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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sex Fev 03, 2023 9:02 am
por magliano
FCarvalho escreveu: Qua Fev 01, 2023 7:29 pm
magliano escreveu: Seg Jan 30, 2023 3:02 pm Uma pergunta referente ao tempo da vida útil de embarcações que navegam em água doce e portanto não sofrem os mesmos desgastes inerentes a navios que ficam expostos a salinidade e corrosão decorrente. Alguém sabe dizer qual a estimativa?
Temos na bacia do rio Paraná uma embarcação que deve ser uma das mais antigas em atividade, mas o aspecto do navio não me parece depreciativo e sendo capaz de exercer as suas funções não vejo problema com relação a idade do mesmo.
Outra pergunta, que embarcações as nações vizinhas empregam nestas águas e que por ventura poderiam fazer frente aos navios utilizados pela Marinha do Brasil, em caso de conflito?
Olá @magliano

Eu não saberia dizer exatamente quanto tempo a vida útil de um casco de qualquer embarcação exposto à salinidade e corrosão da água do mar, mas no que tange o aspecto da manutenção, ele tende a ser de acordo com os materiais com o qual o mesmo é construído e as devidas proteções químicas utilizadas. E claro, a forma como ele é usado e seus ciclos de manutenção são obedecidos rigorosamente ou não. Mas a vida de cada navio com certeza é estabelecida desde o início do projeto.
No caso das embarcações de água doce, a regra é a mesma, dado que apesar de não haver salinidade e outras questões referentes ao uso naval, digamos que cada bacia hidrográfica tem lá suas características específicas em relação à composição de suas águas, como o PH, e outros. Então, depende basicamente do tipo de material com que é construídos, sua hridrodinâmica, tipo e uso, manutenção, proteções químicas do casco, etc.
Como bem lembrado por ti, o varredor da marinha que faz parte da frotilha do pantanal tem mais de 80 anos, e está muito bem cuidado. Mas se repares, ele praticamente foi reconstruído quase que por inteiro, inclusive no casco, visto que é praticamente impossível ele passar tanto tempo assim se que o mesmo tenha sofrido os desgastes naturais de sua vida fluvial e o contato mais que longevo com a água dos rios da região.
A marinha do Paraguai é basicamente uma força de vigilância e patrulhamento dos rios que fazem fronteira conosco, contando somente com embarcações de pequeno porte, como botes, lanchas e alguns barcos patrulha de menor tamanho. Nada que uma boa guarda costeira possa reclamar.
Já no caso de Peru e Colombia, eles tem um leque variado de meios fluviais, com os colombianos possuindo uma série de navios de patrulha fluvial leve de desenho próprio e muito bem equipados e modernos. Os peruanos contam apenas na região amazônica deles com barcos pequenos, botes e lanchas de patrulha, com os raros navios de patrulha fluvial deles estando em estado bastante precário e sem valor militar efetivo.
Enfim, nós temos os 5 NaPaFlu aqui na região, que já tem mais de 50 anos de operação, e seguem ativos até que um dia ou não consigam mais ser operados, ou a MB decida-se por sua substituição. O que acontecer primeiro.
Estes navios são mais velhos que eu. Fiz várias visitas aos mesmos, com a primeira quando ainda estava na escola primária. E já vou fazer 51.
Agora não sei se é para rir ou para chorar.... :roll:
FCarvalho,

Grato pelo retorno.

Abs,

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Fev 04, 2023 12:00 am
por Viking
Prezado Magliano, saudações.


Em atendimento as questões levantadas peço licença para encaminhar para seu conhecimento sumário de aspectos referentes a doutrina de Operação Ribeirinha. Posteriormente estarei realizando um resumo com informações sobre os meios das Marinhas mencionadas. E importante analisar a doutrina uma vez que a mesma orienta o preparo e o emprego das atividades de uma Força Armada.

