DESAER ATL-100
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Re: DESAER ATL-100
A Desaer é uma empresa privada, e está fazendo, até onde sei, o papel dela de procurar financiamento para aquilo que supera a capacidade de investimento de seus donos.
Em qualquer país civilizado existem muitas opções de créditos públicos e privados para quem quer investir (investimento de risco, por tanto de longo prazo e com retorno equivalente) em PDI.
No Brasil não temos essa cultura. Aqui a regra é sempre pouca farinha meu pirão primeiro.
Como a Desaer existem com certeza muitas empresas no país tentando se dar bem e vender o seu peixe, mas a maioria delas não tenta projetar e vender aviões.
É um mercado de alto risco e poucas empresas e pessoas topam investir no mesmo, e mais ainda, arriscar seus recursos em projetos que não necessariamente sejam o top of mind do mercado.
Aviação pelo que conheço e acompanho é considerado um setor estratégico nos países ditos desenvolvidos, e quase tudo nele passa pelos subsídios do Estado por diversas vias, e bem pouca coisa por financiamento privado. No Brasil também não temos essa percepção apesar de todo o esforço da FAB neste sentido. Sem uma sociedade educada e preparada para suportar as demandas que ciência e tecnologia se lhes impõe, o futuro vai ser sempre o mesmo... agro é tec, agro é pop, agro é tudo.
Muito bom para todos os nossos muitos clientes das gigantescas plantações de monocultura que temos por aqui desde 1500.
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Como a Desaer existem com certeza muitas empresas no país tentando se dar bem e vender o seu peixe, mas a maioria delas não tenta projetar e vender aviões.
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Re: DESAER ATL-100
Mas aí já é foda, no que o cara vê que nem argumento tem - nada de incomum, aliás - já vira Drama Queen com choradeira passivo-agressiva de militante teen.
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Re: DESAER ATL-100
existem inúmeras pequenas empresas de sucesso no Brasil, que se dão bem aqui e no estrangeiro.... sem ficar pedindo dinheiro aos outros...FCarvalho escreveu: Qui Fev 10, 2022 12:02 pm A Desaer é uma empresa privada, e está fazendo, até onde sei, o papel dela de procurar financiamento para aquilo que supera a capacidade de investimento de seus donos.
Em qualquer país civilizado existem muitas opções de créditos públicos e privados para quem quer investir (investimento de risco, por tanto de longo prazo e com retorno equivalente) em PDI.
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Como a Desaer existem com certeza muitas empresas no país tentando se dar bem e vender o seu peixe, mas a maioria delas não tenta projetar e vender aviões.
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Por exemplo, Octans Aircraft, que desde 2022 já entregou 240 aviões e, agora, desenvolve um monomotor para cinco ocupantes; Scoda Aeronáutica, fundada em 1997, que atende o mercado brasileiro e já vendeu para clientes da América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia; Paradise, que em 2010 recebeu o prêmio de empresa do ano na área de aviação, nos Estados Unidos; ACS, que em 2015 fez o voo inaugural do primeiro avião com motor elétrico projetado no Brasil, e inúmeras outras.
As que não concordam com o regime fiscal vigente no pais ou em algum estado, tranferem sua fabricação para outro lugar como a Wega Aircraft de Santa Catarina ( e seu excelente Wega 180 que a meu ver deveria ser o substituto do T-25 na AFA) que foi fabricar no Paraguay.
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Re: DESAER ATL-100
Bem, diz aí donzela adormecida do lavrado, onde foi que eu fui agressivo contigo quando nem te citar eu fiz?Túlio escreveu: Qui Fev 10, 2022 10:37 pmMas aí já é foda, no que o cara vê que nem argumento tem - nada de incomum, aliás - já vira Drama Queen com choradeira passivo-agressiva de militante teen.
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Re: DESAER ATL-100
Muito interessante. Obrigado pela info. Vou procurar saber mais.Lucubus escreveu: Sex Fev 11, 2022 10:42 am existem inúmeras pequenas empresas de sucesso no Brasil, que se dão bem aqui e no estrangeiro.... sem ficar pedindo dinheiro aos outros...
Por exemplo, Octans Aircraft, que desde 2022 já entregou 240 aviões e, agora, desenvolve um monomotor para cinco ocupantes; Scoda Aeronáutica, fundada em 1997, que atende o mercado brasileiro e já vendeu para clientes da América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia; Paradise, que em 2010 recebeu o prêmio de empresa do ano na área de aviação, nos Estados Unidos; ACS, que em 2015 fez o voo inaugural do primeiro avião com motor elétrico projetado no Brasil, e inúmeras outras.
