Pois é. Pensar ainda é grátis e não declara IRPF, mas não deixa de ser uma opção realmente atraente para o nosso cenário de defesa, e porque não dizer, para o mercado comercial civil também, que com certeza encontra para um till rotor variados empregos, principalmente no mercado offshore.
Para as forças armadas brasileiras um till rotor do STOUT seria de grande proveito pois ele teria emprego certo nos três ramos, podendo mesmo ser aplicado além daquelas funções para as quais foi previsto pela FAB. Isto por si só já daria a ele uma demanda possível para bem mais que algumas poucas dezenas de unidades.
Aliás, o mercado para-público no Brasil teria espaço de sobra para um vetor assim. E o problema não é tanto a falta de verba, mas a terrível ausência de cultura aeronáutica na maior parte do setor público nacional, em todos os níveis. Mesmo os helos levaram décadas para conseguir se firmar como vetor de emprego geral, e ainda assim com muitas limitações nos estados menos abastados do país. Há demanda muito maior de serviços para público para o emprego de helos hoje em dia que não é coberto simplesmente por falta de interesse dos governos de plantão.
Posso citar o meu estado, que em Manaus, a PMAM possui apenas dois helos, um Esquilo comprado usado, e um Robinson R-22. E é só. E eles tem de dar conta de uma cidade com 2,3 milhões de habitantes, com rescaldos para a área rural, muito maior que a própria cidade, e com população totalmente dispersa e sem qualquer infraestrutura básica decente. Imagines isto agora no interior, onde a presença do Estado vai de escassa a totalmente ausente. A diferença que um helo ou till rotor faria para salvar vidas, e outras tantas coisas mais, quando se está há mais de mil kms da capital.
De qualquer forma, temos uma mercado latente no Brasil gigantesco na seara pública, para-pública, militar e civil. O que nos atrapalha é justamente essa falta de vontade e interesse em dispor de vetores aéreos sem necessariamente depender das forças armadas para isso. Considero este um problema muito mais sério do que a falta de verbas para investimento, que como se sabe, quando interessa politicamente, aparece no mesma hora, independente de quaisquer questões de limitação orçamentária e financeira do Estado.
Infelizmente a Embraer não consegue vender seus produtos comerciais no Brasil pelo incrível fato de que eles saem muito mais caros do que comprar aviões da mesma categoria lá fora. Tanto que a Azul compra os seus lá fora e não direto da Embraer. O mesmo se aplica em maior ou menor escala aos jatos executivos, e à família de jatos militares, que dependem essencialmente do interesse, e capacidade, das forças armadas de adquiri-los. O que vem ficando cada vez mais difícil. O STOUT VTOL faria, e faz, todo sentido no Brasil, seja militar ou civil. Mas nós não temos políticas de Estado em Defesa, e nem no setor aeronáutico que possam suportar este ou qualquer outro tipo de investimento na área. Lamentável, para não dizer vergonhoso.