RÚSSIA
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
O dia de todas as manifestações no início da campanha eleitoral
Não obstante a forte onda de frio que cobre praticamente toda a Rússia, o dia de Sábado irá ficar marcado por numerosas manifestações em todo o país, pois as eleições presidenciais aproximam-se e a luta política aumenta.
A Liga dos Eleitores, que reúne os organizadores das massivas manifestações realizadas a 10 e 24 de dezembro, tenciona reunir mais de 50 mil pessoas numa marcha organizada para exigir “eleições limpas e transparentes” em Moscovo.
Essa organização, criada por conhecidos intelectuais russos, considera que as eleições parlamentares de 04 de dezembro ficaram comprometidas por numerosas fraudes, o que põem em causa a sua legitimidade, exigem presidenciais sem fraudes.
Além dessa reivindicação, os manifestantes da oposição à candidatura de Vladimir Putin irão exigir a “libertação dos presos políticos anulação dos resultados das eleições parlamentares falsificadas, demissão de Vladimir Tchurov, presidente da Comissão Eleitoral da Rússia, revisão da lei eleitoral com vista à participação de partidos da oposição nas eleições e realização de eleições livres e limpas do Parlamento e do Presidente”.
Visto que na manifestação irão estar presentes cidadãos de diferentes correntes políticas, os participantes irão marchar em quatro grupos diferentes. À frente da manifestação irão os independentes, seguidos da coluna dos liberais, da coluna dos nacionalistas e da coluna dos comunistas.
Todas estas tendências políticas não escondem o seu objetivo comum: não permitir a vitória de Putin na primeira volta e, se possível, derrotá-lo na segunda.
Por isso, uma das palavras de ordem da manifestação é “Rússia sem Putin!”
Os apoiantes do actual primeiro-ministro russo também não estão parados e decidiram responder com outra manifestação na capital russa e noutras cidades russas. Entre os organizadores está Dmitri Rogozin, antigo embaixador russo junto da NATO e atual vice-primeiro-ministro encarregado do complexo militar-industrial.
Liudmila Chvetsova, vice-presidente da Duma Estatal (câmara baixa do Parlamento), considera que os apoiantes de Putin devem “responder de forma firme à crítica desenfreada, à perseguição de facto de Vladimir Putin na Internet e nas redes sociais”.
“Pela primeira vez, uniram-se candidatos impossíveis de unir numa plataforma contra Putin. Trata-se de um fator novo na nossa política actual e deve ser analisado”, frisou ela.
Manifestações contra e a favor de Vladimir Putin estão convocadas em numerosas cidades da Rússia para um dia em que o mercúrio dos termómetros irá estar muito abaixo do zero. Em Moscovo, prevê-se que a temperatura do ar ronde os 20 graus negativos, mas os organizadores as iniciativas políticas apelam a que ninguém fique em casa.
http://darussia.blogspot.com/
Não obstante a forte onda de frio que cobre praticamente toda a Rússia, o dia de Sábado irá ficar marcado por numerosas manifestações em todo o país, pois as eleições presidenciais aproximam-se e a luta política aumenta.
A Liga dos Eleitores, que reúne os organizadores das massivas manifestações realizadas a 10 e 24 de dezembro, tenciona reunir mais de 50 mil pessoas numa marcha organizada para exigir “eleições limpas e transparentes” em Moscovo.
Essa organização, criada por conhecidos intelectuais russos, considera que as eleições parlamentares de 04 de dezembro ficaram comprometidas por numerosas fraudes, o que põem em causa a sua legitimidade, exigem presidenciais sem fraudes.
Além dessa reivindicação, os manifestantes da oposição à candidatura de Vladimir Putin irão exigir a “libertação dos presos políticos anulação dos resultados das eleições parlamentares falsificadas, demissão de Vladimir Tchurov, presidente da Comissão Eleitoral da Rússia, revisão da lei eleitoral com vista à participação de partidos da oposição nas eleições e realização de eleições livres e limpas do Parlamento e do Presidente”.
Visto que na manifestação irão estar presentes cidadãos de diferentes correntes políticas, os participantes irão marchar em quatro grupos diferentes. À frente da manifestação irão os independentes, seguidos da coluna dos liberais, da coluna dos nacionalistas e da coluna dos comunistas.
Todas estas tendências políticas não escondem o seu objetivo comum: não permitir a vitória de Putin na primeira volta e, se possível, derrotá-lo na segunda.
Por isso, uma das palavras de ordem da manifestação é “Rússia sem Putin!”
Os apoiantes do actual primeiro-ministro russo também não estão parados e decidiram responder com outra manifestação na capital russa e noutras cidades russas. Entre os organizadores está Dmitri Rogozin, antigo embaixador russo junto da NATO e atual vice-primeiro-ministro encarregado do complexo militar-industrial.
Liudmila Chvetsova, vice-presidente da Duma Estatal (câmara baixa do Parlamento), considera que os apoiantes de Putin devem “responder de forma firme à crítica desenfreada, à perseguição de facto de Vladimir Putin na Internet e nas redes sociais”.
“Pela primeira vez, uniram-se candidatos impossíveis de unir numa plataforma contra Putin. Trata-se de um fator novo na nossa política actual e deve ser analisado”, frisou ela.
Manifestações contra e a favor de Vladimir Putin estão convocadas em numerosas cidades da Rússia para um dia em que o mercúrio dos termómetros irá estar muito abaixo do zero. Em Moscovo, prevê-se que a temperatura do ar ronde os 20 graus negativos, mas os organizadores as iniciativas políticas apelam a que ninguém fique em casa.
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Vladimir Putin: DAM dos EUA se orienta contra Rússia.
O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, continua estando certo de que o sistema de defesa antimíssil dos EUA e da OTAN na Europa “está orientado para neutralizar o potencial nuclear de mísseis da Rússia”. “Atualmente não há ameaças por parte do Irã nem por parte da Coreia do Norte”, salientou o chefe do governo russo no documentário Holodnaia Politika (Política Fria), mostrado na quinta feira à noite no canal televisivo central russo. Putin explicou que o sistema vai cobrir o território russo até aos montes Urais, o que significa que ele vai interferir com as forças nucleares baseadas neste região do país.
A Rússia e os EUA não podem chegar ao acordo sobre a criação da DAM na Europa. Conforme a opinião de Moscou, o sistema monolateral dos EUA e da OTAN vai destruir o equilíbrio das forças na região. Washington, por sua vez, recusa-se a fornecer garantias escritas sobre a não orientação da sua DAM contra a Rússia.
http://portuguese.ruvr.ru/2012/02/03/65221567.html
O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, continua estando certo de que o sistema de defesa antimíssil dos EUA e da OTAN na Europa “está orientado para neutralizar o potencial nuclear de mísseis da Rússia”. “Atualmente não há ameaças por parte do Irã nem por parte da Coreia do Norte”, salientou o chefe do governo russo no documentário Holodnaia Politika (Política Fria), mostrado na quinta feira à noite no canal televisivo central russo. Putin explicou que o sistema vai cobrir o território russo até aos montes Urais, o que significa que ele vai interferir com as forças nucleares baseadas neste região do país.
A Rússia e os EUA não podem chegar ao acordo sobre a criação da DAM na Europa. Conforme a opinião de Moscou, o sistema monolateral dos EUA e da OTAN vai destruir o equilíbrio das forças na região. Washington, por sua vez, recusa-se a fornecer garantias escritas sobre a não orientação da sua DAM contra a Rússia.
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
48ª Conferência Internacional de Segurança: será possível progresso no sistema de ABM?
A 48ª Conferência de Munique sobre a Segurança abre a 3 de Fevereiro (às 18.00 do horário de Moscou e ao meio-dia do horário de Brasília) na capital da Baviera. Para três dias, o hotel Bayerpost transformar-se-á numa fortaleza bem protegida, dentro da qual serão hospedados chefes de Estados, ministros e peritos de 60 países, guardados pela polícia e franco-atiradores e separados de manifestações antimilitares. O presidente da Conferência de Munique, conhecido diplomata Wolfgang Ischinger, assevera que “o fórum não é uma reunião anual do lobby militar. A segurança estende as fronteiras, incluindo a crise financeira, a energia e as mudanças climatéricas”. Ao mesmo tempo, uma nova estratégia militar dos Estados Unidos, assim como as relações entre a Rússia e OTAN voltam a atrair atenção especial.
O problema da defesa antimísseis continua a ser um dos principais nas relações entre a Rússia e os seus parceiros ocidentais, sobretudo com os Estados Unidos e outros membros da OTAN. Para além disso, o problema DAM foi qualificado em muitos níveis oficiais na Rússia como tema-chave da política russa de segurança. Portanto, é natural que este problema será abordado deste ou de outro modo na Conferência em Munique, disse em entrevista à Voz da Rússia Dmitri Danilov, chefe da Seção de Segurança Europeia do Instituto da Europa.
Está claro, porém, que a situação entrou atualmente num impasse, diz o perito. A Rússia renuncia às consultas futuras com os Estados Unidos e OTAN sem discutir aquilo que exige Moscou, isto é a concessão de garantias jurídicas de que o novo sistema não ameaçará as forças e os interesses estratégicos russos. Os Estados Unidos, por seu lado, consideram por muitas causas esta exigência como descabida ou impossível. Nesta situação é difícil dizer que podem ser encontrados quaisquer desenlaces. Ao mesmo tempo, no fim de 2011, a posição russa tornou-se mais dura. O presidente Medvedev anunciou as medidas que a Rússia será obrigada a tomar no caso de não forem alcançados entendimentos com os Estados Unidos sobre um sistema conjunto de defesa antimísseis. Esta dureza complica ainda mais o futuro progresso e, portanto, é pouco provável que a Conferência em Munique possa mudar algo. Destaque-se contudo que ninguém está interessado em tornar crucial o problema ABM nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos ou entre a Rússia e a OTAN. Já hoje, por parte dos Estados Unidos, diz-se que ainda não tudo está perdido e que ainda há hipóteses para entender-se. Em particular, o embaixador dos Estados Unidos em Moscou, Michael Anthony McFaul, declara que os Estados Unidos não se recusam a discutir as garantias e estão dispostos a tomar certas medidas, tais como o aumento da transparência, etc., mas ao mesmo tempo não podem resumi-lo num documento jurídico. Se Moscou aceitar esta posição, seria possível qualifica-lo como grande progresso. Contudo, a meu ver, não se pode esperar hoje grandes mudanças na posição das partes na situação pré-eleitoral tanto na Rússia, como nos Estados Unidos, considera o perito.
A Rússia continua a propor aos países europeus criar um sistema conjunto de defesa aeroespacial e antimísseis, declarou há dias o vice-primeiro-ministro da FR, Dmitri Rogozin. Na sua opinião, ainda não está perdida a hipótese para avançar neste sentido. “Espero que os europeus se deem conta de que não se pode reagir cegamente à ideia do desdobramento de uma estrutura militar estrangeira na sua terra”, acrescentou o vice-primeiro-ministro. “Se os americanos renunciarem à instalação de seus bases de ABM na Polónia até 2018 e ao desdobramento de armas de alta precisão até 2020, assim como ao estacionamento de suas esquadras em mares setentrionais, não haverá também as medidas da resposta militar-técnica, anunciadas na declaração do presidente Medvedev”, concluiu Rogozin.
http://portuguese.ruvr.ru/2012/02/03/65261606.html
A 48ª Conferência de Munique sobre a Segurança abre a 3 de Fevereiro (às 18.00 do horário de Moscou e ao meio-dia do horário de Brasília) na capital da Baviera. Para três dias, o hotel Bayerpost transformar-se-á numa fortaleza bem protegida, dentro da qual serão hospedados chefes de Estados, ministros e peritos de 60 países, guardados pela polícia e franco-atiradores e separados de manifestações antimilitares. O presidente da Conferência de Munique, conhecido diplomata Wolfgang Ischinger, assevera que “o fórum não é uma reunião anual do lobby militar. A segurança estende as fronteiras, incluindo a crise financeira, a energia e as mudanças climatéricas”. Ao mesmo tempo, uma nova estratégia militar dos Estados Unidos, assim como as relações entre a Rússia e OTAN voltam a atrair atenção especial.
