@FCarvalho, antes de mais nada, mas dá onde você tirou que a missão da 12ª é ser aerotransportável? Isso você tirou de algum manual ou é opinião sua? Se for a segunda opção, sinto informar, mas a 12ª não é treinada ou mantém doutrina de assalto aerotransportado. Se você está falando em transportar a tropa via aeronave para Boa Vista e eles lutarem igual infantaria leve, sinto dizer mas já existem unidades como essa lá, como BIS - que a tarefa não é só lutar no meio do mato - BIMtz, ainda RCM e RCB pra apoiar, fora o resto. Não há nenhuma necessidade de manter KC-390 no Galeão, nem os A-330.
Você quer Y-20 pra complementar KC-390 no transporte de Paraquedista e envio de suprimentos, já que não citou absolutamente nada sobre o resto. Seríamos a única Força Aérea do Mundo que comprou uma aeronave dessa classe pra usar igual a um transporte tático, mas levando um pouco mais de paraquedista. Sério?
Outra coisa, aqui já vemos que claramente você não está se consideração o inimigo que está enfrentando. Y-20 fazer ressuprimento em Tabatinga, mas contra quem? Um Y-20 é uma aeronave de uso estratégico, primário para prestar suprimentos para Brigadas Inteira, basta olhar os manuais Americanos a respeito do C-17 e o Y-20 foi desenvolvido com base nisso. Além disso, essas aeronaves são concebidas para
Rapid Deployment, como para Unidades da ABCT ou mesmo da SBCT para locais próximas em TO's necessários.
Você comete alguns erros de julgamento terríveis, você precisa levar em consideração quem está enfrentando e as capacidades do mesmo, vejamos os erros estratégicos em seu julgamento:
Tabatinga: Tabatinga é cidade fronteiriça, fica dividindo fronteira com a cidade de Letícia no lado Colombiano e, do outro lado, Santa Rosa de Yavari, no Peru. A distância da faixa de fronteira até o aeroporto de Tabatinga é de 4 km, por tanto, o aeroporto fica no alcance de morteiros e até de mísseis anticarro como Spike LR, que tem capacidade LOAL. Em caso de conflito armado contra a Colômbia, eles só tem uma forma de receber reforços, que é seu aeroporto, já que não há estradas que conectem Letícia com o resto do país. Santa Rosa de Yavari é pior ainda. Tabatinga também não tem rota rodoviária com o restante do país. Pode me explicar, de forma lógica, o porque de transportar materiais pra lá com Y-20, especialmente máquinas e veículos? Seriam usados pra quê? Só Infantaria já basta, tem o 8º BIS na Região e seria interessante criar um PEF em Benjamin, que é ali bem próximo e já chega. Não há nenhum sentido lógico para transportar viaturas pra região, zero e mesmo assim, na hora que qualquer aeronave pousar no aeroporto, vai tomar chuva de morteiro e o mesmo vai acontecer se os Colombianos tentarem transportar tropas via aérea e pousar no aeroporto de Letícia.
Aqui nem preciso me estender muito, fica claro aqui que os Colombianos não conseguem colocar força na região e não há a mínima necessidade lógica de mandar blindados e máquinas pra lá, isso é ridículo;
Cruzeiro do Sul: quem atacaria Cruzeiro do Sul, o Peru? Para atacar Cruzeiro do Sul, eles precisariam de uma MONTANHA LOGÍSTICA. As tropas do Peru na nossa fronteira são as 3ª Brigada de Forças Especiais em Tarapoto e as 5ª e 35ª Brigada de Infantaria de Selva baseadas em Iquitos. Considerando as distancias em linha reta, Tarapoto e Iquitos ficam a mais de 440 km de Cruzeiro do Sul. Além disso, há um problema gravíssimo: não há estradas e nem rios para que usem para ameaçar Cruzeiro do Sul, ou seja, a única maneira deles ameaçarem Cruzeiro do Sul é realizarem um assalto aeromóvel, mas ai só piora, pois os Peruanos tem capacidade quase nula pra um assalto aerotransportado, possuindo 4 An-32 e 4 C-27, o que daria para transportar pouco mais que uma Cia pra região, isso se eles conseguissem passar por E-99M e Gripen, fora Manpads e o escambau. Os Mi-17 estão postados todos na costa, ficando na Brigada de Aviação deles em Callao, a mais de mil km da nossa fronteira.
