Enviado: Qua Mar 05, 2008 8:37 pm
Desculpe... não entendi a pergunta!soultrain escreveu:Ok concordo,
E o que dizer do SH que tem 1 operafor e 1 cliente em encomenda? E do Rafale?
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CB_Lima
Desculpe... não entendi a pergunta!soultrain escreveu:Ok concordo,
E o que dizer do SH que tem 1 operafor e 1 cliente em encomenda? E do Rafale?
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Ah! ...soultrain escreveu:O que quero dizer é que operadores do SH e o Rafale têm que se defender muito bem, daqui a 15~20 anos poderão ter problemas graves com o preço da manutenção ou mesmo não ter algumas peças disponíveis.
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Legal... só depois de colocar o meu post vi o seu e pelo visto pensamos igualborn escreveu:Não pode esquecer que o operador do Super Hornet é a U. S. Navy, sozinho as encomendas firmes de todas as versões já devem ter batido a cifra de 600 e pode chegar a 1000, dependendo do andamento do projeto F-35. Peças de reposição e futuros projetos de modenização não serão problema, sempre terão alguns estocados no deserto par serem canibalizados.
Já o Rafale é diferente, a França deve comprar algo em torno de 300 unidades, na pior das hipoteses, isso é quase a metade do número de Super Hornet encomendados, considerando todoas as versões. Deve ser por isso que está desesperada para emplacar uma venda externa.
Sim, mas o alto custo do querosene afeta também os custos de operação dos demais concorrentes, não apenas os do Gripen...piratadabaixada escreveu:Aqui no Brasil seria mais caro devido ao alto custo do querosene.chm0d escreveu:Flying costs do gripen é mto bom.
Abraços,
Heronim
Orestes,orestespf escreveu:Mensageiro, Beraldi??? Até onde eu saiba, mensageiro só passa contra-informação, são usados para confundir e não explicar. Explica essa aí pra gente, vai!!!A.K. for T-7 escreveu:Só sou o mensageiro.
SE vier o pacotão, será mais ou menos isso aí que postei, conforme info de anteontem. Mas, como disse, os fatores da equação estão se acomodando ainda...
A idéia com o pacote é a substituição progressiva, porém relativamente rápida, da frota atual. Não esqueçamos que o F-5M e o Mirage 2000C vão começar "pedir para sair" daqui há apenas 7 anos. O prazo está curto, a situação está ficando urgente, bem como a necessidade de mostrar não só capacidade diplomática, mas também o poder militar para aquietar a vizinhança e colocar cada um quieto em seu devido lugar (dentro de suas fronteiras) está se tornando premente.
Os EUA não querem ter que bancar outra frente de combate, que é o que ocorreria com o suporte direto à Colômbia para esta se virar e guerrear sozinha, mas com a logística dos EUA por trás. Com o Brasil intervindo e acalmando os ânimos apoiado por um poder militar crível, que impeça o Chaves usar suas frases de efeito do tipo "vou mandar meus SU-30", não tem combate, pois ele não é louco de se indispor com o Brasil só para atacar a Colômbia.
Quanto ao dito pelo FIGHTERCOM, só de BVR temos um terço do que você falou que seria necessário, pois há de ser lembrado que já há integração de Derby com F-16. Bombas idem. Casulos são desnecessários, pois o FLIR e o designador laser já são integrados na estrutura do F-16 Block 60, através de uma torreta retrátil. Já quanto às demais armas, excluindo-se, ATUALMENTE, os BVR... digamos que podemos confiar na dobradinha CTA/Mectron para atender eventuais necessidades de curtíssimo prazo em termos de:
- WVR de 4ª geração,
- Bombas inteligentes de todo o tipo (JDAM, Laser e EO), com todo o tipo e tamanho de ogiva (Mk81 a 84, com e sem retardo, em cacho, de penetração, PEM),
- Além de uns brinquedos anti-radar bem eficazes contra modernos SAMs russos (biblioteca inserida graças a cortesia -$$$$- de um certo aliado nosso, que está sempre presente em nossas modernizações de sistemas...)
Grande abraço,
Orestes
Bom, já que você montou todo este teorema, como bom aluno que sou, vou fazer alguns questionamentos, afinal, todo professor gosta de adentrar mais profundamente no assunto que esta ministrando, de forma a poder mostrar todo sua bagagem científica:orestespf escreveu:Olá Fábio,FABIO escreveu:amigo orestes o F-16 esta voltando a ser lembrado, e um bom caça e barato me
refiro aos usados podemos comprar varios,vamos ver o que acontece com a visita
da condolezza rice acho que teremos novidades tanto pra MB como FAB.
o F-16 block 50/52 foi oferecido e rejeitado no FX-1. Portanto para o F-16 emplacar agora tem que ser algo bem diferente do que foi oferecido anteriormente.
