tanques e blindados

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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JL
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Re: tanques e blindados

#1756 Mensagem por JL » Ter Mar 01, 2016 7:05 pm

Ver o inimigo é o primeiro requisito para acertar o tiro, com qualquer tipo de arma, independente da visão ser em qualquer faixa do espectro eletromagnético. E o segundo requisito é não somente atirar primeiro, mas necessariamente acertar o primeiro tiro. Isto então é inquestionável quando se trata de armas poderosas, como são estes canhões com munição cinética com velocidades fantásticas. Contra mísseis pode se usar defesas tais como os CIWS navais, aliás este parece ser o caminho mas claro na atualidade, mas contra um APFSDS o negócio é não levar um tiro centrado.

Utilizar todas as tecnologias para ver o inimigo antes que ele te veja, automatizar ao máximo o processo do tiro, talvez até radicalizando ao ponto de deixar ele sob o comando da inteligência eletrônica, pois a máquina é muito mais rápida que o homem, para golpear o inimigo primeiro.

E a defesa caminha no sentido contrário do ataque, se o princípio do ataque é ver o inimigo o da defesa é se esconder para que ele não te veja e somente saiba da sua presença quando levar o tiro. Assim furtividade é um quesito fundamental.

Não sei se os mastodontes atuais serão viáveis em uma guerra total, se houver superioridade aérea o carro passa ser alvo de tudo o que voa, que chances tem um Merkava ao ser atingido em cheio pelo alto por um Maverick, por uma bomba de 500 libras guiada. Bem na cabeça.

Quanto a vida humana, creio que não ter baixas é uma absoluta hipocrisia da sociedade ocidental, onde se poupa os seus matando indiscriminadamente os outros povos como não fossem humanos.

Mas guerras deste tipo, são muito diferentes de guerras totais, assim talvez Merkava's e Namer's sejam muito bons para intervenções na Faixa de Gaza, mas talvez sejam patos em uma guerra total, onde virarão alvo de tudo que o inimigo tiver para atirar neles, talvez sejam tão difícil mover eles para a linha de frente ou no campo como eram os carros alemães do final do conflito.

Somente o futuro revelará o que vai acontecer.




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Re: tanques e blindados

#1757 Mensagem por EDSON » Ter Mar 01, 2016 7:33 pm

Marechal-do-ar escreveu:
LeandroGCard escreveu:É que quando um M-1 é destruído por guerrilheiros são os operadores que são idiotas semi-retardados que não deveriam operar nem armas de pressão. Mas quando um T-90 sofre o mesmo destino, imediatamente sugere-se que o equipamento (russo) é que falhou.

Dois pesos e duas medidas :roll: .


Leandro G. Card
Mas espera ai, estávamos falando sobre o tanque russo, e pelas postagens mais recentes, parece que não foi perfurado, então o que o M1 saudita tem a ver?

Me parece que a briga ocidente vs russos foi implantada em uma discussão que não tinha nada a ver com isso.
A culpa foi minha desculpe ai galera. É o seguinte o bom é que se esta discutindo os prós e os contra e comparar equipamento também faz parte.

O Clermont esta certo se o T90 ficou somente com sua torre incapacitada então o míssil cumpriu seu papel.




Editado pela última vez por EDSON em Ter Mar 01, 2016 10:00 pm, em um total de 1 vez.
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Re: tanques e blindados

#1758 Mensagem por EDSON » Ter Mar 01, 2016 7:35 pm

JL escreveu:Ver o inimigo é o primeiro requisito para acertar o tiro, com qualquer tipo de arma, independente da visão ser em qualquer faixa do espectro eletromagnético. E o segundo requisito é não somente atirar primeiro, mas necessariamente acertar o primeiro tiro. Isto então é inquestionável quando se trata de armas poderosas, como são estes canhões com munição cinética com velocidades fantásticas. Contra mísseis pode se usar defesas tais como os CIWS navais, aliás este parece ser o caminho mas claro na atualidade, mas contra um APFSDS o negócio é não levar um tiro centrado.

Utilizar todas as tecnologias para ver o inimigo antes que ele te veja, automatizar ao máximo o processo do tiro, talvez até radicalizando ao ponto de deixar ele sob o comando da inteligência eletrônica, pois a máquina é muito mais rápida que o homem, para golpear o inimigo primeiro.

