescenta.

O governo está consciente de que o processo provavelmente será árduo, e ninguém espera êxitos rápidos. O lado de Putin provavelmente tentará demonizar figuras da oposição como agentes do Ocidente.

Berlim acredita que há pequena esperança de que o recém-empossado governo russo produza alguma mudança real. Putin manteve o conservador Sergei Lavrov como ministro das Relações Exteriores, notam membros do governo Merkel, e o ministro do Interior da linha-dura Rashid Nurgaliyev foi substituído por Vladimir Kolokoltsev, o ex-chefe de polícia de Moscou, cujos oficiais foram brutais na repressão às demonstrações.

Fingindo-se de forte
Da perspectiva alemã, os líderes em Moscou ainda não compreendem que a Rússia não é mais uma potência global e que ela precisa da Europa como um parceiro confiável. O governo de Berlim vê a cruzada russa contra o sistema de defesa de mísseis da Otan na Europa como um último esforço desesperado de se posicionar como potência --a Rússia fingindo ser forte, porque na verdade é fraca.

O Kremlin vê a situação de maneira diferente. Não sem certo prazer, Putin e seus assessores veem uma diminuição da influência ocidental na política global. Eles indicam que nos últimos 30 anos a parcela da economia global dos membros da UE vem encolhendo constantemente. "Putin está convencido de que o modelo ocidental já ultrapassou o auge de sua importância global", diz o cientista político Nikolai Slobin.
No entanto, Putin continua acreditando que a Alemanha tem um papel importante a desempenhar. Tradicionalmente, ele apresentou importantes iniciativas de política externa na Alemanha. Em 2001, quando falava diante do Parlamento alemão, ele descreveu o objetivo de uma "Europa unida e segura" em que a Rússia e os países europeus uniriam seus recursos. Em uma contribuição editorial sobre seus princípios de política externa publicada no jornal alemão "Süddeutsche Zeitung" antes de sua visita a Berlim em novembro de 2010, Putin fez campanha por uma "comunidade econômica harmoniosa estendendo-se de Lisboa a Vladivostok". "Putin notou, entretanto, que suas propostas não tiveram resposta", diz o assessor do Kremlin Vladislav Belov. "Hoje o Ocidente para ele não é mais a principal prioridade."

Mais que seu antecessor Medvedev, Putin tem sua visão voltada para os antigos Estados soviéticos nas fronteiras da Rússia. Ele pressionou por uma união alfandegária com a Belorus e o Cazaquistão, elogiando-a como "um enorme mercado único de 165 milhões de pessoas com a livre circulação de capital e trabalho". O plano de Putin impede que o clube econômico oriental se torne o núcleo de uma "união euroasiática", que eventualmente receberia a adesão de outros antigos Estados soviéticos.

UE no caminho
A UE também está no caminho de uma aproximação entre Merkel e Putin. O presidente russo vê a comunidade política como uma entidade fraca, que se prejudica com complicados processos de tomada de decisão. A Rússia quer boas relações bilaterais com a Alemanha, e a UE apenas bloqueia o caminho.

Merkel, por outro lado, percebe que a Alemanha, como principal potência da Europa, também deve mostrar consideração pelos países menores da UE. Por razões históricas, continua havendo uma sensação de profunda desconfiança em relação a Moscou na Polônia e nos países bálticos, que Merkel não pode ignorar. Mas não são apenas fatores objetivos os responsáveis pelo impasse teuto-russo. Laços pessoais sempre tiveram um papel importante nas relações entre Moscou e Berlim.

Quando o chanceler Willy Brandt nadou com o líder soviético Leonid Brejnev perto de Yalta em 1971, abriu caminho para as políticas Ostpolitik da Alemanha, destinadas a normalizar as relações e reduzir as tensões da Guerra Fria com os países comunistas da Europa Oriental. Em julho de 1990, Helmut Kohl manteve conversas com Mikhail Gorbachev usando um cárdigã; a opção de roupa se destinava a simbolizar seu relacionamento próximo e confiante. Em 2001 Putin e Gerhard Schroeder --tratando-se pelo primeiro nome-- fizeram um passeio de trenó puxado a cavalo pela Moscou coberta de neve.

