Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Wyvern_
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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#196 Mensagem por Wyvern_ » Sáb Dez 21, 2013 12:50 am

Reportagem interessante da Globo News sobre a reunião de hoje do governo com a SAAB

http://g1.globo.com/globo-news/jornal-d ... a/3033456/




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alex
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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#197 Mensagem por alex » Sáb Dez 21, 2013 12:54 am

Lima:
Entre o projeto, idéias e a realidade da operação do AM-X vai uma distância enorme.

Se fomos pensar em memória curta, é bom lembrar que o AM-X está demorando 25 anos para ter um radar, o mesmo dito para mísseis ar-ar ativos na ponta das asas, passou um bom tempo 'ensacado' porque era mais caro para manutenir e sempre teve uma crise de identidade apoiada por uma péssima propaganda porque muita gente achava que era 'caça' mas nunca foi.

Etc etc etc etc.
Não sei se este é um bom exemplo para este caso. As versões brasileiras e italiana eram diferentes devido ao uso em suas respectivas forças. A italiana tinha mais tecnologia para fazer o que o Tornado fazia por um preço mais baixo (jogar bombas com precisão) e a brasileira tinha menos tecnologia ( mais barata) e se fixava na ideia de grande alcance para lançar esta bombas com precisão.

Nossos requisitos foram criados por uma FAB que desconhecia como a tecnologia era importante e diferenciada para vencer uma guerra ( não conheciamos o caça mais informatizado da epoca: o F-16) e o governo que pagava este projeto sangrava pela crise do petróleo e a inflação interna.

Quando se poderia fazer alterações como um radar e os misseis não havia dinheiro para tal, mas nunca foi problema do projeto do A-1 tanto que a modernização (atrasada) esta sendo feita.

No caso atual Suecia, Suiça e Brasil estão elaborando uma unica versão deste caça com minimas variações entre eles.




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#198 Mensagem por Carlos Lima » Sáb Dez 21, 2013 1:38 am

alex escreveu:Lima:
Entre o projeto, idéias e a realidade da operação do AM-X vai uma distância enorme.

Se fomos pensar em memória curta, é bom lembrar que o AM-X está demorando 25 anos para ter um radar, o mesmo dito para mísseis ar-ar ativos na ponta das asas, passou um bom tempo 'ensacado' porque era mais caro para manutenir e sempre teve uma crise de identidade apoiada por uma péssima propaganda porque muita gente achava que era 'caça' mas nunca foi.

Etc etc etc etc.
Não sei se este é um bom exemplo para este caso. As versões brasileiras e italiana eram diferentes devido ao uso em suas respectivas forças. A italiana tinha mais tecnologia para fazer o que o Tornado fazia por um preço mais baixo (jogar bombas com precisão) e a brasileira tinha menos tecnologia ( mais barata) e se fixava na ideia de grande alcance para lançar esta bombas com precisão.

Nossos requisitos foram criados por uma FAB que desconhecia como a tecnologia era importante e diferenciada para vencer uma guerra ( não conheciamos o caça mais informatizado da epoca: o F-16) e o governo que pagava este projeto sangrava pela crise do petróleo e a inflação interna.

Quando se poderia fazer alterações como um radar e os misseis não havia dinheiro para tal, mas nunca foi problema do projeto do A-1 tanto que a modernização (atrasada) esta sendo feita.

No caso atual Suecia, Suiça e Brasil estão elaborando uma unica versão deste caça com minimas variações entre eles.
Que os deuses te ouçam amigo :) !

O meu ponto é que as pessoas podem debater (desde que façam com educação) e que sim, o AM-X sofreu com as crises que ninguém em 1984 quando da assinatura dos contratos poderiam imaginar que ocorreriam a partir de 1989 quando a primeira aeronave foi entregue e deixou o nosso AM-X 'menos capaz'.

Além disso de um modo geral sempre fomos muito mal informados sobre o que 'era' o AM-X. Acho que informação e transparência são sempre a solução para calar qualquer um que reclame.

Assim como está acontecendo em outros programas. ;)

E como disse, agora é dar tempo ao tempo e ver o que realmente será o 'nosso' Gripen. ;)

[]s
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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#199 Mensagem por Wyvern_ » Sáb Dez 21, 2013 1:59 am

"Caças suecos vão estar obsoletos ao chegar ao Brasil, diz especialista"

Programa "Entre Aspas" da Globo News

Entrevista de 25min com Salvador Raza (Diretor do CeTRIS, Centro de Tecnologia, Relações Internacionais e Segurança) e Roberto Godoy (Jornalista do Estado de SP especialista em Segurança e Defesa).

http://g1.globo.com/globo-news/entre-as ... s/3030864/




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#200 Mensagem por Wolfgang » Sáb Dez 21, 2013 2:24 am

Obsoletos? Jesus...