As que não concordam com o regime fiscal vigente no pais ou em algum estado, tranferem sua fabricação para outro lugar como a Wega Aircraft de Santa Catarina ( e seu excelente Wega 180 que a meu ver deveria ser o substituto do T-25 na AFA) que foi fabricar no Paraguay.
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Re: DESAER ATL-100
FCarvalho escreveu: Sex Fev 11, 2022 7:14 pmBem, diz aí donzela adormecida do lavrado, onde foi que eu fui agressivo contigo quando nem te citar eu fiz?Túlio escreveu: Qui Fev 10, 2022 10:37 pmMas aí já é foda, no que o cara vê que nem argumento tem - nada de incomum, aliás - já vira Drama Queen com choradeira passivo-agressiva de militante teen.
Entrou agora em mode Drama Queen POWER!
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Re: DESAER ATL-100
Lucubus, eu também vou procurar saber mais. Não conhecia todos os que citou.
Só estão minhas críticas ao Desaer. Enquanto essas empresas, sem muito alarde, sem dezenas de powerpoints, criaram seus produtos, e estão vendendo. Sim são pequenas, mas existem.
Já a Desaer, até agora é só um monte de imagens em algum HD por aí. Mas fazem um alarde enorme!!!
Tomara que saiam da Matrix para o mundo real.
Só estão minhas críticas ao Desaer. Enquanto essas empresas, sem muito alarde, sem dezenas de powerpoints, criaram seus produtos, e estão vendendo. Sim são pequenas, mas existem.
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Re: DESAER ATL-100
Pois é, desde a nordestina Paradise até a sulista Wega, tem gente trabalhando e vendendo sem tentar lesar ninguem.... nem precisa citar as pequenas do interior de São Paulo neste mundão de Brasil.Cassio escreveu: Sex Fev 11, 2022 7:26 pm Lucubus, eu também vou procurar saber mais. Não conhecia todos os que citou.
Só estão minhas críticas ao Desaer. Enquanto essas empresas, sem muito alarde, sem dezenas de powerpoints, criaram seus produtos, e estão vendendo. Sim são pequenas, mas existem.
Já a Desaer, até agora é só um monte de imagens em algum HD por aí. Mas fazem um alarde enorme!!!
Tomara que saiam da Matrix para o mundo real.
e por aqui tentando economizar para um Super Petrel da Scoda....... brasileiro vive de sonhos
slds
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Re: DESAER ATL-100
Só para eu tentar entender melhor, podes explicar esta parte?Lucubus escreveu: Sex Fev 11, 2022 11:49 pm [Pois é, desde a nordestina Paradise até a sulista Wega, tem gente trabalhando e vendendo sem tentar lesar ninguem.... nem precisa citar as pequenas do interior de São Paulo neste mundão de Brasil.
e por aqui tentando economizar para um Super Petrel da Scoda....... brasileiro vive de sonhos
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Re: DESAER ATL-100
FCarvalho escreveu: Dom Fev 13, 2022 2:38 pm
Só para eu tentar entender melhor, podes explicar esta parte?
Mas não é ÓBVIO? Uns identificam um nicho de mercado, pesquisam e criam as especificações, fazem um desenho, testam um ou mais protótipos e saem à cata de financiamento PRIVADO (*) para iniciar a produção e venda; outros apenas fazem o desenho e tentam extorquir o PAGADOR DE IMPOSTOS a financiar na marra, à base do véio e surrado "porque sim".
Notar, nem é minha reclamação o uso do $$$ chamado "público", afinal, o governo já me extorquiu mesmo, que diferença me faria usarem pra botar água no Nordeste, onde eu não moro, ou apenas roubar e distribuir entre os cupinchas? NENHUMA, já fui roubado mesmo, POWS!!!
(((Seria como reclamar do assaltante não porque me apontou uma arma e roubou meu dinheiro, mas apenas porque o foi gastar com drogas em vez de alimentos )))
(*) - Um exemplo disso; não é avião mas vai ver se os caras foram pedir penico pra governo:
Notar, nem é minha reclamação o uso do $$$ chamado "público", afinal, o governo já me extorquiu mesmo, que diferença me faria usarem pra botar água no Nordeste, onde eu não moro, ou apenas roubar e distribuir entre os cupinchas? NENHUMA, já fui roubado mesmo, POWS!!!