O problema da defesa antimísseis continua a ser um dos principais nas relações entre a Rússia e os seus parceiros ocidentais, sobretudo com os Estados Unidos e outros membros da OTAN. Para além disso, o problema DAM foi qualificado em muitos níveis oficiais na Rússia como tema-chave da política russa de segurança. Portanto, é natural que este problema será abordado deste ou de outro modo na Conferência em Munique, disse em entrevista à Voz da Rússia Dmitri Danilov, chefe da Seção de Segurança Europeia do Instituto da Europa.
Está claro, porém, que a situação entrou atualmente num impasse, diz o perito. A Rússia renuncia às consultas futuras com os Estados Unidos e OTAN sem discutir aquilo que exige Moscou, isto é a concessão de garantias jurídicas de que o novo sistema não ameaçará as forças e os interesses estratégicos russos. Os Estados Unidos, por seu lado, consideram por muitas causas esta exigência como descabida ou impossível. Nesta situação é difícil dizer que podem ser encontrados quaisquer desenlaces. Ao mesmo tempo, no fim de 2011, a posição russa tornou-se mais dura. O presidente Medvedev anunciou as medidas que a Rússia será obrigada a tomar no caso de não forem alcançados entendimentos com os Estados Unidos sobre um sistema conjunto de defesa antimísseis. Esta dureza complica ainda mais o futuro progresso e, portanto, é pouco provável que a Conferência em Munique possa mudar algo. Destaque-se contudo que ninguém está interessado em tornar crucial o problema ABM nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos ou entre a Rússia e a OTAN. Já hoje, por parte dos Estados Unidos, diz-se que ainda não tudo está perdido e que ainda há hipóteses para entender-se. Em particular, o embaixador dos Estados Unidos em Moscou, Michael Anthony McFaul, declara que os Estados Unidos não se recusam a discutir as garantias e estão dispostos a tomar certas medidas, tais como o aumento da transparência, etc., mas ao mesmo tempo não podem resumi-lo num documento jurídico. Se Moscou aceitar esta posição, seria possível qualifica-lo como grande progresso. Contudo, a meu ver, não se pode esperar hoje grandes mudanças na posição das partes na situação pré-eleitoral tanto na Rússia, como nos Estados Unidos, considera o perito.
A Rússia continua a propor aos países europeus criar um sistema conjunto de defesa aeroespacial e antimísseis, declarou há dias o vice-primeiro-ministro da FR, Dmitri Rogozin. Na sua opinião, ainda não está perdida a hipótese para avançar neste sentido. “Espero que os europeus se deem conta de que não se pode reagir cegamente à ideia do desdobramento de uma estrutura militar estrangeira na sua terra”, acrescentou o vice-primeiro-ministro. “Se os americanos renunciarem à instalação de seus bases de ABM na Polónia até 2018 e ao desdobramento de armas de alta precisão até 2020, assim como ao estacionamento de suas esquadras em mares setentrionais, não haverá também as medidas da resposta militar-técnica, anunciadas na declaração do presidente Medvedev”, concluiu Rogozin.
http://portuguese.ruvr.ru/2012/02/03/65261606.html
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Economia russa precisa mudar estratégia
2/02/2012
Felix Goriunov, economista
A posição da Rússia perante a China e os demais países do Brics mostra que as decisões tomadas duas décadas atrás continuam a prejudicar o país e frear seu desenvolvimento econômico. Os políticos atuais serão capazes de reverter essa tendência?
Embora haja atualmente muita especulação sobre o desempenho da economia mundial em 2012, uma coisa parece evidente: os países capitalistas desenvolvidos vão apresentar uma retração econômica ou crescimento lento enquanto as nações em desenvolvimento irão prosperar. De acordo com o recente relatório Prospectos Econômicos Globais do Banco Mundial, a zona do euro pode retrair até 0,3% enquanto os Estados Unidos irá, na melhor das hipóteses, ter um ganho de 2,2%. A economia mundial como um todo irá crescer até 2,5%, graças a uma expansão de 5,4% prevista nas economias dos países em desenvolvimento.
Assim como ocorreu três anos atrás, o mundo será resgatado do colapso econômico pelo desenvolvimento em países emergentes, sobretudo pelo seu principal grupo, o Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esse fenômeno irá comprovar a previsão do Fundo Monetário Internacional de que as economias emergentes como um todo irão, até 2013, gerar mais da metade da produção mundial, levando em consideração a paridade de poder aquisitivo (PPA). Essa histórica mudança global é a consequência de duas décadas de expansão econômica em quatro dos países-membros do Brics.
Desde 1992, o PIB da China cresceu 5,3 vezes, o da Índia subiu até 3,5 vezes e o brasileiro, mais do que três vezes. Vale ressaltar que esse crescimento veio de mãos dadas com a diversificação estrutural das economias, renovação da base industrial e infraestrutura nesses países, bem como aumento do poder aquisitivo, serviços sociais e bem-estar social.
Mas e a Rússia? Durante o mesmo intervalo de tempo, a Rússia sofreu uma degradação industrial e tecnológica que foi mais devastadora do que os prejuízos gerados pela Segunda Guerra Mundial. Como resultado, a Rússia atingiu seu nível de 1990 somente em 2007, embora o volume de produção industrial permaneça inferior ao da época soviética. Em termos de PIB, a Rússia é agora a sexta maior economia mundial, enquanto a China ocupa a segunda posição. Em contraste com a China e outros membros do grupo Brics, que cada vez mais aumentam sua produção industrial, os principais motores da economia russa continuam a ser o consumo interno e a exportação de matéria-prima. A maioria das empresas russas não está crescendo por falta de investimento fixo. O governo russo sonha em aumentar o investimento fixo para 25% do PIB, enquanto na China sua participação já é de 45% do PIB. O fluxo de saída de capital da Rússia (US$ 85 bilhões em 2011) é mais do que duas vezes maior do que investimento estrangeiro direto (cerca de US$ 36 bilhões). Mas nem mesmo um orçamento equilibrado, superávit em transações correntes e consideráveis reservas de moeda forte (US$ 398 bilhões no fim de 2011) garantem o ressurgimento tecnológico da Rússia e maior competitividade no cenário global.
A economia pouco diversificada, viciada em importações de bens tecnológicos e até mesmo de alguns produtos agrícolas, torna a Rússia completamente dependente dos caprichos dos mercados mundiais de commodities. O país pode enfrentar uma crise este ano mesmo se os preços globais de petróleo forem abaixo de US$ 60 por barril. A repetição da séria retração do PIB russo ocorrida em 2009 (-7,8%), após uma forte queda do preço do petróleo, é bastante provável, e em setembro do ano passado, o Banco Mundial já projetou uma desaceleração do crescimento do PIB de 4% em 2011 para cerca de 2% neste ano.
A Rússia possui outra vulnerabilidade, que é pouco mencionada. No auge da crise de 2009, o jornal de negócios “Vedemosti” observou que a crise deixou claro o fato da economia russa ser controlada não pelo governo, mas por alguns oligarcas que monopolizavam os setores rentáveis e influenciavam as políticas econômicas do Estado. A informação do veículo foi confirmada quando os passivos dos oligarcas foram socorridos pelo governo do primeiro-ministro, Vladímir Pútin, a um custo de mais de 3 trilhões de rublos extraídos do orçamento federal. Isso aconteceu numa época em que as empresas de pequeno e médio porte russas estavam extremamente necessitadas de fundos para sobreviver à crise e os problemas do país relacionados à ultrapassada infraestrutura estavam se tornando agudos.
O jornal “Vedemosti” também revelou que os ativos das empresas desses oligarcas estão concentrados em companhias offshore e eles mantêm até seu capital de giro em bancos ocidentais para, assim, evitar os impostos praticados em casa. A economia interna não só perdeu esses enormes investimentos de capital, como os ativos multimilionários de empresas internas não estão mais sujeitos à jurisdição russa.
Se o desenvolvimento econômico sustentável e suas importantes estratégias são os principais critérios para avaliar a posição global das nações emergentes, a Rússia, então, não pertence a tal grupo. Sua atual posição de patinho feio da economia entre os países do Brics é uma consequência direta da decisão tomada há duas décadas, quando a economia russa passou do socialismo com um aspecto feio ao capitalismo com uma aparência distorcida. Esta distorção impediu a construção de uma economia de mercado e de um sistema de bem-estar social baseado no modelo europeu.
Essas estratégias neoliberais que a economia russa continua a seguir foram emprestadas pela equipe de reformadores norte-americanos do então presidente Boris Iéltsin. Atualmente, muitos economistas progressistas do Ocidente reconhecem os problemas dessa ideologia neoliberal e apontam para o fenomenal sucesso da China, cuja elite dominante adotou uma estratégia de desenvolvimento nacional que reúne planejamento estatal e políticas industriais com orientação de mercado e estímulo a empresas. Isso torna ainda mais evidente que a decisão da Rússia de proclamar a supremacia das forças de mercado no desenvolvimento econômico estavam completamente erradas.
Os recentes protestos de rua que abalaram a Rússia não se referem apenas à fraude de votos nas eleições parlamentares. Eles também estão fundamentalmente relacionados ao fracasso do regime para garantir o desenvolvimento socioeconômico, minimizar a desigualdade de renda, coibir a corrupção e estimular o empreendedorismo. Na era da internet e de viagens baratas ao exterior, os russos observam que mesmo os países que antes eram atrasados vêm desenvolvendo estratégias eficientes de crescimento econômico e melhorias sociais. Os últimos debates entre os candidatos presidenciais da Rússia revelam que a mudança radical da estratégia econômica e social é um aspecto importante para discussão entre os membros da elite política. Porém, só depois do dia 4 de março que saberemos se reformas reais irão, de fato, fazer parte do futuro do país.
Felix Goriunov é jornalista econômico baseado em Moscou e há mais de 30 anos cobre temas relacionados a comércio e economia internacional.
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14152.html
2/02/2012
Felix Goriunov, economista
A posição da Rússia perante a China e os demais países do Brics mostra que as decisões tomadas duas décadas atrás continuam a prejudicar o país e frear seu desenvolvimento econômico. Os políticos atuais serão capazes de reverter essa tendência?
Embora haja atualmente muita especulação sobre o desempenho da economia mundial em 2012, uma coisa parece evidente: os países capitalistas desenvolvidos vão apresentar uma retração econômica ou crescimento lento enquanto as nações em desenvolvimento irão prosperar. De acordo com o recente relatório Prospectos Econômicos Globais do Banco Mundial, a zona do euro pode retrair até 0,3% enquanto os Estados Unidos irá, na melhor das hipóteses, ter um ganho de 2,2%. A economia mundial como um todo irá crescer até 2,5%, graças a uma expansão de 5,4% prevista nas economias dos países em desenvolvimento.
Assim como ocorreu três anos atrás, o mundo será resgatado do colapso econômico pelo desenvolvimento em países emergentes, sobretudo pelo seu principal grupo, o Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Esse fenômeno irá comprovar a previsão do Fundo Monetário Internacional de que as economias emergentes como um todo irão, até 2013, gerar mais da metade da produção mundial, levando em consideração a paridade de poder aquisitivo (PPA). Essa histórica mudança global é a consequência de duas décadas de expansão econômica em quatro dos países-membros do Brics.
