Covid-19. O «triplo feito» da Suécia: sem ‘lockdowns’, com baixa mortalidade e danos económicos mínimos
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A resposta à pandemia da Covid-19 dada pela Suécia tem sido muito criticada a nível global, uma vez que o país optou por manter quase toda a economia em funcionamento, não impondo quaisquer bloqueios, ao contrário da maioria dos países da Europa e do mundo.
Contudo, o jornal britânico ‘The Telegraph’ vem agora sublinhar o «golpe triplo notável» que o país conseguiu atingir: sem bloqueios, com uma baixa taxa de mortalidade e com danos económicos mínimos, quando comparados aos da generalidade dos países afectados pela crise de saúde pública.
«Anders Tegnell, o epidemiologista-rei de Estocolmo, conseguiu um golpe triplo notável: muito menos mortes per capita do que o Reino Unido, uma continuidade das liberdades e oportunidades básicas, incluindo a escolaridade e, o mais impressionante, uma recessão muito menos grave do que a nossa», escreveu a jornalista Allister Heath, sublinhando que o responsável é um dos heróis» do país.
Muitos meios de comunicação condenaram a «massiva» taxa de mortalidade do país em comparação com os seus vizinhos que optaram pelos bloqueios, mas não «contextualizaram a situação» para perceber que o indicador per capita da Suécia era ainda menor do que o de países como o Reino Unido ou Espanha.
Para além disso, na Suécia, as mortes caíram para quase zero e uma vez que a economia do país continuou sempre em funcionamento, existe um baixo risco de ressurgimento quando as restrições mínimas que ainda estão em vigor forem finalmente suspensas, segundo o mesmo jornal.
«Quase todos os especialistas achavam que a economia da Suécia sofreria muito com a sua estratégia, mas estavam errados. O PIB da Suécia caiu apenas 8,6% na primeira metade do ano, tudo no segundo trimestre. Pode-se especular que, se todos os países tivessem adoptado uma estratégia ao estilo sueco, o impacto económico não poderia ter valido mais do que 3-4% do PIB.», defende a jornalista britânica.
Heath deixa ainda uma forte critica ao governo do Reino Unido: «os nossos arrogantes ‘especialistas’ do estado deviam ter vergonha e baixar a cabeça: a sua resposta ao coronavírus foi um dos maiores erros de política pública da história moderna, mais grave até do que os do Iraque, ou Afeganistão».
«Milhões vão perder os seus empregos; dezenas de milhares de pequenas empresas estão à beira da falência; a escolaridade está um caos. Provavelmente um grande número de pessoas vai morrer de doenças não tratadas ou detectadas; e assistimos ao primeiro êxodo de estrangeiros desde há muitos anos, com a pesquisa do mercado de trabalho a sugerir uma diminuição dos adultos nascidos fora do Reino Unido», conclui a jornalista.