Se a Índia comprar o F-16 (duvido e muito), seria razoável imaginar que os americanos nos ofereceriam o mesmo vetor que está sendo oferecido a eles. Se a Índia não comprar, acho muito difícil que os americanos ofereçam a mesma versão pra nós. Deixo bem claro que isso é achismo meu.
Eu, em particular, não gosto do F-16, e em nenhuma das versões, na verdade nunca gostei deste caça. Vou além, este caça está longe de ser adequado às necessidades do Brasil. Porém é bom que se diga que uma "dobradinha" de caças americanos, sendo um deles o F-16 seria muito interessante, o que eu não gosto é apenas de F-16 na FAB.
A realidade brasileira exige (repito, exige!) um caça como o Rafale ou o SU-3x. Eu também gosto do F-15 (moderno), mas...
Quem defende o F-16 para o Brasil pensa apenas na "continuidade" natural do processo de substituição de caças americanos (F-5 no Brasil). Ficam imaginando que abriria portas para o F-35. Isso é conversa pra boi dormir, risível em minha opinião. O mesmo erro que se comete imaginando que um SU-3x da vida abriria as portas para o PAK-FA.
A idéia é muito interessante sim, mas na prática não funciona, é como contar com o ovo dentro da galinha. Explico: se comprarmos F-16 (ou SU-3x) agora, quem bancará a assinatura do contrato é o governo Lula. Não tem como imaginar que um próximo governante vai assinar um contrato futuro para compras de F-35 (ou PAK-FA).
A FAB sabe muito bem disso, sabe também que o caça comprado será praticamente o definitivo por cerca de 30, teme também que não se compre mais do que o número acertado no contrato (36 o seja lá o que for). Não tem garantias que outras dezenas do mesmo caça virão.
Neste caso eu sou bem realista e pragmático, não acredito em contos da Carochinha. E mais realista e pragmático do que eu são os membros da FAB responsáveis pelo processo de compras do FX-2.
O povo do DB deveria compreender algo muito básico que está rolando: a FAB vai comprar um lote de novos caças e continuará com o processo de modernização dos F-5 e A-1. Durante muitos anos (2020-2025) teremos apenas estes caças na FAB, qualquer outra coisa que vier é lucro.
Claro que o caça que for comprado agora será o candidato natural para substituir os F-5 e A-1, mas repito, apenas um candidato natural. A FAB não tem garantias nenhum outro lote do mesmo caça, a FAB não tem garantias que poderá receber F-35 ou PAK-FA no futuro. Isso é sonho de entusiasta e que me parece meio impraticável. Por quê? Porque novo lote ou F-35 (PAK-FA) dependerá do "humor" de futuros governantes. Só isso.
O que a FAB precisa fazer agora é garantir um bom caça para as necessidades do País. Um caça que se adapte aos nossos cenários, um caça efetivo, um caça que reduza as despesas de manutenção (em comparação com os atuais), um caça que não fique dependendo de peças para voar, um caça muito bem armado e com armamentos nacionais integrados, um caça com boa disponibilidade ao longo do tempo de vida útil.
Se ela fizer uma escolha ruim, não terá segundo lote algum. Se ela fizer uma escolha ruim ficará com sua credibilidade em xeque. Em suma, a FAB não pode errar nesta escolha, pois novos lotes e a compra de vetores de 5ªG dependerá fortemente da competência da mesma neste atual processo de compra. Nada poderá dar errado!
Agora basta analisar os prós e contras dos candidatos ao cargo de novo vetor de combate da FAB. Não é fácil dizer de cara qual será o escolhido, mas não é nada difícil imaginar quais, entre os concorrentes, poderiam colocar a FAB na forca no futuro próximo.
Abraços,
Orestes
A.K. for T-7 escreveu:Continuando com a session:
Bom, já que você montou todo este teorema, como bom aluno que sou, vou fazer alguns questionamentos, afinal, todo professor gosta de adentrar mais profundamente no assunto que esta ministrando, de forma a poder mostrar todo sua bagagem científica:orestespf escreveu: Olá Fábio,
o F-16 block 50/52 foi oferecido e rejeitado no FX-1. Portanto para o F-16 emplacar agora tem que ser algo bem diferente do que foi oferecido anteriormente.