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#201 Mensagem por Penguin » Sáb Dez 21, 2013 2:32 am

Brazil FX-2 – Saab Gripen Decision is Good for the UK
Posted on December 18, 2013 by Think Defence in News and Information with 46 Comments
http://www.thinkdefence.co.uk/2013/12/b ... n-good-uk/

The UK might have had a small dog in the fight with the Rafale and F-18, but certainly the Brazilian Air Force decision to select the Saab Gripen NG for their FX-2 programme is better news for the UK aeronautics industry.

Following on from comments on another thread (thanks guys) it would seem the UK has potential industrial supply participation in the radar, ejector seat, helmet mounted display, weapons pylons and airborne refuelling systems. Perhaps there might also be some possibility of a future Meteor buy.

If the Sea Gripen becomes a possibility for Brazil, the design work will mostly be completed in the UK and of course, the implications for the QE carriers are obvious, however remote!

Written evidence to the House of Commons Defence Select Committee from Saab in April last year states that 30% by value of the Gripen is manufactured in the UK.

Whether that will still remain, whether a greater percentage of work will be done by the very capable Brazilian aeronautics sector will no doubt become clear soon but whatever the shape of the deal, good news for the UK, and of course, good news for Saab and Brazil.




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#202 Mensagem por Wyvern_ » Sáb Dez 21, 2013 2:33 am

Wolfgang escreveu:Obsoletos? Jesus...
Terminei de ver o vídeo agora, a manchete (que peguei do próprio site da globo) não reproduz exatamente o que ele quis dizer.

O "obsoleto" dele se refere ao timming, onde o Brasil está adquirindo algo considero de 4.5 geração, enquanto as maiores potências já estão em projetos ou iniciando produção da 5 geração, principalmente pelo período longo de entrega, onde ao final, 2023, todos esses de Quinta Geração em projeto já deverão estar em produção. O obsoleto dele pode ser entendido melhor como "atrasado".

Mas no fim ele concorda que foi uma boa aquisição, necessária, mas que vai depender do Brasil saber aproveitar o acordo e etc etc etc...




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#203 Mensagem por Penguin » Sáb Dez 21, 2013 3:15 am

Uma provável vantagem do Gripen NG - o radar AESA Swashplate. Infelizmente só disponível a versão em inglês:

Imagem

Raven ES-05 AESA Brings Wider Eyes For The Gripen NG
12 Dec 2011
http://www.gripenblogs.com/Lists/Posts/Post.aspx?ID=9

A recent report in the November issue of Brazilian magazine Revista Força Aérea by Rudnei Dias da Cunha took a hard look at the Raven ES-05 AESA for the Gripen NG which is a contender for the Brazilian Air Force’s order.

According to the report, the air-to-air and air-to-ground modes have successfully been integrated to the Raven 1000P radar prototype, achieving the expected performance. A special emphasis was given to the air-to-ground imaging capacity at great distances, with the Raven 1000P producing excellent medium-resolution to high-resolution imaging in synthetic aperture mode.

Excerpts from the report:

The Raven ES-05 is an evolution of the fire control radars of the Raven family (500E and 1000E), manufactured by Selex Galileo. Selex Galileo has the unique distinction of not only creating an array of fire control AESA radars (the Vixen E family) but also a number of AESA surveillance radars (the Seaspray E family).

The Raven ES-05 radar uses about one thousand TRMs capable of generating high-power radar beams. The radar also generates a wide array of wave and processing regimes, capable of implementing a set of air-to-air seek while tracking, combat, air-to-ground and air-to-sea modes.

An important technological innovation introduced by Selex Ga­lileo in the Raven ES-05 was the “Swashplate” concept. The AESA radars had their antennas made up by a matrix of TRMs, in a flat circular configuration, without mechanical movement, attached to the bulkhead of the front fuselage of the aircraft. This type of radar antenna can move its electronic beam anywhere inside a field of view (FoV – Field of View) to detect and track targets. However, the FoV of these types of AESA is limited to about +/- 60 degrees in relation to the longitudinal axis of the aircraft and its front. The Swashplate concept consists of a mounted AESA antenna inclined in a ring with electromechanical rolling. The key-component of the Swashplate is the rotating joint that transfers the cooling liquid, control and power signals and RF signals from and to the radar receiver behind the aircraft bulkhead.

The rotating joint, as it occurs with the radar units, has to occupy the smallest space possible, with minimum operating weight and reliable manner, based on the hostile operating environment on-board a fighter jet. The inclined layout of the Swashplate allows the total scanning angle of the radar to be the same as the maximum electronic angle plus the angle of inclination, that is, an angle of 45 degrees of inclination will allow a total scanning angle of 105 degrees.