As reuniões entre Merkel e Putin, por outro lado, são frias e profissionais. Merkel não esqueceu que Putin estava estacionado como oficial da KGB na Alemanha Oriental comunista, para onde seu pai pastor havia levado a família de Hamburgo logo depois que ela nasceu, em 1954. Merkel viu o fim da União Soviética como o prelúdio da liberdade no bloco oriental, enquanto Putin sentia que era algo vergonhoso.

"Ela me censurou"
Merkel se irrita com as demonstrações de masculinidade de Putin ao caçar tigres ou pescar sem camisa. Ela percebeu suas tentativas de impressioná-la como uma afronta. Durante uma reunião na residência de férias de Putin no mar Negro, no balneário de Sochi, em janeiro de 2007, Putin permitiu que seu cão labrador preto Koni cheirasse as calças de sua convidada. Merkel tem medo de cães desde que foi mordida por um quando criança. Putin apenas sorriu.

Ainda assim, Putin tem-se impressionado pela coragem de aço com que Merkel o enfrenta. "Putin aprecia Merkel como uma política profissional de alto calibre", diz Belov, o assessor do Kremlin. "Ele claramente a considera um peso-pesado."

Durante uma cúpula UE-Rússia em maio de 2007, Merkel e Putin tiveram uma conversa acalorada sobre direitos humanos na frente das câmeras. Quando Putin visitou Berlim em janeiro de 2009, durante o ponto alto da disputa entre a Rússia e a Ucrânia sobre os suprimentos de gás natural, Merkel censurou Putin como uma mestre-escola. "Ela me repreendeu", Putin disse mais tarde, meio ironicamente e meio apreciativamente.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... ntram.html

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qui Jun 14, 2012 9:17 pm
por FoxHound
Fase ativa dos exercícios conjuntos dos países da SCO começa no Tajiquistão.
No norte do Tajiquistão começa a fase ativa dos exercícios militares conjuntos dos países da SCO chamados “Missão de paz 2012”. Mais de 2.000 militares estão ensaiando a preparação e a condução de uma operação anti-terrorista conjunta em terreno montanhoso.

Nas manobras estão participando os exércitos dos cinco países-membros da SCO: Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e China. A Rússia é representada nos exercícios por mais de 350 soldados e oficiais, mais de 50 peças de equipamento militar, bem como aviação de ataque ao solo que, em conjunto com a Força Aérea do Cazaquistão, irá dar cobertura do ar a unidades terrestres.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_14/fa ... as-da-ocx/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qui Jun 14, 2012 9:17 pm
por FoxHound
Sistemas Topol e Yars começaram patrulhas de combate.
Agrupamentos de mísseis Topol, Topol-M e Yars entraram em serviço em rotas de patrulha de combate na quinta-feira, 14 de junho, informou o serviço de imprensa das Forças de Mísseis Estratégicos (FME).

De acordo com o porta-voz, capitão Serguei Shorin, durante o período de treinamento de verão os sistemas de mísseis irão praticar pela primeira vez situações em posições de combate.