Se a Índia comprar o F-16 (duvido e muito), seria razoável imaginar que os americanos nos ofereceriam o mesmo vetor que está sendo oferecido a eles. Se a Índia não comprar, acho muito difícil que os americanos ofereçam a mesma versão pra nós. Deixo bem claro que isso é achismo meu.
Eu, em particular, não gosto do F-16, e em nenhuma das versões, na verdade nunca gostei deste caça. Vou além, este caça está longe de ser adequado às necessidades do Brasil. Porém é bom que se diga que uma "dobradinha" de caças americanos, sendo um deles o F-16 seria muito interessante, o que eu não gosto é apenas de F-16 na FAB.
A realidade brasileira exige (repito, exige!) um caça como o Rafale ou o SU-3x. Eu também gosto do F-15 (moderno), mas...
Quem defende o F-16 para o Brasil pensa apenas na "continuidade" natural do processo de substituição de caças americanos (F-5 no Brasil). Ficam imaginando que abriria portas para o F-35. Isso é conversa pra boi dormir, risível em minha opinião. O mesmo erro que se comete imaginando que um SU-3x da vida abriria as portas para o PAK-FA.
A idéia é muito interessante sim, mas na prática não funciona, é como contar com o ovo dentro da galinha. Explico: se comprarmos F-16 (ou SU-3x) agora, quem bancará a assinatura do contrato é o governo Lula. Não tem como imaginar que um próximo governante vai assinar um contrato futuro para compras de F-35 (ou PAK-FA).
A FAB sabe muito bem disso, sabe também que o caça comprado será praticamente o definitivo por cerca de 30, teme também que não se compre mais do que o número acertado no contrato (36 o seja lá o que for). Não tem garantias que outras dezenas do mesmo caça virão.
Neste caso eu sou bem realista e pragmático, não acredito em contos da Carochinha. E mais realista e pragmático do que eu são os membros da FAB responsáveis pelo processo de compras do FX-2.
O povo do DB deveria compreender algo muito básico que está rolando: a FAB vai comprar um lote de novos caças e continuará com o processo de modernização dos F-5 e A-1. Durante muitos anos (2020-2025) teremos apenas estes caças na FAB, qualquer outra coisa que vier é lucro.
Claro que o caça que for comprado agora será o candidato natural para substituir os F-5 e A-1, mas repito, apenas um candidato natural. A FAB não tem garantias nenhum outro lote do mesmo caça, a FAB não tem garantias que poderá receber F-35 ou PAK-FA no futuro. Isso é sonho de entusiasta e que me parece meio impraticável. Por quê? Porque novo lote ou F-35 (PAK-FA) dependerá do "humor" de futuros governantes. Só isso.
O que a FAB precisa fazer agora é garantir um bom caça para as necessidades do País. Um caça que se adapte aos nossos cenários, um caça efetivo, um caça que reduza as despesas de manutenção (em comparação com os atuais), um caça que não fique dependendo de peças para voar, um caça muito bem armado e com armamentos nacionais integrados, um caça com boa disponibilidade ao longo do tempo de vida útil.
Se ela fizer uma escolha ruim, não terá segundo lote algum. Se ela fizer uma escolha ruim ficará com sua credibilidade em xeque. Em suma, a FAB não pode errar nesta escolha, pois novos lotes e a compra de vetores de 5ªG dependerá fortemente da competência da mesma neste atual processo de compra. Nada poderá dar errado!
Agora basta analisar os prós e contras dos candidatos ao cargo de novo vetor de combate da FAB. Não é fácil dizer de cara qual será o escolhido, mas não é nada difícil imaginar quais, entre os concorrentes, poderiam colocar a FAB na forca no futuro próximo.
Abraços,
Orestes
1) E se a FAB fez um planejamento para a modernização da frota de A-1 visando sua integral operacionalidade antes de 2005, porém tal planejamento foi empurrado para frente por motivos contingenciais diversos e agora está sendo feito porque estava planejado, porém está sendo muito questionado?
2) E se a FAB foi surpreendida pela opção de seu único parceiro no programa de retirar de serviço seus A-1 antecipadamente, decisão esta que a tornará a única operadora da plataforma após 2015 e, após contabilizado e projetado num gráfico os custos da opção de permanecer como único operador de um eventual A-1M, o resultado é uma reta representativa de custos que sobe vertiginosamente em função do tempo?
3) E se a modernização de F-5 estivesse sofrendo sérios problemas por conta do desgaste estrutural do material de boa parte das células?