E a defesa caminha no sentido contrário do ataque, se o princípio do ataque é ver o inimigo o da defesa é se esconder para que ele não te veja e somente saiba da sua presença quando levar o tiro. Assim furtividade é um quesito fundamental.

Não sei se os mastodontes atuais serão viáveis em uma guerra total, se houver superioridade aérea o carro passa ser alvo de tudo o que voa, que chances tem um Merkava ao ser atingido em cheio pelo alto por um Maverick, por uma bomba de 500 libras guiada. Bem na cabeça.

Quanto a vida humana, creio que não ter baixas é uma absoluta hipocrisia da sociedade ocidental, onde se poupa os seus matando indiscriminadamente os outros povos como não fossem humanos.

Mas guerras deste tipo, são muito diferentes de guerras totais, assim talvez Merkava's e Namer's sejam muito bons para intervenções na Faixa de Gaza, mas talvez sejam patos em uma guerra total, onde virarão alvo de tudo que o inimigo tiver para atirar neles, talvez sejam tão difícil mover eles para a linha de frente ou no campo como eram os carros alemães do final do conflito.

Somente o futuro revelará o que vai acontecer.
O debate ficou bom e rico eu estou aprendendo também e muito.




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Re: tanques e blindados

#1759 Mensagem por Wingate » Ter Mar 01, 2016 7:39 pm

Considerando os teatros de combate atuais (Siria, Iraque, Iêmen) onde os blindados estão sujeitos ao contínuo ataque de combatentes usando armas anti-carro, em condições geográficas que favorecem emboscadas e armadilhas para esses veículos, não seria interessante que cada brigada de tanques tivesse, pelo menos, um drone de reconhecimento (além do necessário e óbvio apoio de aviões e helos) também com visão noturna, para avaliar de cima o terreno à frente no sentido de tentar localizar possíveis ameaças e pontos perigosos, procurando prever, dentro do possível, ataques surpresa?

O comandante da brigada faria o monitoramento da região e assim iria coordenando o avanço com alertas sobre possíveis ameaças.

Explorando um pouco mais, não poderia cada tanque, individualmente, ter seu próprio drone (aqueles menores, de decolagem vertical) de forma a poderem também ter sua visão do terreno onde circulam?

É claro quer isso não é garantia 100% para a sobrevivência do blindado, porém, quanto mais visão do terreno, melhor.

Mas é apenas uma divagação...

SDS,

Wingate

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Re: tanques e blindados

#1760 Mensagem por JL » Ter Mar 01, 2016 9:21 pm

A verdade é que existe um passado, onde tudo o que o comandante do carro tinha a disposição era o que podia ver pelos blocos de visão da sua cúpula ou pelo seu periscópio com ampliação com azimute de 360 graus. Depois foi se evoluindo visão noturna com holofote IR, ampliação luminosa, chegando a um presente com imagem térmica e depois computador tático, data link etc. E temos um futuro pela frente onde só Deus sabe onde vamos parar, carros robotizados com inteligência artificial e consciência plena do seu entorno nas três dimensões.

Ou seja, os carros estão ficando cada vez mais parecidos como os navios de guerra, fazendo quase o mesmo caminho já percorrido por estes, saindo da couraça para a guerra eletrônica e depois os sistemas CIWS.

Vejam o caso das contra medidas: o que havia no início da Segunda Guerra nada, depois jogar combustível no escapamento para fazer uma cortina de fumaça depois fumígenos e hoje contra medidas ativa parece ser um recurso básico não.

Desta forma altamente tecnológica realmente uma visão do alto, não é uma ideia má. Hoje se projeta UAV para pequenas frações de combate, por que não para carros de combate?

Isto me lembra aquele desenho velho do Speed Racer, um mangá e anime dos anos 1960, onde o carro o lançava um robozinho que voava, o Gizmo Robo. Mas aterrizando no mundo real, hoje com os links um só UAV pode ter as suas imagens retransmitidas para todos os carros envolvidos na ação.

