Vou tentar me basear ao menos no que sei,
@Túlio:
:arrow PODER DE FOGO- Ainda não achei exemplo de VTR dessas que consiga botar no lombo um Rh 120 L/55, disparar uma DM63A1 e ainda ser uma plataforma estável de tiro com (possivelmente bem) menos de 50 tons (no padrão que usamos, não no dos EUA
). Num dos textos postados pelo nosso véio @FCarvalho vi uma referência a algo como "equivalente a um L44" e nem sei se ele dispara a Mun que citei, e que nem é a mais desgraçada no calibre, parece que os EUA têm outra ainda pior e com penetrador DU. Ou seja, não vai adiantar muito "ver primeiro/acertar primeiro" se o disparo não vai ser decisivo, não é mesmo? Ah, mas tem o Msl AT 120 (nem vou criar polêmica com nome, para mim valem todos), sobre o qual tenho umas dúvidas: está em produção, alguém comprou e/ou usou em combate, quão efetivo foi? Não estou de gracinha, pergunto porque procurei e não achei nenhuma info a respeito e sei que tens fuentes melhores do que eu. De qualquer modo, o quão efetivo se o poderia considerar (ou seus concorrentes, como os largamente produzidos LAHAT/Refleks) na presença cada vez maior da combinação ERA/ADS num TO moderno? Se vamos contar como certezas as apenas possíveis incapacidades/despreparo de um eventual IN já largamos como aqueles times que entram em campo (reminiscências do tempo em que ainda existia futebol pra gente assistir
) "de salto alto", e enjoamos todos de ver no que volta e meia dava;
LAHAT, KONUS, KOMBAT, Refleks e Sniper, todos eles, são mísseis guiados por laser. Não existe míssil LOAL ou F&F, o que dá a chance do MBT inimigo detectar a ameaça e reagir, provavelmente antes que o míssil o atinga.
Se ele reagir, já sabe o que ocorre...
PROTEÇÃO - Aqui para mim o grande problema: não se pode ir botando peso num lugar (poder de fogo, sensores e talvez ERA/ADS, e estes todos acho brabo que tenham largo uso no EB*, pelos custos de aquisição e Mntç, que tudo o que citei demanda e não é nada barata) sem tirar de outro (proteção passiva), e aí vamos pro "salto alto", ou seja, nunca vai aparecer ninguém na nossa frente que seja capaz de disparar algo melhor do que um L7/M68 com Mun dos 70/80, o que é um pressuposto bastante perigoso, a meu ver. Comparo isso com a área em que tenho conhecimentos práticos, que é a de operações com armas leves: que tipo de segurança vou ter/sentir se estiver usando colete nível 2 e capacete não-balístico numa Operação onde o outro lado pode ter Fz? O que posso dizer que SEI é que não existe ninguém no planeta (nem mesmo um Sniper) que pode confiar 100% em que nunca ficará exposto e que, portanto, pode mirar e acertar impunemente em outro, sem que exista a possibilidade real de ter alguém prestes a fazer o mesmo com ele. Pensar isso é ignorar solenemente o pressuposto mais básico de um combate, qualquer que seja, até com arma branca: se posso atingir, posso ser atingido; e é melhor ter uma proteção que segure o que usarem em mim do que ficar só na fé de que vai errar ou machucar pouco. Como falei em post anterior, SHIT HAPPENS!
Existem duas formas de se fazer uma coisa: você cria uma com base no que quer ou você adapta algo pra servir a um propósito. Uma coisa que é feita pra fazer "X" só vai ser boa em "X" não em "Y", quanto a adaptações sempre serão inferiores a verdadeiros "puro sangue".
Adaptação: o problema de se pegar um IFV, colocar um canhão nele e encher ele de blindagem até o talo pra suportar, de caráter duvidoso, um disparo de APFSDS é um problema, pois o chassis da viatura não foi construída pra isso, a suspensão e forma como é distribuída - distância e quantidade de polias, espessura e tamanho das lagartas -, tem a questão do centro de massa, já que IFV's são viaturas altas, a distribuição do peso, estresse causado pelo disparo de algo que não deveria estar ali (canhão)...
Tudo isso afeta em três partes: manutenção mais cara, substituição das peças originais por outras mais resistentes e, principalmente, a mobilidade da viatura, que vai possuir uma pressão sob o solo bem alta. Além disso, tem o próprio custo em questão, que deverá ser tão ou mais elevado que uma viatura puro sangue. Vejam o Kaplan-MT, que custa mais que um M1A2, K1A2, T-90M e custa quase o mesmo que um K2, sendo que é inferior até a mais inferior das viaturas citadas, que é o K1A2.
Existem muitos outros problemas com adaptações como esta, mas acho que essas já deixam o suficientemente claro.