In long-range air-to-air combat, the highest FoV means that a Gripen can maneuver at an angle in relation to the viewed axis of the target (off-boresight angle) greater than what is possible with an AESA radar with fixed TRMs matrix after launching a BVR missile and still be able to send updated information to the missile. In turn, a potential enemy will be limited to deviating up to 60º of the viewed angle after launching the BVR missile. Therefore, it will still be displacing towards a missile launched by Gripen while this, in turn, will be flying perpendicularly or even away from the enemy missile. Simulations made showed that this capacity should not be underestimated and it will have a devastating effect in the engagement result of the BVR.

In a dogfight, the air-to-air WVR (Within Visual Range), the repositioning capacity of the antenna with Swashplate will enable the detection of targets “over the shoulder” of the pilot, together with helmet mounted sight and next generation air-to-air WVR missiles, with high maneuverability, will offer the Gripen NG pilot even more advantages.

Another advantage offered by the Swashplate is its use in recognition missions because the higher FoV enables images generated by the Raven radar operating in synthetic aperture mode (SAR) to be wider, offering greater coverage of the desired region.

An AESA radar allows its antenna to be used for digital information exchange (data linking) between aircrafts that “talk” a same communication protocol and Raven is not a exception to the rule. Therefore, it is possible for a Gripen NG to detect targets with its radar and digitally transmit the information to other Gripen NG fighter aircrafts without them using their own radars, with this increasing the stealth effect of the aircrafts and increase their probabilities of success in the combat. Hence, a single Gripen NG can operate as a “mini-AWACS”, able to detect targets and obtain SAR imaging simultaneously, and disclose this information to other aircrafts.

The Raven ES-05 prototype called Raven 1000P is based on the Vixen 1000E radar and was recently taken to a Gripen demo aircraft. This system was used to prove the installation ease and testing of the arm-system radar interfaces. The prototype detected air targets successfully and generated high-resolution synthetic aperture (SAR) images.

The development program of Raven ES-05 is rapidly progressing and is as forecasted. The design of the hardware is practically complete with all the main subsystems, be it in production or integration. Deliveries of software are also progressing gradually. The integration of the standard production radar will begin at the company’s headquarters in Edinburgh at the end of this year, with delivery of the first system to Saab in the beginning of 2012.

Besides the Raven ES-05, the Gripen NG will have an integrated IRST, the Skyward-G. Manufactured by Selex Galileo, both can be seen in the illustration above, and their use by Gripen NG will enable active and passive tracking, therefore increasing the capacity of the aircraft.

One of the major characteristics of Raven, already present in Vixen 1000ES, is a rotating platform that allows the radar antenna to cover a scanning angle of +/- 105°. This enables the Gripen NG to move away form the target, rapidly making a curve after launching the missile, while still keeping the target in sight; with this, a terminal active phase short duration missile (i.e., after finding the target with its internal systems) can undergo trajectory corrections sent by the Gripen NG.

The Gripen NG demonstrator shows some of its weapons, such as the air-to-air WVR IRIS-T missiles at the tips of the wings and the air-to-air BVR Meteor missiles under of the wings. Selex Galileo is developing the Raven ES-05 radar to equip the Gripen NG. Based on the Vixen I000ES AESA radar, Raven will have a control hardware developed by Saab Microwave Systems that will enable Saab to own the control of the radar control software, preventing possible sales restrictions to potential buyers.




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#204 Mensagem por Penguin » Sáb Dez 21, 2013 3:26 am

O futuro tampão da FAB...

Imagem




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#205 Mensagem por Raphael Vianna » Sáb Dez 21, 2013 4:41 am

Excelente aquisição para FAB! :D Uma pergunta só 12 Gripen C/D não seria pouco como caça tampão? Os F-5 darão baixa depois das primeiras entregas do Gripen NG?




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#206 Mensagem por Raphael Vianna » Sáb Dez 21, 2013 4:53 am

Amigos se o caça Gripen C/D vier como tampão(é quase que se certo) seriam um grande salto frente os Mirage 2000 da FAB? Vendo pelo gráfico que o amigo ai em cima colocou ele usa uma gama enorme de armas modernas! Desculpe pela minha leiguice to aprendendo ainda! :)




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#207 Mensagem por Boss » Sáb Dez 21, 2013 7:01 am

21/12/2013 - 03h15
Saab quer exportar caça montado no Brasil
IGOR GIELOW
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A empresa sueca Saab pretende transformar o Brasil em base exportadora para sua nova versão do caça Gripen, a NG, que foi escolhida pela Aeronáutica como o novo avião padrão de sua frota.