Desde 1992, o PIB da China cresceu 5,3 vezes, o da Índia subiu até 3,5 vezes e o brasileiro, mais do que três vezes. Vale ressaltar que esse crescimento veio de mãos dadas com a diversificação estrutural das economias, renovação da base industrial e infraestrutura nesses países, bem como aumento do poder aquisitivo, serviços sociais e bem-estar social.
Mas e a Rússia? Durante o mesmo intervalo de tempo, a Rússia sofreu uma degradação industrial e tecnológica que foi mais devastadora do que os prejuízos gerados pela Segunda Guerra Mundial. Como resultado, a Rússia atingiu seu nível de 1990 somente em 2007, embora o volume de produção industrial permaneça inferior ao da época soviética. Em termos de PIB, a Rússia é agora a sexta maior economia mundial, enquanto a China ocupa a segunda posição. Em contraste com a China e outros membros do grupo Brics, que cada vez mais aumentam sua produção industrial, os principais motores da economia russa continuam a ser o consumo interno e a exportação de matéria-prima. A maioria das empresas russas não está crescendo por falta de investimento fixo. O governo russo sonha em aumentar o investimento fixo para 25% do PIB, enquanto na China sua participação já é de 45% do PIB. O fluxo de saída de capital da Rússia (US$ 85 bilhões em 2011) é mais do que duas vezes maior do que investimento estrangeiro direto (cerca de US$ 36 bilhões). Mas nem mesmo um orçamento equilibrado, superávit em transações correntes e consideráveis reservas de moeda forte (US$ 398 bilhões no fim de 2011) garantem o ressurgimento tecnológico da Rússia e maior competitividade no cenário global.
A economia pouco diversificada, viciada em importações de bens tecnológicos e até mesmo de alguns produtos agrícolas, torna a Rússia completamente dependente dos caprichos dos mercados mundiais de commodities. O país pode enfrentar uma crise este ano mesmo se os preços globais de petróleo forem abaixo de US$ 60 por barril. A repetição da séria retração do PIB russo ocorrida em 2009 (-7,8%), após uma forte queda do preço do petróleo, é bastante provável, e em setembro do ano passado, o Banco Mundial já projetou uma desaceleração do crescimento do PIB de 4% em 2011 para cerca de 2% neste ano.
A Rússia possui outra vulnerabilidade, que é pouco mencionada. No auge da crise de 2009, o jornal de negócios “Vedemosti” observou que a crise deixou claro o fato da economia russa ser controlada não pelo governo, mas por alguns oligarcas que monopolizavam os setores rentáveis e influenciavam as políticas econômicas do Estado. A informação do veículo foi confirmada quando os passivos dos oligarcas foram socorridos pelo governo do primeiro-ministro, Vladímir Pútin, a um custo de mais de 3 trilhões de rublos extraídos do orçamento federal. Isso aconteceu numa época em que as empresas de pequeno e médio porte russas estavam extremamente necessitadas de fundos para sobreviver à crise e os problemas do país relacionados à ultrapassada infraestrutura estavam se tornando agudos.
O jornal “Vedemosti” também revelou que os ativos das empresas desses oligarcas estão concentrados em companhias offshore e eles mantêm até seu capital de giro em bancos ocidentais para, assim, evitar os impostos praticados em casa. A economia interna não só perdeu esses enormes investimentos de capital, como os ativos multimilionários de empresas internas não estão mais sujeitos à jurisdição russa.
Se o desenvolvimento econômico sustentável e suas importantes estratégias são os principais critérios para avaliar a posição global das nações emergentes, a Rússia, então, não pertence a tal grupo. Sua atual posição de patinho feio da economia entre os países do Brics é uma consequência direta da decisão tomada há duas décadas, quando a economia russa passou do socialismo com um aspecto feio ao capitalismo com uma aparência distorcida. Esta distorção impediu a construção de uma economia de mercado e de um sistema de bem-estar social baseado no modelo europeu.
Essas estratégias neoliberais que a economia russa continua a seguir foram emprestadas pela equipe de reformadores norte-americanos do então presidente Boris Iéltsin. Atualmente, muitos economistas progressistas do Ocidente reconhecem os problemas dessa ideologia neoliberal e apontam para o fenomenal sucesso da China, cuja elite dominante adotou uma estratégia de desenvolvimento nacional que reúne planejamento estatal e políticas industriais com orientação de mercado e estímulo a empresas. Isso torna ainda mais evidente que a decisão da Rússia de proclamar a supremacia das forças de mercado no desenvolvimento econômico estavam completamente erradas.
Os recentes protestos de rua que abalaram a Rússia não se referem apenas à fraude de votos nas eleições parlamentares. Eles também estão fundamentalmente relacionados ao fracasso do regime para garantir o desenvolvimento socioeconômico, minimizar a desigualdade de renda, coibir a corrupção e estimular o empreendedorismo. Na era da internet e de viagens baratas ao exterior, os russos observam que mesmo os países que antes eram atrasados vêm desenvolvendo estratégias eficientes de crescimento econômico e melhorias sociais. Os últimos debates entre os candidatos presidenciais da Rússia revelam que a mudança radical da estratégia econômica e social é um aspecto importante para discussão entre os membros da elite política. Porém, só depois do dia 4 de março que saberemos se reformas reais irão, de fato, fazer parte do futuro do país.
Felix Goriunov é jornalista econômico baseado em Moscou e há mais de 30 anos cobre temas relacionados a comércio e economia internacional.
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14152.html
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Mesmo com frio, manifestações reúnem milhares nas ruas da Rússia.
Milhares de pessoas participaram neste sábado de um protesto na capital russa, Moscou, em oposição ao governo do primeiro-ministro Vladimir Putin, apesar do frio intenso registrado pelos termômetros na região do leste europeu nos últimos dias.
A manifestação deste sábado marca o terceiro protestos organizado desde as eleições parlamentares de dezembro, que ficou marcada por acusações de fraude eleitoral. O partido de Putin foi o principal vitorioso no pleito.
Ao mesmo tempo, partidários do premiê, que disputará a eleição presidencial programada para o mês que vem, realizaram sua própria manifestação em um local diferente da capital.
A polícia russa contou 90 mil pessoas no evento pró-Putin, enquanto 23 mil participavam do protesto contra seu governo. A contagem não pôde ser confirmada com uma fonte independente nem com os organizadores das manifestações.
As pessoas foram às ruas, apesar das baixas temperaturas registradas, que chegaram a -19ºC. Os organizadores dos dois eventos estavam apreensivos por conta do frio, e pediram aos participantes que se mantivessem aquecidos.
Segundo analistas, a taxa de participação no protesto contra Putin é vista como um indicador muito importante para se saber se o movimento antigoverno ainda tem força. No primeiro evento após as eleições de 4 de dezembro, cerca de 50 mil pessoas saíram às ruas.
Apesar de o governo tentar diversas vezes negar as acusações de fraude eleitoral, os protestos se espalharam para outras cidades na Rússia.
Os organizadores do protesto deste sábado pedem que as eleições parlamentares de dezembro sejam refeitas, e pedem às pessoas que votem contra Putin na eleição presidencial de março.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1043 ... ssia.shtml
Milhares de pessoas participaram neste sábado de um protesto na capital russa, Moscou, em oposição ao governo do primeiro-ministro Vladimir Putin, apesar do frio intenso registrado pelos termômetros na região do leste europeu nos últimos dias.
A manifestação deste sábado marca o terceiro protestos organizado desde as eleições parlamentares de dezembro, que ficou marcada por acusações de fraude eleitoral. O partido de Putin foi o principal vitorioso no pleito.
Ao mesmo tempo, partidários do premiê, que disputará a eleição presidencial programada para o mês que vem, realizaram sua própria manifestação em um local diferente da capital.
A polícia russa contou 90 mil pessoas no evento pró-Putin, enquanto 23 mil participavam do protesto contra seu governo. A contagem não pôde ser confirmada com uma fonte independente nem com os organizadores das manifestações.
As pessoas foram às ruas, apesar das baixas temperaturas registradas, que chegaram a -19ºC. Os organizadores dos dois eventos estavam apreensivos por conta do frio, e pediram aos participantes que se mantivessem aquecidos.
Segundo analistas, a taxa de participação no protesto contra Putin é vista como um indicador muito importante para se saber se o movimento antigoverno ainda tem força. No primeiro evento após as eleições de 4 de dezembro, cerca de 50 mil pessoas saíram às ruas.
Apesar de o governo tentar diversas vezes negar as acusações de fraude eleitoral, os protestos se espalharam para outras cidades na Rússia.
Os organizadores do protesto deste sábado pedem que as eleições parlamentares de dezembro sejam refeitas, e pedem às pessoas que votem contra Putin na eleição presidencial de março.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1043 ... ssia.shtml
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Sociedade russa reclama oportunidades de ascensão social
4/02/2012
Konstantín Símonov, analista
O diretor-geral do Fundo Nacional de Segurança Energética, Konstantín Símonov, dá sua opinião sobre os protestos ocorridos na Rússia após as eleições parlamentares.
Finalmente Vladímir Pútin entrou em contato, embora a contragosto e por correspondência (publicando três artigos – nota da RBTH), com a oposição que se manifestou na Praça Bolótonaia. Fiel a seu estilo, ele decidiu sozinho o que a oposição quer e atendeu a suas reivindicações com a exposição das principais teses de seu programa eleitoral na imprensa local. No entender do premier russo, os manifestantes reunidos na Praça Bolótnaia reivindicam empregos mais interessante e mais bem remunerados, assim como antes reivindicavam uma formação de qualidade. Por isso, se antes o candidato à presidência atendeu aos protestos com a promessa de criar 25 milhões de novos empregos, agora promete concessões para pequenas empresas, proteção contra empresas gigantes e impostos baixos para as empresas não dependentes das vendas de matéria-prima.
Todavia, em minha opinião, os manifestantes da Praça Bolótinaia querem algo diferente e não reivindicam bons empregos nem mesmo a justiça social, eleições honestas ou concorrência na política. O que reclamam são oportunidades de ascensão social. Para alguns analistas, se Dmítri Medvedev tivesse se candidatado a um segundo mandato, não teria havido protestos na Praça Bolótnaia. Esse aspecto é muito relevante. Nossa classe média deveria ter entendido que Pútin não iria sair e que a “alteridade” de Medvédev foi nada mais nada menos que uma manobra propagandística dos círculos próximos ao presidente. Esse truque gerou na sociedade a esperança de mudanças rápidas que iriam abrir espaço para a ascensão social. Como resultado, um trabalho duro e uma subida gradual e longa na carreira deixaram de ser um valor apreciado pela maioria da população, iludida com os discursos de que tem uma excelente formação e, portanto, merece um excelente emprego. As autoridades, aliás, continuam martelando esse tese. Pútin apresenta como grande conquista o fato de a Rússia estar entre os quatro países do mundo com o maior sucesso universitário entre os jovens, não dizendo, contudo, que a qualidade de ensino na Rússia moderna deixa a desejar. Nesse contexto, sua tese de que cada aluno russo vai ler por iniciativa própria 100 livros nem sequer provoca um sorriso.
Portanto, os protestadores na Praça Bolótnaia reivindicam o acesso a postos de comando e oportunidades de ascensão social que, com o regresso de Pútin, se fecham por mais 12 anos. Agora o governo dá a entender que o prazo pode ser de seis anos se os protestos acabarem, mas os manifestantes já não acreditam.
A liderança sentiu a demanda da sociedade pelas oportunidades de ascensão social já antes das eleições e reagiu de forma bastante cínica: aumentou o número de servidores públicos. Mas nem todos os jovens com cursos universitários conseguiram se encaixar nas estruturas governamentais. Em seguida, substituiu 60 governadores e trocou o corpo de deputados, mas muitos dos novos governadores e deputados viraram objeto de escárnio e não inspiraram confiança na sociedade.