Criação: você pode simplesmente desenvolver do zero, porém há dois problemas:
1) Se fizer uma viatura-base como um IFV, você passa a ter os problemas acima; ou
2) Você toma como viatura-base a sua prioridade e o que você mais pode ter problemas, como sua viatura-base ser o MBT. Temos exemplos disso? Sim, T-14 e o Merkava. Suas primeiras versões/prioridades foram o desenvolvimento de um MBT e a partir daí surgiram seus IFV's, mas isso tem um custo alto: teremos um belo MBT e um belo IFV, mas um IFV caríssimo, custando quase o mesmo que o MBT.
A solução para isso seria um novo conceito - não tão novo assim -, criar uma
PLATAFORMA comum, que venha derivada outras versões com diferentes tamanhos, tonelagens, quantidade de polias e entre outras. O Armata segue bem essa linha e o Merkava quase segue.
O que não dá é pegar um IFV, colocar um canhão nele e coloca-lo pra enfrentar um MBT que pode suportar o primeiro disparo dele. É como dar um taco de beisebol pra um magrelo com visão excelente pra enfrentar um gordo de capacete, que usa óculos e que tem uma escopeta!
Hoje já existem MBT's equipados com ADS ou radares - K2 é equipado com isso - que detectam disparos de munições KE e localizam o "vetor" (leia-se MBT inimigo que realizou o disparo) de acordo com a trajetória, velocidade e azimute do qual veio a "criança", utilizando algoritmo junto com sua biblioteca digital com dados balísticos de cada arma. O primeiro a fazer isso foi o AMAP, que, inclusive, consegue diferenciar um disparo de 7,62 mm facilmente e até saber se a ameaça irá atingir ou não o alvo protegido baseado na sua balística, para que não haja gasto de munição em algo que não irá acerta-lo. Se o MBT inimigo não ver primeiro, ele pode sobreviver ao disparo e atacar de novo em segundos, ou o MBT inimigo pode ser simplesmente destruído, mas tem o "E SE". De qualquer forma, SE o MBT inimigo revidar, já era!
Mas falando-se de proteção, o enfrentamento contra outro MBT não deve ser o único cenário. MBT's são elementos de choque e pra se ter choque precisa de mobilidade, poder de fogo e blindagem, infelizmente esses MGS - ou, de forma eufemista "MMBT - só possuem poder de fogo. Sua mobilidade é prejudicada pela adaptação e sua proteção já é conhecidamente inferior a de MBT's, como então considerar algo como isso cerrando uma posição inimiga fortificada?
Não há pra onde fugir:
pra um IFV adaptado ter as chances de sobreviver igual um MBT como K2, Merkava MKV e Armata, você irá gastar o mesmo ou até o dobro e ainda sim terá uma viatura inferior, vale a pena?
Aqui não me baseio em suposições, já existe exemplo real e é chamado de Kaplan-MT. O CV90120, só a viatura, custava cerca de EU$ 6,5 mi, com as adaptações e sem a torre. Olha que o Kaplan-MT nem é tão sofisticado assim, usa uma torre ok e nem tem um canhão 120 mm, imagina o que estão propondo, como aquela torre do Griffin II ou a XC-8!
IFV com canhão pode ser um belo MGS, peça artilhada, ser bom em mobilidade estratégica e muitas outras coisas, mas definitivamente não será boa em duas:
1) não será boa em ser barato, ou seja, caro pra burro; e
2) não será tão bom quanto um MBT, mesmo que custe mais que um MBT.
Para finalizar, resta ainda ser demonstrada a exequibilidade de uma ideia assim a um custo aceitável: sério que pagaremos o preço de um Black Eagle (ou mais) para ter um RCC inteiro composto por algo que não aguenta meio minuto ao alcance de um esquadrão de Merkava IV ou Abrams? E isso sem sequer esperança de ter o que eles sempre obtêm antes de botar os citados brontossauros num TO, ou seja, Domínio Aéreo total (UCAVs inclusos) e ainda por cima com Art de altíssima precisão para aparar qualquer "aresta" que tenha sobrado? Me parece que tem gente estreluda querendo dar muita chance pro azar e isso nunca é bom sinal...
Seu exemplo do Guarani foi magnífico!
Segundo o Flávio, o EB quer o mesmo sobre os VBC/VBCI's que houve com o Guarani. Vejamos bem:
1) Programa Guarani sofre com o orçamento e é uma viatura que deve custar uns US$ 3 mi, toda equipada;
2) O programa original era de 2044 viaturas e agora está na 1580, talvez reduzam ainda mais;
3) Até hoje necas de VBR, VBE, VBMrt e entre outras; e
4) Estão muito mal armados com poucas Remax, quase nada de UT-30BR e a maioria com Plat - quem ainda usa torre manual para VBTP's assim? - e algumas nem isso tem.
Como uma Força que mal consegue lhe dar com VBTP, vai fazer, a seu espelho, um programa de desenvolvimento que deve custar R$ 40 bilhões, no mínimo?
Como que isso vai ser mais barato do que negociar a licença de duas viaturas (VBC e VBCI) já existentes?