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(*) - Um exemplo disso; não é avião mas vai ver se os caras foram pedir penico pra governo:
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Re: DESAER ATL-100
FCarvalho...
O meu pé atrás com relação a DESAER não é porque apresentam powerpoints... todas as empresas fazem isso. O que me incomoda é que depois de vários anos, até o momento, ela SÓ faz isso.
Vieram com o ATL-100, uma aeronave simplesinha e que até acho ter um conceito interessante. Apresentaram este conceito em busca de atrair atenção e interesse de potenciais compradores (notadamente queriam apoio da FAB para bancar seu desenvolvimento). Como o interesse não apareceu, vieram depois com aquela história que já tinham uma encomenda.
O tempo passou e a "empresa" continuavam sendo uma salinha numa incubadora de negócios dentro do DCTA.
Aí vieram com aquela história de parceria em Portugal para o desenvolvimento e produção lá, além da linha de montagem aqui... e novamente se mostrou um powerpoint.
Até aí faltava apenas mostrarem alguma evolução do projeto... Disseram então que alguns fornecedores estavam selecionados. Muito bom. Mas e aí? Nada. Não vi nenhum detalhamento do projeto, nenhuma informação sobre onde seria a fábrica, ou se já começaram a usinar algo. Tudo continuava saindo da mesma salinha da incubadora.
Tudo parecia indicar que estavam com dificuldades de conseguir $$$ para bancar a saída da ideia do mundo virtual para o real.
Eu botava muito mais fé na Novaer, que também mostrou avião em powerpoint, mas que tinha um galpão e logo mostrou seus produtos reais, em voo. Mas mesmo assim, deu no que deu. Arrumaram um financiador estrangeiro que "comprou" e levou o projeto embora... (segundo informações a coisa está andando e mais dois protótipos estão sendo construídos).
Voltando a Desaer... e é aí que a coisa começa a ficar "estranha". Em vez de apresentar maior detalhes do seu ATL100... de repente vieram com outra aeronave de ppt, um turboélice maior, bem mais complexo, e que exigiria muito mais capital e capacitação para desenvolver. Agora aparece outro ppt dizendo que o ATL100, aquele mesmo cujo motor já estava selecionado, será uma aeronave híbrida.
Quero ver a Desaer fazendo algo no mundo físico. Quero que apresentem algo que está evoluindo, pois o que me parece é que são uma empresa que desenvolve e apresenta ideias, nada além disso. Quero muito que dê certo, mas a cada anúncio que ela solta falando de um novo modelo, uma nova versão... mais me parece que não passará de um monte de ppts bonitinhos.
Vamos Desaer, me mostre algo que me faça crer que a coisa vai acontecer!!!!
O meu pé atrás com relação a DESAER não é porque apresentam powerpoints... todas as empresas fazem isso. O que me incomoda é que depois de vários anos, até o momento, ela SÓ faz isso.
Vieram com o ATL-100, uma aeronave simplesinha e que até acho ter um conceito interessante. Apresentaram este conceito em busca de atrair atenção e interesse de potenciais compradores (notadamente queriam apoio da FAB para bancar seu desenvolvimento). Como o interesse não apareceu, vieram depois com aquela história que já tinham uma encomenda.
O tempo passou e a "empresa" continuavam sendo uma salinha numa incubadora de negócios dentro do DCTA.
Aí vieram com aquela história de parceria em Portugal para o desenvolvimento e produção lá, além da linha de montagem aqui... e novamente se mostrou um powerpoint.
Até aí faltava apenas mostrarem alguma evolução do projeto... Disseram então que alguns fornecedores estavam selecionados. Muito bom. Mas e aí? Nada. Não vi nenhum detalhamento do projeto, nenhuma informação sobre onde seria a fábrica, ou se já começaram a usinar algo. Tudo continuava saindo da mesma salinha da incubadora.
Tudo parecia indicar que estavam com dificuldades de conseguir $$$ para bancar a saída da ideia do mundo virtual para o real.
Eu botava muito mais fé na Novaer, que também mostrou avião em powerpoint, mas que tinha um galpão e logo mostrou seus produtos reais, em voo. Mas mesmo assim, deu no que deu. Arrumaram um financiador estrangeiro que "comprou" e levou o projeto embora... (segundo informações a coisa está andando e mais dois protótipos estão sendo construídos).