Konstantín Símonov, diretor-geral do Fundo Nacional de Segurança Energética
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14160.html
4/02/2012
Konstantín Símonov, analista
O diretor-geral do Fundo Nacional de Segurança Energética, Konstantín Símonov, dá sua opinião sobre os protestos ocorridos na Rússia após as eleições parlamentares.
Finalmente Vladímir Pútin entrou em contato, embora a contragosto e por correspondência (publicando três artigos – nota da RBTH), com a oposição que se manifestou na Praça Bolótonaia. Fiel a seu estilo, ele decidiu sozinho o que a oposição quer e atendeu a suas reivindicações com a exposição das principais teses de seu programa eleitoral na imprensa local. No entender do premier russo, os manifestantes reunidos na Praça Bolótnaia reivindicam empregos mais interessante e mais bem remunerados, assim como antes reivindicavam uma formação de qualidade. Por isso, se antes o candidato à presidência atendeu aos protestos com a promessa de criar 25 milhões de novos empregos, agora promete concessões para pequenas empresas, proteção contra empresas gigantes e impostos baixos para as empresas não dependentes das vendas de matéria-prima.
Todavia, em minha opinião, os manifestantes da Praça Bolótinaia querem algo diferente e não reivindicam bons empregos nem mesmo a justiça social, eleições honestas ou concorrência na política. O que reclamam são oportunidades de ascensão social. Para alguns analistas, se Dmítri Medvedev tivesse se candidatado a um segundo mandato, não teria havido protestos na Praça Bolótnaia. Esse aspecto é muito relevante. Nossa classe média deveria ter entendido que Pútin não iria sair e que a “alteridade” de Medvédev foi nada mais nada menos que uma manobra propagandística dos círculos próximos ao presidente. Esse truque gerou na sociedade a esperança de mudanças rápidas que iriam abrir espaço para a ascensão social. Como resultado, um trabalho duro e uma subida gradual e longa na carreira deixaram de ser um valor apreciado pela maioria da população, iludida com os discursos de que tem uma excelente formação e, portanto, merece um excelente emprego. As autoridades, aliás, continuam martelando esse tese. Pútin apresenta como grande conquista o fato de a Rússia estar entre os quatro países do mundo com o maior sucesso universitário entre os jovens, não dizendo, contudo, que a qualidade de ensino na Rússia moderna deixa a desejar. Nesse contexto, sua tese de que cada aluno russo vai ler por iniciativa própria 100 livros nem sequer provoca um sorriso.
Portanto, os protestadores na Praça Bolótnaia reivindicam o acesso a postos de comando e oportunidades de ascensão social que, com o regresso de Pútin, se fecham por mais 12 anos. Agora o governo dá a entender que o prazo pode ser de seis anos se os protestos acabarem, mas os manifestantes já não acreditam.
A liderança sentiu a demanda da sociedade pelas oportunidades de ascensão social já antes das eleições e reagiu de forma bastante cínica: aumentou o número de servidores públicos. Mas nem todos os jovens com cursos universitários conseguiram se encaixar nas estruturas governamentais. Em seguida, substituiu 60 governadores e trocou o corpo de deputados, mas muitos dos novos governadores e deputados viraram objeto de escárnio e não inspiraram confiança na sociedade.
Konstantín Símonov, diretor-geral do Fundo Nacional de Segurança Energética
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14160.html
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Rússia: potencialidades de “projeção da força”.
A marcha de um grupo de porta-aviões da Força Naval da Rússia para o Mediterrâneo coincidiu com a redução da presença russa no Sudão. Os dois acontecimentos dão motivos para avaliar as possibilidades russas de garantir uma presença militar estável no estrangeiro.
A projeção da força é a capacidade das Forças Armadas de reagir rápida e decididamente às mudanças da situação, deslocando operacionalmente as tropas para um ponto necessário e mantendo a presença militar nesta região tanto tempo, quanto for preciso. Muitos fatores influem na capacidade de projeção da força: potencialidades da marinha militar e mercante, da aviação militar e civil, existência das forças expedicionárias, capazes de desdobrar-se operacionalmente em teatros de ações militares afastados e de entrar imediatamente em combate. O núcleo de tais forças é constituído de destacamentos aeromóveis de diferentes armas, de praticamente todas as forças aéreas, sobretudo a aviação de longo alcance e de transporte, de destacamentos da Força Naval, em primeiro lugar a sua aviação e as unidades de desembarque. Finalmente, são muito importantes bases no estrangeiro, que facilitam o desdobramento de novas forças.
Atualmente, as Forças Armadas da Rússia são praticamente privadas da possibilidade de manter uma presença militar duradoura no estrangeiro, que se limita apenas à participação reduzida em missões de paz da ONU e nos países da CEI. As potencialidades da Rússia de intensificar operacionalmente forças militares nas principais regiões do mundo são muito restringidas.
Ao mesmo tempo, não se pode afirmar que a Rússia não teve tais interesses. Para além do Corno Africano, centro da campanha internacional de luta contra piratas, há no mundo várias zonas em que a presença militar russa pode ser necessária para a proteção da vida de seus cidadãos ou defesa de seus interesses econômicos. Por enquanto há apenas uma região afastada da Rússia, em que, no caso da necessidade, os militares russos podem desdobrar rapidamente grandes forças – o Tajiquistão e o Quirguistão.
Contudo, os recentes acontecimentos na Líbia e aquilo que acontece hoje na Síria demonstraram que a Rússia precisa de forças expedicionárias mais sérias. Hoje a FR é obrigada a limitar-se à demonstração de bandeira, não tendo potencialidades de desdobrar no Mediterrâneo uma esquadra de ação permanente, nem podendo intensificar consideravelmente a presença militar na Síria. Para cumprir a primeira tarefa, faltam navios para garantir rotação uma vez em seis meses, no mínimo, e a segunda – são insuficientes as potencialidades da aviação de transporte.
Enquanto o número de navios que se constroem na Rússia começou a crescer, a aviação de transporte não se renova. Atualmente, é claro mais ou menos apenas o destino do Il-476: em Ulianovsk foi construído o primeiro avião de transporte modernizado deste projeto. São confusas as perspetivas do An-70 e do An-124, está atrasada a elaboração dos projetos Il-112 e Il-214. Não está clara também a possível alternativa ao Il-112: as compras de sete unidades de An-140 em vários anos não podem ser consideradas como alternativa.
Ao mesmo tempo, o parque de aviões de transporte militares está a envelhecer. Se nos próximos um-dois anos no forem tomadas medidas decididas, a Rússia irá deparar no fim dos anos 10 deste século com uma falta grave de aviões de transporte e, possivelmente, enfrentará a necessidade de comprar tais máquinas ao estrangeiro.
http://portuguese.ruvr.ru/2012/01/30/64913362.html
A marcha de um grupo de porta-aviões da Força Naval da Rússia para o Mediterrâneo coincidiu com a redução da presença russa no Sudão. Os dois acontecimentos dão motivos para avaliar as possibilidades russas de garantir uma presença militar estável no estrangeiro.
A projeção da força é a capacidade das Forças Armadas de reagir rápida e decididamente às mudanças da situação, deslocando operacionalmente as tropas para um ponto necessário e mantendo a presença militar nesta região tanto tempo, quanto for preciso. Muitos fatores influem na capacidade de projeção da força: potencialidades da marinha militar e mercante, da aviação militar e civil, existência das forças expedicionárias, capazes de desdobrar-se operacionalmente em teatros de ações militares afastados e de entrar imediatamente em combate. O núcleo de tais forças é constituído de destacamentos aeromóveis de diferentes armas, de praticamente todas as forças aéreas, sobretudo a aviação de longo alcance e de transporte, de destacamentos da Força Naval, em primeiro lugar a sua aviação e as unidades de desembarque. Finalmente, são muito importantes bases no estrangeiro, que facilitam o desdobramento de novas forças.
Atualmente, as Forças Armadas da Rússia são praticamente privadas da possibilidade de manter uma presença militar duradoura no estrangeiro, que se limita apenas à participação reduzida em missões de paz da ONU e nos países da CEI. As potencialidades da Rússia de intensificar operacionalmente forças militares nas principais regiões do mundo são muito restringidas.
Ao mesmo tempo, não se pode afirmar que a Rússia não teve tais interesses. Para além do Corno Africano, centro da campanha internacional de luta contra piratas, há no mundo várias zonas em que a presença militar russa pode ser necessária para a proteção da vida de seus cidadãos ou defesa de seus interesses econômicos. Por enquanto há apenas uma região afastada da Rússia, em que, no caso da necessidade, os militares russos podem desdobrar rapidamente grandes forças – o Tajiquistão e o Quirguistão.
Contudo, os recentes acontecimentos na Líbia e aquilo que acontece hoje na Síria demonstraram que a Rússia precisa de forças expedicionárias mais sérias. Hoje a FR é obrigada a limitar-se à demonstração de bandeira, não tendo potencialidades de desdobrar no Mediterrâneo uma esquadra de ação permanente, nem podendo intensificar consideravelmente a presença militar na Síria. Para cumprir a primeira tarefa, faltam navios para garantir rotação uma vez em seis meses, no mínimo, e a segunda – são insuficientes as potencialidades da aviação de transporte.
Enquanto o número de navios que se constroem na Rússia começou a crescer, a aviação de transporte não se renova. Atualmente, é claro mais ou menos apenas o destino do Il-476: em Ulianovsk foi construído o primeiro avião de transporte modernizado deste projeto. São confusas as perspetivas do An-70 e do An-124, está atrasada a elaboração dos projetos Il-112 e Il-214. Não está clara também a possível alternativa ao Il-112: as compras de sete unidades de An-140 em vários anos não podem ser consideradas como alternativa.
Ao mesmo tempo, o parque de aviões de transporte militares está a envelhecer. Se nos próximos um-dois anos no forem tomadas medidas decididas, a Rússia irá deparar no fim dos anos 10 deste século com uma falta grave de aviões de transporte e, possivelmente, enfrentará a necessidade de comprar tais máquinas ao estrangeiro.
http://portuguese.ruvr.ru/2012/01/30/64913362.html
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Rússia precisa 'renovar democracia', mas aos poucos, diz Putin
Em artigo, premiê afirma que país não deve adotar 'receita estrangeira' apressadamente.
MOSCOU - A Rússia precisa dar mais poder político para sua população, mas não deve seguir apressadamente as receitas estrangeiras de democracia, afirmou o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, em um artigo publicado nesta segunda-feira, 6, um mês antes da eleição presidencial na qual é franco favorito.
Enfrentando os maiores protestos de oposição de seus 12 anos de governo, enquanto se prepara para retornar ao Kremlin, Putin reconheceu em um artigo na primeira página do diário Kommersant que muitos russos querem ter mais voz.
Mas ele não anunciou nenhuma iniciativa de reforma eleitoral, mostrando que pretende se movimentar cautelosamento em seu mandato de seis anos e manter o pulso firme no sistema político que domina desde que foi eleito presidente pela primeira vez, em 2000.
"Nossa sociedade atualmente é completamente diferente do que era no início de 2000. Muitas pessoas estão se tornando mais ricas, mais educadas e mais exigentes", escreveu Putin, atribuindo-se o crédito pelas melhorias econômicas desde que assumiu o poder.
"Nossa sociedade civil tornou-se incomparavelmente mais madura, ativa e responsável", afirmou Putin, que foi espião da KGB. "Precisamos renovar os mecanismos de nossa democracia - eles precisam alcançar as crescentes atividades públicas." Entretanto, ele complementou: "A real democracia não é criada em um instante e não pode ser copiada de um modelo externo."