Operação Ribeirinha

A Operação Ribeirinha (OpRib) conjunta ou singular é aquela que tem como efeitos desejados a obtenção e a manutenção do controle de parte ou de toda uma Área
Ribeirinha (ARib), ou a negação da ARib ao inimigo. Entende-se por ARib a área interior compreendendo hidrovia fluvial ou lacustre, terreno e espaço aéreo
sobrejacente, caracterizada por linhas de comunicações terrestres limitadas e pela existência de extensa superfície hídrica ou rede de hidrovias interiores (rios
principais e seus afluentes, braços de rios, canais, lagos e lagoas), que servem de delimitação de fronteira como via de penetração estratégica ou rotas essenciais ou
principais para o transporte de superfície.
Estão incluídas como OpRib o controle de Linhas de Comunicações Fluviais e as escoltas de meios fluviais por estas linhas. O conceito da OpRib fundamenta-se no princípio de que é inviável o controle de hidrovias interiores sem o controle das áreas terrestres que lhe são adjacentes e viceversa.
Assim, para a MB, as OpRib caracterizam-se pela forte associação à calha do rio. Elas, normalmente, não se aprofundam em terra. As unidades tarefas de fuzileiros
navais, diferentemente do que ocorre nas OpAnf, estão permanentemente ligadas aos navios e embarcações orgânicas, para assegurar o controle de margens. Não
raro, unidades, ou partes destas, progridem de um ponto de terra a outro em embarcações rápidas. Saem e entram em terra de acordo com a situação tática.
Dessa forma, navios, aeronaves, embarcações e equipamentos da tropa devem ter compatibilidade. Embarcações, com frações da tropa, navegam permanentemente
em defesa dos navios, principalmente durante o trânsito em locais estreitos das calhas dos rios.
Reciprocamente, tais embarcações são cobertas pelo armamento dos navios. Fazem reconhecimento em pontos avançados da derrota ou breves incursões em terra. O helicóptero orgânico é outro elemento integrado. Assim, o adestramento para as OpRib deve ser específico, diferindo consideravelmente de uma OpAnf. A força que executa tal operação é, normalmente, denominada Força-Tarefa Ribeirinha (ForTaRib) e tem uma organização temporária. Ao seu Comandante são atribuídos meios navais, terrestres e aéreos, estruturados em organização por tarefas, para a execução de uma missão específica em ARib.
Dependendo da situação, a OpRib poderá ser uma operação complexa, que exigirá a execução de ações de vários tipos e de operações prévias, componentes ou de apoio,
realizadas por elementos da ForTaRib ou das forças amigas, conforme planejamento que atenda às necessidades daquela força. Quando se tratar de uma operação
singular, o Comandante da ForTaRib (ComForTaRib) poderá ser um oficial do Corpo da Armada ou do Corpo de Fuzileiros Navais. Será do Corpo da Armada,
caso o efeito desejado seja o controle das hidrovias ou a negação de seu uso ao inimigo, com preponderância de esforço naval. Será do Corpo de Fuzileiros Navais,
caso tal efeito desejado seja o controle de áreas terrestres, onde ocorre o esforço principal, cabendo aos meios navais o apoio. O contido neste parágrafo é válido
também, para o caso dos Comandantes dos componentes da organização por tarefas.
Quando se tratar de uma operação conjunta, o ComForTaRib poderá ser um oficial do Corpo da Armada, do Corpo de Fuzileiros Navais ou do Exército. Poderá ser do
Exército quando o efeito desejado da OpRib for o controle de áreas terrestres que envolvam objetivos principais muito aprofundados no terreno.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Fev 06, 2023 9:41 am
por magliano
Viking escreveu: Sáb Fev 04, 2023 12:00 am Prezado Magliano, saudações.


Em atendimento as questões levantadas peço licença para encaminhar para seu conhecimento sumário de aspectos referentes a doutrina de Operação Ribeirinha. Posteriormente estarei realizando um resumo com informações sobre os meios das Marinhas mencionadas. E importante analisar a doutrina uma vez que a mesma orienta o preparo e o emprego das atividades de uma Força Armada.

