Paraguai
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
O GLOBO – 23/07/09
Escândalos agora envolvem família de Lugo
Depois de ver a sua credibilidade despencar, por conta da descoberta de suas escapadas sexuais na época em que ainda era bispo — e que geraram pelo menos três filhos — o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, vê agora a maledicência se espalhar pelo resto de sua família.
Sua irmã, Mercedes, que faz o papel de primeira dama do país — já que ele permanece solteiro — e o seu primo Eugenio Méndez aparecem enredados num esquema de concessão de vistos emitidos ilegalmente a chineses e libaneses. Além disso, sua sobrinha Mirta Maidana Lugo — filha da primeira-dama — foi recentemente fotografada numa festa da alta sociedade, aos beijos com um narcotraficante paraguaio que, segundo as investigações, teria conexões com uma quadrilha brasileira que assaltou um banco em Fortaleza.
Como se isso fosse pouco, o Ministério das Relações Exteriores admitiu que nada menos do que 744 passaportes diplomáticos paraguaios novos, em branco, simplesmente desapareceram.
— Esse extravio é gravíssimo.
Isso só pode ser coisa de uma quadrilha interna. Vamos apurar tudo — prometeu o ministro Hector Lacognata.
Isso reforçou as suspeitas de que, assim como vistos de entrada no país estariam sendo vendidos — ou no mínimo concedidos, de forma ilegal, a pedido de autoridades — estaria havendo também um comércio de passaportes do país no mercado negro.
Vistos foram concedidos por consulado de São Paulo Os vistos foram concedidos pelo consulado paraguaio em São Paulo, sem que portadores dos passaportes tivessem ido até lá para uma entrevista — o que é exigido por lei. O caso se complicou porque 60 chineses e nove libaneses não tinham visto de entrada no Brasil. Outro detalhe: as assinaturas de 50 chineses eram idênticas. O cônsul foi afastado. Mencionada por ele como fonte dos pedidos de emissão de vistos, a primeira-dama disse nada ter a ver com isso: — Agora deram para mencionar nosso nome em toda parte — queixou-se.
No entanto, o diretor de passaportes, Osvaldo Ostertag, confirmou que ela solicitara vistos para 21 chineses, que fariam parte de uma delegação de atletas adolescentes de passagem pelo Brasil e com convite para se apresentarem no Paraguai.
Escândalos agora envolvem família de Lugo
Depois de ver a sua credibilidade despencar, por conta da descoberta de suas escapadas sexuais na época em que ainda era bispo — e que geraram pelo menos três filhos — o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, vê agora a maledicência se espalhar pelo resto de sua família.
Sua irmã, Mercedes, que faz o papel de primeira dama do país — já que ele permanece solteiro — e o seu primo Eugenio Méndez aparecem enredados num esquema de concessão de vistos emitidos ilegalmente a chineses e libaneses. Além disso, sua sobrinha Mirta Maidana Lugo — filha da primeira-dama — foi recentemente fotografada numa festa da alta sociedade, aos beijos com um narcotraficante paraguaio que, segundo as investigações, teria conexões com uma quadrilha brasileira que assaltou um banco em Fortaleza.
Como se isso fosse pouco, o Ministério das Relações Exteriores admitiu que nada menos do que 744 passaportes diplomáticos paraguaios novos, em branco, simplesmente desapareceram.
— Esse extravio é gravíssimo.
Isso só pode ser coisa de uma quadrilha interna. Vamos apurar tudo — prometeu o ministro Hector Lacognata.
Isso reforçou as suspeitas de que, assim como vistos de entrada no país estariam sendo vendidos — ou no mínimo concedidos, de forma ilegal, a pedido de autoridades — estaria havendo também um comércio de passaportes do país no mercado negro.
Vistos foram concedidos por consulado de São Paulo Os vistos foram concedidos pelo consulado paraguaio em São Paulo, sem que portadores dos passaportes tivessem ido até lá para uma entrevista — o que é exigido por lei. O caso se complicou porque 60 chineses e nove libaneses não tinham visto de entrada no Brasil. Outro detalhe: as assinaturas de 50 chineses eram idênticas. O cônsul foi afastado. Mencionada por ele como fonte dos pedidos de emissão de vistos, a primeira-dama disse nada ter a ver com isso: — Agora deram para mencionar nosso nome em toda parte — queixou-se.
No entanto, o diretor de passaportes, Osvaldo Ostertag, confirmou que ela solicitara vistos para 21 chineses, que fariam parte de uma delegação de atletas adolescentes de passagem pelo Brasil e com convite para se apresentarem no Paraguai.
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Avante, eleitores da Senhora Dilma...
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Muitos tempo atras alguém falou a respeito do Sarney " Pode-se tirar um político do Maranhão mas não se pode tirar o Maranhão de dentro do político". Parafraseando podemos dizer que pode-se tirar um bispo do interior do Paraguaí mas não se pode tirar o Paraguaí de dentro do bispo. Aproveitar o cargo público para enriquecer e ajudar a familia e os amigos é questão de honra para eles.