Putin não mencionou o movimento de protestos na ruas, que irrompeu em dezembro e mostrou que se mantém forte quando no sábado dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas no centro de Moscou atrás de uma faixa que dizia "Rússia Sem Putin!". Os protestos se intensificaram após suspeitas de fraudes do partido de Putin nas eleições parlamentares, em 4 de dezembro.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 2028,0.htm
Em artigo, premiê afirma que país não deve adotar 'receita estrangeira' apressadamente.
MOSCOU - A Rússia precisa dar mais poder político para sua população, mas não deve seguir apressadamente as receitas estrangeiras de democracia, afirmou o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, em um artigo publicado nesta segunda-feira, 6, um mês antes da eleição presidencial na qual é franco favorito.
Enfrentando os maiores protestos de oposição de seus 12 anos de governo, enquanto se prepara para retornar ao Kremlin, Putin reconheceu em um artigo na primeira página do diário Kommersant que muitos russos querem ter mais voz.
Mas ele não anunciou nenhuma iniciativa de reforma eleitoral, mostrando que pretende se movimentar cautelosamento em seu mandato de seis anos e manter o pulso firme no sistema político que domina desde que foi eleito presidente pela primeira vez, em 2000.
"Nossa sociedade atualmente é completamente diferente do que era no início de 2000. Muitas pessoas estão se tornando mais ricas, mais educadas e mais exigentes", escreveu Putin, atribuindo-se o crédito pelas melhorias econômicas desde que assumiu o poder.
"Nossa sociedade civil tornou-se incomparavelmente mais madura, ativa e responsável", afirmou Putin, que foi espião da KGB. "Precisamos renovar os mecanismos de nossa democracia - eles precisam alcançar as crescentes atividades públicas." Entretanto, ele complementou: "A real democracia não é criada em um instante e não pode ser copiada de um modelo externo."
Putin não mencionou o movimento de protestos na ruas, que irrompeu em dezembro e mostrou que se mantém forte quando no sábado dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas no centro de Moscou atrás de uma faixa que dizia "Rússia Sem Putin!". Os protestos se intensificaram após suspeitas de fraudes do partido de Putin nas eleições parlamentares, em 4 de dezembro.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 2028,0.htm
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Rússia: democracia, mas nem tanto assim .
Sob vários aspectos, Putin transformou a antiga União Soviética em um país pela metade
THOMAS L. FRIEDMAN – THE NEW YORK TIMES, É COLUNISTA
Como jornalista, o que há de melhor na cobertura da recente onda de protestos e levantes contra os autocratas é assistir a coisas que a gente jamais imaginou ver – como em Moscou, na semana passada, quando algumas pessoas contrárias à decisão de Vladimir Putin de se reeleger, talvez por mais 12 anos, instalaram uma enorme faixa amarela em cima de um edifício na frente do Kremlin com o rosto de Putin coberto por um grande X, e ao lado as palavras “vá embora Putin” em russo.
A simples ousadia dos protestos e a cólera contra o primeiro-ministro Putin alimentada pela classe média urbana russa, que se sentiu tratada como uma massa de idiotas ao anúncio da troca de cargos entre ele e o presidente Dmitri Medvedev, eram impensáveis há um ano. O fato de os jovens que colocaram a faixa, ao que tudo indica, não terem sido presos, também indica que Putin compreende que sua situação é bastante delicada e não pode criar novos “mártires” que enfureceriam os que protestam contra o governo, novamente reunidos em Moscou no sábado.
O que fará Putin agora? Cumprirá realmente a promessa de permitir o surgimento de novos partidos ou simplesmente deixará que a oposição acabe, dividida e ainda sem um líder nacional de fato? A Rússia de Putin encontra-se numa encruzilhada. Tornou-se de certo modo um país, mas não realmente. A Rússia hoje é de certo modo uma democracia, mas não chega a tanto. É uma espécie de livre mercado, mas não realmente. Criou de certo modo um estado de direito para proteger a economia, mas nem tanto. É uma espécie de país europeu, mas não realmente. Tem uma imprensa de certo modo livre, mas nem tanto. Sua Guerra Fria com os EUA de certo modo acabou, mas não totalmente. Está tentando tornar-se alguma coisa mais do que um petro-Estado, mas não realmente.
O próprio Putin é em grande parte responsável pelo yin e pelo yang.
Quando se tornou presidente, em 2000, a Rússia não estava “de certo modo” com problemas. Estava com problemas bastante concretos – e caminhava para o abismo. Com punho de ferro, Putin restabeleceu a ordem e consolidou o Estado. Entretanto, ele não foi cimentado por verdadeiras reformas políticas e econômicas, mas pelo aumento dos preços e das receitas petrolíferas. No entanto, muitos russos agradeceram a ele e continuam agradecendo.
Ao longo do processo, Putin criou uma nova camarilha rica e corrupta ao seu redor, mas também garantiu que parte da riqueza do petróleo e dos minérios russos fosse transferida para as grandes cidades, criando uma pequena classe média urbana que agora exige a liberdade de influir no próprio futuro. Mas Putin está num beco sem saída. Tirou a Rússia da beira do abismo, mas não consegue empreender as mudanças nos planos político, econômico e educacional necessárias para torná-la um moderno país europeu.
E a Rússia tem condições para tanto. Sob a liderança de Putin? Eu e a chefe da sucursal do New York Times em Moscou, Ellen Barry, conversamos na quinta-feira com o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, na Casa Branca russa. Quando saí do encontro, eu estava incerto.
Todos esses protestos urbanos, disse Peskov, são um sinal de que o crescimento econômico avançou em relação às reformas políticas, e isso foi resolvido: “Há dez anos, não tínhamos uma classe média. Essas pessoas pensavam como poderiam comprar um carro, comprar um apartamento, abrir uma conta num banco, pagar a educação dos filhos numa escola privada e assim por diante. Agora, elas já têm tudo isso. A parte interessante da história é que elas querem ter uma mais participação na vida política”.
Parece razoável. Mas e a sugestão de Putin de que os protestos seriam parte de um complô dos EUA para enfraquecer a ele e à Rússia? Peskov acredita realmente nisso? “Não acredito: eu sei disso”, afirmou. O dinheiro para desestabilizar a Rússia chega “de Washington pelos canais oficiais e pelos não oficiais. Para financiar diferentes organizações… Para provocar a situação. Não estamos falando isso apenas por falar. Estamos falando porque sabemos disso… Já sabíamos dois ou três anos antes que no dia seguinte às eleições parlamentares (de dezembro)as pessoas diriam que essas eleições não eram legítimas”.
É uma afirmação equivocada ou realmente descrente. E há questão de política externa. Putin foi mesmo útil na ONU não bloqueando a zona de exclusão de voos sobre a Líbia, mas ficou revoltado – pelo fato de que começamos protegendo civis e depois derrubamos seu aliado e cliente na compra de armas, Muamar Kadafi. É verdade.
Mas que aliado! Que coisa para lamentar! E agora, quanto mais Putin apoia a ditadura assassina de Bashar Assad na Síria, mais parece alguém que comprou uma passagem de ida e volta no Titanic – depois que ele já atingiu o iceberg. Assad é um morto vivo. Mesmo que vocês se preocupem apenas com a venda de armas, a Rússia quererá se alinhar com as forças emergentes na Síria? “Na política russa existe uma forte dimensão nacional em relação à Síria”, disse Vladimir Frolov, um especialista em política externa russa. “Se permitirmos que a ONU e os EUA pressionem um regime– que se parece com o nosso – a ceder o poder à oposição, que tipo de precedente isso poderá criar?” Tal abordagem para o mundo não é um bom prenúncio para as reformas no nosso país, acrescentou Frolov. “Putin foi feito para o monólogo”, ele disse. Ele criou “um sistema paternalista, muito personalizado, com base na arbitrariedade”.
Uma reforma real exigirá um amplo reajuste por Putin. Será possível que isso venha a acontecer? Ele compreenderá isso? Pelas evidências atuais, eu diria: de certo modo, mas não realmente. / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA
http://blogs.estadao.com.br/radar-globa ... nto-assim/
Sob vários aspectos, Putin transformou a antiga União Soviética em um país pela metade
THOMAS L. FRIEDMAN – THE NEW YORK TIMES, É COLUNISTA
Como jornalista, o que há de melhor na cobertura da recente onda de protestos e levantes contra os autocratas é assistir a coisas que a gente jamais imaginou ver – como em Moscou, na semana passada, quando algumas pessoas contrárias à decisão de Vladimir Putin de se reeleger, talvez por mais 12 anos, instalaram uma enorme faixa amarela em cima de um edifício na frente do Kremlin com o rosto de Putin coberto por um grande X, e ao lado as palavras “vá embora Putin” em russo.
A simples ousadia dos protestos e a cólera contra o primeiro-ministro Putin alimentada pela classe média urbana russa, que se sentiu tratada como uma massa de idiotas ao anúncio da troca de cargos entre ele e o presidente Dmitri Medvedev, eram impensáveis há um ano. O fato de os jovens que colocaram a faixa, ao que tudo indica, não terem sido presos, também indica que Putin compreende que sua situação é bastante delicada e não pode criar novos “mártires” que enfureceriam os que protestam contra o governo, novamente reunidos em Moscou no sábado.
O que fará Putin agora? Cumprirá realmente a promessa de permitir o surgimento de novos partidos ou simplesmente deixará que a oposição acabe, dividida e ainda sem um líder nacional de fato? A Rússia de Putin encontra-se numa encruzilhada. Tornou-se de certo modo um país, mas não realmente. A Rússia hoje é de certo modo uma democracia, mas não chega a tanto. É uma espécie de livre mercado, mas não realmente. Criou de certo modo um estado de direito para proteger a economia, mas nem tanto. É uma espécie de país europeu, mas não realmente. Tem uma imprensa de certo modo livre, mas nem tanto. Sua Guerra Fria com os EUA de certo modo acabou, mas não totalmente. Está tentando tornar-se alguma coisa mais do que um petro-Estado, mas não realmente.
O próprio Putin é em grande parte responsável pelo yin e pelo yang.
Quando se tornou presidente, em 2000, a Rússia não estava “de certo modo” com problemas. Estava com problemas bastante concretos – e caminhava para o abismo. Com punho de ferro, Putin restabeleceu a ordem e consolidou o Estado. Entretanto, ele não foi cimentado por verdadeiras reformas políticas e econômicas, mas pelo aumento dos preços e das receitas petrolíferas. No entanto, muitos russos agradeceram a ele e continuam agradecendo.
Ao longo do processo, Putin criou uma nova camarilha rica e corrupta ao seu redor, mas também garantiu que parte da riqueza do petróleo e dos minérios russos fosse transferida para as grandes cidades, criando uma pequena classe média urbana que agora exige a liberdade de influir no próprio futuro. Mas Putin está num beco sem saída. Tirou a Rússia da beira do abismo, mas não consegue empreender as mudanças nos planos político, econômico e educacional necessárias para torná-la um moderno país europeu.
E a Rússia tem condições para tanto. Sob a liderança de Putin? Eu e a chefe da sucursal do New York Times em Moscou, Ellen Barry, conversamos na quinta-feira com o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, na Casa Branca russa. Quando saí do encontro, eu estava incerto.
Todos esses protestos urbanos, disse Peskov, são um sinal de que o crescimento econômico avançou em relação às reformas políticas, e isso foi resolvido: “Há dez anos, não tínhamos uma classe média. Essas pessoas pensavam como poderiam comprar um carro, comprar um apartamento, abrir uma conta num banco, pagar a educação dos filhos numa escola privada e assim por diante. Agora, elas já têm tudo isso. A parte interessante da história é que elas querem ter uma mais participação na vida política”.
