Re: Governo adia divulgação de Plano de Defesa...VERDADE?
Enviado: Ter Set 09, 2008 8:40 pm
o saito nao me parece transmitir tanta firmeza....como naquela viagem em que o jobim e ele viram o F-35...corrijam se eu estiver errado!
Confesso que ainda não compreendi tudo o que se passou (e se passa) sobre o tema, mas algo estranho aconteceu. Um fato que chama a atenção é os nomes presentes a tal reunião: Lula, José Alencar, Dilma, NJ e MU. Explico, não se pode esquecer que o MU está no Governo (após bater muito no mesmo) por indicação do Vice-Presidente José Alencar, e que portanto, é de se esperar que este tenha dado pleno apoio àquele.Carlos Mathias escreveu:É mestre, uma hora tinha que feder as m...s que o NJ anda fazendo. Tava escancarado demais, né?
E ficar de frente com a tia Dilma toda prosa como candidata do presidente deve ter dado realmente alergia.
Supondo (pura abstração minha) que o Lula tenha feito o mesmo em relação ao NJ, caberia a ministra Dilma ser o fiel da balança. Dependendo do que ela ponderou...
Mudando um pouco, mas dentro do tema, tem algo que me incomoda: o NJ marcar reunião com representantes da Thales e da Helibrás logo após uma importante reunião que definiria o rumo da END, das FFAA e do próprio sistema de Defesa do País.
Não vejo isso apenas como uma gafe (ou mais uma), vejo como uma reincidência no mesmo erro. E isto logo após um "puxão de orelha" de forma disfarçada, ou seja, a tal Nota Oficial dando explicações sobre a entrevista do ministro NJ à Isto É, onde a mesma não desmentiu o jornalista e nem a revista. Já disse antes, quem autoriza Nota Oficial é o Governo (leia-se Presidente e Casa Civil) e como a mesma não desmentiu o jornalista, fica claro que o desmentido foi o ministro NJ.
Juntando estes fatos pode-se concluir (de maneira simplória, sem info extra) que o NJ insistiu em sua tese com os franceses (pois haviam duas reunião com os mesmos só hoje), arriscou ao agendá-las logo após a reunião de apresentação da END ao Presidente (poderia passar o que ele achou sobre a mesma e qual a sua posição sobre as compras com os franceses, etc.) e provavelmente alguém (não sei quem) ponderou o contrário. Aí a tal "reação" (e não alérgica) seria mais do que esperada.
Veja outro ponto que abordei aqui recentemente: enquanto o NJ se expôs ao fazer francas defesas aos franceses, principalmente na questão do FX-2 e o Rafale, o MU procurou uma outra direção, ou seja, não ignorar os franceses, não desmentir o ministro NJ, fortalecer a opinião que a propostas dos franceses sobre os caças é sólida e atraente, mas com um grande diferencial, que os russos também estão na parada e com grandes chances também. Isto fez e faz toda a diferença!
Assim sendo, por usar mais da diplomacia e de fazer um discursos mais adequado a transparência do processo, passei a ter certeza que o ministro MU cresceu muito dentro do Governo. Isto não significa que sua opinião seja mais importante do que a do NJ, mas que para os discursos para a sociedade, o mesmo apresenta mais equilíbrio e bom senso, ajudando o Governo a não se desgastar antes da hora da divulgação da END, impedindo que a mesma seja criticada com veemência pela oposição e para a imprensa "oportunista".
A END não pode passar deste ano e não pode passar deste governo, seria um tiro no pé do ponto de vista político. Por outro lado, a END não pode ser divulgada perto das eleições e nem depois da mesma, os motivos são óbvios. Logo não dá para esperar por tempo indeterminado como alguns aqui imaginam. Bem, poder pode, mas estrago político seria irreparável.
O problema é como o Presidente terá que lidar com algumas situações previstas nas mesmas e que seriam antipáticas à população e aos militares, por exemplo, a questão do serviço militar obrigatório pra todos (sem dispensa), cortar as cabeças dos comandantes (FFAA) no final do ano, diminuir o número de oficiais-general, etc. Isto sem falar na balbúrdia que já imagino ao se falar do que será comprado (sem especificar as marcas/modelos) que implicará no questionamento de onde virão os enormes recursos para pagar a gorda conta.
Claro que o Presidente Lula já sabia disso e que tem que explicar de onde tirará os recursos orçamentários, mas pra mim está bem claro também que o mesmo pediu aos dois ministros que apontassem as soluções. Pode ser que as soluções apresentadas não tenham agradado. Pode ser que tenham ponderado problemas (neste sentido) com a Fazenda e Planejamento.
A oposição, imprensa "oportunista", também a situação e principalmente a população em geral, não teriam problema algum em assimilar a END e nem as vultosas compras militares. Porém é necessário que se deixe muito bem claro de onde virão os recursos. Se isto estiver bem fundamentado, se os discursos estiverem afinados, sem problemas, tudo será divulgado da melhor maneira possível. Se não for possível conseguir argumentos bem fundamentos para todos os pontos mais polêmicos, então provavelmente serão suprimidos.
Em suma, se esta linha de raciocínio minha tiver alguma coerência, então vejo que o MU sai fortalecido por apresentar propostas mais coerentes com a disponibilidade orçamentária do País. Ou seja, se analisarmos friamente a posição do MU é transferência de tecnologia de "forma sustentável" (parafraseando) e não de passar uma idéia de que um dado país passa ou não transferência pra nós, dando a idéia que tudo viria em uma pazada só! Isto faz uma diferença brutal nas retóricas adotadas pelos ministros. Porém as idéias mais polêmicas previstas na END são de autoria do MU, daí o paradoxo.
Abração,
Orestes
