Re: Porta-Aviões
Enviado: Ter Out 11, 2011 8:57 pm
A ERA DOS PORTA-AVIÕES ESTÁ ACABANDO.
Por Eric Margolis - 29 de agosto de 2011.
A poderosa Marinha dos Estados Unidos não dirá isso em público, mas está cada vez mais preocupada com o desenvolvimento pela China de novos mísseis antinavio. A principal preocupação é o novo DF-21D da China, cujo alvo primário são os enormes porta-aviões da América.
De acordo com fontes chinesas, o míssil balístico antinavio (ASBM) se tornou operacional em números limitados. Originariamente desenvolvido para submarinos, o DF-21D é dito ter um alcance de 2.700 Km e pelo menos alguma capacidade para atacar alvos em movimento.
As forças armadas da China trabalham duro em satélites, radares de radiação de retorno de longo alcance (long-range backscatter radar), submarinos e drones que podem identificar alvos navais móveis até 3.000 Km de distância. Estes sensores sobrepostos proverão dados de tiro precisos e em tempo real para o DF-21D e outros mísseis antinavio aéreos e terrestres.
A Marinha dos Estados Unidos insiste que seus porta-aviões não estão ameaçados por quaisquer dos novos mísseis da China e retém sua liberdade de ação ao largo da China. Mas o DF-21D pode cobrir todo o Mar do Sul da China, incluindo Taiwan.
Estas podem ser novas extremamente más para a Marinha americana, que desdobra 11 grupos de batalha de porta-aviões que permitem aos Estados Unidos projetarem poder em todo o globo.
Baterias de DF-21D baseadas, seguramente terra adentro, podem manter a Marinha americana bem longe das costas da China, isolar Taiwan e ameaçar as bases americanas no Japão, Okinawa e Guam. De fato, a mera existência do DF-21D e seu desdobramento em números consideráveis pode ser o bastante para manter os porta-aviões americanos pelo menos 2.000 Km afastados das costas da China, portanto, além do alcance útil das aeronaves de ataque do porta-aviões.
Como escritor de assuntos navais, de há muito estou convencido de que grandes porta-aviões de ataque estão seguindo o caminho dos couraçados. Deslocando por volta das 100 mil toneladas, eles são alvos enormes, elevados na água, facilmente detectáveis a longas distâncias por radar e sensores infravermelhos. Cada porta-aviões de ataque americano transporta próximo a um milhão de galões de combustível de aviação, mais centenas de toneladas de munições.
A Marinha dos Estados Unidos transformou as operações de porta-aviões numa alta ciência durante a Segunda Guerra Mundial. A USN ficou famosa por suas brilhantes técnicas de controle de danos que impediram a perda de muitas belonaves durante a guerra.
Mas os mísseis antinavio são letais para os porta-aviões. Defesas antimíssil em camadas podem deter pequeno número de mísseis atacantes. Mas, se bastante mísseis de alta velocidade são disparados, a partir de direções diferentes, pelo menos um ou dois atravessarão as defesas do porta-aviões e das escoltas.
Somente um míssil, cheio de explosivos e combustível, atingindo um porta-aviões provocará danos maciços e incêndios que colocarão o grande navio capital fora de ação. Eu participei de numerosas simulações de guerra naval: em quase todos os casos, alguns mísseis antinavio disparados por aeronaves e submarinos inimigos inevitavelmente vazam através das camadas de defesa e atingem os porta-aviões. Cada um destes e suas escoltas custam mais de $ 25 bilhões (sem incluir as aeronaves). Eles, simplesmente não podem ser colocados em risco perante econômicos mísseis chineses.
Oficialmente, a Marinha americana nega afirmações de que seus amados porta-aviões estão cada vez mais vulneráveis. A alta chefia da Marinha é dominada por antigos aviadores navais, da mesma forma como a Marinha pré-Segunda Guerra era controlada por almirantes de couraçados. Há um enorme preconceito institucional contra o abandono dos grandes porta-aviões de ataque, justamente como há uma amarga oposição da Marinha e da Força Aérea em abandonar os aviões de caça tripulados e se basear em drones.
O que torna ainda mais espantoso um artigo na edição de maio de 2011 do US Naval Institute Proceedings (para o qual já escrevi) por dois estrategistas do Pentágono instando por um imediato fim da construção de porta-aviões, "Proceedings" é a voz do estabelecimento naval dos Estados Unidos.
Uma heresia dessas ser impressa é uma bomba. Mas uma necessária. É tempo para a Marinha dos Estados Unidos encarar os fatos e planejar para a obsolescência de seus porta-aviões de ataque. Ainda haverá um papel para porta-aviões menores, transportando drones e helicópteros, mas em tempo de guerra, os dias dos poderosos conveses planos, que conquistaram as épicas vitórias da Segunda Guerra Mundial em Midway e nas Marianas, estão acabados.
A China reconheceu isto ao desdobrar um porta-aviões de médio porte, este mês, que pode ser equipado com aeronaves de asa fixa, drones e helicópteros.
Seria extremamente dispendioso para os quase falidos Estados Unidos desenvolverem novos sistemas que possam conter os mísseis navais da China. Isto significa que a 7ª Esquadra dos Estados Unidos terá de patrulhar muito afastada das costas, onde sua influência será agudamente diminuída, ou até mesmo neutralizada. O Pacífico Norte não mais será um lago americano.