Parece razoável. Mas e a sugestão de Putin de que os protestos seriam parte de um complô dos EUA para enfraquecer a ele e à Rússia? Peskov acredita realmente nisso? “Não acredito: eu sei disso”, afirmou. O dinheiro para desestabilizar a Rússia chega “de Washington pelos canais oficiais e pelos não oficiais. Para financiar diferentes organizações… Para provocar a situação. Não estamos falando isso apenas por falar. Estamos falando porque sabemos disso… Já sabíamos dois ou três anos antes que no dia seguinte às eleições parlamentares (de dezembro)as pessoas diriam que essas eleições não eram legítimas”.
É uma afirmação equivocada ou realmente descrente. E há questão de política externa. Putin foi mesmo útil na ONU não bloqueando a zona de exclusão de voos sobre a Líbia, mas ficou revoltado – pelo fato de que começamos protegendo civis e depois derrubamos seu aliado e cliente na compra de armas, Muamar Kadafi. É verdade.
Mas que aliado! Que coisa para lamentar! E agora, quanto mais Putin apoia a ditadura assassina de Bashar Assad na Síria, mais parece alguém que comprou uma passagem de ida e volta no Titanic – depois que ele já atingiu o iceberg. Assad é um morto vivo. Mesmo que vocês se preocupem apenas com a venda de armas, a Rússia quererá se alinhar com as forças emergentes na Síria? “Na política russa existe uma forte dimensão nacional em relação à Síria”, disse Vladimir Frolov, um especialista em política externa russa. “Se permitirmos que a ONU e os EUA pressionem um regime– que se parece com o nosso – a ceder o poder à oposição, que tipo de precedente isso poderá criar?” Tal abordagem para o mundo não é um bom prenúncio para as reformas no nosso país, acrescentou Frolov. “Putin foi feito para o monólogo”, ele disse. Ele criou “um sistema paternalista, muito personalizado, com base na arbitrariedade”.
Uma reforma real exigirá um amplo reajuste por Putin. Será possível que isso venha a acontecer? Ele compreenderá isso? Pelas evidências atuais, eu diria: de certo modo, mas não realmente. / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Putin diz que NATO é completamente desnecessária
O primeiro-ministro e candidato a Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou hoje que a NATO não serve para nada e, por isso, não vale a pena trocar a sua dissolução pela concessão de apoio à UE.
A proposta de trocar a dissolução da NATO por ajuda russa à União Europeia foi feita por Vladimir Jirinovski, candidato nacionalista ao cargo de Presidente da Rússia nas eleições de 04 de março.
“Vladimir Volfovitch [Jirinovski] propõe a prestação de ajuda à União Europeia? Mas porque razões? São países ricos, mais ricos do que nós”, declarou ele num encontro com politólogos russos.
Quanto à proposta de dissolução da NATO, Putin acrescentou: “Penso que isso não é uma exigência realista, embora seja correta. Porque ninguém precisa do bloco da NATO, trata-se de um rudimento da guerra frio. Vladimir Volfovitch é muito inteligente”.
No mesmo encontro, o primeiro-ministro russo defendeu que no seu país não há presos políticos.
“Não compreendo bem o que se entende por amnistia política. Penso que no nosso país não há presos políticos, graças a Deus. Embora falam disso, mas sem citar nomes. Que mostre pelo menos uma pessoa que esta preso por motivos políticos”, acrescentou.
A libertação dos presos políticos foi uma das principais exigências expressas pela oposição no comício do sábado passado em Moscovo, que reuniu dezenas de milhar de pessoas.
Os dirigentes da oposição afirmaram que na Rússia há mais de 30 presos políticos e prometeram entregar a lista no Kremlin durante esta semana.
Nessa lista, os mais conhecidos são Mikhail Khodorkovski e Platon Lebedev, empresários que estão a cumprir penas de prisão por “evasão fiscal” e “branqueamento de capitais”.
Putin frisou uma vez mais que poderá recrutar especialistas de outros setores políticos para o futuro Governo russo, mas recusou qualquer coligação.
“Já disse que não excluímos chamar para o Governo pessoas de diferentes opiniões políticas. O importante é que sejam profissionais. Mas isso não será um governo de coligação no sentido clássico dessa palavra”, concluiu.
Este encontro decorreu no quadro da campanha eleitoral para as presidenciais na Rússia, marcadas para 04 de março.
http://darussia.blogspot.com/
O primeiro-ministro e candidato a Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou hoje que a NATO não serve para nada e, por isso, não vale a pena trocar a sua dissolução pela concessão de apoio à UE.
A proposta de trocar a dissolução da NATO por ajuda russa à União Europeia foi feita por Vladimir Jirinovski, candidato nacionalista ao cargo de Presidente da Rússia nas eleições de 04 de março.
“Vladimir Volfovitch [Jirinovski] propõe a prestação de ajuda à União Europeia? Mas porque razões? São países ricos, mais ricos do que nós”, declarou ele num encontro com politólogos russos.
Quanto à proposta de dissolução da NATO, Putin acrescentou: “Penso que isso não é uma exigência realista, embora seja correta. Porque ninguém precisa do bloco da NATO, trata-se de um rudimento da guerra frio. Vladimir Volfovitch é muito inteligente”.
No mesmo encontro, o primeiro-ministro russo defendeu que no seu país não há presos políticos.
“Não compreendo bem o que se entende por amnistia política. Penso que no nosso país não há presos políticos, graças a Deus. Embora falam disso, mas sem citar nomes. Que mostre pelo menos uma pessoa que esta preso por motivos políticos”, acrescentou.
A libertação dos presos políticos foi uma das principais exigências expressas pela oposição no comício do sábado passado em Moscovo, que reuniu dezenas de milhar de pessoas.
Os dirigentes da oposição afirmaram que na Rússia há mais de 30 presos políticos e prometeram entregar a lista no Kremlin durante esta semana.
Nessa lista, os mais conhecidos são Mikhail Khodorkovski e Platon Lebedev, empresários que estão a cumprir penas de prisão por “evasão fiscal” e “branqueamento de capitais”.
Putin frisou uma vez mais que poderá recrutar especialistas de outros setores políticos para o futuro Governo russo, mas recusou qualquer coligação.
“Já disse que não excluímos chamar para o Governo pessoas de diferentes opiniões políticas. O importante é que sejam profissionais. Mas isso não será um governo de coligação no sentido clássico dessa palavra”, concluiu.
Este encontro decorreu no quadro da campanha eleitoral para as presidenciais na Rússia, marcadas para 04 de março.
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Adesão da Rússia a OMC pode prejudicar setor de máquinas agrícolas
7/02/2012
Aleksêi Nepômniachi, Vedomosti.ru
Empresário do setor diz que entrada da Rússia na OMC poderá acabar com indústria de máquinas agrícolas do país e obrigar a maior empresa russa da área a se mudar para o exterior para produzir seus tratores e colheitadeiras.
No final de 1990, Konstantin Bábkin adquiriu a empresa Rostselmash, a maior construtora de máquinas agrícolas da Rússia. Agora, às vésperas da adesão da Rússia à OMC (Organização Mundial do Comércio), Bábkin teme os efeitos que a inclusão do país na organização possam ter em sua empresa. De acordo com Bábkin, esse passo do país poderá lhe valer a perda do setor de máquinas agrícolas.
Entrevistado pelo site Védomosti, o empresário falou sobre as consequências negativas do levantamento das barreiras comerciais e os planos de apoio à indústria nacional.
- O que vai acontecer com o setor nacional de máquinas agrícolas e a empresa Rostselmash quando a Rússia se juntar à OMC?
- Não espero nada de bom disso. Estive em várias reuniões do governo dedicadas a esse assunto, com a participação dos vice-primeiro-ministros Ígor Chuvalov e Víktor Zubkov, da ministra da Economia, Elvira Nabiullina, do diretor-geral do Serviço Federal de Vigilância Sanitária, Guennádi Oníchenko, e vários outros altos funcionários.
Todos os empresários do setor industrial falam de eventuais perdas. A indústria automotiva poderá perder cerca de US$ 830 milhões por ano, os fabricantes de roupas, entre 25 e 30% de sua receita anual. O representante de uma empresa agrícola disse: “Investimos na construção de explorações suinícolas cerca de US$ 66 milhões.
Se tivéssemos sabido das condições em que a Rússia iria entrar na OMC, não teríamos investido nada”. Não conheço uma só indústria que tenha ficado feliz com a adesão do país à OMC.
Isso não nos ajudará a exportar nossas colheitadeiras. Pelo contrário, os impostos de importação serão reduzidos três vezes, dos atuais 15% para 5%. Quando perguntaram minha opinião, disse que o governo deveria apoiar a emigração para que pudéssemos transferir os trabalhadores de nossas empresas na Rússia para nossas empresas no exterior para diminuir a tensão social.
Então a ministra do Desenvolvimento Econômico, Elvira Nabiúlina, me perguntou: “Você está nos ameaçando?” Em resposta eu disse: “Veja o que aconteceu com nosso setor. Há sete anos, nossa indústria empregava 100 mil trabalhadores, agora 50 mil, e tinha 100 fábricas, agora 60, e seu número continua diminuindo. A adesão do país à OMC nas conhecidas condições causará a degradação da indústria nacional de construção de máquinas agrícolas e de muitos outros setores industriais russos”.
A luta contra a OMC
- O governo e os empresários russos estão discutindo como compensar as perdas sofridas pelas empresas nacionais com a abertura das fronteiras. Que medidas estão sendo propostas?
- Eu sugeriria não assinar a adesão da Rússia à OMC nas condições acordadas. É verdade que nos prometeram mitigar as consequências desse passo mediante a aplicação de um mecanismo de proteção não-tarifária.
Mas não está claro como isso pode ser feito nem como é possível aplicar as barreiras não-tarifárias em relação a milhares de itens em seis meses. O governo disse que iria investir anualmente US$ 4,5 bilhões para apoiar o setor agrícola enquanto o programa de modernização do setor vigente prevê disponibilizar para esse fim US$ 17 bilhões por ano.
Portanto, as verbas previstas no programa serão cortadas. Assim, ao entrar na OMC, concordamos em que nosso setor agrícola permaneça em seu atual estado deplorável.
- Que medidas você sugere para apoiar o setor nacional de máquinas agrícolas?
- O regulamento da OMC permite aplicar, por um prazo de até oito anos, medidas protecionistas e impostos de importação elevados se as importações começarem a prejudicar muito os produtores nacionais.
Discute-se a hipótese de subsidiar a produção nacional de equipamento para torná-lo mais barato para o consumidor. Além disso, é preciso que o governo dê apoio às exportações nacionais.
Atualmente, exportamos 25% de nossos produtos sem qualquer apoio do governo. Caso houvesse uma entidade governamental especializada em apoio às exportações, poderíamos exportar 60%.
Finalmente, precisamos de subsídios para a pesquisa e desenvolvimento. Nos últimos dez anos, somente três projetos no setor de máquinas agrícolas foram apoiados financeiramente. Seja como for, todas essas medidas só poderão atenuar, mas não compensar as perdas com a entrada do país para a OMC.
- Então você não encontra nada de positivo na adesão da Rússia à OMC?
- Você pode rir, mas digo que não.
"Vamos ver a situação na Rússia e no Canadá..."
- Na década de 2000, a participação dos produtores agrícolas estrangeiros no mercado russo cresceu várias vezes, embora o equipamento estrangeiro seja muito mais caro. Como isso aconteceu?
- Os produtores estrangeiros utilizam empréstimos subsidiados e outras formas de apoio do governo para exportar seus equipamentos para a Rússia. Mesmo assim, as máquinas nacionais têm, por enquanto, maior presença no mercado russo.
- Segundo sua lógica, agora que a Rússia entrará para a OMC, as máquinas agrícolas nacionais se tornaram incapazes de competir em condições de igualdade com suas congêneres estrangeiras. Por quê? Vocês tiveram tempo suficiente para se preparar para isso...