4) E se a idealizada compra de células de F-5 para completar o efetivo dos esquadrões e formar os novos esquadrões necessários estivesse passando por sérias dificuldades, pois todas as células encontradas apresentam problemas de fadiga iguais ou piores do que o das células que estão em processo de modernização?
5) E se o tempo necessário para efetivar a procura, a vistoria e análise das células, as negociações e a compra de mais células de F-5 fosse hoje impraticável, face à janela de tempo disponível entre o adquirir e completar a modernização, e o início da desativação das aeronaves estar se tornando extremamente curto?
6) E se os EUA, de quem depende a autorização para qualquer país que seja vender-nos células de F-5, estiver propositadamente tornando moroso o processo de autorização de transferência de células de F-5, de maneira a encurtar ainda mais a janela mencionada na questão anterior, obrigando-nos, assim, a adquirir novos caças, o que é de seu interesse econômico?
7) E se a não opção pelo F-16 Block 50 há 10 anos atrás deu-se num cenário geopolítico totalmente diverso do atual?
8) E se uma eventual proposta americana para a compra de 108 aeronaves F-16 Block 60, entre novas e modernizadas para este padrão, com a transferência tecnológica que permitisse à FAB ter acesso a todas as funções de usuário, com o envolvimento da indústria nacional no processo, totalmente financiado a perder de vista pelo FMS, e que resolvesse em definitivo os problemas expostos nas questões de 1 a 6, fosse feita?
9) E se a mencionada proposta injetasse o capital necessário na indústria dos EUA e garantisse, com isso, como forma de agradecimento, uma posição de vantagem para a indústria nacional como fornecedora de aeronaves para uma concorrência vultuosa nos EUA?
10) E se, não obstante isso, a parceria entre estas duas empresas permitisse à FAB pleitear seu ingresso no Programa JSF, apesar de não tê-lo feito tempestivamente quando a oportunidade se apresentou, resgatando um erro de decisão estratégico tomado no passado em função da situação conjuntural diversa, e, ainda, garantindo à indústria nacional parceira o acesso à produção parcial de componentes de um caça de 5ª geração, que é o que a FAB efetivamente quer?
11) E se chegou-se à conclusão que o Rafale, como caça de 4ª geração, não agrega nada ao desempenho que teria um F-16 Block 60 num cenário latino-americano, e que este ainda por cima é cerca de 40% mais barato de adquirir e manter, em função da realidade cambial?
12) E se os custos de desenvolvimento da plataforma e integração de armamentos já presentes no repertório da FAB ou em processo de aquisição (Derby, Python, Lizzard, Spice) tornassem esta equação financeira ainda mais desfavorável ao caça francês e cada vez mais favorável ao caça americano?
13) E se os custos de financiamento, aquisição e operação do biturbina francês impedissem a integral substituição da frota atual, restringindo a compra a 3 ou 4 dúzias de aeronaves, fazendo com que permanecessem, assim, os problemas elencados nas questões de 1 a 6?
14) E se o baixo custo do financiamento proposto, o preço simbólico cobrado pela aquisição das células destinadas à modernização, o envolvimento da indústria nacional no processo, bem como os desdobramentos econômicos da decisão favoráveis à indústria nacional, gerasse um saldo de recursos que pudesse ser empregado na aquisição de um esquadrão de um vetor de alta performance e de supremacia reconhecida em combate, capaz de fazer frente a qualquer ameaça presente na região, o que, somado ao grande número de caças leves e modernos distribuídos em vários esquadrões, tornaria a supremacia militar no campo aéreo incontestável?
Estes são só questionamentos que tratam de variáveis que não foram abordadas em seu teorema. Seria interessante inseri-las na equação. E são só parte das variáveis.
No mais, teoria é teoria: pode ser que você esteja certo e a FAB pense como você expôs. Pode ser que ela pense como eu expus. Ou pode ser ainda que ela pense de uma terceira forma que nem eu e nem você sabemos.
Ah, sim, também "pelamordedeus", Beraldi, já passei a manhã estudando física-matemática, ler dois posts imensos e com atenção, seria meio que improvávelA.K. for T-7 escreveu:De uma olhada na questão 14, Immortal. Aí está sua resposta.
Alexandre,Mapinguari escreveu:Sim, mas o alto custo do querosene afeta também os custos de operação dos demais concorrentes, não apenas os do Gripen...piratadabaixada escreveu: Aqui no Brasil seria mais caro devido ao alto custo do querosene.