Segundo Lennart Sindahl, vice-presidente e chefe da divisão de aeronáutica da Saab, a linha de montagem será feita onde o governo quiser.

Hoje a FAB pretende que isso ocorra numa unidade da Embraer, única empresa brasileira capacitada para absorver a transferência tecnológica prevista no contrato.

Imagem
Gripen, da sueca Saab

Para Sindahl, a demanda irá determinar se haverá a necessidade de expandir a fábrica que a Saab vai construir em São Bernardo do Campo.

Em princípio, o local produzirá partes das asas e da fuselagem do caça, provavelmente usando uma tecnologia hoje inexistente no país, aplicando materiais compostos –que são mais leves que o alumínio aeronáutico.

A empresa sueca foi a vencedora da concorrência para fornecer 36 aviões à FAB, em decisão de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,5 bilhões) anunciada na quinta-feira. A Suécia já encomendou 60 unidades do modelo e a Suíça, 22, em decisão a ser referendada.

"Trabalhando no Brasil, podemos explorar mercados distantes da Europa", disse Sindahl. Ele teve uma primeira reunião ontem com oficiais da FAB. Ficou decidido que nos próximos dois meses serão definidas as equipes que trabalharão no contrato a ser assinado até o fim de 2014.

"Nossa proposta aprovada foi feita em 2008. Agora vamos ouvir todas as adequações que a FAB decidir e fazer os ajustes", disse Dan Janglbad, vice-presidente da Saab que participou da reunião.

Os primeiros aviões deverão ser entregues em 2018. A FAB quer modelos hoje em uso do Gripen emprestados para fazer a defesa aérea do espaço entre Brasília e o Sudeste. Os Mirage hoje empregados serão aposentados e a função será cumprida por caças F-5 mais adequados para combate ar-ar do que para interceptação de ameaças.

Para a Saab, isso terá de ser uma decisão de governos, pois não há Gripens do modelo hoje em uso estocados.

Imagem
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
Gripen NG

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013 ... asil.shtml




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#208 Mensagem por Boss » Sáb Dez 21, 2013 7:16 am

Suécia confirma envio ao Brasil de modelo mais antigo de caça
Saab diz que pretende aproveitar as boas relações comerciais brasileiras para exportar mais aviões
JAILTON DE CARVALHO
Publicado:
20/12/13 - 18h00
Atualizado:
20/12/13 - 22h19

BRASÍLIA - A ministra da Defesa da Suécia, Karin Enström, prometeu ontem a Celso Amorim, ministro da Defesa brasileiro, que logo no início de 2014 apresentará ao governo do Brasil uma proposta de cessão de caças Gripen C/D da Saab, que reforçariam o sistema de defesa aérea do país antes do início da entrega das primeiras unidades dos 36 Gripen NG comprados pelo Brasil. Karin tratou do assunto numa conversa por telefone com o colega brasileiro.

Segundo o vice-presidente da Saab, Lennart Sindahl, os caças Gripen NG a serem produzidos em parceria com empresas brasileiras, poderão ser, no futuro, exportados do Brasil para outros países da América Latina, da Ásia e da África. Ele entende que as boas relações brasileiras com países das diversas regiões poderão incrementar o mercado dos caças NG. Em entrevista ao GLOBO, Sindahl confirmou que uma das unidades de produção do Gripen será construída em São Bernardo do Campo.

— Sim (será exportado), se juntarmos forças com o Brasil. Isso não é só para o mercado brasileiro, mas para o mercado de exportação. E isso se respalda nas boas relações do Brasil com a América Latina, o Pacífico e a África. Por isso planejamos que a fábrica no Brasil também exporte — disse Sindahl.

O executivo chegou ontem ao Brasil para começar a acertar os detalhes do contrato da venda do lote de 36 caças à Força Aérea Brasileira (FAB), um negócio de US$ 4,5 bilhões. Satisfeito com a escolha do Gripen NG depois de uma disputa que se arrastou por 12 anos, Sindahl destacou as supostas vantagens do caça sueco e, em resposta aos críticos, disse que o avião “não é de papel”. Adversários da Saab têm dito que o Gripen NG seria apenas um projeto numa prancheta, e que não foi devidamente testado.

— O prefeito de São Bernardo (Luiz Marinho), quando esteve na Suécia, aproximou do “avião de papel” e disse, batendo na fuselagem do avião: “Estranho, não parece som de papel. É fascinante como você consegue voar no seu avião de papel”. Esse avião é real. Ele voou centenas de horas na Índia, na Suíça, na Inglaterra. Ele está voando — sustentou Sindahl.