Voltando a Desaer... e é aí que a coisa começa a ficar "estranha". Em vez de apresentar maior detalhes do seu ATL100... de repente vieram com outra aeronave de ppt, um turboélice maior, bem mais complexo, e que exigiria muito mais capital e capacitação para desenvolver. Agora aparece outro ppt dizendo que o ATL100, aquele mesmo cujo motor já estava selecionado, será uma aeronave híbrida.
Quero ver a Desaer fazendo algo no mundo físico. Quero que apresentem algo que está evoluindo, pois o que me parece é que são uma empresa que desenvolve e apresenta ideias, nada além disso. Quero muito que dê certo, mas a cada anúncio que ela solta falando de um novo modelo, uma nova versão... mais me parece que não passará de um monte de ppts bonitinhos.
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Re: DESAER ATL-100
Pelo pouco que se sabe deste projeto, e eu sei menos ainda sobre as reais condições da DESAER, de público, E pelo que vi nas falas de um dos sócios proprietários, eles a princípio tiraram do bolso para poder arrumar o projeto e organizar a empresa, seja lá o que for isso, e gerar o conceito do ATL-100. Isto feito, ainda na fala dele, o projeto nesta altura precisa de investidores, ou seja, de recursos para viabilizar a produção de um protótipo e demais espaços físicos necessários para fazer toda aquela parte de provas de conceito, de voo e engenharia. Aparentemente eles teriam conseguido os espaços físicos em MG, mas isto também ficou só no anúncio até agora.Túlio escreveu: Dom Fev 13, 2022 2:53 pmFCarvalho escreveu: Dom Fev 13, 2022 2:38 pm Só para eu tentar entender melhor, podes explicar esta parte?Mas não é ÓBVIO? Uns identificam um nicho de mercado, pesquisam e criam as especificações, fazem um desenho, testam um ou mais protótipos e saem à cata de financiamento PRIVADO (*) para iniciar a produção e venda; outros apenas fazem o desenho e tentam extorquir o PAGADOR DE IMPOSTOS a financiar na marra, à base do véio e surrado "porque sim".
Notar, nem é minha reclamação o uso do $$$ chamado "público", afinal, o governo já me extorquiu mesmo, que diferença me faria usarem pra botar água no Nordeste, onde eu não moro, ou apenas roubar e distribuir entre os cupinchas? NENHUMA, já fui roubado mesmo, POWS!!!
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(*) - Um exemplo disso; não é avião mas vai ver se os caras foram pedir penico pra governo:
Eu suponho que os donos da empresa devem estar falando com muita gente por aí a cata de interessados em botar dinheiro no projeto, mas a procura ao menos aqui no Brasil não rendeu, como ele mesmo afirmou em entrevista ano passado. Estão tentando lá fora. Vamos ver no que dá. O BNDES foi procurado segundo um dos donos, mas deram com a cara na porta. E os bancos nacionais também não viabilizam qualquer tipo de projeto de risco. E quando o fazem é literalmente para a arrancar a pele de qualquer um, ainda segundo o sócio proprietário.
Me parece que o projeto, e a Desaer, chegaram a um ponto em que ou jogam a toalha de vez e desistem, ou simplesmente admitem que os projetos da empresa não são viáveis nas condições atuais apresentadas no país e fora dele e, portanto, serão vendidos para quem se interessar em fazê-los sair do papel. Se houver quem se interesse.
Já contei por curiosidade outro dia as empresas de táxi aéreo com sede no Eduardo Gomes. Há pelo menos 3 ou 4 que operam EMB-120 Brasília, EMB-110 Bandeirantes e os onipresentes Cessna Caravan, principalmente. Agora temos mais uma empresa, a Bemol, que é tipo uma Havan da vida na região norte, e que está investindo nos Caravan via empresa aérea para transporte de carga para o interior. Todas elas, penso aqui com os meus botões, já devem estar cientes da existência do ATL-100 e agora do ATL-300, mas, todas tem um problema em comum: não tem liquides, patrimônio e muito menos reservas monetárias para conseguir financiamento para adquirir um ou outro avião caso decidissem investir neles. E esta não é uma situação apenas típica das empresas de táxi aéreo aqui do norte, mas é geral fora do centro-sul do país. E sem quem possa de fato investir nos projetos da Desaer no Brasil, é bem provável que estes aviões jamais saiam do papel no que depender apenas e tão somente do mercado brasileiro. Seja ele financeiro ou de aviação regional.