O problema é que três homens é muito pouco para controlar tanta coisa, outro ponto tem pouco espaço para colocar tudo isto e por fim tudo fica muito caro para um veículo terrestre. Não sei qual o caminho, mas talvez dois tipos de veículos trabalhando juntos. Um veículo com um poderoso canhão com munição flecha, talvez não seja o melhor veículo para se combater guerrilheiros com mísseis anti carro, talvez um veículo como o T 15 Armata seja melhor para isto não, capaz de abater alvos não blindados e blindados e levar tropa. Creio que ele se sai bem melhor que um T 90.




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Re: tanques e blindados

#1761 Mensagem por gabriel219 » Ter Mar 01, 2016 9:52 pm

Não entendi porque colocaram o M1 na lista, mas aqui vai minha opinião. Aqui parece roda de time, se falar mal do meu tenho que falar mal do seu, mesmo sem ter nada a ver com a discussão.

Sabendo que há armas anticarro, qual a medida a ser tomada? Principalmente apoio de helicópteros de ataque e outros blindados com armamentos automáticos, como é o caso do BMP, além de se manter móvel sempre. Pelo que vejo, os operadores do T-90 subestimaram muito os guerrilheiros do outro lado, de maneira que desligassem o sistema anti-TOW e ainda ficaram vulneráveis daquela forma. Se o míssil acertasse o tubo do canhão, provavelmente o atirador estaria morto.

Mas, pelo visto, a blindagem resistiu o suficiente a ponto de não acontecer o que geralmente ocorre com os T-72.

Sobre os Sauditas, não sei se querem matar os próprios soldados ou são ruins por natureza, porque usar blindados daquela forma é um absurdo.

Abs




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Re: tanques e blindados

#1762 Mensagem por Moonwalker » Qua Mar 02, 2016 2:10 pm

Ilya Ehrenburg escreveu:E tem mais: os M-1 Sauditas estão sendo alvejados não pelos Kornets, mas pelos Metis... E aí? Não há comentários?
UM ATGM mais fraco faz dos blindados sauditas pastel e nada?

É cada uma...

Eu poderia escrever a ponto de humilhar, a palavra é essa, aqueles que defendem o M-1, em visto dos danos recebidos no Iraque e Iêmen...
Vou ganhar o quê com isso?
Provocar polêmica entre material russo vs. americano/europeu?
O planeta irá parar de rotacionar, por certo...

Cada projeto tem pontos fortes e fracos. Uma discussão pautada pela racionalidade é gratificante, mas a velha pancadaria verbal de fã boy não me atrai.
Tô fora. Forinha...

Vale lembrar que os M-1 exportados para fora dos EUA não possuem a blindagem de uranio presente no projeto original, que por sinal foi inclusive atualizada para um padrão "enhanced" nos tanques americanos, nem os sensores mais modernos. Portanto trata-se de um CC que na verdade sofreu um bom downgrade... Junta-se isso ao treinamento aparentemente ruim dos sauditas e tem-se um festival de tanques destruidos. Isso vale para os tanques do Iraque tambem.

Dito isso, creio que o T-90 encontra-se no mesmo nivel tecnologico do M-1 (uma coisa que russo sabe fazer é projetar tanques!) e que por um simples video não se pode concluir nem que se trata de uma porcaria, nem que se trata do supra-sumo da cavalaria. A verdade para mim raramente encontra-se nos extremos - e isso vale para equipamentos de qualquer origem.

abs




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Re: tanques e blindados

#1763 Mensagem por Moonwalker » Qua Mar 02, 2016 2:17 pm

O mais frustrante para mim fica em ver criticas ao T-90 e ao M-1 quando ainda estamos de Leo 1 e M-60...