Este verão, as FME planejam realizar mais de 200 atividadesde treinamento tático, incluindo exercícios táticos, exercícios com unidades de mísseis, bem como treinamentos de comando e de pessoal, e exercícios envolvendo unidades de mísseis.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_14/to ... e-combate/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Sex Jun 15, 2012 1:37 pm
por FoxHound
General da polícia ameaça jornalista de morte e continua no cargo .
http://3.bp.blogspot.com/-V_eentvd5k4/T ... 00/bas.gif
O general Alexandre Bastrikin (na foto), dirigente do Comité de Investigação da Rússia (organização equivalente à Polícia Judiciária portuguesa), foi acusado pelo jornal Novaya Gazeta de ter ameaçado de morte o jornalista Serguei Sokolov, que trabalha nesse órgão de informação.
Segundo Dmitri Muratov, director do jornal, o general levou Sokolov para uma floresta, onde teve uma “conversa dura” com ele.
“A verdade cruel é que você ameaçou brutalmente de morte o meu adjunto [Sokolov]. E ainda gozou dizendo que iria conduzir, em pessoa, a investigação sobre a sua morte”, denunciou Muratov.
Como medida de precaução, o jornal enviou Sokolov para um país estrangeiro, não fosse as ameaças tornarem-se realidade.
Num artigo publicado a 4 de junho, o jornalista acusara o general e outros investigadores da comissão de encobrirem um grupo terrorista, responsável pela morte de 12 pessoas, em novembro de 2010.
Recordo que Anna Politkovskaia, jornalista assassinada em 2007, trabalhava nesse jornal. Escusado será dizer que, até agora, a instituição dirigida por Bastrikin ainda não descobriu nem os executores, nem os mentores desse crime.
A denúncia de Muratov provocou uma onda de indignação não só entre os jornalistas, mas também entre aqueles russos que querem viver num país dirigido por pessoas adequadas.
Claro que poucas eram as esperanças de que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ou o primeiro-ministro Dmitri Medvedev, tomassem uma posição pública e exigissem o rápido esclarecimento da situação, isto porque, em qualquer país do mundo, a ameaça de morte, tanto mais vinda da boca de um general, é um crime.
O porta-voz de Putin apenas revelou que o Presidente russo estava ao corrente do caso.
O primeiro a reagir foi o próprio Bastrikin, mas um dia depois das acusações. No site do Izvestia, próximo do poder, o general Bastrikin tinha qualificado de “delírio” as acusações da Novaya Gazeta.
Delírio ou não, mas o certo é que Bastrikin aceitou um encontro com Dmitri Muratov, aberto à imprensa, para esclarecerem a situação.
Segundo Muratov, “Alexander Bastrikin não negou nada e isso foi muito correcto da sua parte. Pegou no meu telemóvel e telefonou a Serguei Sokolov para lhe pedir desculpas. Sokolov, por seu lado, disse que havia muita emoção de ambas as partes. E Bastrikin disse-lhe que ele podia voltar a viver e trabalhar na Rússia.”
Ou seja, Bastrikin reconheceu que ameaçou de morte uma pessoa (por acaso, jornalista), o director do jornal aceitou as desculpas, cumprimentou o general e o caso foi encerrado.
Não acham isto muito estranho? Eu acho. Como é possível encerrar um caso destes com um simples pedido de desculpas? Se o general disse aquilo que foi escrito, devia ter sido corrido imediatamente do cargo e ser alvo de um processo-crime. Se o jornalista mentiu, devia ser julgado por difamação.
Ou será que estamos perante uma forma inovadora de substituir os tribunais?
Talvez tenha sido sobre casos como estes que um poeta russo do séc. XIX disse que “A Rússia não pode ser compreendida pela razão”.
P.S. O jornal Novaya Gazeta é um órgão muito credível da oposição russa, mas, depois deste “acordo”, serão muitos os que passarão a duvidar da credibilidade deste jornal.
http://darussia.blogspot.com.br/2012/06 ... ta-de.html

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Sex Jun 15, 2012 1:58 pm
por FoxHound
Presença militar dos EUA na Ásia Central inquieta Rússia.
Moscou está inquieta pela possível presença militar dos EUA na Ásia Central depois da retirada das tropas do Afeganistão, declarou hoje o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov.

“Estamos inquietos com as perspectivas de manutenção da presença militar dos EUA na Ásia Central depois da retirada dos principais contingentes da Força Internacional de Assistência à Segurança do Afeganistão, sublinhou Riabkov. Não é claro porque está sendo discutida a conservação das bases militares norte-americanas na região, quando é sabido que em breve a responsabilidade pela segurança no país será entregue às forças afegãs.”
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_15/pr ... eganistao/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Dom Jun 17, 2012 3:48 pm
por FoxHound
Moscou não deixará ações anti-russas dos EUA sem resposta.
Moscou pronuncia-se energicamente, nas negociações com o Governo estadunidense, sobre a inaceitabilidade da chamada troca da emenda Jackson-Vanik (sobre o comércio com a Rússia) pela lei sobre a lista Magnitski (que proibe a entrada de vários funcionários russos nos EUA), informou Iuri Uchakov, auxiliar do presidente da Rússia, em entrevista coletiva.