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
É nisso que dá, a gente viver num país com o comercio restrito de armamentos.Edu Lopes escreveu:País aceita pagar o triplo por energia de Itaipu
da Folha Online
O governo brasileiro apresentou ontem ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, uma proposta para Itaipu, com a liberação gradual da energia excedente do Paraguai para o mercado livre brasileiro, começando com a menor parte possível, e a triplicação do preço do que continuar sendo vendido exclusivamente para a Eletrobrás, informa Eliane Cantanhêde na edição de hoje da Folha.
Os dois países dividem meio a meio a energia de Itaipu, mas o Paraguai só consome 5% da sua parte e cede o restante ao Brasil por US$ 2,86 o megawatt, o que soma cerca de US$ 120 milhões por ano. O valor pode subir para US$ 8,58, caso o acordo chegue a bom termo, mas só somaria US$ 360 milhões ao ano se parte da cessão não fosse aberta ao mercado privado.
Na expectativa de Brasília, a maior dificuldade nas negociações com o Paraguai será justamente para estabelecer a cota inicial de energia a ser vendida ao mercado privado. Pela oferta preliminar, seria bem pequena --um décimo do excedente. Para isso, o Brasil sugere que a venda comece com a irrisória produção de duas miniusinas paraguaias, a de Acaray e a de Iguazu, mais a pequena cota inicial da própria Itaipu, até chegar a 100% do excedente em 2023, época da renegociação do Tratado.
A orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para os negociadores brasileiros é que o país negocie buscando o seguinte equilíbrio: ceda no que for possível para garantir o desenvolvimento econômico e a estabilidade política do governo Lugo, mas sem causar prejuízos que possam gerar críticas em ano pré-eleitoral. Uma das reivindicações do Paraguai, por exemplo, foi descartada: a de mudança do Tratado de Itaipu para permitir que parte do excedente da energia fosse vendida a terceiros, especialmente Argentina e Chile.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 9065.shtml
Eu duvido se um dia o Brasil relaxar a politica sobre armamentos, vem um e mata um desses politicos, que todos os dias traem o Brasil.
VIVI À DEMOCRACIA.
Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Triplicou o preço de uma merreca, o que no final vai ser nada de impacto aqui.
Saíram de 0,000001 para 0,0001
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Não Carlos, por que se fosse assim você estaria pagando 100 vezes mais. Deveria ser de 0,000001 para 0,000003.Carlos Mathias escreveu:Triplicou o preço de uma merreca, o que no final vai ser nada de impacto aqui.
Saíram de 0,000001 para 0,0001
Sorte que não é o Carlos que está negociando lá.Senão estaríamos ferrados.
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Globo:
Itaipu: Brasil abriria mão de parte da dívida do Paraguai
Montante seria assumido pelo Tesouro para financiar obras no país vizinho. Valor pago por direito de cessão triplicaria
Mônica Tavares e Eliane Oliveira e José Meirelles Passos*
BRASÍLIA, ASSUNÇÃO e LUQUE, Paraguai. Como última cartada, o governo está disposto a abrir mão de parte da dívida - cerca de US$12 bilhões - do Paraguai pela construção da usina binacional de Itaipu, financiada pelo Brasil. O débito seria assumido pelo Tesouro Nacional, que se compromete a aportar montante equivalente em um Fundo de Desenvolvimento Social, que financiaria obras e projetos paraguaios. A medida visa a apaziguar os ânimos dos negociadores paraguaios, que não se conformam com o fato de todas as ações propostas pelo Brasil precisarem passar pelo Congresso, o que demanda tempo.
Parte da área jurídica do governo entende que, assim, não será necessário o aval do Legislativo brasileiro. A dívida de Itaipu chega a US$18 bilhões, sendo dois terços com o Tesouro. Não se sabe qual seria o valor do fundo, mas o das obras propostas, com linhas de transmissão, é de US$1,7 bilhão. Outra medida seria triplicar o valor anual pago ao Paraguai pelo direito de cessão de energia - remuneração pela obrigação de vender o excedente ao Brasil - de US$120 milhões para US$360 milhões.
O clima com os paraguaios não está bom, porque apenas a venda de energia no mercado livre por duas usinas paraguaias (Acaray e Iguazu) não passaria pelo Congresso. O Brasil se dispõe a comprar toda a produção dessas usinas, a fim de evitar que a energia de Itaipu seja colocada no mercado livre brasileiro imediatamente - o que mudaria o tratado da década de 1970.
Indústria paraguaia diz que oferta é 'espelhinho'
O Brasil estaria disposto a negociar apenas uma alteração parcial e de longo prazo, permitindo a venda direta no mercado livre gradativamente, até 2023, quando o acordo será revisto. Mas os paraguaios não se conformam com as medidas não serem imediatas. Eles também insistem no reajuste da tarifa - por ano, são comprados em torno de 5 mil MW, por cerca de US$1,5 bilhão -, mas o Brasil argumenta que só pode mexer no valor de cessão obrigatória. A concessionária Ampla, do Estado do Rio, prevê impacto na tarifa, mas não sabe de quanto.
Paralelamente às negociações, cresce a pressão para que o presidente paraguaio, Fernando Lugo, amplie suas exigências nas conversas, esta noite e amanhã, com Luiz Inácio Lula da Silva. Setores chegam a sugerir que Lugo seria tachado de traidor se não for suficientemente duro.