Eu preferia focar em:
- Um tanque mais novo eh melhor do que um tanque antigo
- Contudo, ao contrario do super-trunfo, não existem tanques indestrutiveis
- Nada opera em um vacuo, o resto dos seus brinquedos operando em conjunto eh tão importante quanto os componentes individuais
- Portanto comprar o brinquedo mais novo ajuda, mas tem que treinar, integrar, treinar, operar, treinar mais um pouco, e entender de guerra moderna para poder vencer
- Isso vale desde as aeronaves de $100M, passando pelos tanques de $10M ao fuzil de $1K

Meus dois cents...

abs,




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Re: tanques e blindados

#1764 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Mar 03, 2016 8:15 pm

Não deu tempo de responder isso antes, mas vou deixar aqui uma opinião, não vou quotar cada texto, só as ideias gerais:
Das três pernas do carro de combate: poder de fogo, mobilidade e proteção. Eu aposto tudo primeiro no poder de fogo, pois destruir o inimigo é o fundamento da vitória, se não poder matar o adversário ele te mata.etc, etc. Segundo mobilidade, pois além de ser mais difícil atingir alvos móveis, a mobilidade é outro fundamento na guerra moderna. Proteção, bem fica por último o que for possível depois de atingir o máximo nos outros quesitos.
Um carro de combate não luta sozinho, ele tem uma responsabilidade no campo de batalha, no caso desses carros com 60 tons, a responsabilidade é a blindagem, o poder de fogo pode vir de outros meios e até de fogo indireto, a mobilidade é importante mas não vai salvar ninguém depois que o inimigo atira.

E a blindagem não é tão fácil de vencer assim, os mísseis AC realmente ameaçam os carros, mas a resposta veio na forma de blindagens compostas e proteções ativas, para um MBT moderno se espera que ele seja capaz de resistir aos ataques inimigos, seja através da blindagem ou através de qualquer tipo de proteção ativa.

O que não se espera é que ele só sobreviva escondido, ninguém colocaria tantas toneladas de blindagem em um veículo que precise se esconder de tudo, e, se ele precisa sempre se esconder, o valor do veículo em si seria muito reduzido já que a infantaria pode se esconder melhor, o objetivo do MBT é puxar a linha de frente, com os efeitos colaterais disso, como ficar exposto ao inimigo e levar tiro, para ter utilidade ele PRECISA resistir a esses disparos.
Acrescento um outro quesito, que é de muita importância: economia. Os Tiger eram ótimos, mas foram os Sherman e T 34 que venceram a guerra. Quantidade é poder, não adianta questionar. Porque carros de combate possuem muitos predadores e muitos obstáculos a vencer.
A economia da razão aos Tigers, no campo de batalha eles valiam por vários T34 sendo que usavam o aço de apenas 2 ou 3 deles, a derrota foi pela gritante diferença na capacidade de produção da Alemanha e URSS, não pela qualidade dos tanques em si.

Alias, no início da invasão da URSS foi o T34 que provou que ser o grandão do pedaço valia mais que a quantidade, ele era maior que os tanques alemães da época e possuía mais blindagem, as armas alemãs não conseguiam penetrá-lo, e os soviéticos ainda tinham os KV.
Pelo que o nobre colega comentou, deduzo que valeria então o dito "vence quem saca primeiro", ou seja, é preciso "ver", "mirar" e "atirar" no menor tempo possível, antes de ser localizado e destruído pelo inimigo.
Estatisticamente quem ataca primeiro vence, estatisticamente também, o mais blindado tem bem mais chances de sobreviver, e não, ter mais blindagem não significa ter melhores sensores ou detectar antes.

Essa aparente contradição estatística esconde um detalhe que passou despercebido: Quem ataca primeiro atacou porque sabe que vai vencer.
Se você detecta um inimigo antes existem basicamente três opções:
1) Um confronto cara a cara;
2) Tentar flanqueá-lo/emboscá-lo;
3) Fugir.

Um comandante militar vai, primeiro, tentar flanquear o adversário, obtendo vantagem ao ataca-lo, mas, isso pode não ser possível, ou porque não é possível chegar nos flancos ou porque suas armas não são poderosas o bastante nem para atacar pelos flancos, no primeiro caso se ele ainda tiver armas melhores ele pode tentar um confronto direto, se não, terá que fugir, e isso vai se repetir até que, mais cedo ou mais tarde, o inimigo o detecte, e escolha como vai atacar, sabendo que vai vencer, o comandante que se viu forçado a fugir devido a superioridade do adversário meio que perdeu a batalha.
Quanto a vida humana, creio que não ter baixas é uma absoluta hipocrisia da sociedade ocidental, onde se poupa os seus matando indiscriminadamente os outros povos como não fossem humanos.
Não há qualquer hipocrisia, humanos são caros, muito caros, a tripulação de um MBT é mais cara que o veículo, olhando do ponto de vista dos custos, ao preservar os humanos está economizando mais de 50% do custo do sistema de armas.

