Re: União Europeia
Enviado: Dom Fev 16, 2025 6:27 am
Calma
Consta que a Alemanha consegue montar 2 tanques por mês
Até os comemos
Consta que a Alemanha consegue montar 2 tanques por mês
Até os comemos
Não perguntei o por quê e sim como ele fará para invadir o oeste.cabeça de martelo escreveu: Sex Fev 14, 2025 3:36 pmPorque a vida humana na Russia vale zero? Porque o estado Russo sabe que quando desmobilizar uma boa parte do seu Exército vai ter desemprego endémico e uma crise económica que irá durar muitos e maus anos? Porque os objetivos do Putin estão longe de ser realizados? Porque ele não acredita que a UE pode levantar-se em armas sozinha, apesar de tudo o que tem acontecido nos últimos anos? Tudo o que foi indicado anteriormente?EduClau escreveu: Sex Fev 14, 2025 2:50 pm
Vocês estão tão paranoicos que aceitam para defender-se dos russos mas vem cá, me explique um negócio: como é que um exército que começou com pás e lavadeiras e agora está lutando com motas e cavalos e não conseguiu vencer um único Estado em 3 anos de guerra (vá lá que o exército ucraniano já era o maior da Europa e ainda lhe armaram outros dois em equipamentos fornecidos) seria tão grande ameaça para conseguir chegar a Paris ou Berlim?
Alguma coisa não está batendo...
Sds
O Estado de bem-estar social europeu está entrando em colapso
16 Fevereiro, 2025 - Daniel Lacalle
Os políticos da Europa estão usando a desculpa do inimigo externo (JD Vance e Trump) para disfarçar o problema existencial de um sistema que está desmoronando. A distopia estatista construída em torno do que os políticos chamam de "estado de bem-estar social" provou ser um subterfúgio para multiplicar a burocracia e criar uma subclasse dependente.
O estado de bem-estar social nunca foi sustentável, mas foi criado como um luxo acessível que as economias ricas poderiam financiar com forte crescimento econômico e um setor produtivo sólido. No entanto, os governos europeus ignoraram a necessidade de promover o crescimento econômico e a produtividade para financiar o estado de bem-estar social.
Além disso, à medida que o populismo de esquerda permeava todos os segmentos do cenário político europeu, os políticos começaram a incluir cada vez mais os chamados "direitos", que se tornaram custos deles e de subsídios, em uma tendência que levou a Europa a esquecer de criar riqueza e se concentrar inteiramente em políticas extrativistas e confiscatórias.
Assistimos a uma destruição gradual do setor produtivo, asfixiado pelo aumento constante de impostos e limitações burocráticas e regulatórias, enquanto os orçamentos governamentais se expandiam sem controle.
A economia da União Europeia funciona com base num modelo econômico invertido. Ele coloca os gastos com direitos como seu pilar, em vez de ver que o estado de bem-estar social é, na melhor das hipóteses, uma consequência da criação de riqueza, não uma causa. Sem um setor privado próspero, não há bem-estar. Os políticos devem entender que você não pode fornecer aos cidadãos programas sociais se a economia produtiva for enfraquecida pelo design político.
Nas últimas estimativas do Eurostat, o rátio entre os direitos à pensão da segurança social e o PIB situava-se entre 200% e 400% nas economias europeias. Os compromissos financeiros não financiados são tão grandes que acabarão sendo pagos (NdT: se o forem) em uma moeda massivamente enfraquecida, se as atuais políticas econômicas continuarem.
A França é o principal exemplo dessa abordagem "de cabeça para baixo" da economia. Colocar os gastos com benefícios sociais na vanguarda das políticas econômicas levou a décadas de estagnação, alta dívida e déficit e descontentamento social. Os PAGADORES DE IMPOSTOS estão cansados e os beneficiários dos direitos são relegados a uma subclasse dependente.
O truque é o seguinte: os gastos do governo disparam e tudo o que é gasto é justificado sob a bandeira do "gasto social". O déficit e a dívida aumentam, então o governo aumenta os impostos para equilibrar o orçamento. Se a economia cresce, os gastos crescem mais rápido, e se a economia entra em recessão, o governo gasta ainda mais para "proteger" os cidadãos. Assim, os impostos sobem ainda mais rápido.
O constante processo de expropriação da riqueza produtiva torna-se um fardo para o crescimento, o investimento e a produtividade. Além disso, mais impostos geram receitas incrementais mais baixas e uma comunidade empresarial e de força de trabalho desmotivada que acha impossível prosperar ao lado do fardo da burocracia e da tributação. (NdT: e aí temos mais gente capotando na Curva de Laffer)
Macron diz que a Europa está "subalavancada". A afirmação está incorreta, é claro, mas é ainda menos crível quando olhamos para todos os compromissos não financiados.
A Europa precisa abandonar os altos impostos e burocracia atuais e cortar gastos desnecessários para que os sistemas de pensões e saúde permaneçam viáveis. Isso significa cortar orçamentos e eliminar gastos políticos. No entanto, nenhum partido político quer fazê-lo porque milhares de seus membros dependem de empregos no governo. A situação é tão desesperadora que as nações europeias não podem nem mesmo aumentar o tão necessário orçamento de defesa, apesar de reconhecerem a urgência de melhorar o investimento em segurança.