- A abertura do mercado e a oferta de créditos para o Paraguai construir linhas de transmissão de energia são nada mais do que espelhinhos, como os que os espanhóis usaram com os índios - disse Eduardo Felippo, vice-presidente União Industrial Paraguaia.
Em palestra intitulada "Itaipu, uma causa nacional", o advogado Gustavo de Gásperi foi aplaudido ao sugerir que, em vez de negociar, Lugo deveria levar o caso a um tribunal internacional. No mesmo evento, Germán Escauriza, da Comissão de Entes Binacionais Hidrelétricos, disse que a dívida do Paraguai pela construção de Itaipu já está paga. Hoje haverá uma manifestação no Centro de Assunção, para pressionar Lugo.
Logo no início da 37ª Reunião do Mercosul, ontem, em Luque, vizinha à Assunção, o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Héctor Lacognata, deu o clima das discussões:
- Hoje o desencanto com o Mercosul é generalizado.
(*) Enviado especial
Itaipu: Brasil abriria mão de parte da dívida do Paraguai
Montante seria assumido pelo Tesouro para financiar obras no país vizinho. Valor pago por direito de cessão triplicaria
Mônica Tavares e Eliane Oliveira e José Meirelles Passos*
BRASÍLIA, ASSUNÇÃO e LUQUE, Paraguai. Como última cartada, o governo está disposto a abrir mão de parte da dívida - cerca de US$12 bilhões - do Paraguai pela construção da usina binacional de Itaipu, financiada pelo Brasil. O débito seria assumido pelo Tesouro Nacional, que se compromete a aportar montante equivalente em um Fundo de Desenvolvimento Social, que financiaria obras e projetos paraguaios. A medida visa a apaziguar os ânimos dos negociadores paraguaios, que não se conformam com o fato de todas as ações propostas pelo Brasil precisarem passar pelo Congresso, o que demanda tempo.
Parte da área jurídica do governo entende que, assim, não será necessário o aval do Legislativo brasileiro. A dívida de Itaipu chega a US$18 bilhões, sendo dois terços com o Tesouro. Não se sabe qual seria o valor do fundo, mas o das obras propostas, com linhas de transmissão, é de US$1,7 bilhão. Outra medida seria triplicar o valor anual pago ao Paraguai pelo direito de cessão de energia - remuneração pela obrigação de vender o excedente ao Brasil - de US$120 milhões para US$360 milhões.
O clima com os paraguaios não está bom, porque apenas a venda de energia no mercado livre por duas usinas paraguaias (Acaray e Iguazu) não passaria pelo Congresso. O Brasil se dispõe a comprar toda a produção dessas usinas, a fim de evitar que a energia de Itaipu seja colocada no mercado livre brasileiro imediatamente - o que mudaria o tratado da década de 1970.
Indústria paraguaia diz que oferta é 'espelhinho'
O Brasil estaria disposto a negociar apenas uma alteração parcial e de longo prazo, permitindo a venda direta no mercado livre gradativamente, até 2023, quando o acordo será revisto. Mas os paraguaios não se conformam com as medidas não serem imediatas. Eles também insistem no reajuste da tarifa - por ano, são comprados em torno de 5 mil MW, por cerca de US$1,5 bilhão -, mas o Brasil argumenta que só pode mexer no valor de cessão obrigatória. A concessionária Ampla, do Estado do Rio, prevê impacto na tarifa, mas não sabe de quanto.
Paralelamente às negociações, cresce a pressão para que o presidente paraguaio, Fernando Lugo, amplie suas exigências nas conversas, esta noite e amanhã, com Luiz Inácio Lula da Silva. Setores chegam a sugerir que Lugo seria tachado de traidor se não for suficientemente duro.
- A abertura do mercado e a oferta de créditos para o Paraguai construir linhas de transmissão de energia são nada mais do que espelhinhos, como os que os espanhóis usaram com os índios - disse Eduardo Felippo, vice-presidente União Industrial Paraguaia.
Em palestra intitulada "Itaipu, uma causa nacional", o advogado Gustavo de Gásperi foi aplaudido ao sugerir que, em vez de negociar, Lugo deveria levar o caso a um tribunal internacional. No mesmo evento, Germán Escauriza, da Comissão de Entes Binacionais Hidrelétricos, disse que a dívida do Paraguai pela construção de Itaipu já está paga. Hoje haverá uma manifestação no Centro de Assunção, para pressionar Lugo.
Logo no início da 37ª Reunião do Mercosul, ontem, em Luque, vizinha à Assunção, o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Héctor Lacognata, deu o clima das discussões:
- Hoje o desencanto com o Mercosul é generalizado.
(*) Enviado especial
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
O bispo e o sindicalista
ELIANE CANTANHÊDE
BRASÍLIA - Numa semana de mais turbulência na política interna e de grandes movimentos na externa, Lula começa hoje, em Assunção, um novo "round" com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo. No último, em maio, em Brasília, um falava "A", o outro ouvia "B", e ninguém se entendia.
Lula leva um saco de bondades, com a proposta de triplicar o valor pago pela energia de Itaipu que o Paraguai não consome e é obrigado pelo tratado a ceder ao Brasil. Além disso, a flexibilização para que parte dessa cota deixe de ser vendida via Eletrobras e seja oferecida diretamente ao mercado.
