Organização e dotação de armamento do Grupo de Combate experimental avaliado pelo Exército Brasileiro no segundo semestre de 2018
Entre agosto e dezembro de 2018, na área do Comando Militar do Leste (CML), foi realizada uma experimentação doutrinária com o objetivo de verificar a viabilidade de dotar o Grupo de Combate do Exército Brasileiro com uma mescla de armamento no calibres 5,56 mm e 7,62 mm.
Orientada pelo Parecer n° 001/2017 - Mov Man Inf/C Dout, a avaliação utilizou vários GCs de OMs distintas do CML inseridas na Intervenção Federal/Operação Furacão que deveriam então adotar a seguinte distribuição de armamento proposta:
- Comandante GC: fuzil 7,62 mm* com luneta e pistola 9 mm.
- Comandante Esquadra: fuzil 5,56 mm** com lançador de granada de 40 mm.
- Soldado Atirador: metralhadora 7,62 mm*** e pistola 9 mm.
- Soldado Esclarecedor: fuzil 5,56 mm.
* O fuzil 7,62 mm empregado foi o FAL/PARAFAL pela indisponibilidade do IA2 7,62 mm na época.
** O fuzil 5,56 mm utilizado foi o IMBEL IA2.
*** A metralhadora 7,62 mm do inventário do Exército Brasileiro proposta para a experimentação foi a MINIMI, mas seu uso se restringiu tanto pelos números limitados quanto pelas Regras de Engajamento da Intervernção Federal proíbirem disparo de metralhadora.
Ao final da experimentação as frações envolvidas deveriam responder a um questionário sobre vários elementos essenciais.
Segue o parecer final da experiência com base nas respostas do 1º BI Mec e do 15º RC Mec:
a. Os testes que embasaram este estudo foram realizados com os Fuzis que são de dotação do Exército Brasileiro, nos calibres 7,62mm (FAL M964A1) e 5,56mm (IMBEL IA2) em alinhamento com as técnicas e procedimentos previstos também para a pista de tiro prático.
b. O Fz Ass 5,56mm IA2 pode ser empregado em locais onde a progressão em ambiente operacional seja mais dificultada pelos obstáculos naturais ou artificiais, por ser uma arma de menor porte em relação ao Fz 7,62mm. Podemos destacar, também, de forma positiva, o Fz 5,56mm em missões de longas jornadas com patrulhas de longo alcance, por ser mais leve, 3,4 Kg, em relação ao Fz 7,62mm, 4,5 Kg.
c. Para o Grupo de Combate, é interessante que esteja com o mesmo armamento de dotação,
principalmente por questões logísticas, como o municiamento, manutenção e suprimento de peças.
d. Devido às consequências e efeitos colaterais possíveis, em um combate assimétrico, que é muito normal nas últimas décadas, verificamos que uma munição 7,62mm tem um maior poder de penetração, podendo ter uma maior probabilidade de atingir não só um APOP como um civil inocente.
e. Sugere-se que seja utilizado, tanto em missões convencionais como em ambiente urbano, o Fz 5,56mm IMBEL IA2 para todo o GC, devido ao menor peso e tamanho, e ao fato de que a uma distância eficaz de 100m ter sido relatado que não existe variação no alvo, tendo o Fz 7,62mm apenas um poder maior de penetração em obstáculos artificiais.
Link para a apresentação sobre a experimentação:
http://www.ebeventos.eb.mil.br/index.ph ... le/221/244