- Vamos ver a situação na Rússia e no Canadá, uma vez que operamos nesses dois países. No Canadá, os juros anuais de empréstimo são de 4% enquanto na Rússia, 12%.
Os metais na Rússia são 10 a 15% mais caros do que no Canadá. No Canadá, as estradas não têm congestionamentos. Como a polícia canadense trabalha muito bem, você não precisa contratar seguranças.
No Canadá, a energia elétrica é duas vezes mais barata e os impostos são mais baixos do que na Rússia. Além disso, o governo canadense concede incentivos fiscais para a modernização.
No Canadá, podemos receber do governo local um crédito com juros anuais de 0,5 % no valor de dezenas de milhões de dólares por um prazo de 10 anos na condição de esse dinheiro ser aplicado no desenvolvimento de nossa empresa. Recentemente, o governo canadense nos concedeu um empréstimo de US$ 50 milhões sem juros por dez anos para o apoio a uma empresa de tratores local.
Além disso, pratica-se o lobby político. Se um ministro se desloca ao exterior, ele leva sempre consigo empresários. Na Rússia, os empresários nacionais nunca são convocados para reuniões internacionais e ninguém defende seus interesses. E agora você pergunta por que nosso setor de máquinas agrícolas não é competitivo. Nessas circunstâncias, ninguém quer investir nele.
"Eu e meus parceiros gostamos de trabalhar no setor de máquinas agrícolas..."
- Você teve a oportunidade de levar sua opinião ao conhecimento de Vladímir Pútin e Dmítri Medvedev. Qual foi sua reação?
- Há três ou quatro anos, escrevi e ofereci a alguns ministros, inclusive Vladímir Pútin, um livro intitulado “Uma política industrial sensata ou como podemos sair da crise”. Alguns deles, Elena Skrínnik (ministra da Agricultura), Víktor Khristênko (ex-ministro da Indústria) e Ígor Artêmiev (diretor do Serviço Federal Antimonopólio da Rússia), me disseram depois de ler meu livro: “Você tem razão, Konstantin”.
Depois que ofereci meu livro a Vladímir Pútin, ele visitou nossa empresa Rostselmash duas vezes. Talvez também o tenha lido. Dei minha opinião em diversas reuniões. O resultado está à vista: estamos entrando na OMC.
- Se você acha que em seu setor tudo está ruim, porque não vende sua empresa?
- Não, nossa empresa é muito boa. No início de novembro passado, estive em uma exposição internacional na Alemanha para ver o que oferecem nossos principais concorrentes. Verifiquei que nós oferecemos os mesmos produtos e que sua qualidade não é pior.
Nossa fraqueza está em nossa dependência do mercado russo, onde a política conduzida é ruim. Mas a Rostselmash não opera só na Rússia. Um terço de nossos ativos de produção se encontra no exterior, temos metade das vendas fora da Rússia.
Se, na Rússia, nosso negócio for destruído, passaremos a construir tratores e colheitadeiras no exterior. Eu e meus parceiros gostamos de trabalhar no setor de máquinas agrícolas e pretendemos continuar nosso trabalho aconteça o que acontecer.
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14172.html
7/02/2012
Aleksêi Nepômniachi, Vedomosti.ru
Empresário do setor diz que entrada da Rússia na OMC poderá acabar com indústria de máquinas agrícolas do país e obrigar a maior empresa russa da área a se mudar para o exterior para produzir seus tratores e colheitadeiras.
No final de 1990, Konstantin Bábkin adquiriu a empresa Rostselmash, a maior construtora de máquinas agrícolas da Rússia. Agora, às vésperas da adesão da Rússia à OMC (Organização Mundial do Comércio), Bábkin teme os efeitos que a inclusão do país na organização possam ter em sua empresa. De acordo com Bábkin, esse passo do país poderá lhe valer a perda do setor de máquinas agrícolas.
Entrevistado pelo site Védomosti, o empresário falou sobre as consequências negativas do levantamento das barreiras comerciais e os planos de apoio à indústria nacional.
- O que vai acontecer com o setor nacional de máquinas agrícolas e a empresa Rostselmash quando a Rússia se juntar à OMC?
- Não espero nada de bom disso. Estive em várias reuniões do governo dedicadas a esse assunto, com a participação dos vice-primeiro-ministros Ígor Chuvalov e Víktor Zubkov, da ministra da Economia, Elvira Nabiullina, do diretor-geral do Serviço Federal de Vigilância Sanitária, Guennádi Oníchenko, e vários outros altos funcionários.
Todos os empresários do setor industrial falam de eventuais perdas. A indústria automotiva poderá perder cerca de US$ 830 milhões por ano, os fabricantes de roupas, entre 25 e 30% de sua receita anual. O representante de uma empresa agrícola disse: “Investimos na construção de explorações suinícolas cerca de US$ 66 milhões.
Se tivéssemos sabido das condições em que a Rússia iria entrar na OMC, não teríamos investido nada”. Não conheço uma só indústria que tenha ficado feliz com a adesão do país à OMC.
Isso não nos ajudará a exportar nossas colheitadeiras. Pelo contrário, os impostos de importação serão reduzidos três vezes, dos atuais 15% para 5%. Quando perguntaram minha opinião, disse que o governo deveria apoiar a emigração para que pudéssemos transferir os trabalhadores de nossas empresas na Rússia para nossas empresas no exterior para diminuir a tensão social.
Então a ministra do Desenvolvimento Econômico, Elvira Nabiúlina, me perguntou: “Você está nos ameaçando?” Em resposta eu disse: “Veja o que aconteceu com nosso setor. Há sete anos, nossa indústria empregava 100 mil trabalhadores, agora 50 mil, e tinha 100 fábricas, agora 60, e seu número continua diminuindo. A adesão do país à OMC nas conhecidas condições causará a degradação da indústria nacional de construção de máquinas agrícolas e de muitos outros setores industriais russos”.
A luta contra a OMC
- O governo e os empresários russos estão discutindo como compensar as perdas sofridas pelas empresas nacionais com a abertura das fronteiras. Que medidas estão sendo propostas?
- Eu sugeriria não assinar a adesão da Rússia à OMC nas condições acordadas. É verdade que nos prometeram mitigar as consequências desse passo mediante a aplicação de um mecanismo de proteção não-tarifária.
Mas não está claro como isso pode ser feito nem como é possível aplicar as barreiras não-tarifárias em relação a milhares de itens em seis meses. O governo disse que iria investir anualmente US$ 4,5 bilhões para apoiar o setor agrícola enquanto o programa de modernização do setor vigente prevê disponibilizar para esse fim US$ 17 bilhões por ano.
Portanto, as verbas previstas no programa serão cortadas. Assim, ao entrar na OMC, concordamos em que nosso setor agrícola permaneça em seu atual estado deplorável.
- Que medidas você sugere para apoiar o setor nacional de máquinas agrícolas?
- O regulamento da OMC permite aplicar, por um prazo de até oito anos, medidas protecionistas e impostos de importação elevados se as importações começarem a prejudicar muito os produtores nacionais.
Discute-se a hipótese de subsidiar a produção nacional de equipamento para torná-lo mais barato para o consumidor. Além disso, é preciso que o governo dê apoio às exportações nacionais.
Atualmente, exportamos 25% de nossos produtos sem qualquer apoio do governo. Caso houvesse uma entidade governamental especializada em apoio às exportações, poderíamos exportar 60%.
Finalmente, precisamos de subsídios para a pesquisa e desenvolvimento. Nos últimos dez anos, somente três projetos no setor de máquinas agrícolas foram apoiados financeiramente. Seja como for, todas essas medidas só poderão atenuar, mas não compensar as perdas com a entrada do país para a OMC.
- Então você não encontra nada de positivo na adesão da Rússia à OMC?
- Você pode rir, mas digo que não.
"Vamos ver a situação na Rússia e no Canadá..."
- Na década de 2000, a participação dos produtores agrícolas estrangeiros no mercado russo cresceu várias vezes, embora o equipamento estrangeiro seja muito mais caro. Como isso aconteceu?
- Os produtores estrangeiros utilizam empréstimos subsidiados e outras formas de apoio do governo para exportar seus equipamentos para a Rússia. Mesmo assim, as máquinas nacionais têm, por enquanto, maior presença no mercado russo.
- Segundo sua lógica, agora que a Rússia entrará para a OMC, as máquinas agrícolas nacionais se tornaram incapazes de competir em condições de igualdade com suas congêneres estrangeiras. Por quê? Vocês tiveram tempo suficiente para se preparar para isso...
- Vamos ver a situação na Rússia e no Canadá, uma vez que operamos nesses dois países. No Canadá, os juros anuais de empréstimo são de 4% enquanto na Rússia, 12%.
Os metais na Rússia são 10 a 15% mais caros do que no Canadá. No Canadá, as estradas não têm congestionamentos. Como a polícia canadense trabalha muito bem, você não precisa contratar seguranças.
No Canadá, a energia elétrica é duas vezes mais barata e os impostos são mais baixos do que na Rússia. Além disso, o governo canadense concede incentivos fiscais para a modernização.
No Canadá, podemos receber do governo local um crédito com juros anuais de 0,5 % no valor de dezenas de milhões de dólares por um prazo de 10 anos na condição de esse dinheiro ser aplicado no desenvolvimento de nossa empresa. Recentemente, o governo canadense nos concedeu um empréstimo de US$ 50 milhões sem juros por dez anos para o apoio a uma empresa de tratores local.
Além disso, pratica-se o lobby político. Se um ministro se desloca ao exterior, ele leva sempre consigo empresários. Na Rússia, os empresários nacionais nunca são convocados para reuniões internacionais e ninguém defende seus interesses. E agora você pergunta por que nosso setor de máquinas agrícolas não é competitivo. Nessas circunstâncias, ninguém quer investir nele.
"Eu e meus parceiros gostamos de trabalhar no setor de máquinas agrícolas..."
- Você teve a oportunidade de levar sua opinião ao conhecimento de Vladímir Pútin e Dmítri Medvedev. Qual foi sua reação?
- Há três ou quatro anos, escrevi e ofereci a alguns ministros, inclusive Vladímir Pútin, um livro intitulado “Uma política industrial sensata ou como podemos sair da crise”. Alguns deles, Elena Skrínnik (ministra da Agricultura), Víktor Khristênko (ex-ministro da Indústria) e Ígor Artêmiev (diretor do Serviço Federal Antimonopólio da Rússia), me disseram depois de ler meu livro: “Você tem razão, Konstantin”.
Depois que ofereci meu livro a Vladímir Pútin, ele visitou nossa empresa Rostselmash duas vezes. Talvez também o tenha lido. Dei minha opinião em diversas reuniões. O resultado está à vista: estamos entrando na OMC.
- Se você acha que em seu setor tudo está ruim, porque não vende sua empresa?
- Não, nossa empresa é muito boa. No início de novembro passado, estive em uma exposição internacional na Alemanha para ver o que oferecem nossos principais concorrentes. Verifiquei que nós oferecemos os mesmos produtos e que sua qualidade não é pior.
Nossa fraqueza está em nossa dependência do mercado russo, onde a política conduzida é ruim. Mas a Rostselmash não opera só na Rússia. Um terço de nossos ativos de produção se encontra no exterior, temos metade das vendas fora da Rússia.
Se, na Rússia, nosso negócio for destruído, passaremos a construir tratores e colheitadeiras no exterior. Eu e meus parceiros gostamos de trabalhar no setor de máquinas agrícolas e pretendemos continuar nosso trabalho aconteça o que acontecer.
http://gazetarussa.com.br/articles/2012 ... 14172.html
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
07 de Fevereiro, 2012 - 14:03 ( Brasília )
Geopolítica
A Guerra Fria continua? A contra-inteligência russa revelou 199 espiões em 2011
O presidente russo, Dmitri Medvedev, interveio numa reunião do Conselho de Administração do Serviço de Segurança Federal (FSB).