Alguns senadores estadunidenses declararam que iriam votar pela abolição da dita emenda só se fôr aprovada a lei sobre a lista Magnitski. O Kremin qualificou-o como um ostensivo passo anti-russo, e as razões da redação da lista, como “pretensões irreais de defender direitos humanos”.

“Washington deve dar-se conta de que teremos que tomar medidas de resposta”, - disse Uchakov nas vésperas do encontro dos presidentes da Rússia e dos EUA, a realizar-se nos bastidores da cimeira G20, no México.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_17/ca ... A-sancoes/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Ter Jun 19, 2012 4:03 pm
por FoxHound
Nova fase nas relações Rússia-EUA?
19/06/2012
Andrêi Iliachênko, especial para Gazeta Russa
Após encontro bilateral durante a cúpula do G20, líderes de ambos os países aprovam documento cujo palavra-chave é cooperação. Resta saber se os compromissos serão os cumpridos e quais benefícios a Rússia levará com o tom ameno assumido por Obama.
Os presidentes da Rússia e dos EUA tiveram, na cidade mexicana de Los Cabos, sua primeira reunião após o retorno de Vladímir Pútin ao Kremlin como presidente da Rússia.



Os líderes da Rússia e dos Estados Unidos preferiram não acentuar as divergências existentes durante o encontro, manifestando-se, contudo, dispostos a desenvolver a cooperação nas questões-chave da agenda bilateral e internacional.



Na declaração conjunta de seis páginas aprovada após o encontro, vez de utilizar a palavra “reinício” para enfatizar a harmonia entre as relações, os presidentes preferiram focar nas prioridades das relações russo-americanas, sobretudo em termos econômicos.



De acordo com documento, ambos concordam “priorizar a intensificação e diversificação do comércio bilateral, assim como investimentos, oferecendo acesso mútuo e não discriminatório a nossos mercados, segundo as normas internacionais”.



Outra prioridade exposta no documento é a colaboração no controle de armas nucleares e regime de não proliferação. A linguagem, contudo, foi bastante sutil, referindo-se ao assunto como a “continuidade do diálogo sobre a estabilidade estratégica”.



De um modo geral, as palavras “conjuntamente”, “cooperação” e seus derivados aparecem, pelo menos, umas 20 vezes ao longo do texto. Ao que tudo indica, a corrida eleitoral nos EUA não permite acentuar os problemas de relacionamento com Moscou, enquanto o novo presidente da Rússia considerou importante expor a postura do Kremlin sobre suas relações com os norte-americanos.



“Em minha opinião, encontramos muitos pontos de contato em todas essas questões”, disse Vladímir Pútin após a reunião com Obama.



Segurança em pauta


O mesmo tom ameno foi usado para descrever a situação do escudo antimíssil na Europa. “Apesar das diferentes avaliações, concordamos em continuar buscando conjuntamente soluções para os desafios em matéria de defesa antimísseis”, diz o documento.



Pelo documento, subentende-se que a questão do escudo não é motivo de preocupação para Rússia e sequer poderia evoluir para uma nova corrida armamentista.



Ao se declararem fieis ao Tratado Não Proliferação, os dois presidentes se mostraram dispostos a cooperar na solução dos problemas no Irã e na Coreia do Norte. “A busca da paz e segurança internacionais continua a ser uma prioridade para a Rússia e os EUA, trabalhando juntos para vencer os principais desafios deste século”, continua o documento.



Washington e Moscou se manifestaram também dispostos a cooperar, em nível bilateral e internacional, na solução de conflitos regionais, em particular na Síria, com base nos mecanismos da ONU, e a prestar apoio à missão do Representante Especial da ONU, Kofi Annan, no país em questão.



Economia X Direitos humanos


Em um artigo publicado em fevereiro no jornal “Moscow News”, Pútin já tinha chamado a atenção para o fato de as relações russo-americanas carecerem de uma “rede de segurança”, na qual as relações econômicas e comerciais costuma minimizar as contradições políticas.



