LeandroGCard escreveu:A forma como tem sido mais usados mudou. A forma como são concebidos, nem tanto. Ou este novo canhão de 130mm dos posts anteriores foi projetado não para romper a blindagem do Armata e sim para da apoio de fogo à infantaria (o que seria completamente desnecessário e até contra-producente)?
Não exatamente. Quando quis dizer apoio de fogo a infantaria não quis exatamente ir com a infantaria e só servir para atacar locais fortificados, alguns blindados por ai e etc. As táticas modernas cada vez mais estão colocando uma responsabilidade ainda maior na infantaria devido a sua mobilidade. Isso também se deve devido as guerras anti-insurgência que causaram grandes dores de cabeça a tropas blindadas, mesmo sendo simples homem semi-armados com alguns mísseis anticarro, como você bem deu o exemplo do Hezbollah\Hamas contra Israel, acrescento a experiência Russa na Geórgia, onde perceberam que invadir uma cidade apenas com blindados é um erro, como também apenas infantaria. BMTP Terminator é o resultado disso, além do T-15.
A partir dai viram a importância da infantaria e fizeram basicamente uma troca. Infantaria não mais apoia os blindados, os blindados que na maioria das vezes apoiaram a infantaria, seja qual for a missão. Apoio de fogo direto para tropas em avanço, anti-carro, avanço sobre local fortificado, tomada de ponto estratégico (defensivo) e etc. A atualização para canhões de maior calibre (na história já tivemos até calibres maiores, como 152 mm. Na SGM mesmo foi testado canhões de 130 mm em muitos blindados, não lembro se chegaram a ser utilizados) devido a atualização dos sistemas defensivos de determinados blindados, como o Armata que em si é um novo conceito de carro de combate. Acho muito difícil evoluírem para algo maior que 140 mm no futuro. Novos armamentos como canhões eletromagnéticos ou até de energia direta estão sendo desenvolvidos.
Assim como o peso dos blindados, que pode se dizer que estagnou nos 62 tons para baixo. Dificilmente surgirá algo mais pesado no futuro. Novos compostos, como nanotubos de carbono e até grafeno podem ser utilizados no lugar de compostos atuais e ambos os materiais são bem mais leves, o que diminuirá o peso total do blindado.
É uma arma que assim como fuzis vão se desenvolvendo novos conceitos, sendo atualizados e usados de formas diferentes, porém não creio que seja abandonada daqui a 30 anos, pois ainda é a arma de maior poder de choque
LeandroGCard escreveu:E no entanto os drones já são ainda mais usados para justamente encontrar os tanques antes que estes cheguem a uma distância em que possam usar os seus canhões

. Até radares doppler já existem para isso.
E pra isso estão existindo até armas de rádio para derrubar drones. Se tirar os drones inimigos, esse alcance dos mísseis anticarro em comparação aos canhões é derrubado. Aliás, ninguém que entende bem de blindados vai sair andando por ai dando sopa pra tomar um míssil, só os Sauditas, porque ali não tem explicação.
LeandroGCard escreveu:E no entanto já em 1982 nas Malvinas os ingleses não possuíam tanques, e utilizaram seus mísseis AC em grande quantidade e com enorme êxito contra as posições de metralhadoras e trincheiras argentinas, justamente a função de rompimento de linhas defensivas que os tanques deveriam fazer. Contabilidade final (dados do Cel. Gélio Fregapani): 70 a 80% das baixas argentinas foram para mísseis guiados.
Mas as Ilhas Malvinas não é propício pra nada acima de 35 toneladas e olhe lá. Sem falar que isso foi em 1982.
LeandroGCard escreveu:Se você conhece algum exército que use mais os drones do que o de Israel então me conte, porque eu não conheço. E eles já faziam isso bem antes de 2006, vide a ação no Bekaa em 1982. Ainda assim deu tudo errado em 2006 no Líbano, não apenas eles não conseguiram resgatar os dois soldados capturados que foram o estopim das operações como sequer conseguiram impedir o Hezbollah de continuar lançando foguetes contra território israelense até o último dia do conflito (embora, é claro, com pouquíssimo efeito - foguetes não-guiados lançados a esmo nunca foram uma arma muito eficaz, mesmo se os lançadores não são hostilizados). Mas quem usou (e ainda usa, é claro) drones também foi o próprio Hezbollah.

.
Fonte:
https://crimesofempire.com/2015/05/30/h ... -in-syria/
E aliás, os israelenses também possuíam helis de ataque em 2006. Não fizeram diferença alguma.
Bom, a guerra travada na Faixa de Gaza e na Palestina é algo bem peculiar. Existem uma série de fatores, um dos que "ajudaram" bastante os insurgentes foram utilizar locais onde civis residiam, estudavam ou oravam para utilizar seus ataques. O resultado? Sabemos o que ocorreu depois que Israel tentou revidar e o que a ONU, que hoje não é nem sombra do que já foi, fez.
Não adianta você utilizar drones sem saber o que procura. Até onde sei, a principal prioridade do Exército Israelense era achar locais onde haviam lançadores de foguetes.
Tenho certeza que Israel aprendeu com os erros cometidos em 2006 e não deve agir da mesma forma que em 2006, mas não pode ser regra de que "mísseis vencem qualquer carro de combate". Posso dar o exemplo de batalhas no Egito, Yom Kippur, operação Desert Storm e muitas outros exemplos de que o uso de blindados foram decisivos para a vitória, mesmo contra inimigos com grande poderio de mísseis anticarro.
LeandroGCard escreveu:Eu não disse em momento algum que os mísseis são superiores aos tanques e ponto (independentemente do fato de que eles tem obtido muito sucesso). O que venho dizendo é que NÃO SE PODE AFIRMAR HOJE que para lá de 2025 ainda valerá mais à pena gastar dinheiro e esforços desenvolvendo um novo tanque de guerra do que outros sistemas que poderiam superá-los e substituí-los, como VBCI's dedicadas, drones de ataque e mísseis guiados avançados. Como você mesmo colocou, a tecnologia avança, não apenas para os tanques mas também para os outros sistemas, e não dá para prever agora o que será mais eficiente duas ou três décadas no futuro.
E um ponto importante que não se deve esquecer é que nos países onde existe uma tradição de longa data no desenvolvimento de tanques, como EUA, Rússia, Alemanha e etc..., existem empresas e equipes de engenharia totalmente dedicadas a isso, que não fazem outra coisa além de imaginar os novos desenvolvimentos na área dos MBT's e de oferecê-los aos seus governos e ao mercado internacional. Eles vivem disso, é como ganham seus salários, e por isso enquanto existirem existirão novas propostas, novos desenvolvimentos e lobistas tentando convencer os governos a comprá-los. E outras equipes irão tentar seguí-los também. Quer os tanques ainda façam sentido no campo de batalha ou não.
Leandro G. Card
Não, eu não disse que você falou que mísseis são superiores aos carros de combate. O problema é sobre carros menores, mas com mísseis fazer o serviço que carros de combate fazem hoje em dia. Tais meios que citou já existem hoje, porém complementam os carros de combate em sua missão de choque, dando apoio contra outros blindados ou contra casamatas com mísseis anticarro.
Acho que o MBT como arma será transformado bastante ao longo do tempo como já vem, mas acho muito difícil que seja substituído por algo menor, menos blindado mas com mísseis anticarro.