Segundo ele, a Saab fez estudos durante 30 anos sobre os Gripen e hoje detém conhecimento suficiente para produzir caças melhores e mais baratos que muitos concorrentes. Um dos resultados dessas pesquisas seria o próprio Gripen NG. O executivo argumenta que o caça tem alto desempenho e com um custo operacional bem mais baixo que o dos rivais. Os gastos com horas de voo do Gripen NG corresponderiam à metade da dos caças Rafale, da francesa Dassault, e F-18 Super Hornet, da americana Boeing.

— E o custo operacional é muito importante para as Forças Aéreas. Essa aeronave vai voar por cerca de 35, 40 anos. E isso acumula muito dinheiro que afeta os contribuintes — argumentou.

Pelo acordo anunciado na quarta-feira pelo ministro Celso Amorim, o Brasil comprará inicialmente 36 Gripen NG. Mas, se os resultados forem satisfatórios, o governo deverá comprar mais cem caças do mesmo modelo. Os primeiros caças do modelo NG devem começar a voar em 2018. A partir de agora, representantes da Saab e da Defesa vão definir os detalhes do contrato, a parte mais delicada do negócio. As tratativas devem se estender por oito a 12 meses.

Para a Saab, não haverá problema de transferência de tecnologia, questão que teve peso decisivo na escolha dos Gripen NG. Sindahl disse que a tecnologia sensível do caça, ou seja, a parte mais importante deste tipo de aeronave, é toda sueca. Ele lembra ainda que o governo sueco já autorizou o compartilhamento de todas as informações necessárias à produção do modelo:

— A forma mais eficaz de se fazer isso (transferência de tecnologia) é envolver os engenheiros brasileiros no dia a dia do negócio, é trabalhar lá juntos (com os suecos). Você precisa ter em vista que a indústria brasileira não está começando do zero. Tem uma indústria muito capaz. Não há problema em transferir a tecnologia.

Sindahl afirmou ainda que uma das unidades de produção do Gripen NG será em São Bernardo do Campo (SP). Só ainda não está definido que parte da linha de produção caberá à futura fábrica. A empresa já está tratando do assunto com a prefeitura. O executivo disse ainda que a Saab deverá apresentar uma lista de empresas que deverão participar da produção dos novos caças, entre elas a Embraer e a Akaer.

Segundo um dos auxiliares do ministro Amorim, o número de caças Gripen C/D a serem antecipados ainda não está definido. A decisão dependeria de conversas adicionais entre autoridades dos governos brasileiro e sueco. Durante o processo de escolha, a Saab sinalizou a possibilidade de ceder modelos já em uso até o início das operações da nova geração de Gripen. Mas não indicou quantos caças poderiam ser repassados ao Brasil. Para não perder tempo, ontem mesmo dirigentes da Saab se reuniram com representantes da Defesa para começar a acertar detalhes jurídicos do contrato de compra dos caças.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/suecia-con ... z2o6D7G4cQ




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#209 Mensagem por gabriel219 » Sáb Dez 21, 2013 7:30 am

Se ofertaram daqui a poucos das e se o GF aceitar, teremos os caças por volta de Junho, na melhor das hipóteses.




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Re: Tópico Oficial - Programa Gripen NG Brasil

#210 Mensagem por Boss » Sáb Dez 21, 2013 8:11 am

Nº EDIÇÃO: 845 | Capa | 20.DEZ.13 - 20:30 | Atualizado em 21.12 - 07:41

Pronto para decolar
A escolha dos caças Gripen NG, da sueca Saab, dá mais um impulso ao renascimento da indústria bélica brasileira. Conheça os vencedores dessa guerra
Por Denize BACOCCINA

Na terça-feira 17, a presidenta Dilma Rousseff começou a trabalhar cedo. Logo às oito horas da manhã, ela partiu para Recife, onde visitou as obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras. Na capital pernambucana, Dilma participou, ainda, de uma cerimônia no Estaleiro Atlântico Sul. No fim da tarde, já de volta ao seu gabinete no Palácio da Alvorada, em Brasília, convocou o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, para uma reunião fora da agenda. Nesse rápido encontro, a presidenta comunicou-lhes uma decisão há muito aguardada, que só seria anunciada publicamente no dia seguinte: a bilionária compra dos caças da sueca Saab, o Gripen NG.
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Para o alto e avante: o Gripen NG é um projeto que contará com a participação de empresas brasileiras
Era o desfecho surpreendente do programa F-X2, cujo objetivo é reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB), com a aquisição de 36 caças. Saito, um paulista de 71 anos que está no posto desde 2007, ficou aliviado e agradecido por Dilma ter tomado a decisão ainda durante o seu tempo como chefe da FAB. “Estou muito feliz, meu Natal vai ficar mais gordinho”, contou ele na quarta-feira 18, logo após o anúncio oficial. Não foi apenas o brigadeiro Saito quem celebrar. As empresas brasileiras do setor de defesa também têm muito a comemorar com o fim da novela da compra dos caças militares, um enredo que durava 13 anos e contava entre seus protagonistas, além da Saab, com a francesa Dassault e a americana Boeing.

