O problema não é de política monetário para o BCE enfrentar, mas sim de política fiscal. Isso quer dizer que a UE vai ter que pagar a conta e forçar esses países a ajuste recessivos para enfrentar a crise. Se não fizer ou mesmo se fizer, a BCE pode dar uma bela pancada nos juros e retração monetária para defender o euro. Nesse caso é recessão na certa para todos os membros da zona do euro. Eles serão salvos pela Europa, mas o problema é o preço traduzido no desempenho econômico nos próximos anos.soultrain escreveu:Há umas semanas vi uma apresentação de um senhor que teria mão na coisa se o deixassem, não é politico.
Estive a ver os indicadores de todos os países Europeus, com mais incidência nos nossos, Grécia, Espanha e Irlanda.
O que se destaca e leva a Grécia a ser o pior, foram os Jogos Olímpicos, eles levaram uma talhada que não lembra ao diabo, por isso o EF e os Subs foram para o beleleu. O jogo com a Alemanha foi entre governos, foi coisa séria.
A Espanha pode ser o próximo.
Mas mantenho o que disse, o Euro está ancorado no BCE e o BCE é uma rocha por enquanto.
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Noticias de Portugal
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Re: Noticias de Portugal
Editado pela última vez por Bourne em Seg Fev 08, 2010 8:22 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Noticias de Portugal
Bourne escreveu:O problema não é de política monetário para o BCE enfrentar, mas sim de política fiscal. Isso quer dizer que a UE vai ter que pagar a conta e forçar esses países a ajuste recessivos para enfrentar a crise. Se não fizer ou mesmo se fizer, a BCE pode dar uma bela pancada nos juros e retração monetária para defender o euro, nesse caso é recessão na certa em nome da defesa da moeda.soultrain escreveu:Há umas semanas vi uma apresentação de um senhor que teria mão na coisa se o deixassem, não é politico.
Estive a ver os indicadores de todos os países Europeus, com mais incidência nos nossos, Grécia, Espanha e Irlanda.
O que se destaca e leva a Grécia a ser o pior, foram os Jogos Olímpicos, eles levaram uma talhada que não lembra ao diabo, por isso o EF e os Subs foram para o beleleu. O jogo com a Alemanha foi entre governos, foi coisa séria.
A Espanha pode ser o próximo.
Mas mantenho o que disse, o Euro está ancorado no BCE e o BCE é uma rocha por enquanto.
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Temo que o custo político disso seria demasiado: Europeus não estão acostumados a tomar na cabeça que nem nós...
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Re: Noticias de Portugal
Há mais que uma maneira de esfolar um coelho Não se esqueça que a região Euro tem superavit.Bourne escreveu:O problema não é de política monetário para o BCE enfrentar, mas sim de política fiscal. Isso quer dizer que a UE vai ter que pagar a conta e forçar esses países a ajuste recessivos para enfrentar a crise. Se não fizer ou mesmo se fizer, a BCE pode dar uma bela pancada nos juros e retração monetária para defender o euro. Nesse caso é recessão na certa para todos os membros da zona do euro. Eles serão salvos pela Europa, mas o problema é o preço traduzido no desempenho econômico nos próximos anos.soultrain escreveu:Há umas semanas vi uma apresentação de um senhor que teria mão na coisa se o deixassem, não é politico.
Estive a ver os indicadores de todos os países Europeus, com mais incidência nos nossos, Grécia, Espanha e Irlanda.
O que se destaca e leva a Grécia a ser o pior, foram os Jogos Olímpicos, eles levaram uma talhada que não lembra ao diabo, por isso o EF e os Subs foram para o beleleu. O jogo com a Alemanha foi entre governos, foi coisa séria.
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Re: Noticias de Portugal
O grande problema é que ninguém ganha eleições com medidas de austeridade.
Dai que se torna difícil controlar o deficit económico. Portugal está a apostar nas energias renováveis e na alta tecnologia para conseguir ultrapassar o desequilíbrio comercial e produzir mais riqueza. Uma boa aposta mas começamos tarde. O próprio consumidor Português não prefere o produto nacional.
É necessária uma mudança de mentalidades que nos leve a mudar de país de mão-de-obra barata para país exportador de valor acrescentado.
