LeandroGCard escreveu:Veja bem, os MBT's de hoje em dia não enfrentam o que é seu igual, seu uso mudou.
A forma como tem sido mais usados mudou. A forma como são concebidos, nem tanto. Ou este novo canhão de 130mm dos posts anteriores foi projetado não para romper a blindagem do Armata e sim para da apoio de fogo à infantaria (o que seria completamente desnecessário e até contra-producente)?
São armas de apoio de fogo móveis, armas de tomada e de defesa de ponto chave, meio quebrar defesas do inimigo. E ao longo dos anos, ganhará apoio de drones.
E no entanto os drones já são ainda mais usados para justamente encontrar os tanques antes que estes cheguem a uma distância em que possam usar os seus canhões
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. Até radares doppler já existem para isso.
Os "caça-tanques" de hoje em dia são os Kornet-D, Spike NLOS e entre outros sistemas, que NÃO fazem de nada parecido com MBT's. É como comparar uma fragata a um destróier, a fragata pode sim abater um Destróier, mas nunca fará a função do mesmo.
E no entanto já em 1982 nas Malvinas os ingleses não possuíam tanques, e utilizaram seus mísseis AC em grande quantidade e com enorme êxito contra as posições de metralhadoras e trincheiras argentinas, justamente a função de rompimento de linhas defensivas que os tanques deveriam fazer. Contabilidade final (dados do Cel. Gélio Fregapani): 70 a 80% das baixas argentinas foram para mísseis guiados.
Há 10 anos atrás o uso de um MBT é diferente do uso de hoje, boa parte culpa do comando ou dos operadores. Se sabem que há mísseis AT no local, o mais óbvio a se fazer é fazer reconhecimento com drone e abater possíveis alvos, já que o Hezbollah usava posições fixas de disparos. Pra isso existem helicópteros de ataque, artilharia guiada, mísseis de cruzeiro e etc, mas os países que citou preferiram ir de peito aberto. Agora imagina se tivesse um reconhecimento aéreo feito por drones e abatessem os locais onde haviam mísseis anticarro... Será que Israel não conseguiria?
Se você conhece algum exército que use mais os drones do que o de Israel então me conte, porque eu não conheço. E eles já faziam isso bem antes de 2006, vide a ação no Bekaa em 1982. Ainda assim deu tudo errado em 2006 no Líbano, não apenas eles não conseguiram resgatar os dois soldados capturados que foram o estopim das operações como sequer conseguiram impedir o Hezbollah de continuar lançando foguetes contra território israelense até o último dia do conflito (embora, é claro, com pouquíssimo efeito - foguetes não-guiados lançados a esmo nunca foram uma arma muito eficaz, mesmo se os lançadores não são hostilizados). Mas quem usou (e ainda usa, é claro) drones também foi o próprio Hezbollah.
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Fonte:
https://crimesofempire.com/2015/05/30/h ... -in-syria/
E aliás, os israelenses também possuíam helis de ataque em 2006. Não fizeram diferença alguma.
Sobre os Sauditas, eles mostram ao mundo como não se usam um blindado e fazem isso muito bem. É a coisa mais ridícula hoje no mundo.
Minha pergunta continua no ar: acha que mísseis conseguem ser superiores aos carros de combate? Se todo mundo fosse no seu pensamento, a Rússia agora apostaria as fixas no Kornet-D e não no Armata. E ainda não chegamos ao ápice dos desenvolvimentos em blindagem e armamento, canhões elétromagnéticos que disparam munições em até Mach 7, nanotubos de carbono e entre outros estão em desenvolvimento e com toda a certeza daqui a 50 anos teremos algum de ambos operacional, talvez até os 2.
Por isso sou a favor do plano dos Leo 2A4 (sem eles, não teremos mais mbt's) e postergar o desenvolvimento de uma família SL para acompanharmos os conceitos no mundo e desenvolvermos tecnologias para eles. Uns Leo 2A4 modernizados para o padrão Evolution (Revolution é do Marder), podem suportar tranquilo até 2040. É o tempo de desenvolvermos algo muito melhor do que pensado hoje.
Eu não disse em momento algum que os mísseis são superiores aos tanques e ponto (independentemente do fato de que eles tem obtido muito sucesso). O que venho dizendo é que NÃO SE PODE AFIRMAR HOJE que para lá de 2025 ainda valerá mais à pena gastar dinheiro e esforços desenvolvendo um novo tanque de guerra do que outros sistemas que poderiam superá-los e substituí-los, como VBCI's dedicadas, drones de ataque e mísseis guiados avançados. Como você mesmo colocou, a tecnologia avança, não apenas para os tanques mas também para os outros sistemas, e não dá para prever agora o que será mais eficiente duas ou três décadas no futuro.
E um ponto importante que não se deve esquecer é que nos países onde existe uma tradição de longa data no desenvolvimento de tanques, como EUA, Rússia, Alemanha e etc..., existem empresas e equipes de engenharia totalmente dedicadas a isso, que não fazem outra coisa além de imaginar os novos desenvolvimentos na área dos MBT's e de oferecê-los aos seus governos e ao mercado internacional. Eles vivem disso, é como ganham seus salários, e por isso enquanto existirem existirão novas propostas, novos desenvolvimentos e lobistas tentando convencer os governos a comprá-los. E outras equipes irão tentar seguí-los também. Quer os tanques ainda façam sentido no campo de batalha ou não.
Leandro G. Card