Explica-se: o acordo da FAB com a Saab pode colocar o Brasil no seleto grupo de países que produzem aviões supersônicos. O contrato, estimado em US$ 4,5 bilhões, não se restringe à importação pura e simples das aeronaves, que serão entregues até 2023. Ele é muito mais amplo, pois prevê o desenvolvimento de jatos militareses sueco-brasileiros, que poderão ser inclusive vendidos para outros países. Os detalhes da parceria com as empresas brasileiras ainda serão negociados ao longo do próximo ano, mas a promessa de transferência tecnológica e de desenvolvimento compartilhado foi essencial para a escolha da Saab.
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Os vencedores - voo alto: o CEO da Saab, Håkan Buskhe, derrotou a americana Boeing e a francesa Dassault

“Foi uma decisão objetiva, baseada em performance, transferência efetiva de tecnologia e custo”, disse o ministro da Defesa. A proposta sueca era a que oferecia o melhor preço entre as três concorrentes. O CEO da Saab, Håkan Buskhe, destacou esse fator decisivo. “A Saab acredita que o anúncio de hoje representa um forte compromisso do governo brasileiro e estamos ansiosos para prover a Força Aérea Brasileira com o caça líder mundial e com melhor custo-benefício”, afirmou o executivo, em comunicado. Na quinta-feira 19, as ações da companhia sueca, negociadas na bolsa de Estocolmo, dispararam 30%.

A decisão sobre a compra dos caças foi marcada por inúmeras idas e vindas, adiamentos e lobbies de toda ordem, envolvendo figurões políticos deste século, como o presidente americano, Barack Obama, os franceses Nicolas Sarkozy e François Hollande e o russo, Vladimir Putin. Em 2009, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os caças franceses Rafale, que contavam com o poderoso lobby de seu ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegaram a ser anunciados como vencedores, pelo próprio Lula. A justificativa era a parceria militar que já existia com a França para a produção de helicópteros e submarinos (confira quadro "Renovação militar"). No ano seguinte, o então presidente recuou.

No governo Dilma, a orientação mudou, diferenciando-se da de Lula. O conceito de parceria estratégica, que levou seu antecessor a privilegiar o Rafale, deu lugar à determinação de “não colocar todos os ovos na mesma cesta”, que beneficiou o Gripen NG. Nesse novo cenário, a preferência recaiu sobre os caças F-18 Super Hornet, da Boeing, considerados os mais modernos do mundo. Os americanos deveriam ser anunciados como os vencedores em viagem que Dilma faria em outubro a Washington. Mas documentos vazados pelo consultor Edward Snowden revelando a prática de espionagem dos órgãos de segurança dos EUA sobre o governo e empresas brasileiras abateram os jatos da Boeing ainda na prancheta. “Quando veio essa denúncia já sabíamos que eles iriam sair do páreo e venceríamos”, disse à DINHEIRO uma fonte ligada à Saab.
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Os vencedores - fim da novela: Amorim (à esq.) e Saito comemoram desfecho que, segundo eles, favorece a indústria local

Informados da decisão apenas na quarta à tarde, pouco antes da divulgação oficial do resultado, os perdedores reclamaram. A Boeing classificou a decisão de “decepcionante”. A Dassault foi mais dura. “Lamentamos que a escolha tenha sido pelo Gripen, aeronave que não pertence à mesma categoria do Rafale e que conta com muitos equipamentos de países terceiros, especialmente norte-americanos”, afirmou a companhia francesa em nota, não escondendo sua irritação. Para o ministro da Defesa, Celso Amorim, o fato de algumas partes do avião sueco, como as turbinas, serem fornecidas pela americana GE é uma questão irrelevante. Segundo ele, a Saab detém a tecnologia dos componentes mais sensíveis para uma aeronave de guerra e já concordou em abrir, inclusive, o código-fonte do sistema de armamento. “Temos bastante segurança de que haverá transferência”, afirmou o ministro.

