Fica realmente difícil defender a manutenção do modelo de governo de coalizão do PT.Valdemort escreveu:Diretor de Tropa de Elite aponta cinismo da extrema-esquerda brasileira
Em sua coluna no jornal O Globo, o diretor José Padilha, conhecido principalmente pelos filmes Tropa de Elite e Tropa de Elite 2, desmascarou a hipocrisia da esquerda brasileira. O cineasta compara os conservadores americanos e os socialistas brasileiros, e em sua análise explica como a esquerda do país optou pela corrupção em nome do poder.
“No Brasil, depois da completa desmoralização de Lula e do Partido dos Trabalhadores durante o processo do mensalão, os socialistas também ficaram em sinuca de bico, tendo que optar entre reconhecer a desonestidade do PT e entregar o país à direita ou continuar apoiando um projeto de poder claramente corrupto. Salvo raras exceções, escolheram a corrupção“, escreveu Padilha.
E não parou por aí. O diretor continuou seu artigo colocando ainda mais o dedo na ferida:
“Agora, acuados pela Lava-Jato e incapazes de dar o braço a torcer, estão sendo forçados a adotar posições cada vez mais inverossímeis, o que a longo prazo pode levá-los ao completo descrédito: Lula não sabia do mensalão, Dilma não sabia da Eletrobras, Lula não sabia da OAS, Dilma não sabia de Pasadena, Lula não sabia do Vaccari, Dilma não sabia de Belo Monte, Lula não sabia do João Santana, Dilma não sabia do Paulo Bernardo, Lula não sabia do Palocci, Dilma não sabia do Edinho, Lula não sabia do Bumlai, Dilma não sabia do Odebrecht, Dilma e Lula, enfim, não sabiam do petrolão… Só rindo para não chorar.”
É importante frisar que José Padilha sempre foi de esquerda, inclusive era amigo pessoal do deputado carioca Marcelo Freixo, do PSOL, no qual se inspirou para construir o personagem de Diogo Fraga no filme Tropa de Elite 2. No passado, ele já havia dado entrevista quando se mudou com sua família para Los Angeles, e na ocasião também fez algumas críticas ao PT e seus aliados, inclusive o próprio Marcelo Freixo.
Padilha encerra seu breve artigo da seguinte forma:
“Por que será que os conservadores americanos e os socialistas brasileiros, extremos opostos do espectro ideológico, estão sendo forçados a incorporar, cada vez mais, o cinismo às suas ideologias? Será mera coincidência? Acho que não.”
https://jornalivre.com/2016/08/14/diret ... rasileira/
Mas do jeito que foi colocado fica a impressão que este governo que está aí é honesto. O cara colocou como opção apoiar o governo corrupto anterior ou... Ou o quê? Só entregar à direita? Será que a questão aqui é só essa mesmo? Sequer são questões antagônicas. Faria mais sentido dizer que apoia um governo de direita ou de esquerda, ou dizer que apoia um governo desonesto ou um honesto. Pelo menos faria sentido, a questão ficaria um pouco mais clara. Não disse isso porque é evidente que não dá pra separar entre governo honesto e desonesto. Se não dá pra fazer isso a única conclusão que se pode fazer é que tem mais coisas em jogo, mais coisas que diferenciam um do outro.
E se a gente for além da opinião dos políticos percebemos que o restante da população também enxerga mais do que isso. A maioria apoiava novas eleições, ou seja, tanto a saída da Dilma quanto do Temer. Não tem nem uma semana que saiu uma pesquisa que diz que a maioria não confia no Temer também.
Dizem que é coisa de ocidental essa mania de pensamento binário. Ou tem que ser uma coisa, ou outra. Ou apoia o Temer, ou apoia a Dilma. Não tem outra opção, não tem como fazer oposição a ambos, não tinha como apoiar algumas ideias de um e algumas ideias de outro. Sinceramente, não sei como o oriental pensa, mas quando percebo que me sinto obrigado a ter que escolher um entre somente dois caminhos fico com a sensação de que alguém está tentando fazer a minha cabeça.