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Capacidade Anticarro atual em UEB ligeiras do Exército Português
Atualmente, as UEB ligeiras do Exército Português, nomeadamente os 1.º e 2.º Batalhões de Infantaria Paraquedista (BIPara), Batalhão de Comandos (BCmd) e Batalhões de Infantaria (BI) das Zonas Militares dos Açores e Madeira, estão equipados com o seguinte armamento anticarro:
• M72 LAW: é uma arma anticarro leve e consiste numa granada-foguete contida num lançagranadas que serve ao mesmo tempo de embalagem. Este sistema de armas foi criado no início da década de 1960 para uso contra os carros de combate dessa época (FM 3-23.25,2001);
• Canhão Sem Recuo (CSR) Carl Gustaf M2 e M3: é um canhão sem recuo multifunção portátil, com a capacidade de disparar granadas de 84mm. O sistema Carl Gustaf tem a capacidade de utilizar vários tipos de munições, de acordo com a finalidade do seu uso, destacando-se as munições de anti-blindagem com capacidade para derrotar blindagens do tipo ERA (Explosive Reactive Armour) e antipessoal regulável até aos 1200m (Impacto ou Airburst) (Exército português);
• Sistema de Lança Míssil (SLM) MILAN (Missile d’Infanterie Léger Antichar): é um sistema anticarro de médio alcance, de 2.ª geração (míssil filo-guiado), portátil, utilizado pelos BIPara;
Para além do CSR Carl Gustaf M2 e M3, o Exército possui também vários Carl Gustaf M2 que foram sujeitos a um upgrade que melhorou a sua capacidade de transporte e letalidade, no entanto, encontram-se há dois anos a aguardar distribuição.
Em termos de formação vocacionada para este tipo de armamento, foi recentemente conduzida a 1.ª edição do Curso de armas anticarro de curto e médio alcance, cuja entidade formadora é o Regimento de Infantaria N.º 10 (RI10). Anterior a este curso, e ainda previsto no Plano de Formação, era ministrado também no RI10 o Curso de instrutor de SLM MILAN. O Curso de armas anticarro de curto e médio alcance surge para incrementar as competências técnicas na operacionalização deste tipo de armamento, bem como um módulo de formação que aborda o seu emprego tático em Unidades Escalão Pelotão (UEP), por forma a aumentar a sua eficiência. Emprego tático das armas anticarro de curto e médio alcance no conflito Ucrânia Vs Rússia. O atual conflito entre as Forças Armadas da Federação Russa e a Ucrânia veio demonstrar a necessidade de revisitar as doutrinas de combate convencional. Contrariamente à assimetria entre
os atores em conflito que se verificou em diversos conflitos nas duas últimas décadas, a guerra na Ucrânia coloca em confronto duas forças equipadas com meios que se igualam em tecnologia e capacidade letal.
Com o “ressurgimento” da artilharia e da manobra com recurso a carros de combate, houve também a necessidade de otimizar a luta anticarro. Neste conflito, as forças armadas ucranianas têm utilizado sobretudo os mísseis anticarro Stugna-P (de fabrico próprio) e o Javelin (de fabrico norteamericano). O seu emprego assenta sobretudo na sua facilidade de uso e mobilidade. Os operadores posicionam-se normalmente a cerca de 500 metros do alvo, disparando o míssil e saindo da posição sem que a sua posição seja identificada, em tempo útil, pelos sistemas de armas da força opositora. É essa mobilidade que no moderno campo de batalha se torna fundamental para a eficácia da luta anticarro. Este fator é por demais exponenciado pelo fato de inúmeras vezes os carros de combate e restantes colunas motorizadas russas se encontrarem a manobrar no teatro de operações isoladamente manobrar no teatro de operações isoladamente, sem unidades de
infantaria ou aeronaves a executar apoio, permitindo a aproximação sem deteção das unidades anticarro ucranianas. Em suma, o emprego tático das AACar pelas forças armadas ucranianas assenta na aproximação sem deteção a colunas
de carros de combate (ou outras viaturas) russos, destruição das viaturas da testa e retaguarda das colunas para impedir/retardar a sua manobra e finalmente, a destruição da restante coluna através de fogos de artilharia⁶.
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