Se considerar o pior cenário, a 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Vilheda, chega em menos de 48 horas até Cruzeiro do Sul. Na região, haveriam duas Brigadas de Selva, a 24ª e a 17ª, todas Quartenárias, além do apoio da Brigada de Artilharia de Exército e Antiaérea em Manaus, 1º Btl (Rangers) e 3º Btl ForEsp, além disso, pode receber reforço da 16ª Brigada de Selva. Só isso, você já supera numericamente o inimigo em mais de 50:1, fora que o Peru não tem capacidade para trazer blindados como T-55 pra nossa região de fronteira em menos de 1 semana. As forças de choque do Peru são as 1ª Brigada de Cavalaria (Sullana), 8ª Brigada Blindada (Piura), 3ª Brigada de Cavalaria (Tacna), 3ª Brigada Blindada (Moquegua) e a 18ª Brigada Blindada (Lima), traçando rota terrestre entre essas cidades, sendo Sullana, Piura, Tacna, Moquegua e Lima, eles só poderiam invadir o Brasil através da cidade de Assis-Brasil, porém colocarei as distâncias também sobre Brasiléia, que é por onde a Bolívia poderia invadir, já falo dela depois. Nesse caso, respectivamente, a distância e tempo até chegarem lá é de entre 49 hr (2,828 km) e 51 hr (2,936 km); 48 hr (2,796 km) e 50 hr (2,907 km); 20 hr (1,265 km) e 22 hr (1,376 km); 18 hr (1,104 km) e 20 hr (1,215 km); 33 hr (1,812 km) e 34 hr (1,922 km). Considere que esse tempo de viagem que coloquei se refere a um carro e sem paradas, multiplique por 1,5x que você tem aproximadamente o tempo real, considerando paradas para reabastecimento e até pra comer, além do que não está adicionado, mas tem o tempo de preparo para a tropa sair do quartel.
Detalhe é o seguinte: para chegarem até a rodovia
30C, eles passam por uma cidade chamada Puerto Maldonado e ela é exatamente o mesmo caso de El Dorado, uma única via que leva o Brasil, tem uma única ponte, que fica sobre o Rio Madre de Dios e fica totalmente intransponível caso ela seja destruída. A ponte tem extensão de 491 metros, ainda maior que a ponte em El Dorado, na Venezuela. Destruí-la, impedirá que qualquer tropa do Peru Pesada passe, já que esse rio tem altas correntezas e não há pontes móveis no seu arsenal. O que restaria aqui para os Peruanos é atravessar o rio com M113, Fiat 6614 e 6616 pra atacar Assís-Brasil. Fora que não poderiam ser ressupridos, pois os caminhões não iriam passar, a não ser que utilizassem os M113 pra esse propósito.
Neste caso, teriam que atacar com Infantaria Leve com apoio de blindados com um poder de choque extremamente limitado. Os Astros Mk6 teriam alcance dessa ponte já na cidade de Capixaba, isso levando em consideração 300 km de alcance do MTC, que todos aqui já sabemos que tem um alcance muito maior. Os BIS da região, precisariam estar armados com drones, morteios pesados e peças 105 mm de seus GACSl, além de mísseis anticarro para conseguir repelir um ataque desse com sucesso, fora apoio da aviação local. Talvez nem fosse necessário mover RCM's da 3ª Bda Cav Mec em Vilhena.
Ou seja, baseando por essas colocações acima, que não é questão de opinião, os dados que coloquei são fatos, não há nenhuma necessidade de Y-20 e sim mais KC-390, C-105 e helicópteros para a região.
Todo essa linha de raciocínio também vale para vários outros rincões do CMA, exceto Roraima, que já expliquei o motivo do haver zero necessidade de Y-20, pois o Y-20 ficaria relegado a transportar Paraquedista e isso é rasgar dinheiro e cuspir na cara do contribuinte, com KC-390 em Manaus em em Anápolis fazendo o mesmo. Aliás, você falou em necessidade do Y-20 em outras regiões, pode me citar uma?
Sobre sua fala do Y-20, cara, tento A330, você vai mandar Y-20 fazer o quê lá fora? Vai transportar carros de combate, viaturas blindadas? Você tenta julgar a necessidade de um MEM, mas parece que não faz ideia do motivo por aquele MEM existir, você praticamente tenta sustentar a existência da Y-20 com missões que outros já fazem e por um custo bem menor.