Operação Ribeirinha

A Operação Ribeirinha (OpRib) conjunta ou singular é aquela que tem como efeitos desejados a obtenção e a manutenção do controle de parte ou de toda uma Área
Ribeirinha (ARib), ou a negação da ARib ao inimigo. Entende-se por ARib a área interior compreendendo hidrovia fluvial ou lacustre, terreno e espaço aéreo
sobrejacente, caracterizada por linhas de comunicações terrestres limitadas e pela existência de extensa superfície hídrica ou rede de hidrovias interiores (rios
principais e seus afluentes, braços de rios, canais, lagos e lagoas), que servem de delimitação de fronteira como via de penetração estratégica ou rotas essenciais ou
principais para o transporte de superfície.
Estão incluídas como OpRib o controle de Linhas de Comunicações Fluviais e as escoltas de meios fluviais por estas linhas. O conceito da OpRib fundamenta-se no princípio de que é inviável o controle de hidrovias interiores sem o controle das áreas terrestres que lhe são adjacentes e viceversa.
Assim, para a MB, as OpRib caracterizam-se pela forte associação à calha do rio. Elas, normalmente, não se aprofundam em terra. As unidades tarefas de fuzileiros
navais, diferentemente do que ocorre nas OpAnf, estão permanentemente ligadas aos navios e embarcações orgânicas, para assegurar o controle de margens. Não
raro, unidades, ou partes destas, progridem de um ponto de terra a outro em embarcações rápidas. Saem e entram em terra de acordo com a situação tática.
Dessa forma, navios, aeronaves, embarcações e equipamentos da tropa devem ter compatibilidade. Embarcações, com frações da tropa, navegam permanentemente
em defesa dos navios, principalmente durante o trânsito em locais estreitos das calhas dos rios.
Reciprocamente, tais embarcações são cobertas pelo armamento dos navios. Fazem reconhecimento em pontos avançados da derrota ou breves incursões em terra. O helicóptero orgânico é outro elemento integrado. Assim, o adestramento para as OpRib deve ser específico, diferindo consideravelmente de uma OpAnf. A força que executa tal operação é, normalmente, denominada Força-Tarefa Ribeirinha (ForTaRib) e tem uma organização temporária. Ao seu Comandante são atribuídos meios navais, terrestres e aéreos, estruturados em organização por tarefas, para a execução de uma missão específica em ARib.
Dependendo da situação, a OpRib poderá ser uma operação complexa, que exigirá a execução de ações de vários tipos e de operações prévias, componentes ou de apoio,
realizadas por elementos da ForTaRib ou das forças amigas, conforme planejamento que atenda às necessidades daquela força. Quando se tratar de uma operação
singular, o Comandante da ForTaRib (ComForTaRib) poderá ser um oficial do Corpo da Armada ou do Corpo de Fuzileiros Navais. Será do Corpo da Armada,
caso o efeito desejado seja o controle das hidrovias ou a negação de seu uso ao inimigo, com preponderância de esforço naval. Será do Corpo de Fuzileiros Navais,
caso tal efeito desejado seja o controle de áreas terrestres, onde ocorre o esforço principal, cabendo aos meios navais o apoio. O contido neste parágrafo é válido
também, para o caso dos Comandantes dos componentes da organização por tarefas.
Quando se tratar de uma operação conjunta, o ComForTaRib poderá ser um oficial do Corpo da Armada, do Corpo de Fuzileiros Navais ou do Exército. Poderá ser do
Exército quando o efeito desejado da OpRib for o controle de áreas terrestres que envolvam objetivos principais muito aprofundados no terreno.
Prezado Viking,

Muito obrigado pelos esclarecimentos!

Ao meu ver os navios empregados na flotilha do Amazonas são meios muito pertinentes com o exposto pois, se não me falha a memória, possuem capacidade de transportar fuzileiros (contam com balsas de desembarque) e o Raposo Tavares e o Pedro Teixeira operam com helicópteros orgânicos (possuem hangar).

Abs,

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Abr 01, 2023 1:00 pm
por knigh7
Parece que a MB lançou um RFI pedindo apenas 2 navios de contraminagem e varredura. Aí é foda [101] [101] [101] [101]
Imagem
...
Atendendo ao RFI lançado pela MB, a Saab apresentou sua proposta para dois MCMV (Mine Countermeasure Vessel/Navio de Contramedidas de Minagem), da classe Koster equipados com sistemas de última geração, inclusive integração de veículos modernos não tripulados.
...
https://www.defesaaereanaval.com.br/nav ... a-de-minas

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Abr 01, 2023 2:47 pm
por Viking
knigh7 escreveu: Sáb Abr 01, 2023 1:00 pm Parece que a MB lançou um RFI pedindo apenas 2 navios de contraminagem e varredura. Aí é foda [101] [101] [101] [101]
Imagem
...
Atendendo ao RFI lançado pela MB, a Saab apresentou sua proposta para dois MCMV (Mine Countermeasure Vessel/Navio de Contramedidas de Minagem), da classe Koster equipados com sistemas de última geração, inclusive integração de veículos modernos não tripulados.
...
https://www.defesaaereanaval.com.br/nav ... a-de-minas

Prezado colega, saudações.