Abraços,
Heronim
Ufa !!!! post grande da moléstiaA.K. for T-7 escreveu:Continuando com a session:
Bom, já que você montou todo este teorema, como bom aluno que sou, vou fazer alguns questionamentos, afinal, todo professor gosta de adentrar mais profundamente no assunto que esta ministrando, de forma a poder mostrar todo sua bagagem científica:orestespf escreveu: Olá Fábio,
o F-16 block 50/52 foi oferecido e rejeitado no FX-1. Portanto para o F-16 emplacar agora tem que ser algo bem diferente do que foi oferecido anteriormente.
Se a Índia comprar o F-16 (duvido e muito), seria razoável imaginar que os americanos nos ofereceriam o mesmo vetor que está sendo oferecido a eles. Se a Índia não comprar, acho muito difícil que os americanos ofereçam a mesma versão pra nós. Deixo bem claro que isso é achismo meu.
Eu, em particular, não gosto do F-16, e em nenhuma das versões, na verdade nunca gostei deste caça. Vou além, este caça está longe de ser adequado às necessidades do Brasil. Porém é bom que se diga que uma "dobradinha" de caças americanos, sendo um deles o F-16 seria muito interessante, o que eu não gosto é apenas de F-16 na FAB.
A realidade brasileira exige (repito, exige!) um caça como o Rafale ou o SU-3x. Eu também gosto do F-15 (moderno), mas...
Quem defende o F-16 para o Brasil pensa apenas na "continuidade" natural do processo de substituição de caças americanos (F-5 no Brasil). Ficam imaginando que abriria portas para o F-35. Isso é conversa pra boi dormir, risível em minha opinião. O mesmo erro que se comete imaginando que um SU-3x da vida abriria as portas para o PAK-FA.
A idéia é muito interessante sim, mas na prática não funciona, é como contar com o ovo dentro da galinha. Explico: se comprarmos F-16 (ou SU-3x) agora, quem bancará a assinatura do contrato é o governo Lula. Não tem como imaginar que um próximo governante vai assinar um contrato futuro para compras de F-35 (ou PAK-FA).
A FAB sabe muito bem disso, sabe também que o caça comprado será praticamente o definitivo por cerca de 30, teme também que não se compre mais do que o número acertado no contrato (36 o seja lá o que for). Não tem garantias que outras dezenas do mesmo caça virão.
Neste caso eu sou bem realista e pragmático, não acredito em contos da Carochinha. E mais realista e pragmático do que eu são os membros da FAB responsáveis pelo processo de compras do FX-2.
O povo do DB deveria compreender algo muito básico que está rolando: a FAB vai comprar um lote de novos caças e continuará com o processo de modernização dos F-5 e A-1. Durante muitos anos (2020-2025) teremos apenas estes caças na FAB, qualquer outra coisa que vier é lucro.
Claro que o caça que for comprado agora será o candidato natural para substituir os F-5 e A-1, mas repito, apenas um candidato natural. A FAB não tem garantias nenhum outro lote do mesmo caça, a FAB não tem garantias que poderá receber F-35 ou PAK-FA no futuro. Isso é sonho de entusiasta e que me parece meio impraticável. Por quê? Porque novo lote ou F-35 (PAK-FA) dependerá do "humor" de futuros governantes. Só isso.
O que a FAB precisa fazer agora é garantir um bom caça para as necessidades do País. Um caça que se adapte aos nossos cenários, um caça efetivo, um caça que reduza as despesas de manutenção (em comparação com os atuais), um caça que não fique dependendo de peças para voar, um caça muito bem armado e com armamentos nacionais integrados, um caça com boa disponibilidade ao longo do tempo de vida útil.
Se ela fizer uma escolha ruim, não terá segundo lote algum. Se ela fizer uma escolha ruim ficará com sua credibilidade em xeque. Em suma, a FAB não pode errar nesta escolha, pois novos lotes e a compra de vetores de 5ªG dependerá fortemente da competência da mesma neste atual processo de compra. Nada poderá dar errado!
Agora basta analisar os prós e contras dos candidatos ao cargo de novo vetor de combate da FAB. Não é fácil dizer de cara qual será o escolhido, mas não é nada difícil imaginar quais, entre os concorrentes, poderiam colocar a FAB na forca no futuro próximo.
Abraços,
Orestes
1) E se a FAB fez um planejamento para a modernização da frota de A-1 visando sua integral operacionalidade antes de 2005, porém tal planejamento foi empurrado para frente por motivos contingenciais diversos e agora está sendo feito porque estava planejado, porém está sendo muito questionado?