E sim, isso considerando a mais fria visão onde cada soldado tem uma etiqueta de preço.
Explorando um pouco mais, não poderia cada tanque, individualmente, ter seu próprio drone (aqueles menores, de decolagem vertical) de forma a poderem também ter sua visão do terreno onde circulam?
O problema é: drones serão abatidos, para serem úteis é melhor levar um estoque deles, se cada MBT levar um não haverá drones em número suficiente, se cada MBT levar vários deles estará desperdiçando espaço preciso no MBT para outras coisas, enfim, drones são legais, mas não em MBTs.




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Re: tanques e blindados

#1765 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Sex Mar 04, 2016 12:51 pm

Análise do evento do disparo do míssil TOW-2A contra o T-90.
TOW-2A vs. T-90: análise detalhada do evento

https://debategeopolitico.wordpress.com ... do-evento/




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Re: tanques e blindados

#1766 Mensagem por JL » Dom Mar 06, 2016 6:02 pm

Muito do que escrevo é baseado na história militar: Um exemplo que vem a mente no momento, de um carro bem protegido mas pobre em poder de fogo é a do carro britânico Matilda frente aos italianos no Norte da África, somente quando veio o Afrika Korps com os 88 mm é que se as forças do Eixo puderam ter alguma garantia de destruição destes carros de combate. Os italianos tinha que se contetar em ficar pulverizando munição de artilharia nele, que as vezes os paravam sem no entanto perfurar a couraça. No entanto os Matilda somente tinham um canhão de 2 libras, somente com munição perfurante e não explosiva o que dificultava a luta contra a artilharia italiana. Assim que puderam os britânicos se livraram de vez dos seus canhãozinhos.

Então o poder de fogo é essencial, os melhores carros de combate sempre tiveram os melhores canhões. Dificilmente um carro de combate foi apontado como bom, sem uma boa arma. Mas na realidade atual todos os grandes carros de combate tem grandes canhões, o que realmente estão deixando a desejar é a mobilidade.

Guerra é mobilidade e o carro de combate é nada mais que um grande canhão de fogo direto, com disparos tensos, que se locomove no campo de batalha, então se mover para alcancar a posição de tiro e se evadir para outra é essencial.
Além deste ponto, não existe somente a batalha. Grandes Exércitos podem usar pranchas rebocadas para transportar os seus carros, mas para isso tem que ter o território seguro, como fazem hoje os israelenses que levam os Merkava nas pranchas rebocadas e os largam na boca do local de combate, podem fazer isso porque trafegam em território seguro, sem nenhum tipo de oposição.
Agora em um conflito amplo com grandes forças atuando, será possível, então imagine os Merkava tendo que se deslocar.

Com relação ao custo

O problema de se produzir um Tiger não era o aço, pois um carro como o Tiger é muito mais que uma caixa de aço. O problema era a sua mecânica de alta qualidade, seus dispositivos que vão desde rolamentos sofisticados a alta qualidade dos seus instrumentos ópticos. Tudo no carro alemão era de soberba engenharia e no russo era tosco. Por isso era difícil produzir um Tiger, não em aço, mas em homens hora e também era muito mais custoso todos os seus componentes. O resultado se produzia pouco, mas a guerra demanda escala. Por melhor que seja um tanque, ele não esta livre de cair numa ravina, de ser abandonado quebrado, de ficar sem combustível em uma área dominada.

Com relação ao valor da vida.

Penso que é hipocrisia sim, pois são lutas na maioria das vezes sem apoio popular, sem um conteúdo patriótico, então o que não querem é ter a opinião pública de seus países afetada pela volta dos caixões para casa. Com soldados muitas vezes movidos por motivos econômicos, muito diferente do que se via no soldado da Segunda Guerra Mundial. Tanto é assim que se um estrategista tiver que compor uma forma de luta contra forças ocidentais atuais, ele tem que atua de modo a sempre produzir o maior número de baixas, em detrimento de material, pois este é o “Calcanhar de Aquiles” das forças ocidentais hoje.




