Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Enviado: Sex Ago 19, 2016 9:09 am
Penguin, concordo em grande parte, só faço a ressalva que o Chile sempre teve condições sócio-econômicas superiores as nossas. Por exemplo, enquanto ao final do Império tínhamos 10 a 15% da população alfabetizada, no Chile este percentual era invertido.
Eu tenho muitas críticas em relação ao regime militar, mas tenho que reconhecer que houve um avanço gigantesco do ponto de vista econômico. Parte deste avanço decorreu da política de arrocho salarial, o que fez a desigualdade aumentar de maneira vertiginosa, mas experimentamos crescimentos consistentes acima dos 5% por muitos anos.
O governo do Pinochet foi um choque ainda maior, não só na repressão, lá eles aplicaram uma política econômica efetivamente liberal. Isso me lembrou de um documentário que dizia o seguinte: O liberalismo social não casa com o liberalismo econômico. Nos primeiros anos de Pinochet o aumento salarial não acompanhava a inflação, o PIB per capita caiu muito e o desemprego ainda mais. Ainda foram feitas reformas que na prática significavam que o Estado estava deixando de atuar em determinadas áreas sociais. Isso aumentou muito a pobreza e o povo, claro, se revoltou.
Aí entra a parte que o liberalismo social não casa com o econômico. Quando estas políticas começam a entrar em ação o povo pede mudanças e só em uma ditadura ou regime igualmente atípico elas podem ser levadas adiante, ou seja, a liberdade do povo de mudar de caminho precisou ser desconsiderada. Aquelas mudanças não poderiam ser levadas adiante em um regime democrático.
Por conta destas políticas, com o tempo o custo da mão-de-obra foi reduzido, assim como a carga tributária, o que se traduziu em vantagem econômica e os investimentos fluíram. Estou reduzindo de maneira muito grosseira porque entendo pouco sobre a economia do Chile, inclusive se estiver dando barrigada peço que quem entende mais sobre o assunto me corrija.
Segue um link sobre o assunto: http://www.revistadeestudosinternaciona ... e/view/190
E um trecho:
De acordo com os dados da CEPAL (2009), o plano foi adotado e tinha como finalidade combater a inflação que estava em índices elevados. No entanto, após um ano de implantação, o PIB caiu 12,9% e a produção industrial caiu 28%. Houve uma duplicação no desemprego, de 9,17% para 17,6%. Ditticio (2007) afirma que na metade de 1977, o panorama da economia chilena começava a mudar, apresentando uma diminuição da inflação de 63,5% em 1977 para 30,3% no ano seguinte.
A reforma financeira ocorreu em 1975 com a volta da privatização de bancos, a liberalização das taxa de juros e a desregulamentação do crédito e dos prazos para os empréstimos e financiamentos. Mas a reforma tributária teve um caráter regressivo e depois foi complementada. Em suma, a recessão de 1975 fez o PIB cair 11,3%, mas depois voltou a crescer entre 1977 e 1980. Durante o período de 1978 a 1981, o PIB cresceu, em média, por ano, 2,5%. Portanto, o ponto de inflexão histórica no Chile não foi em 1973, mas sim na crise de 1980, quando houve uma mistura de medidas intervencionistas com políticas liberais. Essa crise acabou forçando o governo a estatizar o sistema bancário, contudo, logo após a crise, este voltou a ser privatizado (DITTICIO, 2007)
Eu tenho muitas críticas em relação ao regime militar, mas tenho que reconhecer que houve um avanço gigantesco do ponto de vista econômico. Parte deste avanço decorreu da política de arrocho salarial, o que fez a desigualdade aumentar de maneira vertiginosa, mas experimentamos crescimentos consistentes acima dos 5% por muitos anos.
O governo do Pinochet foi um choque ainda maior, não só na repressão, lá eles aplicaram uma política econômica efetivamente liberal. Isso me lembrou de um documentário que dizia o seguinte: O liberalismo social não casa com o liberalismo econômico. Nos primeiros anos de Pinochet o aumento salarial não acompanhava a inflação, o PIB per capita caiu muito e o desemprego ainda mais. Ainda foram feitas reformas que na prática significavam que o Estado estava deixando de atuar em determinadas áreas sociais. Isso aumentou muito a pobreza e o povo, claro, se revoltou.
Aí entra a parte que o liberalismo social não casa com o econômico. Quando estas políticas começam a entrar em ação o povo pede mudanças e só em uma ditadura ou regime igualmente atípico elas podem ser levadas adiante, ou seja, a liberdade do povo de mudar de caminho precisou ser desconsiderada. Aquelas mudanças não poderiam ser levadas adiante em um regime democrático.
Por conta destas políticas, com o tempo o custo da mão-de-obra foi reduzido, assim como a carga tributária, o que se traduziu em vantagem econômica e os investimentos fluíram. Estou reduzindo de maneira muito grosseira porque entendo pouco sobre a economia do Chile, inclusive se estiver dando barrigada peço que quem entende mais sobre o assunto me corrija.
Segue um link sobre o assunto: http://www.revistadeestudosinternaciona ... e/view/190
E um trecho:
De acordo com os dados da CEPAL (2009), o plano foi adotado e tinha como finalidade combater a inflação que estava em índices elevados. No entanto, após um ano de implantação, o PIB caiu 12,9% e a produção industrial caiu 28%. Houve uma duplicação no desemprego, de 9,17% para 17,6%. Ditticio (2007) afirma que na metade de 1977, o panorama da economia chilena começava a mudar, apresentando uma diminuição da inflação de 63,5% em 1977 para 30,3% no ano seguinte.
A reforma financeira ocorreu em 1975 com a volta da privatização de bancos, a liberalização das taxa de juros e a desregulamentação do crédito e dos prazos para os empréstimos e financiamentos. Mas a reforma tributária teve um caráter regressivo e depois foi complementada. Em suma, a recessão de 1975 fez o PIB cair 11,3%, mas depois voltou a crescer entre 1977 e 1980. Durante o período de 1978 a 1981, o PIB cresceu, em média, por ano, 2,5%. Portanto, o ponto de inflexão histórica no Chile não foi em 1973, mas sim na crise de 1980, quando houve uma mistura de medidas intervencionistas com políticas liberais. Essa crise acabou forçando o governo a estatizar o sistema bancário, contudo, logo após a crise, este voltou a ser privatizado (DITTICIO, 2007)