Por outro lado, o presidente dos EUA anunciou repetidas vezes seu desejo de dobrar as exportações dos EUA em 2014 como um dos instrumentos para conter o desemprego. Após a adesão russa à OMC, esse mercado deve ser promissor para as empresas norte-americanas.



Para tanto, é preciso, contudo, corrigir um pouco a legislação interna dos EUA e proporcionar à Rússia o regime de “relações comerciais normais”.



Segundo fontes de Washington, a revogação da emenda legislativa Jackson-Vanik, imposta pelos EUA em 1974 como represália aos impedimentos que a União Soviética punha à emigração de judeus, “está sendo revisada no governo Obama”.



No entanto, o Congresso norte-americano pretende substitui-la pela Lei Magnitsky, que não afeta diretamente o comércio, mas levanta novamente a questão dos direitos humanos na Rússia.



Moscou mostra certo incômodo em relação à medida e, segundo o assessor de Pútin para os assuntos internacionais, Iúri Uchakov, esse assunto deveria ser abordado pelos presidentes durante seu encontro. Seja como for, o texto da declaração final não faz nenhuma menção à tal lei.
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14679.html

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qua Jun 20, 2012 8:36 pm
por FoxHound
Moscou não alugará radar de Gabala sob condições de Baku.
Moscou considera absolutamente inacessíveis os termos do contrato de locação da estação de radar de Gabala, propostos pelo Azerbaijão, informa o Estado-Maior da Rússia.

Nas negociações sobre prorrogação do contrato, que expira em dezembro deste ano, Baku mudou sua posição inicial pedindo 300 milhões de dólares de aluguer por ano. Atualmente, o preço é de 7 milhões de dólares.

Esta estação tem estatuto de centro analítico de informações do exército russo e está localizada no território do Azerbaijão, sendo a sua propriedade. O radar de Gabala é um importante elemento do sistema de DAM da Rússia, que garante a alerta rápida de possíveis ataques de mísseis do sul. A Rússia propôs aos EUA usar o radar de Gabala para criar um sistema conjunto de defesa antimísseis.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_20/78720005/

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qua Jun 20, 2012 11:41 pm
por marcelo l.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 8951,0.htm

Um tribunal russo condenou nesta quarta-feira dois professores de uma universidade de São Petersburgo por entregarem segredos sobre mísseis para a China, no mais recente caso de espionagem que reflete as tensões entre Moscou e Pequim, apesar das declarações de cooperação e parceria. O Tribunal da Cidade de São Petersburgo condenou os professores universitários Yevgeny Afanasyev e Svyatoslav Bobyshev por traição e os sentenciou a 12 anos e meio e 12 anos de prisão, respectivamente, informou a agência de notícias Interfax.

Os dois professores da Universidade Tecnológica Báltica de São Petersburgo foram acusados de venderem segredos e informações confidenciais relacionadas ao teste de mísseis intercontinentais balísticos disparados por submarinos, chamados Bulava (clava, em russo), a pessoas da inteligência militar da China. Os dois homens estão detidos desde março de 2010.

Após décadas de rivalidades na era da Guerra Fria, Moscou e Pequim começaram a desenvolver o que chamam hoje de "parceria estratégica" a partir de 1991. A China também virou uma grande cliente da indústria russa de armamentos, embora as exportações russas tenham se reduzido nos últimos anos na medida em que a China começou a produzir localmente vários armamentos licenciados pela indústria russa.

A Rússia tem evitado vender à China sua tecnologia militar mais recente e um certo número de cientistas russos foram condenados por espionagem nos últimos anos. O Bulava, projetado para equipar uma nova geração de submarinos nucleares russos, sofreu uma série de fracassos durante a fase de desenvolvimento, mas os últimos lançamentos foram bem-sucedidos.

Em maio, um operário de uma fábrica russa de armamentos nos Urais foi sentenciado a oito anos de prisão por vender informações sobre o Bulava para espiões estrangeiros.