Olha a pegadinha: quando o Paraguai pediu a abertura para o mercado, a indústria estava bombando, a demanda era alta e os preços da iniciativa privada, bem maiores. Esse movimento da economia se inverteu e, de acordo com a Eletrobras, os preços também: os de mercado estão abaixo dos regulados.
A tendência, pois, é a cota para abertura ao mercado ficar bem reduzida, concentrando as bondades no forte aumento do preço regulado. E quem paga? Aí é uma outra história. O lado político-diplomático da negociação defendia uma proposta bem camarada, mas o lado técnico-pragmático alertou todo o tempo para o ônus. Agora, todos juram que será do Tesouro, mas há controvérsias. É bom você, consumidor, ir segurando o bolso. A tarifa tende a aumentar.
Lula desempatou a queda-de-braço a favor do grupo político-diplomático, ao optar pela proposta mais favorável aos paraguaios. O argumento é o já usado para Bolívia, Equador, pobres em geral: a ajuda do Brasil tem de ser na mesma proporção de sua ambição de liderança regional.
Só falta agora Lula se entender com Lugo. Se um tem o traquejo negociador de líder sindicalista, o outro precisa desesperadamente da boa vontade brasileira para recuperar fôlego político, além de credibilidade pessoal. É desse equilíbrio que sairá o acordo.
ELIANE CANTANHÊDE
BRASÍLIA - Numa semana de mais turbulência na política interna e de grandes movimentos na externa, Lula começa hoje, em Assunção, um novo "round" com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo. No último, em maio, em Brasília, um falava "A", o outro ouvia "B", e ninguém se entendia.
Lula leva um saco de bondades, com a proposta de triplicar o valor pago pela energia de Itaipu que o Paraguai não consome e é obrigado pelo tratado a ceder ao Brasil. Além disso, a flexibilização para que parte dessa cota deixe de ser vendida via Eletrobras e seja oferecida diretamente ao mercado.
Olha a pegadinha: quando o Paraguai pediu a abertura para o mercado, a indústria estava bombando, a demanda era alta e os preços da iniciativa privada, bem maiores. Esse movimento da economia se inverteu e, de acordo com a Eletrobras, os preços também: os de mercado estão abaixo dos regulados.
A tendência, pois, é a cota para abertura ao mercado ficar bem reduzida, concentrando as bondades no forte aumento do preço regulado. E quem paga? Aí é uma outra história. O lado político-diplomático da negociação defendia uma proposta bem camarada, mas o lado técnico-pragmático alertou todo o tempo para o ônus. Agora, todos juram que será do Tesouro, mas há controvérsias. É bom você, consumidor, ir segurando o bolso. A tarifa tende a aumentar.
Lula desempatou a queda-de-braço a favor do grupo político-diplomático, ao optar pela proposta mais favorável aos paraguaios. O argumento é o já usado para Bolívia, Equador, pobres em geral: a ajuda do Brasil tem de ser na mesma proporção de sua ambição de liderança regional.
Só falta agora Lula se entender com Lugo. Se um tem o traquejo negociador de líder sindicalista, o outro precisa desesperadamente da boa vontade brasileira para recuperar fôlego político, além de credibilidade pessoal. É desse equilíbrio que sairá o acordo.
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Governo vai bancar custo do acordo com Paraguai
Plantão | Publicada em 24/07/2009 às 07h43m
Valor Online
ASSUNÇÃO - O governo brasileiro deverá absorver, com redução de impostos sobre eletricidade ou aporte do Tesouro Nacional, boa parte do aumento de custos de energia elétrica resultante do acordo entre Brasil e Itaipu para aumentar o valor pago aos paraguaios pelo fornecimento da hidrelétrica de Itaipu. Isso é o que afirmam autoridades brasileiras que acompanhavam as discussões com os paraguaios, ontem em Assunção. "Haverá uma solução para evitar o aumento de energia, não se preocupe" , limitou-se a dizer o assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ao ser consultado sobre o custo das negociações para o Brasil.
“Esses que estão prevendo aumento nos custos com a energia querem sabotar o acordo”, comentou Marco Aurélio Garcia, mencionando as estimativas de aumento de até 3% no custo da energia de Itaipu com o acordo negociado. Ele comparou as discussões com os paraguaios à maneira como o governo lidou com a nacionalização do gás, na Bolívia. “Garantimos o suprimento energético do Brasil, sem aumento de custo, e não faltou uma molécula de gás ao país" , argumentou. “O desenvolvimento do Paraguai interessa também ao Brasil, o país tem preocupações justas”, argumenta Garcia. “Não haverá desenvolvimento na região se há desenvolvimento em um só país".
Garcia confirmou que as negociações giram em torno do reajuste do preço da energia paga pela Eletrobrás ao Paraguai e a parcela de energia que será liberada para que os paraguaios a negociem diretamente no mercado livre do Brasil. Ele não quis confirmar, porém, os detalhes da proposta entregue aos paraguaios. Segundo uma autoridade com acesso às negociações, o governo aceita triplicar o valor pago pela Eletrobrás (hoje em torno de US$ 120 milhões anuais) pela energia paraguaia, caso não haja venda no mercado livre. Com a venda de uma parcela dessa energia no mercado livre o reajuste diminuiria, proporcionalmente. Os valores variam conforme a parcela do mercado livre, em vários cenários oferecidos.