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Re: tanques e blindados

#1767 Mensagem por Wingate » Dom Mar 06, 2016 6:10 pm

JL escreveu:Muito do que escrevo é baseado na história militar: Um exemplo que vem a mente no momento, de um carro bem protegido mas pobre em poder de fogo é a do carro britânico Matilda frente aos italianos no Norte da África, somente quando veio o Afrika Korps com os 88 mm é que se as forças do Eixo puderam ter alguma garantia de destruição destes carros de combate. Os italianos tinha que se contetar em ficar pulverizando munição de artilharia nele, que as vezes os paravam sem no entanto perfurar a couraça. No entanto os Matilda somente tinham um canhão de 2 libras, somente com munição perfurante e não explosiva o que dificultava a luta contra a artilharia italiana. Assim que puderam os britânicos se livraram de vez dos seus canhãozinhos.

Então o poder de fogo é essencial, os melhores carros de combate sempre tiveram os melhores canhões. Dificilmente um carro de combate foi apontado como bom, sem uma boa arma. Mas na realidade atual todos os grandes carros de combate tem grandes canhões, o que realmente estão deixando a desejar é a mobilidade.

Guerra é mobilidade e o carro de combate é nada mais que um grande canhão de fogo direto, com disparos tensos, que se locomove no campo de batalha, então se mover para alcancar a posição de tiro e se evadir para outra é essencial.
Além deste ponto, não existe somente a batalha. Grandes Exércitos podem usar pranchas rebocadas para transportar os seus carros, mas para isso tem que ter o território seguro, como fazem hoje os israelenses que levam os Merkava nas pranchas rebocadas e os largam na boca do local de combate, podem fazer isso porque trafegam em território seguro, sem nenhum tipo de oposição.
Agora em um conflito amplo com grandes forças atuando, será possível, então imagine os Merkava tendo que se deslocar.

Com relação ao custo

O problema de se produzir um Tiger não era o aço, pois um carro como o Tiger é muito mais que uma caixa de aço. O problema era a sua mecânica de alta qualidade, seus dispositivos que vão desde rolamentos sofisticados a alta qualidade dos seus instrumentos ópticos. Tudo no carro alemão era de soberba engenharia e no russo era tosco. Por isso era difícil produzir um Tiger, não em aço, mas em homens hora e também era muito mais custoso todos os seus componentes. O resultado se produzia pouco, mas a guerra demanda escala. Por melhor que seja um tanque, ele não esta livre de cair numa ravina, de ser abandonado quebrado, de ficar sem combustível em uma área dominada.

Com relação ao valor da vida.

Penso que é hipocrisia sim, pois são lutas na maioria das vezes sem apoio popular, sem um conteúdo patriótico, então o que não querem é ter a opinião pública de seus países afetada pela volta dos caixões para casa. Com soldados muitas vezes movidos por motivos econômicos, muito diferente do que se via no soldado da Segunda Guerra Mundial. Tanto é assim que se um estrategista tiver que compor uma forma de luta contra forças ocidentais atuais, ele tem que atua de modo a sempre produzir o maior número de baixas, em detrimento de material, pois este é o “Calcanhar de Aquiles” das forças ocidentais hoje.
Penso que é hipocrisia sim, pois são lutas na maioria das vezes sem apoio popular, sem um conteúdo patriótico, então o que não querem é ter a opinião pública de seus países afetada pela volta dos caixões para casa. Com soldados muitas vezes movidos por motivos econômicos, muito diferente do que se via no soldado da Segunda Guerra Mundial. Tanto é assim que se um estrategista tiver que compor uma forma de luta contra forças ocidentais atuais, ele tem que atua de modo a sempre produzir o maior número de baixas, em detrimento de material, pois este é o “Calcanhar de Aquiles” das forças ocidentais hoje.
Concordo com o colega e me atrevo a dizer que esta é a vantagem dos "fracos". Não podemos resistir à esmagadora superioridade de meios dos grandes mas podemos tornar a vida deles tão difícil em perdas humanas e materiais que tornem a guerra insuportável em termos econômicos e morais.

Por esta razão, é preciso estudar bem esses conflitos atuais para atentar quais os meios humanos e materiais de que poderíamos lançar mão se sofrermos uma eventual ameaça visto que não temos hoje recursos para termos as FA´s que desejamos para o Brasil.