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Re: DESAER ATL-100
E como eu falei ao Túlio, Cássio.Cassio escreveu: Seg Fev 14, 2022 5:04 am FCarvalho...
O meu pé atrás com relação a DESAER não é porque apresentam powerpoints... todas as empresas fazem isso. O que me incomoda é que depois de vários anos, até o momento, ela SÓ faz isso.
Vieram com o ATL-100, uma aeronave simplesinha e que até acho ter um conceito interessante. Apresentaram este conceito em busca de atrair atenção e interesse de potenciais compradores (notadamente queriam apoio da FAB para bancar seu desenvolvimento). Como o interesse não apareceu, vieram depois com aquela história que já tinham uma encomenda.
O tempo passou e a "empresa" continuavam sendo uma salinha numa incubadora de negócios dentro do DCTA.
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Até aí faltava apenas mostrarem alguma evolução do projeto... Disseram então que alguns fornecedores estavam selecionados. Muito bom. Mas e aí? Nada. Não vi nenhum detalhamento do projeto, nenhuma informação sobre onde seria a fábrica, ou se já começaram a usinar algo. Tudo continuava saindo da mesma salinha da incubadora.
Tudo parecia indicar que estavam com dificuldades de conseguir $$$ para bancar a saída da ideia do mundo virtual para o real.
Eu botava muito mais fé na Novaer, que também mostrou avião em powerpoint, mas que tinha um galpão e logo mostrou seus produtos reais, em voo. Mas mesmo assim, deu no que deu. Arrumaram um financiador estrangeiro que "comprou" e levou o projeto embora... (segundo informações a coisa está andando e mais dois protótipos estão sendo construídos).
Voltando a Desaer... e é aí que a coisa começa a ficar "estranha". Em vez de apresentar maior detalhes do seu ATL100... de repente vieram com outra aeronave de ppt, um turboélice maior, bem mais complexo, e que exigiria muito mais capital e capacitação para desenvolver. Agora aparece outro ppt dizendo que o ATL100, aquele mesmo cujo motor já estava selecionado, será uma aeronave híbrida.
Quero ver a Desaer fazendo algo no mundo físico. Quero que apresentem algo que está evoluindo, pois o que me parece é que são uma empresa que desenvolve e apresenta ideias, nada além disso. Quero muito que dê certo, mas a cada anúncio que ela solta falando de um novo modelo, uma nova versão... mais me parece que não passará de um monte de ppts bonitinhos.
Vamos Desaer, me mostre algo que me faça crer que a coisa vai acontecer!!!!
Aqui em Manaus tem 3 ou 4 empresas de táxi aéreo que poderiam até se interessar pelos ATL-100, vide os aviões que operam, mas a situação financeira delas - e a nossa realidade sócio-econômica - não permite que elas façam "aventuras" além daquilo que lhes cabe a realidade própria que é tentar vender passagens aéreas em uma região onde a imensa maioria das pessoas jamais terá condições de entrar em uma aeronave, a não ser talvez como paciente. Idem para os outros estados da região. Nordeste e centro-oeste é basicamente a mesma coisa.
Então, no que depender essencialmente da nossa aviação regional, e do sistema brasileiro bancário, público ou privado, os projetos da DESAER estão fadados ao fracasso. Por mais que eles tenham anunciado parcerias, definições desta ou aquela parte do avião, e por aí vai.
O problema a meu ver é que a empresa não consegue ninguém que queira bancar a parte operacional do investimento no ATL-100, e com certeza muito menos no proposto ATL-300. Culpa de quem? Não sei. Acho que de todo mundo. Vivemos em um país onde hoje investir em qualquer coisa que não seja agro, ou "no social", se torna uma aventura quase homérica. É para poucos, e muito loucos.
Do ponto de vista meramente da política de defesa, a DESAER, assim como outras empresas e projetos do setor de aeronáutica e espaço poderiam ter melhores chances de sobreviver, crescer e investir se o Estado quisesse, ou fizesse, o seu dever de casa, como reza a tal da END, tão decantada e ao mesmo tempo tão frustrante como documento norteador de todo um setor público.
Enfim, sabemos nós aqui, em um cantinho perdido nesse mundão que é a internet, dos problemas e das necessidades das forças armadas em termos de aviação. Sabemos que a FAB, e até mesmo Avex e Aviação Naval, precisam de novos vetores e de mais investimento. Mas para por aí. Sabemos, mas não fazemos. Queremos, mas não podemos. Onde vamos parar assim? Não sei.