A proposta brasileira inclui a realização de obras para uma subestação em Itaipu e há, ainda, o oferecimento de financiamento do BNDES à construção de uma linha de transmissão da hidrelétrica a Assunção - os paraguaios têm dito que preferem financiar essa linha com recursos do Banco Mundial, Banco Europeu de Investimentos e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os paraguaios já admitem que o acordo a ser firmado não terá efeitos práticos imediatos, como reconheceu o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, ontem, em entrevista após receber a presidente do Chile, Michelle Bachelet.
“Talvez algumas das propostas levem alguns meses, porque tem de haver mudança de leis para a livre disponibilidade de energia”, comentou Lugo, que conversou com Bachelet sobre a venda ao Chile da energia da hidrelétrica de Acaray, no leste do país. Bachelet confirmou o interesse na compra, mas lembrou que o negócio depende de acordo com a Argentina, país por onde passaria a linha de transmissão que levaria a energia paraguaia ao mercado chileno.
Os paraguaios sabem que a demora em alcançar um acordo levará as decisões de Itaipu para o período eleitoral no Brasil, o que tornará ainda mais difíceis quaisquer concessões por parte do governo brasileiro. Sem apoio firme do Congresso, criticado pela falta de realizações, Lugo seria beneficiado por um acordo que fosse entendido no Paraguai como uma vitória. Nos últimos meses, os ataques da elite paraguaia contra o Brasil por Itaipu foram abrandados, com o temor pelos movimentos de Lugo em direção a maior proximidade com o polêmico presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Hoje, pelo acordo de Itaipu, o Paraguai, que tem direito a 50% da energia gerada, mas só usa 5%, só pode vender o restante à Eletrobrás, por um preço fixo. Com o acordo em negociação, uma parcela dessa energia não usada poderia ser gradativamente comercializada no mercado livre brasileiro. Os paraguaios reconhecem não ter experiência com esse tipo de venda, e admitem que terão de buscar assessoria para essa operação. Tanto Lugo quando os brasileiros, como Marco Aurélio Garcia, mostraram-se otimistas em relação à conclusão do acordo até amanhã, quando o presidente paraguaio se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 956111.asp
Plantão | Publicada em 24/07/2009 às 07h43m
Valor Online
ASSUNÇÃO - O governo brasileiro deverá absorver, com redução de impostos sobre eletricidade ou aporte do Tesouro Nacional, boa parte do aumento de custos de energia elétrica resultante do acordo entre Brasil e Itaipu para aumentar o valor pago aos paraguaios pelo fornecimento da hidrelétrica de Itaipu. Isso é o que afirmam autoridades brasileiras que acompanhavam as discussões com os paraguaios, ontem em Assunção. "Haverá uma solução para evitar o aumento de energia, não se preocupe" , limitou-se a dizer o assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ao ser consultado sobre o custo das negociações para o Brasil.
“Esses que estão prevendo aumento nos custos com a energia querem sabotar o acordo”, comentou Marco Aurélio Garcia, mencionando as estimativas de aumento de até 3% no custo da energia de Itaipu com o acordo negociado. Ele comparou as discussões com os paraguaios à maneira como o governo lidou com a nacionalização do gás, na Bolívia. “Garantimos o suprimento energético do Brasil, sem aumento de custo, e não faltou uma molécula de gás ao país" , argumentou. “O desenvolvimento do Paraguai interessa também ao Brasil, o país tem preocupações justas”, argumenta Garcia. “Não haverá desenvolvimento na região se há desenvolvimento em um só país".
Garcia confirmou que as negociações giram em torno do reajuste do preço da energia paga pela Eletrobrás ao Paraguai e a parcela de energia que será liberada para que os paraguaios a negociem diretamente no mercado livre do Brasil. Ele não quis confirmar, porém, os detalhes da proposta entregue aos paraguaios. Segundo uma autoridade com acesso às negociações, o governo aceita triplicar o valor pago pela Eletrobrás (hoje em torno de US$ 120 milhões anuais) pela energia paraguaia, caso não haja venda no mercado livre. Com a venda de uma parcela dessa energia no mercado livre o reajuste diminuiria, proporcionalmente. Os valores variam conforme a parcela do mercado livre, em vários cenários oferecidos.
A proposta brasileira inclui a realização de obras para uma subestação em Itaipu e há, ainda, o oferecimento de financiamento do BNDES à construção de uma linha de transmissão da hidrelétrica a Assunção - os paraguaios têm dito que preferem financiar essa linha com recursos do Banco Mundial, Banco Europeu de Investimentos e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os paraguaios já admitem que o acordo a ser firmado não terá efeitos práticos imediatos, como reconheceu o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, ontem, em entrevista após receber a presidente do Chile, Michelle Bachelet.
“Talvez algumas das propostas levem alguns meses, porque tem de haver mudança de leis para a livre disponibilidade de energia”, comentou Lugo, que conversou com Bachelet sobre a venda ao Chile da energia da hidrelétrica de Acaray, no leste do país. Bachelet confirmou o interesse na compra, mas lembrou que o negócio depende de acordo com a Argentina, país por onde passaria a linha de transmissão que levaria a energia paraguaia ao mercado chileno.