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Re: tanques e blindados

#1768 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Mar 06, 2016 7:13 pm

JL escreveu:Penso que é hipocrisia sim, pois são lutas na maioria das vezes sem apoio popular, sem um conteúdo patriótico, então o que não querem é ter a opinião pública de seus países afetada pela volta dos caixões para casa. Com soldados muitas vezes movidos por motivos econômicos, muito diferente do que se via no soldado da Segunda Guerra Mundial. Tanto é assim que se um estrategista tiver que compor uma forma de luta contra forças ocidentais atuais, ele tem que atua de modo a sempre produzir o maior número de baixas, em detrimento de material, pois este é o “Calcanhar de Aquiles” das forças ocidentais hoje.
Mais uma vez nesse ponto, mesmo que alguém não de a mínima para a vida de seu povo ele ainda precisa se preocupar com o lado financeiro, e pelo lado financeiro cada vida tem um valor, cada soldado vem com uma etiqueta de preço e perder milhares (ou milhões, como foi na 2GM) de soldados é financeiramente inviável, dito isso, nessas guerras motivadas por razões econômicas, não há hipocrisia nenhuma em tentar preservar a vida de seus soldados, pura lógica capitalista, maximizar ganho$ e reduzir perda$.




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Re: tanques e blindados

#1769 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Dom Mar 06, 2016 7:48 pm

Já que andam a falar do Tiger...
Gostaria de lembrar que com a elevação do padrão da arma dos T-34 e dos Shermans, o Tiger passou a ser batido por estes, bastando ser visto primeiro para isto (T-34/85 e Sherman Firefly).

Os soviéticos tinham o IS-2 (além do T-34/85), os britânicos o Comet e os Firefly (Sherman), os americanos, os Pershing...
Ou seja, em termos de carros pesados ele (Tiger) tinha companhia... Muita.

Pershing:
http://i302.photobucket.com/albums/nn88/juanca3675/4-2.jpg

Sherman Firefly:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/75/British_Sherman_Firefly_Namur.jpg

T-34/85:
http://im.ziffdavisinternational.com/ign_ap/screenshot/k/kejohanan-antarabangsa-world-of-tanks-2012/kejohanan-antarabangsa-world-of-tanks-2012_a71e.jpg

IS-2:
http://www.tanks-encyclopedia.com/ww2/soviet/photos/is-2-BrandenburgGateBerlin45.jpg




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Re: tanques e blindados

#1770 Mensagem por JL » Dom Mar 06, 2016 8:34 pm

Tudo na vida é equilíbrio, a guerra também não é diferente. Da mesma forma que o absoluto desprezo a vida humana é péssimo para qualquer empreendimento militar, vide o exemplo histórico das táticas Banzai dos japoneses na Segunda Guerra Mundial, o apreço absoluto em preserva-la também tem as suas consequências, principalmente quando são perdidas, o que atinge diretamente a moral.

Quanto aos carros pesados, sempre terão o valor inerente a sua proteção, isto é indiscutível. Mas uma força somente de pesados como por exemplo é a de Israel, talvez tenha sérios problemas. Aliás os israelenses detestam carros leves, fizeram muitas críticas ao AMX 13 o último veículo leve que usaram. Certamente eles são uma grande escola de guerra blindada, com muita experiência e seguiram o caminho do máximo de proteção. Claro que eles lutam uma estratégia defensiva, com pouco deslocamento, creio que isto favorece o uso exclusivo de carros pesados, tanto de combate como para transporta a sua infantaria.

Já por exemplo os Estados Unidos, existem críticas ao Abrams por causa da sua pesada logística, pois eles tem que transporta-los em navios e abastece-los em teatros operacionais distantes do seu território. Existem estudos para algo mais leve.

Particularmente gostaria muito de saber o que teremos no futuro daqui há 50 anos. Não sei se este caminho de peso poderá continuar sendo seguido.Hoje a tendência é essa. A ideia dos carros mais leves surgida na década de 70 foi abatida pelo uso das blindagens compostas e reativas. Hoje o escudo esta na frente, vamos aguardar.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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