A primeira mulher portuguesa " Instrutor de Pára-quedismo Militar"
" Para nós não existem "pára-quedistas femininas"... existem apenas pára-quedistas "
Já aqui em nossa página dissemos e voltamos a afirmar que na página Boinas Verdes e Pára-quedistas não se dá ênfase algum ao facto existirem pára-quedistas femininas na Instituição, não existem espaços próprios, álbuns, notas, etc, nem se publicam por aqui fotos de pára-quedistas do sexo feminino pelo facto de serem mulheres, apenas existe uma excepção que são as Enfermeiras Pára-quedistas devido ao importante factor histórico e á notável coragem pioneira de um grupo de Mulheres que a partir de 1961 em uma época que apesar de a Instituição Militar estar vedada á condição feminina elas mesmo assim voluntariaram-se, “valendo-se” da sua formação como enfermeiras, sabendo que iriam estar na linha da frente nas campanhas da Guerra do Ultramar, auxiliando e socorrendo camaradas mesmo em situações de combate, não raras vezes debaixo de fogo.
Mas esta pequena Nota não foca a condição feminina nas Tropas Pára-quedistas mas sim a informação que apesar de datada do já ”longínquo” ano de 1999 continua sendo um marco mais do pioneirismo, inovação e principalmente na ausência de preconceitos que esta tropa demonstra comparada ás demais ditas de élite ...
... por isso "SOMOS DIFERENTES ! "
A PRIMEIRA MULHER PORTUGUESA INSTRUTOR DE PÁRA-QUEDISMO
Alexandra Maria Damião Serrano Rosa
Em 1992 o então Corpo de Tropas Pára-quedistas decidiu reabrir as incorporações a elementos femininos , tal facto não se verificava desde a década de 70 consequência do fim da Guerra do Ultramar, até então as pára-quedistas no efectivo eram todas enfermeiras, porém desta feita as futuras Boinas Verdes estariam posteriormente aptas a desempenhar várias outras especialidades mesmo as de combate se necessário.
Nesta primeira incorporação as candidatas entraram directamente numa instrução militar geral ( IMG / recruta ) juntamente com camaradas do sexo masculino, situação distinta da que se veriicava anteriormente com as enfermeiras pára-quedistas que tiveram cursos específicamente destinados a esses grupos.
Nesse primeiro grupo de candidatas a pára-quedista militar estava Alexandra Serrano Rosa, até então funcionária da Câmara Municipal do Entroncamento, função que não hesitou em deixar de exercer mal tomou conhecimento da possiblidade de se voluntariar para as Tropas Pára-quedistas.
Julho 1992
Após a instrução militar e conclusão do 166º Curso de Pára-quedismo Alexandra Serrano Rosa é uma das 25 “pára-quedistas femininas” a conseguirem a qualificação como pára-quedista militar, conquista a Boina Verde e recebe o Brevet nº 32 755, neste curso foram brevetados 239 novos páras.
A partir de 1993 a pára-quedista Serrano Rosa ingressa na Escola de Sargentos do Exército, em 1995 já como Sargento do Quadro Permanente passa a pertencer á especíalidade da Arma de Transmissões, segue então para BMI - Brigada Mecanizada Independente em Santa Margarida.
Em 1996 regressa a Tancos para o agora denominado CTAT - Comando das Tropas Aerotransportadas que substituiu o Corpo de Topas Pára-quedistas por extinção deste último a 31 Dezembro 1993, até 1998 exerce na sua especialidade ano em que decide corajosamente se candidatar a um curso que até então mulher alguma se havia candidatado ou tivesse feito sequer percurso que o tivesse permitido, esse curso é o CURSO DE INSTRUTOR DE PÁRA-QUEDISMO.
O Curso de Instrutor de Pára-quedismo qualifica oficiais e sargentos do Quadro Permanente á função de Instrutores aptos a ministrar cursos de pára-quedismo militar e abrange a obrigatória capacidade para o Instrutor dominar todas as áreas relacionadas com o curso a ministrar a candidados a pára-quedismo militares ( não obrigatóriamente a apenas futuros Boinas Verdes mas também a militares de outras especálidades e até de outros ramos das Forças Armadas ), áreas essas que são evidentemente as componentes técnicas que vão desde o profundo conhecimento dos pára-quedas, da sua "mecânica" e funcionamento, dominio de toda a estrutura / infraestrutura da área dos cursos tais como as Torres Francesa e Americana, as Maquetes, os Arneses suspensos, as Pistas, etc.
O Instrutor de pára-quedismo será capaz de "estar á frente" de exigentes sessões de treino físico sendo ele o "guia" e exemplo físico para seus instruendos terá por isso de ser possuídor de faculdades inerentes que o permitam.
Uma das áreas dominadas será a capacidade de supervisão e chefia dentro de uma aeronave , bem como as intruções a dar no interior das mesmas, aos pára-quedistas, estará apto a ensinar aos alunos os procedimentos de saída de um avião, a descida e aterragem, bem como conhecer a própria aeronave no que concerne ás áreas relacionadas com o para-quedismo militar.
O Instrutor de pára-quedismo militar para além de tudo isto irá ser ele próprio por vezes o Largador dos pára-quedistas sendo assim o último elo da necessária confiança e tranquilidade transmitida ao pára-quedista prestes a lançar-se no vazio, neste itém "Largador" o candidato a futuro Instrutor é alvo de uma exigente avaliação por parte dos Instrutores do Curso de Instrutores.
Por tudo isto o "Instrutor de Pára-quedismo Militar" aqui referido/a merece a admiração de todos pois já conquistou e exerce com distinção estas funções desde 1999, tal como ela muitos mais Boinas Verdes têm esta qualificação mas a Alexandra Serrano Rosa efectivamente é um marco mais nas Tropas Pára-quedistas e nas Forças Armadas Portuguesas .
Notas finais:
- Em Setembro de 2013 passou ao posto de Sargento-Ajudante
- A Pára-quedista Alexandra Serrano Rosa é filha do nosso sobejamente conhecido Sargento Mor PQ Alfredo Serrano Rosa , Boina Verde com o Brevet nº 2865 de 1964
2014 / Boinas Verdes e Pára-quedistas
RMS
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