Por Eric Margolis - 29 de agosto de 2011.
A poderosa Marinha dos Estados Unidos não dirá isso em público, mas está cada vez mais preocupada com o desenvolvimento pela China de novos mísseis antinavio. A principal preocupação é o novo DF-21D da China, cujo alvo primário são os enormes porta-aviões da América.
De acordo com fontes chinesas, o míssil balístico antinavio (ASBM) se tornou operacional em números limitados. Originariamente desenvolvido para submarinos, o DF-21D é dito ter um alcance de 2.700 Km e pelo menos alguma capacidade para atacar alvos em movimento.
As forças armadas da China trabalham duro em satélites, radares de radiação de retorno de longo alcance (long-range backscatter radar), submarinos e drones que podem identificar alvos navais móveis até 3.000 Km de distância. Estes sensores sobrepostos proverão dados de tiro precisos e em tempo real para o DF-21D e outros mísseis antinavio aéreos e terrestres.
A Marinha dos Estados Unidos insiste que seus porta-aviões não estão ameaçados por quaisquer dos novos mísseis da China e retém sua liberdade de ação ao largo da China. Mas o DF-21D pode cobrir todo o Mar do Sul da China, incluindo Taiwan.
Estas podem ser novas extremamente más para a Marinha americana, que desdobra 11 grupos de batalha de porta-aviões que permitem aos Estados Unidos projetarem poder em todo o globo.
Baterias de DF-21D baseadas, seguramente terra adentro, podem manter a Marinha americana bem longe das costas da China, isolar Taiwan e ameaçar as bases americanas no Japão, Okinawa e Guam. De fato, a mera existência do DF-21D e seu desdobramento em números consideráveis pode ser o bastante para manter os porta-aviões americanos pelo menos 2.000 Km afastados das costas da China, portanto, além do alcance útil das aeronaves de ataque do porta-aviões.
Como escritor de assuntos navais, de há muito estou convencido de que grandes porta-aviões de ataque estão seguindo o caminho dos couraçados. Deslocando por volta das 100 mil toneladas, eles são alvos enormes, elevados na água, facilmente detectáveis a longas distâncias por radar e sensores infravermelhos. Cada porta-aviões de ataque americano transporta próximo a um milhão de galões de combustível de aviação, mais centenas de toneladas de munições.
A Marinha dos Estados Unidos transformou as operações de porta-aviões numa alta ciência durante a Segunda Guerra Mundial. A USN ficou famosa por suas brilhantes técnicas de controle de danos que impediram a perda de muitas belonaves durante a guerra.
Mas os mísseis antinavio são letais para os porta-aviões. Defesas antimíssil em camadas podem deter pequeno número de mísseis atacantes. Mas, se bastante mísseis de alta velocidade são disparados, a partir de direções diferentes, pelo menos um ou dois atravessarão as defesas do porta-aviões e das escoltas.
Somente um míssil, cheio de explosivos e combustível, atingindo um porta-aviões provocará danos maciços e incêndios que colocarão o grande navio capital fora de ação. Eu participei de numerosas simulações de guerra naval: em quase todos os casos, alguns mísseis antinavio disparados por aeronaves e submarinos inimigos inevitavelmente vazam através das camadas de defesa e atingem os porta-aviões. Cada um destes e suas escoltas custam mais de $ 25 bilhões (sem incluir as aeronaves). Eles, simplesmente não podem ser colocados em risco perante econômicos mísseis chineses.
Oficialmente, a Marinha americana nega afirmações de que seus amados porta-aviões estão cada vez mais vulneráveis. A alta chefia da Marinha é dominada por antigos aviadores navais, da mesma forma como a Marinha pré-Segunda Guerra era controlada por almirantes de couraçados. Há um enorme preconceito institucional contra o abandono dos grandes porta-aviões de ataque, justamente como há uma amarga oposição da Marinha e da Força Aérea em abandonar os aviões de caça tripulados e se basear em drones.
O que torna ainda mais espantoso um artigo na edição de maio de 2011 do US Naval Institute Proceedings (para o qual já escrevi) por dois estrategistas do Pentágono instando por um imediato fim da construção de porta-aviões, "Proceedings" é a voz do estabelecimento naval dos Estados Unidos.
Uma heresia dessas ser impressa é uma bomba. Mas uma necessária. É tempo para a Marinha dos Estados Unidos encarar os fatos e planejar para a obsolescência de seus porta-aviões de ataque. Ainda haverá um papel para porta-aviões menores, transportando drones e helicópteros, mas em tempo de guerra, os dias dos poderosos conveses planos, que conquistaram as épicas vitórias da Segunda Guerra Mundial em Midway e nas Marianas, estão acabados.
A China reconheceu isto ao desdobrar um porta-aviões de médio porte, este mês, que pode ser equipado com aeronaves de asa fixa, drones e helicópteros.
Seria extremamente dispendioso para os quase falidos Estados Unidos desenvolverem novos sistemas que possam conter os mísseis navais da China. Isto significa que a 7ª Esquadra dos Estados Unidos terá de patrulhar muito afastada das costas, onde sua influência será agudamente diminuída, ou até mesmo neutralizada. O Pacífico Norte não mais será um lago americano.