Tem que se modificar o modelo empresarial que é extremamente conservador e sobretudo deixar de apoiar políticos medíocres porque nos vão fazer uma estrada perto de casa e começar a pensar em eleger pessoas realmente capazes.
Dai que se torna difícil controlar o deficit económico. Portugal está a apostar nas energias renováveis e na alta tecnologia para conseguir ultrapassar o desequilíbrio comercial e produzir mais riqueza. Uma boa aposta mas começamos tarde. O próprio consumidor Português não prefere o produto nacional.
É necessária uma mudança de mentalidades que nos leve a mudar de país de mão-de-obra barata para país exportador de valor acrescentado.
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Re: Noticias de Portugal
Repare no calibre dos políticos actuais, repare o que já fizeram na vida, o que provaram?
São estes políticos que não deixam ninguém competente entrar, pois sabem que o tapete lhes sai debaixo dos pés, quem tenta entrar é trucidado, não faltam exemplos. É a assunção da própria incompetência.
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Re: Noticias de Portugal
Pois é... concordo plenamente. mas tenho esperança que as coisas mudem. Não será para já mas pode ser que os Magalhães tenham alguma utilidade nisso.
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Re: Noticias de Portugal
Nada a ver o que escreveu.Por acaso sabe os pressupostos de índices financeitos a que os países que aderiram tiveram de preencher?Não entrou no Euro quem quis mas sim sim quem tinha um monte de situações pelo menos ao nível de índices paracidos.São coisas muito distintas e discuto consigo e qualquer um.Ler é uma coisa,viver e conhecer essa União financeira é diferente.Isso não vem nos livros.Agora se me disser que alguns países perderam competividade nisso concordo o Euro se tornou uma moeda algo forte para algumas economias,Portugal em particular por ser excessivamente dependente das exportações.Bourne escreveu:Meu caro,Al Zarqawi escreveu:
Bourne,
Vamos falar um pouco sério e não em suposições abstratas.Os PIGS (eu sou um PIGS)mesmo em crise se formarem um bloco económico são têm muito maior que o PIB da América do Sul com 1/8 de população a menos para distribuir.Pense nisso.
E,digo sou mais PIGS (ADORO ESTE TERMO) que BRIC (o risco é muito menor,estude a história de calotes dos países envolvidos).
Menos academicismo,mais senso da realidade.
Primeiro, vá estudar a história das uniões monetárias antes de querer dar uma de gostosão. Principalmente, os motivos que as formadas entre países fracassaram e as que tinham como pano de fundo a formação de um país tiveram sucesso. Além do mais blocos econõmicos que pressupõe união aduaneira e monetária são problemático por que precisam responder as interesses de países diversos que podem não ser tão consoantes, gerando tensões e rupturas. Não importa o PIB. A discussão está em um nível muito mais elevado que transcende a própria economia.
Quem inventou o PIGS foi o mercado, como também, BRICs. As duas fundadas por analistas que não tem a mais vaga noção do que falam. Tal como a análise de risco país que é uma píada.
Menos jornalismo econômico e mais academicismo com fatos reais. Até agora não me referi a nenhuma abstração sem fundamento, mas sim ao que é necessário para uma união monetária funcionar e o que a história dessas uniões mostra.
Gostei do gostosão.
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"A inveja é doce,o olho grande é que é uma merda"Autor desconhecido.
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- soultrain
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Re: Noticias de Portugal
Este é o verdadeiro problema agora, o short sell de dividas de Estados, ou seja especulação predatória.
Many hedge funds have spotted an opportunity in government debt markets where public finances have been under great stress. This trade involves "shorting the weaker credits against the stronger, playing on market fears and heightened uncertainty, while making money in the ensuing volatility.
By Colin Barr, senior writerFebruary 5, 2010: 3:31 PM ET NEW YORK (Fortune)
So far, Dubai, Greece, Portugal and Spain have come under attack as investors demand higher interest rates on bonds sold by cash-strapped nations. For now, few observers expect to see defaults. But rising borrowing costs alone could exact a toll on already tepid economic recoveries. What"s more, even deeper-pocketed issuers such as the U.S. and the U.K. could be paying much higher yields by next year, as they struggle with political squabbles about rising deficits fueled by a massive price tag for bailouts and stimulus. "It all depends on growth, Economic growth is the great redeemer in these sorts of situations, but it"s not at all clear that we can count on seeing enough growth in a lot of the heavily indebted countries.