2) E se a FAB foi surpreendida pela opção de seu único parceiro no programa de retirar de serviço seus A-1 antecipadamente, decisão esta que a tornará a única operadora da plataforma após 2015 e, após contabilizado e projetado num gráfico os custos da opção de permanecer como único operador de um eventual A-1M, o resultado é uma reta representativa de custos que sobe vertiginosamente em função do tempo?
3) E se a modernização de F-5 estivesse sofrendo sérios problemas por conta do desgaste estrutural do material de boa parte das células?
4) E se a idealizada compra de células de F-5 para completar o efetivo dos esquadrões e formar os novos esquadrões necessários estivesse passando por sérias dificuldades, pois todas as células encontradas apresentam problemas de fadiga iguais ou piores do que o das células que estão em processo de modernização?
5) E se o tempo necessário para efetivar a procura, a vistoria e análise das células, as negociações e a compra de mais células de F-5 fosse hoje impraticável, face à janela de tempo disponível entre o adquirir e completar a modernização, e o início da desativação das aeronaves estar se tornando extremamente curto?
6) E se os EUA, de quem depende a autorização para qualquer país que seja vender-nos células de F-5, estiver propositadamente tornando moroso o processo de autorização de transferência de células de F-5, de maneira a encurtar ainda mais a janela mencionada na questão anterior, obrigando-nos, assim, a adquirir novos caças, o que é de seu interesse econômico?
7) E se a não opção pelo F-16 Block 50 há 10 anos atrás deu-se num cenário geopolítico totalmente diverso do atual?
8) E se uma eventual proposta americana para a compra de 108 aeronaves F-16 Block 60, entre novas e modernizadas para este padrão, com a transferência tecnológica que permitisse à FAB ter acesso a todas as funções de usuário, com o envolvimento da indústria nacional no processo, totalmente financiado a perder de vista pelo FMS, e que resolvesse em definitivo os problemas expostos nas questões de 1 a 6, fosse feita?
9) E se a mencionada proposta injetasse o capital necessário na indústria dos EUA e garantisse, com isso, como forma de agradecimento, uma posição de vantagem para a indústria nacional como fornecedora de aeronaves para uma concorrência vultuosa nos EUA?
10) E se, não obstante isso, a parceria entre estas duas empresas permitisse à FAB pleitear seu ingresso no Programa JSF, apesar de não tê-lo feito tempestivamente quando a oportunidade se apresentou, resgatando um erro de decisão estratégico tomado no passado em função da situação conjuntural diversa, e, ainda, garantindo à indústria nacional parceira o acesso à produção parcial de componentes de um caça de 5ª geração, que é o que a FAB efetivamente quer?
11) E se chegou-se à conclusão que o Rafale, como caça de 4ª geração, não agrega nada ao desempenho que teria um F-16 Block 60 num cenário latino-americano, e que este ainda por cima é cerca de 40% mais barato de adquirir e manter, em função da realidade cambial?
12) E se os custos de desenvolvimento da plataforma e integração de armamentos já presentes no repertório da FAB ou em processo de aquisição (Derby, Python, Lizzard, Spice) tornassem esta equação financeira ainda mais desfavorável ao caça francês e cada vez mais favorável ao caça americano?
13) E se os custos de financiamento, aquisição e operação do biturbina francês impedissem a integral substituição da frota atual, restringindo a compra a 3 ou 4 dúzias de aeronaves, fazendo com que permanecessem, assim, os problemas elencados nas questões de 1 a 6?
14) E se o baixo custo do financiamento proposto, o preço simbólico cobrado pela aquisição das células destinadas à modernização, o envolvimento da indústria nacional no processo, bem como os desdobramentos econômicos da decisão favoráveis à indústria nacional, gerasse um saldo de recursos que pudesse ser empregado na aquisição de um esquadrão de um vetor de alta performance e de supremacia reconhecida em combate, capaz de fazer frente a qualquer ameaça presente na região, o que, somado ao grande número de caças leves e modernos distribuídos em vários esquadrões, tornaria a supremacia militar no campo aéreo incontestável?
Estes são só questionamentos que tratam de variáveis que não foram abordadas em seu teorema. Seria interessante inseri-las na equação. E são só parte das variáveis.
No mais, teoria é teoria: pode ser que você esteja certo e a FAB pense como você expôs. Pode ser que ela pense como eu expus. Ou pode ser ainda que ela pense de uma terceira forma que nem eu e nem você sabemos.