Os paraguaios sabem que a demora em alcançar um acordo levará as decisões de Itaipu para o período eleitoral no Brasil, o que tornará ainda mais difíceis quaisquer concessões por parte do governo brasileiro. Sem apoio firme do Congresso, criticado pela falta de realizações, Lugo seria beneficiado por um acordo que fosse entendido no Paraguai como uma vitória. Nos últimos meses, os ataques da elite paraguaia contra o Brasil por Itaipu foram abrandados, com o temor pelos movimentos de Lugo em direção a maior proximidade com o polêmico presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Hoje, pelo acordo de Itaipu, o Paraguai, que tem direito a 50% da energia gerada, mas só usa 5%, só pode vender o restante à Eletrobrás, por um preço fixo. Com o acordo em negociação, uma parcela dessa energia não usada poderia ser gradativamente comercializada no mercado livre brasileiro. Os paraguaios reconhecem não ter experiência com esse tipo de venda, e admitem que terão de buscar assessoria para essa operação. Tanto Lugo quando os brasileiros, como Marco Aurélio Garcia, mostraram-se otimistas em relação à conclusão do acordo até amanhã, quando o presidente paraguaio se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 956111.asp
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Isso está me deixando BEM preocupado, parecem querer dar um matiz de Realpolitik a uma questão que não passa de pura IDEOLOGICE, não estou gostando nada dessa charla de 'o governo Brasileiro assume a bronca para o bem do Paraguai': do bolso de quem o governo tira o tutu? Do pagador de Impostos Paraguaio?
É ISSO AÍ, vamos continuar a farra, VOTEM DILMA 2010, tragam (e traguem) o intragável Serra para facilitar mais para o cavalo do comissário, bem por aí, Brasil Bolivariano 2014!!!
E BINLA PARA GOVERNADOR DO RS!!!
Affffffffffffff
É ISSO AÍ, vamos continuar a farra, VOTEM DILMA 2010, tragam (e traguem) o intragável Serra para facilitar mais para o cavalo do comissário, bem por aí, Brasil Bolivariano 2014!!!
E BINLA PARA GOVERNADOR DO RS!!!
Affffffffffffff
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Ano que vem começarei a votar, e eu reclamando da minha mãe sempre votar em branco....
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
ISSO É UMA VERGONHA!!
Vamos doar, doar e doar. Pois já sabemos quem vai pagar....
E ainda há quem diaga que esse Cor%¨& é um estadista.
Vamos doar, doar e doar. Pois já sabemos quem vai pagar....
E ainda há quem diaga que esse Cor%¨& é um estadista.
Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
- Wolfgang
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Brasil acerta acordo com Paraguai
Governo brasileiro deve triplicar o pagamento de taxas e permitir que o Paraguai venda energia no Brasil
Raquel LandimTamanho do texto? A A A A
Os técnicos de Brasil e Paraguai finalizaram as negociações sobre a usina de Itaipu. O acordo ainda depende da palavra final dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, mas pode encerrar o conflito entre os dois países.
Um dos principais pontos do acordo é a autorização para o Paraguai vender energia de Itaipu e de outras usinas no mercado livre brasileiro gradualmente e sem a intermediação da Eletrobrás. Outro ponto importante é o reajuste do valor pago pelo Brasil para os paraguaios cederem sua parcela de energia em Itaipu, que deve ser triplicado para US$ 360 milhões. As informações são do diretor-geral paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli.
Os países vão montar um grupo de trabalho para a entrega, em 120 dias, de uma proposta sobre os porcentuais e os prazos que regularão a entrada da estatal paraguaia Administração Nacional de Energia (Ande) no mercado livre do Brasil.
O pacote brasileiro inclui ainda a criação de fundo binacional e o financiamento da construção de uma linha de transmissão de Itaipu a Assunção, orçada em US$ 450 milhões.
Segundo um negociador, uma hipótese é o Paraguai começar no mercado livre com 300 megawatts de potência, ou 2 mil gigawatts por hora. O volume equivale a 2% da produção de Itaipu, que ultrapassou 90 mil gigawatts/hora em 2008.
Em relação a energia "excedente", ou seja, o que a usina produz a mais em um ano chuvoso, o volume representaria cerca de 15%. Ou seja, não haveria alteração na venda dos 75 mil gigawatts/hora garantidos para as distribuidoras.
"Ainda faltam alguns detalhes, mas estamos otimistas. O momento é de celebração por esse acordo histórico", disse Balmelli. Lula e Lugo se reúnem amanhã para tratar do tema. O presidente brasileiro chegou ontem à noite a Assunção para a reunião do Mercosul.
Um importante negociador do Brasil ponderou que o martelo será batido por Lula e Lugo, mas confirmou os termos do acordo. Segundo essa fonte, que é ligada ao ministério de Minas e Energia, que era contrário ao acerto, o Brasil não pode ter uma interpretação muito dura do tratado de Itaipu, porque prejudica o Mercosul. A fonte disse que a ordem de Lula é buscar a integração, sem prejudicar o consumidor brasileiro.