As informações referentes a proposta da SAAB para este RFI divide a mesma em duas etapas:
1. Modernização de dois navios disponíveis para o mesmo padrão dos da Marinha Sueca. O primeiro navio sera entregue em 12 meses e o seguinte em 24 meses, a partir da data de assinatura do contrato.
2. Construção de navios novos adicionais (4/6 exemplares) no Brasil.

A MB planeja no momento ter 6 MCMV, que em tese substituirão os 6 classe Aratu. Os italianos também apresentaram uma proposta ao DGMM.

Sds

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Sáb Abr 01, 2023 6:43 pm
por knigh7
A assessoria de imprensa da SAAB então cometeu um erro de sintaxe: Atendendo ao RFI lançado pela MB, a Saab apresentou sua proposta para dois MCMV.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Dom Abr 02, 2023 1:35 pm
por FCarvalho
A MB já vem de alguns anos fazendo contatos com vários fornecedores de soluções para a guerra de minas. Os alemães estão no jogo também, junto com sueos e italianos.
Vamos ver se aparecem mais alguém interessado.
Holanda e Bélgica tem um projeto em comum. Se está dentro dos requisitos da MB, ainda precisamos saber.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Dom Abr 02, 2023 6:10 pm
por Viking
Para quem torce pelas compras de oportunidade surgem na RN algumas possibilidades interessantes. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:


https://www.navylookout.com/why-has-the ... in-a-year/



Sds

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Dom Abr 02, 2023 9:57 pm
por FABIO
Boa noite amigos seria uma boa
a MB comprar pelo menos duas type 23 e os navios classe Echo.??

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Dom Abr 02, 2023 10:07 pm
por pewdiepie
FABIO escreveu: Dom Abr 02, 2023 9:57 pm Boa noite amigos seria uma boa
a MB comprar pelo menos duas type 23 e os navios classe Echo.??
Melhor tentar uma investida nos 4 navios classe Brandenburg da Alemanha.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Dom Abr 02, 2023 10:12 pm
por FABIO
A classe Blanderburdo não está disponível para venda.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Dom Abr 02, 2023 10:40 pm
por FCarvalho
Viking escreveu: Dom Abr 02, 2023 6:10 pm Para quem torce pelas compras de oportunidade surgem na RN algumas possibilidades interessantes. :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
https://www.navylookout.com/why-has-the ... in-a-year/
Sds
Que será que a MB está esperando, além de recursos, óbvio, que não compra o casco do Wave Knight e o Wave Ruler :?: :idea:
Ambos são navios contemporâneos do A-140 Atlântico.
Dariam um bom caldo ainda por muito anos, e de quebra serviriam bem ao lado do seu ex-capitânea na RN.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Abr 03, 2023 12:03 pm
por Viking
Outra matéria referente a proposta da SAAB para os navios contra minas para a MB.


https://www.defesaaereanaval.com.br/nav ... -do-brasil



Sds

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Abr 03, 2023 12:06 pm
por Viking
A proposta alemã para a MB esta baseada no novo caça minas da classe MHV 60, adotado pela Indonésia.


https://www.naval.com.br/blog/2022/10/1 ... indonesia/


Sds

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Abr 03, 2023 12:22 pm
por Viking
FCarvalho escreveu: Dom Abr 02, 2023 1:35 pm A MB já vem de alguns anos fazendo contatos com vários fornecedores de soluções para a guerra de minas. Os alemães estão no jogo também, junto com sueos e italianos.
Vamos ver se aparecem mais alguém interessado.
Holanda e Bélgica tem um projeto em comum. Se está dentro dos requisitos da MB, ainda precisamos saber.

Prezado colega, saudações.

Acredito que o programa belga-batavo supere os requisitos da MB considerando aspectos financeiros e técnicos. Os navios deste programa deslocam 2.800 ton e estão dotados do que há de mais moderno em termos de guerra de minas de tecnologia europeia.

https://www.naval.com.br/blog/2023/03/2 ... -terceiro/