gomugomu escreveu:Obrigado por comentar a minha pergunta Orestes, tomei a liberdade de fazer algumas observações.
Sempre uma grande honra pra mim, pode acreditar; não existem mais arestas, como já lhe falei.
gomugomu escreveu:Caro Orestes, penso que desenvolver um caça de 4ª geração é sim muito promissor ao Brasil. Mesmo sendo um produto ja "velho" para os mercados antigos, para o mercado bélico da américa latina, cai como uma luva.
Quanto a queimar etapas comprando um pronto, não sei bem como isto se fundamenta. Primeiro porque, segundo a lista do nosso amigo knight, o Gripen está afrente no quesito transferência tecnológica, e até onde sabemos, o valor dos 2 contratos é semelhante, respeitando o teto orçamentário do projeto. Quanto a parceria entre os países para a construção de uma plataforma de 5ª ou 6ª geração concordo plenamente, porém não vi nenhum indício de que isso poderá acontecer, nem sequer uma inferência sobre o assunto, mas claro, não pode deixar de ser considerado.
Sobre os caças de 4ªG, depende da leitura que se faça, por exemplo, os aviões civis da Embraer não estão uma "geração" abaixo da concorrência, estão na frente, o mercado está aí para confirmar. É sobre isso que falo, ou seja, todos querem o melhor que existe, então pergunto: por que nos satisfazer com algo um pouco abaixo do que existe de melhor para as FFAA, só porque estamos tão defasados assim? Não acho que seja por aí. Pense assim, foram dois ministros de Estado e o próprio Presidente que disseram para "pensar grande", isto não saiu de mim.
Sei sobre o que fala da lista de nosso amigo Knight7, mas não quero comentar estas coisas aqui; apenas respeito tudo o que ele diz e sabe o que diz, só não quero comentar (não estou dizendo que ele está errado, entenda, o motivo é outro). Tem coisas que estão na cara, mas não de deve falar, então...
gomugomu escreveu:Entendi sim, porém acredito que os pontos promissores na questão do custo de manutenção e comercialidade justificam a sua produção.
Depende da ótica de quem pagará a conta, não é? Promissor é algo pra lá de questionável. Pensemos assim, vamos deixar este ponto para a análise de quem pagará a conta, se compensar, acredite, será desta forma.
gomugomu escreveu:Realmente, entendo seu ponto de vista. É muito válido.
gomugomu escreveu:Porém este "resto do mundo" ja está alinhado militarmente. Acredito que dentro do mercado disponível, o Gripen NG é a melhor plataforma comercial. E não penso que desenvolver um caça de 4ª agora é pensar pequeno. Pra se chegar no 3 têm de passar pelo 1 e pelo 2, e se isso têm custo semelhante a um repasse técnico sem participação, porque não o fazer?
De qualquer modo, acredito que o Brasil não estaria envolvido em um projeto sério de um 5º geração tão cedo como o amigo gostaria, nem teria condições. Se os tucanos ganharem a próxima eleição então... VISHHHHH... hehehe.
Você vê o Gripen NG como melhor plataforma comercial porque imagina que ele será mais barato e assim terá chances de vender bem. Veja, na época do AMX foi a mesma coisa, todos disseram que ele ocuparia o espaço a ser deixado pelo A-4, mas a prática se mostrou outra completamente diferente. Não pense em questões relacionadas a vendas para outros países, isso não leva a lugar algum e se aplica a todos os correntes ao FX-2.
Desenvolver um caça de 4ªG é "pensar pequeno" (da forma que coloquei no post original, ou seja, sem ofensa a quem quer que seja) no sentido que é uma geração que "já deu" (sem trocadilhos, sem ofender ninguém, etc. Desculpe-me, mas tudo o que tenho dito tem sido questionado, então me sinto na obrigação de ser claro o tempo todo.), não se ganha tanto quanto se imagina, só se estivermos pensando em comparar estas coisas com os F-5 que temos. Aliás, não se esqueça, na época a FAB queria o F-4 Phanton, mas os EUA permitiram os F-5 (e tem gente que não aprende... Só que não falo de você, o recado é outro).
Não existe este papo que, para se chegar a 3ªG é preciso passar pela 1ª e 2ªG, veja, o Brasil nunca produziu um caça de fato nem de 1ªG, nem de 2ªG e nem de 3ªG, mas já se fala em desenvolver um caça de 4ªG. Como você explicaria este fato real?
gomugomu escreveu:Concordo!!
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. Só fasso a ressalva de que, em nenhum momento foi apontado algum indício de cooperação ou participação em qualquer projeto francês de 5ªG. Existem informações sobre oa proposta FX-2 no site do Rafale.
Quanto a campanha, acho que o negativo foi a Dassault ter quebrado a linha de negociações, deixando a FAB falando sozinha.
O lance é que a Dassault não divulga suas propostas, por isso pouco se fala, não é que não exista indícios, o lance é que não se fala. É por aí, pode acreditar, só não querem divulgar.
A Dassault não deixou a FAB falando sozinha, o problema é que a Dassault, via governo francês, tem negociado diretamente com o governo brasileiro e a FAB não gostou disso, por isso a "maior raiva".
gomugomu escreveu:Realmente, só precisamos tomar cuidado para não sair de uma dependência e entrar em outra, por mais promissora que ela aparente ser, dependência NUNCA é positivo, a não ser quando é mútua, porém esta balança me parece desequilibrada para o nosso lado.
O preço da ousadia é justamente esse, mas se houver erros, serão erros novos; o que não vale é persistir nos mesmos.
Outra coisa é que não se deve dizer tais coisas apenas porque se trata da França, isto é papo daqueles pró-americanos e que não gostaram desta "escolha", o certo é dizer que há riscos com a França, com a Suécia, com a Rússia, com a África do Sul, com todos, da mesma forma que fomos "riscados" pelos americanos. Não existem santos, pense assim, daqui a pouco tempo estarão dizendo o seguinte: "precisamos sair da dependência do Brasil, porque eles são assim, assim, assado". É por aí.
gomugomu escreveu:
Acho perigoso depositar tanta confiança em um Governo, por mais que eu respeite o atual, concentrar o poder em uma mão sem questionar pode trazer sérios riscos. Principalmente quando você combina os pontos a serem melhorados. E se os concorrentes melhorarem e ainda fizerem mais? Como fica a imagem? E a credibilidade? É difícil controlar quando se faz este tipo de exposição pública.
Não sou eu quem deposita tanta confiança no Governo, são mais de 50% porcento que votou nele e agora os quase 80% que aprovam este governo. Entenda, o governo vai no rumo da opinião pública/popular, mas sem perder suas convicções. Por exemplo, é prerrogativa do governo cuidar de assuntos estratégicos, logo ele não tem obrigação de ouvir as opiniões de leigo (e nem deveria, seria catastrófico, não seria governo, seria um fraco e incompetente. Nos países de primeiro mundo é assim, que diz o que vai acontecer para as FFAA é o governo e não as mesmas; é isso que se apresenta no Brasil e que ainda tem incomodado as gerações mais antigas e conservadoras; questão de tempo, dizem).
gomugomu escreveu:Abraço Orestes! Obrigado pelos comentários!
Grande abraço, Gomugomu; sempre uma honra, como já lhe disse, não tem que agradecer.
Orestes