Da maneira como a negociação foi conduzida, Lugo terá um trunfo político importante ao dizer que garantiu a soberania energética do Paraguai. "Esperamos chegar a um acordo sobre parte dessas negociações", disse Lugo, em Assunção. Segundo ele, a proposta brasileira trouxe "boas notícias".
Na prática, as mudanças ainda são pequenas comparadas com as demandas iniciais do Paraguai. O país continuará sem vender energia de Itaipu para terceiros, como Chile e Argentina. E foi adiada por pelo menos quatro meses a entrada da Ande no mercado livre.
A vantagem imediata do Paraguai é o reajuste do valor pago por ceder sua parte da energia de Itaipu, hoje em US$ 2,8 por megawatt/hora, ou US$ 120,3 milhões este ano. Com o acordo, a receita chega a US$ 360 milhões. É apenas um "bônus", pois o pagamento pela energia é maior. Em 2008, a Eletrobrás pagou US$ 1,5 bilhão pela compra da parte paraguaia da energia de Itaipu.
Governo brasileiro deve triplicar o pagamento de taxas e permitir que o Paraguai venda energia no Brasil
Raquel LandimTamanho do texto? A A A A
Os técnicos de Brasil e Paraguai finalizaram as negociações sobre a usina de Itaipu. O acordo ainda depende da palavra final dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, mas pode encerrar o conflito entre os dois países.
Um dos principais pontos do acordo é a autorização para o Paraguai vender energia de Itaipu e de outras usinas no mercado livre brasileiro gradualmente e sem a intermediação da Eletrobrás. Outro ponto importante é o reajuste do valor pago pelo Brasil para os paraguaios cederem sua parcela de energia em Itaipu, que deve ser triplicado para US$ 360 milhões. As informações são do diretor-geral paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli.
Os países vão montar um grupo de trabalho para a entrega, em 120 dias, de uma proposta sobre os porcentuais e os prazos que regularão a entrada da estatal paraguaia Administração Nacional de Energia (Ande) no mercado livre do Brasil.
O pacote brasileiro inclui ainda a criação de fundo binacional e o financiamento da construção de uma linha de transmissão de Itaipu a Assunção, orçada em US$ 450 milhões.
Segundo um negociador, uma hipótese é o Paraguai começar no mercado livre com 300 megawatts de potência, ou 2 mil gigawatts por hora. O volume equivale a 2% da produção de Itaipu, que ultrapassou 90 mil gigawatts/hora em 2008.
Em relação a energia "excedente", ou seja, o que a usina produz a mais em um ano chuvoso, o volume representaria cerca de 15%. Ou seja, não haveria alteração na venda dos 75 mil gigawatts/hora garantidos para as distribuidoras.
"Ainda faltam alguns detalhes, mas estamos otimistas. O momento é de celebração por esse acordo histórico", disse Balmelli. Lula e Lugo se reúnem amanhã para tratar do tema. O presidente brasileiro chegou ontem à noite a Assunção para a reunião do Mercosul.
Um importante negociador do Brasil ponderou que o martelo será batido por Lula e Lugo, mas confirmou os termos do acordo. Segundo essa fonte, que é ligada ao ministério de Minas e Energia, que era contrário ao acerto, o Brasil não pode ter uma interpretação muito dura do tratado de Itaipu, porque prejudica o Mercosul. A fonte disse que a ordem de Lula é buscar a integração, sem prejudicar o consumidor brasileiro.
Da maneira como a negociação foi conduzida, Lugo terá um trunfo político importante ao dizer que garantiu a soberania energética do Paraguai. "Esperamos chegar a um acordo sobre parte dessas negociações", disse Lugo, em Assunção. Segundo ele, a proposta brasileira trouxe "boas notícias".
Na prática, as mudanças ainda são pequenas comparadas com as demandas iniciais do Paraguai. O país continuará sem vender energia de Itaipu para terceiros, como Chile e Argentina. E foi adiada por pelo menos quatro meses a entrada da Ande no mercado livre.
A vantagem imediata do Paraguai é o reajuste do valor pago por ceder sua parte da energia de Itaipu, hoje em US$ 2,8 por megawatt/hora, ou US$ 120,3 milhões este ano. Com o acordo, a receita chega a US$ 360 milhões. É apenas um "bônus", pois o pagamento pela energia é maior. Em 2008, a Eletrobrás pagou US$ 1,5 bilhão pela compra da parte paraguaia da energia de Itaipu.
- Clermont
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
NÓS PAGAREMOS O PREÇO PELAS CONCESSÕES AO PARAGUAI.
Miriam Leitão - Comentário na CBN - 24.7.2009.
O acordo em curso entre Brasil e Paraguai sobre a usina hidrelétrica binacional de Itaipu vai afetar o nosso bolso. Qualquer concessão que o governo brasileiro fizer ao país vizinho significará um aumento da energia elétrica paga pelos consumidores brasileiros.
Os jornais publicam nesta sexta-feira que o governo está disposto a abrir mão de parte da dívida do Paraguai pela construção da usina, financiada pelo Brasil. São bilhões de dólares em jogo. A medida teria como objetivo apaziguar os ânimos dos negociadores paraguaios, que querem vender sua cota de energia da usina para Argentina e Chile.