“Os resultados do funcionamento da contra-inteligência do FSB do ano passado demonstram que a atividade de serviços de inteligência estrangeiros não está diminuindo.
As cifras, que agora vou declarar, não se costuma divulgar. Mas elas mostram o resultado do trabalho do FSB, e é um bom resultado. Em 2011, foi suspendida a actividade de 41 funcionários dos serviços de inteligência estrangeiros e foram identificados 158 agentes dos serviços secretos estrangeiros, incluindo um certo número de nossos cidadãos“, – disse o presidente.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... es-em-2011
Geopolítica
A Guerra Fria continua? A contra-inteligência russa revelou 199 espiões em 2011
O presidente russo, Dmitri Medvedev, interveio numa reunião do Conselho de Administração do Serviço de Segurança Federal (FSB).
“Os resultados do funcionamento da contra-inteligência do FSB do ano passado demonstram que a atividade de serviços de inteligência estrangeiros não está diminuindo.
As cifras, que agora vou declarar, não se costuma divulgar. Mas elas mostram o resultado do trabalho do FSB, e é um bom resultado. Em 2011, foi suspendida a actividade de 41 funcionários dos serviços de inteligência estrangeiros e foram identificados 158 agentes dos serviços secretos estrangeiros, incluindo um certo número de nossos cidadãos“, – disse o presidente.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... es-em-2011
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Funcionários são pressionados a ir a ato a favor de Putin na Rússia.
Um grupo de funcionários públicos da Rússia denunciaram que são obrigados pelo governo do país a se manifestar a favor do primeiro-ministro Vladmir Putin, que é candidato nas eleições de 4 de maio, de acordo com informe da Câmara Pública desta terça-feira.
O órgão, que é vinculado à Presidência, comunicou que cerca de 200 professores e empregados de escolas usaram o telefone de queixas para reclamar das pressões recebidas, de acordo com agências de notícias russas.
Os relatos mostram que professores receberam a ordem de ir à manifestação a favor de Putin, que aconteceu no último sábado, em Moscou, com a ameaça de represálias ou demissões. Em uma das escolas, os alunos tiveram que ir ao encontro. Também foram convocados para a passeata um grupo de funcionários dos correios.
O ato coincidiu com um protesto da oposição russa, que reuniu mais de 100 mil pessoas. Além das ameaças, funcionários que fossem aos eventos poderiam ganhar folgas ou melhoras salariais e a presença dos servidores seria controlada.
O coordenador do serviço telefônico, Serguei Volkov, reconheceu que o número de denúncias poderia ter sido maior caso os funcionários não tivessem medo de denunciar seus superiores. O responsável pelo setor da Câmara Pública pediu aos trabalhadores da administração pública que relatassem os casos de abuso.
Os organizadores do protesto solicitaram autorização para juntar 15 mil pessoas, mas chegaram mais grupos em ônibus fretados por empresas e instituições públicas. Putin agradeceu o apoio dos partidários.
Segundo pesquisas de opinião de institutos russos, o primeiro-ministro é o favorito para substituir Dmitri Medvedev. No entanto, espera-se que haja segundo turno.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1045 ... ssia.shtml
Um grupo de funcionários públicos da Rússia denunciaram que são obrigados pelo governo do país a se manifestar a favor do primeiro-ministro Vladmir Putin, que é candidato nas eleições de 4 de maio, de acordo com informe da Câmara Pública desta terça-feira.
O órgão, que é vinculado à Presidência, comunicou que cerca de 200 professores e empregados de escolas usaram o telefone de queixas para reclamar das pressões recebidas, de acordo com agências de notícias russas.
Os relatos mostram que professores receberam a ordem de ir à manifestação a favor de Putin, que aconteceu no último sábado, em Moscou, com a ameaça de represálias ou demissões. Em uma das escolas, os alunos tiveram que ir ao encontro. Também foram convocados para a passeata um grupo de funcionários dos correios.
O ato coincidiu com um protesto da oposição russa, que reuniu mais de 100 mil pessoas. Além das ameaças, funcionários que fossem aos eventos poderiam ganhar folgas ou melhoras salariais e a presença dos servidores seria controlada.
O coordenador do serviço telefônico, Serguei Volkov, reconheceu que o número de denúncias poderia ter sido maior caso os funcionários não tivessem medo de denunciar seus superiores. O responsável pelo setor da Câmara Pública pediu aos trabalhadores da administração pública que relatassem os casos de abuso.
Os organizadores do protesto solicitaram autorização para juntar 15 mil pessoas, mas chegaram mais grupos em ônibus fretados por empresas e instituições públicas. Putin agradeceu o apoio dos partidários.
Segundo pesquisas de opinião de institutos russos, o primeiro-ministro é o favorito para substituir Dmitri Medvedev. No entanto, espera-se que haja segundo turno.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1045 ... ssia.shtml
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
As malvinas Japonesas, as ilhas é riquissima em gás e petróleo fora reservas de ouro que se encontra nas ilhas e um agravante na parte de extração de Petróleo e gás é feito por um consórcio Sino-Russo que é formada pela SINOPEC-Gazprom-Rosneft nada mais dolorido para os Japoneses ver uma companhia Chinesa extraindo riquesas na porta da sua casa num território que era seu sem contar rivalidade milenar entre esses dois países sem contar a desaprovação dos EUA sobre esssa questão sem contar que os Estadunindenses nunca esconderam a insatisfação de ver os Chineses tendo acesso aos recursos naturais russos pelo simples fatos de não poderem interferir,falo isso por que Kissinger e Zbigniew Brzezinski no seu livro o "Grande Jogo" comentaram sobre esse problema.
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Noda ansioso para resolver problema da ilhas com a Rússia.
TÓQUIO (Kyodo) - O primeiro-ministro Yoshihiko Noda na terça-feira expressou sua vontade de resolver uma antiga disputa territorial com a Rússia em um comício anual pedindo o retorno de todos os quatro ilhas ao largo de Hokkaido no norte do Japão.
'' Nós vamos continuar a fazer esforços constantes e determinado a avançar com as negociações'', disse Noda, ressaltando a necessidade de celebração de um tratado de paz com a Rússia.
A disputa sobre as quatro ilhas - Etorofu, Kunashiri, Shikotan e as ilhotas Habomai - manteve os dois países de concluir um pós-Segunda Guerra Mundial tratado de paz.
Ministro dos Negócios Estrangeiros Koichiro Gemba e Tatsuo Kawabata, o ministro encarregado das questões relacionadas a Okinawa e Territórios do Norte, também se juntou ao comício com ex-residentes japoneses das ilhas.
A União Soviética ocupou as ilhas, conhecidas no Japão como os Territórios do Norte e na Rússia como os Kurils do Sul, após a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial em 15 de agosto de 1945.
07 de fevereiro é designado'' Dia dos Territórios do Norte'', porque no mesmo dia em 1855, o Japão ea Rússia assinaram o Tratado de Comércio, Navegação e Delimitação em que confirmou que as quatro ilhas são território japonês.
Para sensibilizar o público sobre a questão territorial, o governo japonês está apoiando eventos relacionados nacional neste dia.
Enquanto isso,a população russa , incluindo os jovens participaram de uma manifestação anual terça-feira em frente ao Consulado-Geral japonês em Yuzhno-Sakhalinsk, capital da província da região russa de Sakhalin Extremo Oriente, afirmando que as quatro ilhas pertencem à Rússia.
Manifestações semelhantes foram realizadas perto do japonês consulados gerais em Vladivostok e Khabarovsk, no passado, mas não houve tais reuniões nesses locais este ano, disseram autoridades.
(Mainichi Japão) 07 de fevereiro de 2012
http://mdn.mainichi.jp/mdnnews/news/201 ... 1000c.html
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Noda ansioso para resolver problema da ilhas com a Rússia.
TÓQUIO (Kyodo) - O primeiro-ministro Yoshihiko Noda na terça-feira expressou sua vontade de resolver uma antiga disputa territorial com a Rússia em um comício anual pedindo o retorno de todos os quatro ilhas ao largo de Hokkaido no norte do Japão.
'' Nós vamos continuar a fazer esforços constantes e determinado a avançar com as negociações'', disse Noda, ressaltando a necessidade de celebração de um tratado de paz com a Rússia.
A disputa sobre as quatro ilhas - Etorofu, Kunashiri, Shikotan e as ilhotas Habomai - manteve os dois países de concluir um pós-Segunda Guerra Mundial tratado de paz.
Ministro dos Negócios Estrangeiros Koichiro Gemba e Tatsuo Kawabata, o ministro encarregado das questões relacionadas a Okinawa e Territórios do Norte, também se juntou ao comício com ex-residentes japoneses das ilhas.
A União Soviética ocupou as ilhas, conhecidas no Japão como os Territórios do Norte e na Rússia como os Kurils do Sul, após a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial em 15 de agosto de 1945.
07 de fevereiro é designado'' Dia dos Territórios do Norte'', porque no mesmo dia em 1855, o Japão ea Rússia assinaram o Tratado de Comércio, Navegação e Delimitação em que confirmou que as quatro ilhas são território japonês.
Para sensibilizar o público sobre a questão territorial, o governo japonês está apoiando eventos relacionados nacional neste dia.
Enquanto isso,a população russa , incluindo os jovens participaram de uma manifestação anual terça-feira em frente ao Consulado-Geral japonês em Yuzhno-Sakhalinsk, capital da província da região russa de Sakhalin Extremo Oriente, afirmando que as quatro ilhas pertencem à Rússia.
Manifestações semelhantes foram realizadas perto do japonês consulados gerais em Vladivostok e Khabarovsk, no passado, mas não houve tais reuniões nesses locais este ano, disseram autoridades.
(Mainichi Japão) 07 de fevereiro de 2012
http://mdn.mainichi.jp/mdnnews/news/201 ... 1000c.html
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Rússia não afasta hipótese de desvinculação do START.
Moscou não afasta a hipótese de vir a se desvincular do Tratado de Redução das Armas Estratégicas (START), se bem que seja ainda cedo para falar nisso, declarou Mikhail Ulianov, Diretor do Departamento dos Assuntos da Segurança e do Desarmamento do Ministério russo das Relações Exteriores.
A hipótese de a Rússia poder vir a abandonar o Tratado START havia já sido aventada no passado outono pelo Presidente russo. Para Dmitri Medvedev, isto seria uma resposta à instalação do sistema de defesa antimíssil (SDAM) estadunidense na Europa. A Rússia insiste em que o START e a SDAM são questões indissociáveis, enquanto os Estados Unidos negam qualquer relação entre as mesmas.
Obviamente que não queremos que as circunstâncias nos obriguem a optar por tal decisão, mas também não podemos excluí-la, referiu Mikhail Ulianov.
http://portuguese.ruvr.ru/2012/02/09/65676915.html
Moscou não afasta a hipótese de vir a se desvincular do Tratado de Redução das Armas Estratégicas (START), se bem que seja ainda cedo para falar nisso, declarou Mikhail Ulianov, Diretor do Departamento dos Assuntos da Segurança e do Desarmamento do Ministério russo das Relações Exteriores.
A hipótese de a Rússia poder vir a abandonar o Tratado START havia já sido aventada no passado outono pelo Presidente russo. Para Dmitri Medvedev, isto seria uma resposta à instalação do sistema de defesa antimíssil (SDAM) estadunidense na Europa. A Rússia insiste em que o START e a SDAM são questões indissociáveis, enquanto os Estados Unidos negam qualquer relação entre as mesmas.
Obviamente que não queremos que as circunstâncias nos obriguem a optar por tal decisão, mas também não podemos excluí-la, referiu Mikhail Ulianov.
http://portuguese.ruvr.ru/2012/02/09/65676915.html