Penso que a BID e todos que militam na aviação comercial do Brasil sabem muito bem que tipo de país eles tem para tentar cada um vender o seu peixe. E sabem também que no que depender única e exclusivamente do Estado, seja para a Defesa, seja para o setor comercial da aviação, não se pode esperar grandes coisas em termos de investimento, para um ou para outro.
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Re: DESAER ATL-100
Estava vendo algumas matérias sobre o mercado de aviação regional e os novos lançamentos da Embraer, e a questão que hora tem chamado a atenção de todos é o futuro dos combustíveis para aeronaves que se encontra em um momento delicado de transição, com os próximos 10 a 15 anos sendo tratados como definidores do que será dos projetos de aviões que hora tem-se mostrados nas feiras e eventos aeronáuticos.
A Embraer tem na proposta dos aeronaves Energy e suas múltiplas capacidades de operar com vários tipos de propulsão e combustíveis uma aposta no longo prazo cobrindo vários setores da aviação regional. No Singapure Airshow a empresa confirmou que deve lançar o novo turbohélice ainda este ano ou mais tardar no primeiro semestre de 2023, mas o modelo de combustível e propulsão ainda está em aberto. Confirmado mesmo está apenas a referência da fuselagem nos E-Jet. Será um avião com capacidade entre 70 e 90 assentos.
Isto significa que a partir da próxima década as escolhas de combustíveis deverá se amparar os estudos sobre propulsão elétrica, combustíveis biodegradáveis, derivados de outros produtos que não petróleo e outras apostas menos claras ainda.
Neste sentido, os aviões da DESAER tem duas opções frente a este mercado em mutação: uma, aposta na propulsão convencional e arrisca investir em mercados que ainda não demandam o uso destas novas tecnologias, e no aperfeiçoamento dos motores atuais e/ou novos que vem por aí; ou dois, aposta desde já na opção dos motores híbridos ou em motores de nova geração já com o uso de novos propulsores e combustíveis.
Conquanto, fato é que nada disso ainda está maduro o suficiente para entrar em operação antes da próxima década, e ainda temos 8 anos para definir o que será dos modelos que se pretende lançar neste meio tempo. Uma decisão complexa e muito difícil, mesmo para a Embraer, que está muito cautelosa sobre o assunto, mesmo acompanhando de perto todas essas miscelâneas do mercado.
Disto fica uma pergunta: o mercado de aviação de transporte militar irá adotar com a mesma empolgação do mercado civil todas estas novas tecnologias no curto e médio prazo?
A ver.
A Embraer tem na proposta dos aeronaves Energy e suas múltiplas capacidades de operar com vários tipos de propulsão e combustíveis uma aposta no longo prazo cobrindo vários setores da aviação regional. No Singapure Airshow a empresa confirmou que deve lançar o novo turbohélice ainda este ano ou mais tardar no primeiro semestre de 2023, mas o modelo de combustível e propulsão ainda está em aberto. Confirmado mesmo está apenas a referência da fuselagem nos E-Jet. Será um avião com capacidade entre 70 e 90 assentos.
Isto significa que a partir da próxima década as escolhas de combustíveis deverá se amparar os estudos sobre propulsão elétrica, combustíveis biodegradáveis, derivados de outros produtos que não petróleo e outras apostas menos claras ainda.
Neste sentido, os aviões da DESAER tem duas opções frente a este mercado em mutação: uma, aposta na propulsão convencional e arrisca investir em mercados que ainda não demandam o uso destas novas tecnologias, e no aperfeiçoamento dos motores atuais e/ou novos que vem por aí; ou dois, aposta desde já na opção dos motores híbridos ou em motores de nova geração já com o uso de novos propulsores e combustíveis.
Conquanto, fato é que nada disso ainda está maduro o suficiente para entrar em operação antes da próxima década, e ainda temos 8 anos para definir o que será dos modelos que se pretende lançar neste meio tempo. Uma decisão complexa e muito difícil, mesmo para a Embraer, que está muito cautelosa sobre o assunto, mesmo acompanhando de perto todas essas miscelâneas do mercado.
Disto fica uma pergunta: o mercado de aviação de transporte militar irá adotar com a mesma empolgação do mercado civil todas estas novas tecnologias no curto e médio prazo?
A ver.
Carpe Diem