O governo sueco, que, ao contrário do americano e do francês, se manteve à margem da disputa, já garantiu o direito permanente aos equipamentos – isso significa que o Brasil pode vender o avião para outras países, com os equipamentos suecos, sem nenhuma restrição. Nos Estados Unidos, ao contrário, a venda para terceiros países precisa ser aprovada pelo Congresso. “Os Gripens brasileiros sairão das fábricas brasileiras, assim como as futuras exportações para outro países”, disse à DINHEIRO o vice-presidente de Aeronáutica da Saab, Lennart Sindahl, que chegou a Brasília na sexta-feira 20 para começar a discutir com o governo brasileiro os detalhes do contrato. (Leia entrevista completa aqui)
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EM CONSTRUÇÃO O Gripen NG é uma evolução do Gripen, que já é utilizado pelas forças aéreas de cinco países, como Hungria, República Tcheca, África do Sul e Tailândia, além da Suécia. A sigla NG quer dizer Nova Geração. “Algo que pesou para o governo é que o Gripen é um projeto no qual podemos entrar e participar”, afirmou Nelson During, editor do site especializado Defesanet. “O F-18 e o Rafale são projetos acabados.” A desvantagem, neste caso, é que o Gripen não é um caça testado em combates reais. Mas está aberto para contribuições de terceiros, pois está em desenvolvimento.

Com isso, as empresas brasileiras têm a possibilidade de participar ativamente do projeto. Antes mesmo de vencer a disputa, a Saab já havia fechado parcerias com 15 empresas locais. Os executivos da matriz, que acompanham o vice-presidente Sindahl, se reúnem nesta semana com a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), do Ministério da Defesa, para discutir os detalhes do projeto. Independentemente dos acertos finais, entre os vencedores da guerra dos caças há mais gente, além da Saab. Várias empresas brasileiras saem ganhando com a opção do governo pelo Gripen NG.

Afinal, cerca de 40% da aeronave deve ser fabricada no Brasil. Estima-se também que 80% da estrutura do caça será desenvolvida no País. A Embraer, presidida por Frederico Curado, será a principal parceira dos suecos, responsável pela montagem do Gripen NG, provavelmente em sua fábrica de aviões militares, em Gavião Peixoto, no interior paulista. A Akaer, de São José dos Campos, que presta serviços de alta tecnologia aos setores aeroespacial e de defesa, já vem trabalhando há quatro anos no desenvolvimento da asa e da fuselagem do jato. Na empresa, o projeto foi batizado de Gripen NG BR.
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“Hoje, temos a Embraer, mas os componentes são produzidos fora”, afirma Cesar Augusto da Silva, CEO da Akaer, empresa na qual a Saab detém 15% do capital, com opção de chegar a 40%. “Agora, poderemos até exportar para outros países.” A exportação já faz parte dos planos da Saab, que, além de abastecer a Força Aérea sueca, está prestes a fechar um contrato para fornecer o Gripen NG para a Suíça. Todos terão a tecnologia brasileira da Akaer. O projeto também deve criar um novo polo industrial em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Berço da indústria automobilística brasileira, o município está estagnado, sem receber novos investimentos industriais, que têm tomado o rumo de cidades do interior de São Paulo e de outros Estados.

A própria Akaer deve localizar sua linha de produção na região do ABC, a exemplo da Saab, que deve construir ali uma fábrica para produzir toda a parte da estrutura do Gripen NG. A atração desses investimentos transformou o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), em um dos principais defensores da escolha das aeronaves da Saab. Desde o governo Lula, o petista já transitava entre o Brasil e a Suécia para negociar investimentos da companhia em sua cidade. Em 2011, ela foi escolhida para receber o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro, que custou US$ 50 milhões. Para ele, a escolha do Gripen traz benefícios não só para São Bernardo. “Era uma proposta mais amarrada, com transferência de tecnologia e ainda parceria imediata para investimentos”, diz Marinho.

RENASCIMENTO Ao retirar da gaveta o projeto FX-2, o governo dá mostras de que seu compromisso com o reaparelhamento das Forças Armadas é para valer, segundo analistas ouvidos por DINHEIRO. Outras fontes, que pediram para não ter seus nomes citados, argumentam que a pressão da corrente nacionalista das Forças Armadas e do setor empresarial, que sonham em ver a indústria bélica voltar aos seus tempos de glória, foi decisiva para a escolha da sueca Saab no fornecimento dos caças para a Aeronáutica. “Foi a melhor solução possível e essencialmente técnica”, afirma Jorge Leal Medeiros, professor da USP e especialista em aviação.
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Os fabricantes - vitória: a Embraer, de Curado, será a principal parceira na montagem dos caças suecos

“O caça sueco é de baixo custo e poderá ser desenvolvido em grande parte no País, inclusive, pela Embraer, o que dará à empresa um conhecimento muito importante na área militar.” O ressurgimento da indústria bélica não se limita ao principal cliente interno, as Forças Armadas. A ambição dos fabricantes de equipamentos dos mais diversos tipos, incluindo armas leves letais e não letais, é voltar a ganhar terreno fora do Brasil. Pelas contas da consultoria americana Small Arms Survey, ao menos no segmento de armas leves (pistolas e fuzis, por exemplo), que movimenta US$ 8,5 bilhões por ano, o Brasil já recuperou seu protagonismo e se coloca como a quarta força, atrás de Estados Unidos, Itália e Alemanha.