O estado de bem-estar social da Europa tornou-se o bem-estar do estado às custas de suas empresas e PAGADORES DE IMPOSTOS. A União Europeia tem capital humano, grandes empresários e empreendedores. No entanto, está sendo destruído por dentro por uma classe política que prefere ver inflação alta e uma moeda mais fraca do que reduzir seu controle sobre a economia.
https://www.dlacalle.com/en/the-europea ... ollapsing/
"A resposta é simples: a União Europeia é a mãe de todas as geringonças. Não há alinhamento, não há consenso, não há força para decidir nada. É um monstro de mil cabeças, onde cada uma olha para um lado diferente e todas gritam ao mesmo tempo. As decisões nunca chegam, as crises nunca são resolvidas,a única coisa que cresce é a pilha de relatórios inúteis e a conta deste e doutros jantares."
Túlio escreveu: Ter Fev 18, 2025 4:11 pmMelhor (e mais tragicómica) descrição de uma cimeira da UE que já tive o prazer de ler.![]()
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"A resposta é simples: a União Europeia é a mãe de todas as geringonças. Não há alinhamento, não há consenso, não há força para decidir nada. É um monstro de mil cabeças, onde cada uma olha para um lado diferente e todas gritam ao mesmo tempo. As decisões nunca chegam, as crises nunca são resolvidas,a única coisa que cresce é a pilha de relatórios inúteis e a conta deste e doutros jantares."
P44 escreveu: Qua Fev 19, 2025 3:42 am Do FD
https://www.sapo.pt/opiniao/artigos/os- ... e-europeia
Os gastos em Defesa e a crise europeia
Miguel Morgado
A reacção dos políticos europeus foi a de choque e de escândalo. Não lhes ocorreu que esta era a enésima oportunidade concedida à Europa para assumir responsabilidades que são inequivocamente suas e assumir custos que têm de ser seus.
Dizem-nos que Trump é a causa deste terrível despertar europeu, em que um continente complacente acorda para a realidade da História. Na verdade, os europeus foram avisados sucessivas vezes pelo seu aliado americano, e pelo resto do mundo, de que todo aquele plano com que seduziram os seus eleitorados durante anos estava prestes a esgotar o seu prazo de validade.
O plano era simples e politicamente sedutor. A Europa fingia que não tinha problemas de segurança que exigissem a existência de forças armadas eficazes, e muito menos a disposição cultural para defender pela força das armas a sua independência e a sua liberdade. Fingindo, a Europa podia dedicar-se não só a gastar os seus recursos financeiros em despesa social, como a dar prelecções ao resto do mundo belicoso e violento sobre quão doce era viver na vanguarda da História, onde todos esses problemas humanos como a soberania, as fronteiras, a defesa face a inimigos, tinham sido deixados para trás de uma vez por todas. Evidentemente, este fingimento pressupunha a protecção americana perpétua e infalível.
Com Obama, a política americana, ansiosa por se livrar do pesadelo das guerras de intervenção no Médio Oriente, passou a focar-se cada vez mais num novo inimigo e na sua rede tentacular: a China. E isso implicava uma transferência de encargos e responsabilidades para a Europa. O que Obama começou por fazer amigavelmente e sem pressas desmedidas, Trump resolveu fazer à bruta e sem grandes cortesias. No primeiro mandato os avisos foram ríspidos. Neste início de segundo mandato, e com uma gravíssima crise de segurança provinda da Rússia mas também do islamismo radical infiltrado nas comunidades muçulmanas europeias, os avisos são aparentemente definitivos e converteram-se em ameaças.
A reacção dos políticos europeus foi a de choque e de escândalo. Não lhes ocorreu que esta era a enésima oportunidade concedida à Europa para assumir responsabilidades que são inequivocamente suas e assumir custos que têm de ser seus. Macron, liderando o bando de inexistências políticas europeias, com a sua habitual e esgotada grandiloquência, não se lembrou de fazer um balanço honesto da iniciativa europeia de 2017 chamada “cooperação estruturada permanente” em matéria de defesa, anunciada então com todos os truques retóricos de mudanças histórico-universais. Ninguém reconheceu que ano após anos todos os Estados-membros da UE praticamente sem excepção se tornaram especialistas a vigarizar as contas exigíveis dos gastos em defesa – os famosos 2% do PIB em despesas globais com a defesa e os convenientemente esquecidos 20% dessa despesa em equipamento militar.
A Alemanha deu o exemplo da desistência e da má-fé, e nem a crise da Ucrânia, aproveitada por políticos alemães comprometidos com o pântano em que a Europa caíra para fazer declarações tão pomposas quanto vazias, a fez mudar de vida. Em Portugal, os sucessivos governos de António Costa distinguiram-se na única coisa que lhe importava: a arte de proclamar como feito o que não se tinha a mínima intenção de fazer. Um exemplo: em 2019 o governo português apresentava à NATO o número de 1,37% do PIB gastos em Defesa. Ficava-se aquém das metas, mas como não se ficava flagrantemente longe da média europeia parecia que tudo estava bem – no mundo que estava prestes a acabar. Porém, uma análise mais fina às contas desse e dos anos anteriores mostrava que, uma vez descontados todos truques e artimanhas contabilísticos, o nível efectivo era inferior a 1%. Mais exactamente, os gastos com a defesa nacional perfizeram 0,93%.
Foi esta farsa que acabou abruptamente nas últimas semanas. Ouvir os ministros das Finanças, o actual e o anterior, dizer, como de resto dizem muitos dos seus congéneres europeus, que na realidade aumentar o investimento em Defesa não comporta qualquer redução nas áreas sociais, como se os recursos fossem infinitos, como se os múltiplos PRR do futuro (isto é, mais dívida) fossem uma espécie de milagre da abundância, e sobretudo como se não houvesse escolhas políticas a fazer, mostra à saciedade que o problema da Europa é, desde logo, político antes de ser outra coisa qualquer.