J.Ricardo escreveu: Seg Mar 31, 2025 2:52 pm
Pode ter certeza que estão olhando o mercado externo, gastar com projeto esperando que pingue alguma coisa aqui é bem arriscado.
O problema é que o mercado de metralhadoras lá fora está repleto de marcas e versões a perder de vista, e via de regra, os países que fabricam tal tipo armas, costumam usá-las em suas próprias ffaa's, até como atestado de qualidade para outrem. Esta "quase formalidade" é que pode ferrar com o projeto da empresa já no início. Afinal, quem compraria uma metralhadora da Taurus se nem para o exército brasileiro ela conseguir vender o seu produto?
Mas note-se também que a empresa não falou em uma metralhadora média. Então, aparentemente, o foco seria equipar tropas leves, como pqd e fuz nvs e\ou inf aeromóvel, concorrendo em um nicho de mercado no ocidente que é ocupado na maior parte pela Minimi, é ou será um osso duríssimo de roer.
Talvez, e bota talvez nisso, o EB se visse impelido a vislumbrar o emprego de um produto nacional para as tropas da FORPRON, e quebrar o galho da Taurus, já que não seria necessário comprar muitas unidades, apenas o suficiente para equipar um único batalhão na bda paraquedista e outro na 12a Amv, e talvez, quem sabe, algum BIS, para "manutenção de doutrina".
De qualquer forma, ainda existem muitos btl inf no exército que nunca viram uma Minimi na vida - presumo na verdade que a imensa maioria deles - ou até mesmo uma MAG. Pode ser aí que o apelo pelo produto nacional talvez consiga encontrar o seu espaço. O argumento de geração de emprego, renda e tecnologia nacional às vezes são bem convincentes, e a bancada parlamentar do RS quando quer, consegue arrumar lá seus interesses junto ao congresso. E não haveria problema com verbas para comprar da Taurus, vide os polpudas recursos do orçamento federal a que tem direito os nobres deputados e senadores.
Um btl inf do exército, em geral, tem demanda para cerca de 72 mtr leves em seus Pel Inf. As MAG e\ou Minimi 7.62mm são empregadas a nível de Cia Inf e Cia Cmdo Ap do batalhão. Não sei como o EB anda organizando isso hoje, mas, pelo menos não nos falta com certeza demanda para justificar uma linha de produção para equipar a infantaria com o produto da Taurus, se quiséssemos.
Acho, na verdade quero crer, que de alguma forma haja inputs vindo das ffaa's tendo como pano de fundo toda essa muvuca causada pela guerra da Ucrânia, e agora, pelo novo governo norte americano, que está reduzindo a pó as relações bilaterais com meio mundo. E nós cedo ou tarde vamos acabar sendo atingindos de alguma forma por tudo isso. E na falta de conseguir comprar lá fora até o mínimo básico necessário, como sempre esteve-se acostumado, o EB veja esse projeto da Taurus com bons olhos. Resta saber se vai funcionar ou não.