orestespf escreveu:gomugomu escreveu:Acho que a pergunta mais pertinente é:
Por que devemos comprar um caça pronto se temos a oportunidade de desenvolver um agregando mais conhecimento por um preço semelhante?
E não venha falar de caça de 5ª geração, porque que acredita que isso vaa sair logo, é um sonhador!
Sua pergunta realmente é muito pertinente, Gomugomu, mas tenho dúvidas sobre sugestão de resposta que você deu. Explico: os caças de 4ªG não nasceram agora, já tem muito tempo que estão na praça, o primeiro foi o Gripen C, depois Rafale e EF-2000, e mais alguns que dizem ser (mas não nasceram originalmente assim, entre eles, o F/A-18 SH e SU-35).
Veja bem, investir em desenvolvimento de um caça de 4ªG é gastar muito dinheiro e tempo para se ter um produto que já nascerá velho, mas não necessariamente morto. Tal grana deveria ser investida em algo que já existe e com repasse de tecnologias com a intenção de queimar etapas, para lá adiante se investir pesadamente em desenvolvimento de uma plataforma de geração mais avançada. A principal parceria deveria nascer assim, ou seja, produção local de um caça pronto de 4ªG e investimento conjunto com o país vencedor para se produzir no futuro um caça de 5ª ou 6ªG.
O problema do Gripen NG é ser um caça de 4ªG (ainda) que está sofrendo uma evolução para corrigir e atualizar suas limitações (não graves, acredito) atuais. E o pior, está muito atrasado no que diz respeito ao tempo, tal concepção já deveria estar pronto e no mercado. Pense assim, o NG seria a 3 geração da família Gripen, assim como o Rafale F3 seria, grosso modo, a terceira geração do caça francês. Só que este último já está no mercado. Entendeu a diferença?
Existe algum benefício na proposta da SAAB para o Brasil? Claro, pows!! Não resta dúvida sobre isso, porém ninguém me convenceria do contrário se os americanos fizessem o mesmo com seu megafuderator F-16, ou seja, também seria benéfico à FAB e ao Brasil. Mas é "só" isto que queremos para a Nação? Eu não!
Vou além, se me permite. Ignore por completo o Gripen NG; suponha que a short list fosse formada pelo Gripen C, Rafale F-3 (nada de plus) e F-18 SH. Neste caso, eu ficaria satisfeito com qualquer um dos três, desde que houvesse produção local (montagem + peças de reposição mais comuns) com repasse de tecnologia (o que for possível pagar) e acima de tudo o comprometimento do país vencedor em colocar o Brasil como parceiro para projetar e desenvolver um caça de geração mais avançada no futuro próximo. Só que a short list não é bem assim...
Problemas:
1) os americanos se pudessem/quisessem vencer o FX-2, então teria ofertado o SH e participação imediata (transferência de tecnologias, pelo menos) no F-35 (digamos que um "block 2") ou o próprio F-35 de cara. Sem chances!
2) Os suecos oferecem uma proposta excelente, nova para o Brasil, mas velha para o resto do mundo. Não vejo a Suécia com projeto e desenvolvimento de um 5ªG pra breve, até porque ela está tocando o NG e não tem cacife (assim como a Embraer não teria) para tocar dois projetos de uma vez. Esta é a grande limitação da SAAB; parece muito, mas para quem pensa pequeno (sem apologias ou críticas, não falo de pessoas do fórum, não é ofensa, fiz uma associação ao "pensar grande" dito pelo MU e NJ tempos atrás).
3) A proposta os franceses é no mínimo obscura, pouco se fala, o que vaza aí é pura especulação ou informações plantadas pela concorrência, os caras simplesmente não falam nada, todos nós sabemos disso. Não sei se a propostas deles é boa ou ruim, só digo duas coisas: se for ruim, rua! Se for boa, então que entre de sola, pois não vejo outro país com maior potencial de cooperação com o Brasil do que a França, simplesmente porque ela preciso disso para sobreviver e para manter seu ideal de ter seus próprios equipamentos militares. É o único país, entre os três, que teria condições de propor ao Brasil o desenvolvimento de um caça de 5ªG, semelhante ao que a SAAB propõem hoje, mas pena que com um caça de 4ªG.
Dos três países na concorrência ao FX-2 apenas a França tem fortes ligações políticas e geopolíticas com o Brasil. Os EUA tem a postura de tratar o Brasil da mesma forma que trata qualquer país da AL, se assimilaram as coisas, foi tarde demais. Os suecos, bem, neste quesito não tem absolutamente nada a oferecer, mas vai que o Brasil decidiu assumir que viverá eternamente em cima do muro, então a Suécia passa ser seu maior par.
A opinião da FAB é importantíssima, mas ainda dou prioridade a quem pagará a conta e que faz questão de decidir, assim como tem feito regularmente de tempos pra cá. Neste caso, vejo com excelentes olhos a opinião do governo em "preferir" o Rafale, porém seria radicalmente contra se o "combinado" com o Sarkozy não puder ser honrado formalmente, aí franceses, aquele abraço.
E qual seria a minha segunda opção? Não existe, o segundo é o primeiro dos derrotados, assim não penso desta forma.
Grande abraço,
Orestes