Essa troca não faz sentido. Um dos pontos básicos do tratado assinado entre os dois países era que a parte da energia produzida pela usina e não consumida pelo Paraguai seria vendida ao Brasil. O governo não pode ceder ao Paraguai para que ele cumpra algo que está previsto no acordo.
Se o governo brasileiro entende que está explorando o Paraguai, seria justo fazer uma correção no preço pago pela energia. Mas o Brasil está apenas cumprindo o termo estabelecido no tratado. Não está explorando o país vizinho. Paga, inclusive, preço internacional pela energia, e em dólar.
O Brasil também não pode ceder aos poucos na mesa de negociação, como tem feito. O Paraguai vai continuar pedindo mais e mais. Um caminho seria buscar uma consulta ao tribunal internacional com a pergunta: algo no tratado está errado? Se estiver, o governo abre negociações com o Paraguai. O que não pode é partir para esse coisa envergonhada ceder aos poucos
Existe toda uma atitude errada sobre isso. Estamos ajudando o presidente do Paraguai, Fernando Lugo? Ele é passageiro. Itaipu e o Paraguai não são. Lugo passa por dificuldades, motivadas inclusive por questões de sua vida privada. Mas não será o Brasil que vai socorrê-lo. O governo está fazendo concessões sem dar transparência e depois vai enviar a conta para o povo. Ouça aqui o comentário na CBN.
E você, acha que o Brasil está correto em ceder nas negociações?
-----------------------------
(A mesma Míriam Leitão, na CBN, comentou que, ao conversar com uma autoridade do governo - anônima - esta teria lhe dito a respeito das concessões ao governo paraguaio:
- "O povo não vai pagar nada, quaisquer perdas serão pagas pelo Tesouro!"
Rindo, junto com o jornalista Sardenberg, ambos comentaram: "mas, de onde é que o Tesouro tira dinheiro? Do ar?"
Eis uma bela síntese do modo de ver de todos os socialistas e defensores do estatismo desvairado: tem uma conta pra pagar? Cobra do Estado.
E quem é o Estado? Ora, isso não importa! (Os socialistas dirão: "o dinheiro deve ser expropriado da grande burguesia", mas só vão dizer isto, em particular, claro...)
Miriam Leitão - Comentário na CBN - 24.7.2009.
O acordo em curso entre Brasil e Paraguai sobre a usina hidrelétrica binacional de Itaipu vai afetar o nosso bolso. Qualquer concessão que o governo brasileiro fizer ao país vizinho significará um aumento da energia elétrica paga pelos consumidores brasileiros.
Os jornais publicam nesta sexta-feira que o governo está disposto a abrir mão de parte da dívida do Paraguai pela construção da usina, financiada pelo Brasil. São bilhões de dólares em jogo. A medida teria como objetivo apaziguar os ânimos dos negociadores paraguaios, que querem vender sua cota de energia da usina para Argentina e Chile.
Essa troca não faz sentido. Um dos pontos básicos do tratado assinado entre os dois países era que a parte da energia produzida pela usina e não consumida pelo Paraguai seria vendida ao Brasil. O governo não pode ceder ao Paraguai para que ele cumpra algo que está previsto no acordo.
Se o governo brasileiro entende que está explorando o Paraguai, seria justo fazer uma correção no preço pago pela energia. Mas o Brasil está apenas cumprindo o termo estabelecido no tratado. Não está explorando o país vizinho. Paga, inclusive, preço internacional pela energia, e em dólar.
O Brasil também não pode ceder aos poucos na mesa de negociação, como tem feito. O Paraguai vai continuar pedindo mais e mais. Um caminho seria buscar uma consulta ao tribunal internacional com a pergunta: algo no tratado está errado? Se estiver, o governo abre negociações com o Paraguai. O que não pode é partir para esse coisa envergonhada ceder aos poucos
Existe toda uma atitude errada sobre isso. Estamos ajudando o presidente do Paraguai, Fernando Lugo? Ele é passageiro. Itaipu e o Paraguai não são. Lugo passa por dificuldades, motivadas inclusive por questões de sua vida privada. Mas não será o Brasil que vai socorrê-lo. O governo está fazendo concessões sem dar transparência e depois vai enviar a conta para o povo. Ouça aqui o comentário na CBN.
E você, acha que o Brasil está correto em ceder nas negociações?
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(A mesma Míriam Leitão, na CBN, comentou que, ao conversar com uma autoridade do governo - anônima - esta teria lhe dito a respeito das concessões ao governo paraguaio:
- "O povo não vai pagar nada, quaisquer perdas serão pagas pelo Tesouro!"
Rindo, junto com o jornalista Sardenberg, ambos comentaram: "mas, de onde é que o Tesouro tira dinheiro? Do ar?"
Eis uma bela síntese do modo de ver de todos os socialistas e defensores do estatismo desvairado: tem uma conta pra pagar? Cobra do Estado.
E quem é o Estado? Ora, isso não importa! (Os socialistas dirão: "o dinheiro deve ser expropriado da grande burguesia", mas só vão dizer isto, em particular, claro...)
Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Eu gostaria de comentar sobre essa vergonha, estou me sentindo humilhado, envergonhado e lesado como cidadão e brasileiro, minha IRA é tanta que estou com medo de dizer bobagens... Vou ficar quieto!
Desisto...
[]'s a todos.
Desisto...
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."