Assassinos continuam soltos
Única pista é a de que eles teriam deixado o morro
Bruno Tavares e Pedro Dantas
Dez dias após a morte dos três jovens do Morro da Providência, a Polícia Civil do Rio não reuniu pistas concretas que levem à prisão dos assassinos. O indício mais forte obtido até agora é de que os matadores teriam fugido do Morro da Mineira. Suspeita-se ainda que o corpo esquartejado encontrado na semana passada em um dos acessos à favela seja de um dos autores do triplo homicídio, embora os legistas não tenham conseguido identificá-lo.
Desde o crime, as interceptações telefônicas mantidas com autorização da Justiça pelas delegacias da região e departamentos especializados estão “mudas”. As poucas informações têm vindo de informantes. Ainda assim, a polícia deixou de cumprir etapas básicas, como a elaboração de retratos falados ou mesmo as descrições físicas e apelidos dos suspeitos.
Em 5 dos 11 depoimentos dos militares envolvidos a que a reportagem teve acesso, não há questionamento a respeito dos traficantes. Nas únicas menções feitas aos criminosos, os militares contam como foram recebidos e os modelos das armas usadas pelos bandidos. O delegado Sérgio Simões Caldas, diretor do Departamento de Polícia da Capital, disse que só fará operações na Mineira quando tiver informações seguras do paradeiro dos assassinos.
A reconstituição da prisão e entrega dos jovens está marcada para sábado. Os trabalhos serão conduzidos por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, com acompanhamento dos militares encarregados pelo inquérito policial militar.
Apesar de o Comando Militar do Leste ter afirmado que cumpre a decisão judicial de limitar a presença de militares ao trecho de 100 metros onde ocorrem obras do projeto Cimento Social, soldados também estavam na Pedra Lisa, no alto do morro, região mais carente da comunidade.
Pera ai....será que eu estou entendendo errado? Os militares foram presos e será feita a justiça do estado, até ai, esta tudo dentro da normalidade, mas ai vem essa aqui:
O indício mais forte obtido até agora é de que os matadores teriam fugido do Morro da Mineira. Suspeita-se ainda que o corpo esquartejado encontrado na semana passada em um dos acessos à favela seja de um dos autores do triplo homicídio, embora os legistas não tenham conseguido identificá-lo.
Estão dizendo que no morro da mineira não tem mais traficantes? Ou só os que mataram fugiram? E se eles foram mortos, quem matou? Se sabem tanta coisa porque não divulgam o nome dos cabras?
Se o estado aceitar a justiça do traficio, não tem moral para dizer que os militares estavam errados.
O delegado Sérgio Simões Caldas, diretor do Departamento de Polícia da Capital, disse que só fará operações na Mineira quando tiver informações seguras do paradeiro dos assassinos.
É para esse seculo ainda?
A vez da Mineira vai chegar!
06/08/2007
Secretário de Segurança José Mariano Beltrame promete plano para combater bandidos da quadrilha que, com fuzis, pistolas e metralhadoras, aterrorizam o Catumbi e ironizam a polícia
Rio - As imagens de bandidos do Morro da Mineira armados com fuzis, metralhadoras e pistolas, a poucos metros da Rua Itapiru, fazendo a contenção contra possível ataque inimigo, deixaram o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, indignado. Para ele, a comunidade do Catumbi — ‘front’ de batalhas sangrentas que já mataram pelo menos 69 desde 2001 — virou prioridade. Afinal, as cenas registradas por O DIA ao longo da última semana mostram que os bandidos não apenas ignoram, como debocham da polícia.
Às 15h12 da última quarta-feira, por exemplo, o local acima do Cemitério São Francisco de Paula reunia sete bandidos quando uma Patamo do 1º BPM (Estácio) passou na Itapiru. Um deles, de camisa do Botafogo e pistola em punho, apontou a arma e simulou dois disparos, para em seguida soprar o cano, como em filmes do Velho Oeste norte-americano.
“O DIA revela o que a polícia encontra quando faz ações contra o tráfico. Somos respondidos com aquele tipo de armamento que o jornal mostrou de maneira inteligente. Aquelas pessoas (traficantes das fotos), por estarem com armas, já estão cometendo crimes suscetíveis de prisão em flagrante. Estamos trabalhando na identificação de todos e montando planejamento. A vez da Mineira vai chegar”, prometeu Beltrame.
Ontem, os bandidos não apareceram armados no estratégico ponto usado para contra invasões. À tarde, porém, homens atearam fogo no lixo que fica a 10 metros do local, fazendo uma grande nuvem de fumaça.
MISTÉRIO A DESVENDAR
A identificação do bando já vem sendo feita pela 6ª DP (Cidade Nova). Segundo o delegado Felipe Ettore, tudo será anexado ao inquérito que investiga a quadrilha do Complexo de São Carlos — que tem, além da Mineira, os morros do Zinco, Querosene e São Carlos — controlado por Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, da facção Amigos dos Amigos.
Além de bandidos armados, um mistério a ser desvendado é o do homem de casaco azul, calça marrom e boné cinza, que aparece ao lado de um jovem sem camisa, com uma metralhadora nas mãos. Ele seria o mesmo que, na guerra de abril, foi ferido na barriga.
Na época, moradores disseram que ele seria feirante, atingido por bala perdida. A polícia não conseguiu provar sua ligação com o tráfico.
AÇÃO COM SEGURANÇA
José Mariano Beltrame explicou que, antes de agir no Morro da Mineira, no entanto, é preciso fazer um detalhado trabalho de inteligência, identificando os integrantes do tráfico, onde moram, qual o poderio bélico que possuem e onde estão guardadas as armas. Esse levantamento, segundo o secretário, minimiza os riscos para moradores e policiais durante a ação. “O objetivo é recuperar o território dominado pelo tráfico. Temos que sair da reação, ou seja, esperar que se aconteça algo para agir. Temos de tomar conhecimento para atuar. E com isso evitar que as pessoas sejam sacrificadas. As operações estão sendo prontas, executadas e vão continuar”, prometeu o delegado.
O poderio bélico do São Carlos pôde ser comprovado durante a última vez que o Comando Vermelho tentou retomar o controle da Mineira, em 17 de abril. A troca de tiros varou a madrugada e só o Batalhão de Operações Especiais (Bope) conseguiu entrar na favela, pela manhã.
É lá que se escondem alguns dos traficantes mais procurados da ADA, como Jefferson do Nascimento Ferreira, o Fefa, do Morro do Urubu, e Rogério Rios Mosqueiro, o Roupinol, que controla o Complexo das Malvinas, em Macaé. Ele é também um dos principais fornecedores de cocaína da região.
Em março deste ano, Roupinol escapou do cerco da Polícia Federal, durante a Operação Morfeu, que levou 13 pessoas para a cadeia. Na época, os agentes estouraram uma refinaria de droga, em Conceição de Macabu, e apreenderam 20 quilos de cocaína em pasta e 30 armas.