A Interfax disse que o tribunal considerou os professores culpados por passarem informações à inteligência chinesa em 2009, quando fizeram uma viagem à China. Os dois teriam passado detalhes sobre um teste de disparo do Bulava a partir de um submarino nuclear. A Interfax também informou que a espionagem chinesa estava atrás de informações sobre os mísseis russos Iskander e Topol-M. Esse último é um míssil interbalístico de disparo terrestre, de três estágios, e foi desenvolvido pelos russos após o fim da União Soviética em 1991.

Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

Enviado: Qui Jun 21, 2012 3:03 pm
por FoxHound
Retaguarda econômica para Grécia
20/06/2012
Mikhail Deliáguin, economista
Para resolver as dificuldades enfrentadas pelo país, ajuda futura poderá vir de fora da UE, inclusive da Rússia.
A vitória do partido de centro-direita nas eleições parlamentares na Grécia gerou alívio nos demais países da União Europeia. Entretanto, não está garantido que, após as eleições, um novo governo seja formado.



A Coalizão de Esquerda Radical ficou com apenas 3% dos votos a menos em relação a seus oponentes e continua a ser uma força política importante. O centro-direita terá de cooperar com o centro-esquerda que, por sua vez, pode não querer trair os interesses de seus eleitores.



Dessa forma, o novo governo poderá não aceitar cumprir completa e incondicionalmente as exigências dos credores.



Mas mesmo que um governo pró-europeu venha a ser formado, será que a crise grega terá fim? Com o mundo deslizando rumo à depressão global, a política de austeridade total também apresenta perigo.



É tempo de admitir que a integração europeia tem, em grande medida, um caráter neocolonial. Em troca de sua adesão ao grupo, os novos Estados-membros assumiram o compromisso de restringir drasticamente sua concorrência com os “membros mais antigos”.



Na primeira fase, as restrições impostas aos novos membros foram muito bem compensadas com o desenvolvimento em termos de infraestrutura local. No entanto, o desenvolvimento econômico permaneceu estagnado.



Os países Europa Meridional acabaram entrando numa enrascada. Iludidos com a ideia elevar as economias dos novos Estados-membros ao nível das da Alemanha e da França, receberam ajuda social e financeira, que hoje é traduzida em dívidas. Os recentes debate sobre a saída da Grécia da zona do euro não levaram em consideração o preço alto a ser pago por isso. Não só a Grécia sofrerá com a diminuição do seu PIB em cerca de 50%, mas os sistemas financeiros do outros países da zona do euro irão perder se a dívida grega não for compensada.



Ainda assim, a situação de desespero do país é nada mais nada menos que uma manifestação de uma crise econômica europeia e global. Infelizmente a redução da demanda global afeta os elos mais fracos do sistema econômico internacional.



A hipótese mais provável é que a crise grega seja resolvida por meio de processos sociopolíticos – tão espontâneos quanto devastadores. Todos esses desdobramentos podem fazer com que, em alguns anos, a Grécia saia contra sua vontade não só da zona do euro, mas também da União Europeia.



Como resultado, as ruínas da economia grega poderão se tornar atrativas para países em desenvolvimento situados fora do continente europeu.



É pouco provável, entretanto, que entre eles figurem os EUA, também atormentados pela eminente crise. China e Turquia poderiam representar dois novos parceiros nessa empreitada, mas questões culturais e históricas poderiam atrapalhar as relações com ambos os países.Nessas circunstâncias, a Grécia terá de buscar novos aliados estratégicos para neutralizar a influência dos países citados. E é então que entra a Rússia.



Livre das restrições da União Europeia, uma possível aliança com a Grécia pode aumentar o peso estratégico e influência da Rússia em nível regional e global, além de abrir novas oportunidades ao empresariado russo.



No final de contas, o primeiro Estado grego nos tempos modernos, a República das Sete Ilhas (1800-1807), era, de fato, protegido pelo poderio militar russo. Como o poderio econômico vem se sobrepondo cada vez mais ao militar, o grande capital russo poderia facilmente desempenhar na Grécia o mesmo papel da esquadra do almirante Uchakov no século 19.



Mikhail Deliáguin é diretor do Instituto de Problemas da Globalização
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14683.html