projeto escreveu:Carlos,
Sei que a sua resposta não foi para mim mas acabei me envolvendo. Desculpa por não ter entendido que não se tratava de um post "sério". Eu acho que estamos criando uma rivalidade desnecessária sem o merecido tom de brincadeira, o que acarreta esse tipo de coisa, sem acusar ninguém especificamente. O meu segundo avião preferido, por exemplo, é o Su-35-1 mas talvez pareça que eu não queira essa caça na FAB, por falha minha. Aliás, todos os atuais concorrentes são bem vindos, desde que atendam os requisitos.
Orestes,
Suas intervenções são sempre bem vindas. Seguem minhas respostas às suas colocações:
orestespf escreveu:
1) Outros fabricantes de caças não optaram pelo radar "híbrido" pela necessidade de espaço no caça (movimento) e não por causa da tecnologia não ser boa;
Não creio ser uma explicação válida. O F-15 e o B-2, por exemplo, possuem espaço necessário para isso e o Gripen não tem um radome grande e pode ser equipado com essa tecnologia. Existe uma opção para o abandono de soluções mecânicas.
orestespf escreveu:
2) Se um caça (o oponente) estiver próximo, então não precisa colocar o radar fazendo a varredura "mecânica", usa-se o modo "padrão" (fixo), pois o ângulo de aberto é mais do que suficiente;
Algumas das vantagens da varredura eletrônica são modos simultâneos e maior capacidade para geração de variáveis de situação em tempo real, como acompanhamento de alvos, por exemplo. Uma vez que o foco da varredura eletrônica é desviado, não sei como isso poderá se atendido em termos de capacidade de processamento de dados, não importando a distância. Como disse, existem vantagens e desvantagens.
orestespf escreveu:
3) A varredura mecânica só se aplica a grandes distâncias, por isso os tais 2 segundos não representam a "eternidade" que você imaginou;
Não conheço a interferência da distância mas concordo que o cenário tático é importante. A perda que eu considero é em razão da capacidade de processamento dos computadores dos caças mais modernos, mais a fusão dos dados dos sensores e mais a velocidade obtida com a varredura eletrônica. Uma parte do setor estará fora da varredura simultânea.
orestespf escreveu:
4) O sistema híbrido é "comutável", você o utiliza quando quiser;
Então é questão de pesar as vantagens e as desvantagens. Lembrando que o mecanismo de atuação é um fator para a diminuição da confiabilidade e disponibilidade.
orestespf escreveu:
5) A varredura mecânica dá mais eficiência ao radar a grandes distâncias, principalmente em "look donw", isto faz diferença em determinadas situações;
Poderia exemplificar? Não entendo assim.
orestespf escreveu:
6) A única maneira de se usar um radar assim no Rafale e no Gripen (por exemplo, vale pra outros) é diminuindo o tamanho da antena, comprometendo, portanto, o alcance máximo do mesmo quando se utiliza a antena "fixa".
Como disse, é uma resposta que não me convence. Radares de antena fixa equipam aviões com amplo espaço disponível, inclusive em projetos antigos como o F-15. A não ser no Su-35 (e no Gripen), não existem radares de varredura híbrida. Os componentes mecânicos foram definitivamente abandonados.
Abraços
Grande Alberto! (Sem apologia a um dos grandes Grimórios. rsrs).
1) Acredito não haver necessidade dos americanos desenvolverem um radar pensando no F-15 e B-1, estes estão em final de vida útil, seria uma contradição com a política da indústria de aviação militar americana (que adora novos caças ao invés de aperfeiçoamento dos "antigos").
2) Concordo em partes com você, apenas faço uma alteração, o radar que o Carlos cita trabalha os dois modos, portanto não se trata apenas de um radar do tipo "antigo" (apenas varredura mecânica). Acredito que este seja o ponto central nas discussões que vi.
3) Alberto, não falei em interferência a grandes distâncias (interferência é outra coisa, mas acho que compreendi o que quis dizer). Também não reconheço este argumento de perda de processamento, os russos usam os mesmos computadores do ocidente. Você deve se referir a perda de tempo do "escaneamento" do radar em modo de varredura mecânica, mas não se esqueça que o computador de bordo tem recursos pra isso (não difere em nada dos ocidentais), portanto o "delay" viria do movimento mecânico, mas como eu disse anteriormente, a grandes distâncias não faria diferença alguma, pois só aumenta o "cone". Já a curtas distâncias não faz sentido usar este recurso, pois o caça estaria "locado" mesmo em um cone estreito.
4) Sim, este é o ponto de questionamento. Não podemos dizer que a coisa não funciona, apenas podemos dizer que pode haver problemas. Como eu disse antes, são estes os detalhes que merecem ser explorados.
5) Simples, a antena do radar pode ser posicionada pra baixo, aumentando a intensidade da emissão naquele ângulo. Um radar com antena fixa não consegue fazer isso, ou seja, a intensidade das emissões são menores, pois isso o modo "look down" é menor.
6) Bem, já falei sobre isso, a falta de espaço físico "desestimula" a adoção por um modelo assim, isto não implica em hipótese alguma que a idéia e a tecnologia seja ruim, significa, isso sim, limitação (não tecnológica, mas física). Por exemplo, se o F-22 dispuser de espaço suficiente e se os americanos desejarem, não tenha dúvida, o mesmo adotará um radar híbrido.
Culturas diferentes, só isso. Não se pode criticar algo imaginando que se fosse bom todos adotariam. Não adianta colocar um armário de 10 m de largura em um quarto com 5 m de lado, não adianta ter uma Ferrari para andar em estrada esburacada. Estou dizendo que se adota o que é mais adequado para o equipamento como um todo e não se faz "uso de sobras" que não acrescentam nada, podendo inclusive, denegrir o resultado final (alguém colocaria um armário na diagonal do quarto? Alguém usaria uma Ferrari no máximo de sua capacidade em uma estrada de chão?).
Alberto, não podemos dizer que não existe mais radares de varredura mecânica (no caso, híbrido e não apenas mecânico), a prova está aí. Se fossem abandonados, ninguém mais o fabricaria, e este não é o caso, né?
Grande abraço,
Orestes