Embalados com essa movimentação, nomes tradicionais, como a gaúcha Taurus, estão desenhando novos modelos de rifles de assalto para serem usados por Forças Armadas e para equipar unidades especiais de polícias metropolitanas. O mercado externo garantiu à Taurus 70% de seu faturamento de R$ 701 milhões no ano passado. Caminho semelhante vem sendo seguido pela estatal Imbel, que tem no rifle FAL seu principal trunfo e está modernizando a produção, de olho nesse mercado em expansão. O mesmo vale para a categoria de armas não letais, na qual se destaca a carioca Condor, fabricante de bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo e pistolas de choque, utilizadas em manifestações e brigas de torcida.
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Os fabricantes - mão na massa: a Akaer, de Silva, já desenvolve a asa e a fuselagem

Na avaliação do vice-presidente executivo da Imbel, general Américo Valdetaro, o Regime Especial Tributário da Indústria de Defesa, programa do Ministério da Defesa que fará desonerações para produtos do setor, e a finalização na negociação dos caças serão preponderantes para o aquecimento do setor de defesa. “Veremos várias empresas se interessando e ajudando a suprir a demanda necessária com produtos nacionais”, diz Valdetaro. Mas a grande vedete desse renascimento do setor de defesa, sem dúvida, têm sido os armamentos de grande porte, como submarinos e aeronaves.

Até porque o grande desafio das Forças Armadas é resguardar os interesses estratégicos e econômicos do País na área do pré-sal. Foi graças à descoberta dessas gigantescas jazidas de petróleo que a Marinha conseguiu reativar o projeto de fabricação de submarinos, um projeto de R$ 8 bilhões para a produção de cinco submarinos, um deles com propulsão nuclear. A produção, que acontece em Itaguaí (RJ), está sendo tocada pelo Grupo Odebrecht, que criou uma divisão de defesa para explorar contratos nessa área. A expectativa da Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) é fechar o ano com receita na faixa dos R$ 400 milhões.
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O lobista: o prefeito de São Bernado, Luiz Marinho, trabalhou pela escolha da Saab

Outra que também começou a ver oportunidades em larga escala é a Helibras, subsidiária do francês EADS, o maior grupo aeronáutico do mundo, e única fabricante de helicópteros do País. A assinatura de contrato para a venda de 50 helicópteros EC725 para o Ministério da Defesa fez com que a empresa investisse na instalação de uma linha de montagem específica do modelo, em sua fábrica em Itajubá, na qual investiu R$ 420 milhões. A parceria com o Ministério também contempla a modernização da frota de 33 aeronaves Esquilos usadas pela Aviação do Exército. O mesmo será feito em relação aos modelos AS365K, mais conhecidos como Pantera.

O crescimento do mercado bélico anima também empresas que ainda não têm contratos com o governo. A alemã Krauss-Maffei Wegmann (KMW), que pretende iniciar em 2014 a operação de sua fábrica de veículos blindados em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, vê com otimismo a disposição do governo brasileiro de entrar para valer nesse mercado. Para o diretor-geral da companhia no Brasil, Christian Böge, o programa F-X2 vai estimular o conhecimento tecnológico brasileiro. “O Brasil terá acesso a informações de ponta”, afirma Böge. “Algo que sempre parecia muito distante.” Agora, bem menos distante, diga-se. Depois de um período de vacas magras, nos anos 1990 e meados da década passada, o orçamento da Defesa vem sendo recomposto.

Em 2003, por exemplo, a pasta tinha apenas R$ 4,6 bilhões para gastos com custeio e investimento. Em 2008, quando foi publicada a Estratégia Nacional de Defesa, o orçamento já havia aumentado para R$ 9,6 bilhões. Agora, neste ano, um novo salto, para R$ 18,6 bilhões, com previsão de chegar a R$ 19,6 bilhões em 2014. Aparentemente, é só o começo. Com a entrada no restrito clube dos fabricantes de caças militares permitido pela transferência de tecnologia trazida pelo Gripen NG, essas cifras se multiplicarão nos próximos anos, gerando negócios e empregos no País. Só em São Bernardo, por exemplo, o prefeito, Luiz Marinho, prevê a criação de 5.800 novos postos de trabalho.
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Colaboraram: Carlos Eduardo Valim, Rosenildo Gomes Ferreira, Luciele Velluto e André Jankavski

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