Borrowing costs have soared over the past two months in Greece, and this week the deficit hawks have swooped down on two other southern European nations, Portugal and Spain. Interest-rate spreads between these countries" bonds and those issued by Germany have widened this year, hitting record levels in Greece. The tremors come as officials in rich countries struggle with pressures once associated with so-called emerging markets: investors demanding that governments slash spending at a time of falling tax collections, soaring debts and, in many cases, growing public unrest.
The worries in Greece, Spain and Portugal stem in part from the benefits the southern European nations derived earlier this decade from using Europe"s common currency, the euro. Their ability to issue cheap debt, thanks to the euro"s association with Germany"s sound-money policies, allowed them to borrow more than they could afford and sparked a boom in consumer spending. This also helped the high-saving, export-oriented economies of Northern Europe, by creating a bigger market for their goods. In a sense, the euro worked too well. The benefits masked the fact that these countries were losing competitiveness in terms of labor costs, and now that gap can"t be avoided. In response, Greece recently promised to sharply cut its budget deficit, from a current level of 12.9% to 3% by 2012.
Spain, already facing 19% unemployment after the collapse of a massive housing bubble, says it will cut spending by $70 billion over several years. But given the scale of the problems and the massive borrowing needs of nations around the globe, it"s little surprise that default fears have failed to go away. There"s nothing so far to show they"ve fixed anything," said Tim Backshall, chief strategist for Credit Derivatives Research. "What we"ve seen is a dramatic selloff as investors start to adjust to the lower expectations for the euro area." While Backshall said he believes most of the selling in government bond markets has come from so-called real money investors who hold securities for the long term, the past week has brought an uptick of traders playing what"s known as sovereign risk. Many hedge funds have spotted an opportunity in government debt markets where public finances have been under great stress. This trade involves "shorting the weaker credits against the stronger, playing on market fears and heightened uncertainty, while making money in the ensuing volatility." That said, uncertainty will have to get much greater before there is a real risk of default in Greece, let alone Portugal, Spain or fiscally challenged Ireland. (Those noting the debt worries refer to Portugal, Ireland, Greece and Spain as Europe"s PIGS, and to that group plus Italy as the PIIGS.)
During the 1980s, Ireland"s bonds traded at similar spreads to Greece"s now, without any default. What"s more, any possible default would deal a blow to the credibility of the euro itself. Economists don"t expect the European Central Bank to stand idly by while a monetary union that took years to assemble disintegrates. "I believe the EU cannot let either Greece or Spain default, any more than Canada would allow one of its provinces to default," said Maurice Levi, a professor at the University of British Columbia in Vancouver. But then, few in February 2008 would have predicted the scale of devastation in the financial sector before governments finally stepped in. And even if sovereign defaults still look like a long shot, higher rates and stability worries alone can do their damage when economies are in a weakened state.
That point was driven home Thursday by a stock market selloff led by banks. Spanish banks BBVA (BBVA) and Santander (STD) each plunged more than 9%. Falling spending and higher unemployment can wreak havoc on bank balance sheets, further impeding growth. The fundamentals in a lot of these places look pretty ugly. There"s a sense this probably isn"t the end of this trade.
Many hedge funds have spotted an opportunity in government debt markets where public finances have been under great stress. This trade involves "shorting the weaker credits against the stronger, playing on market fears and heightened uncertainty, while making money in the ensuing volatility.
By Colin Barr, senior writerFebruary 5, 2010: 3:31 PM ET NEW YORK (Fortune)
So far, Dubai, Greece, Portugal and Spain have come under attack as investors demand higher interest rates on bonds sold by cash-strapped nations. For now, few observers expect to see defaults. But rising borrowing costs alone could exact a toll on already tepid economic recoveries. What"s more, even deeper-pocketed issuers such as the U.S. and the U.K. could be paying much higher yields by next year, as they struggle with political squabbles about rising deficits fueled by a massive price tag for bailouts and stimulus. "It all depends on growth, Economic growth is the great redeemer in these sorts of situations, but it"s not at all clear that we can count on seeing enough growth in a lot of the heavily indebted countries.
Borrowing costs have soared over the past two months in Greece, and this week the deficit hawks have swooped down on two other southern European nations, Portugal and Spain. Interest-rate spreads between these countries" bonds and those issued by Germany have widened this year, hitting record levels in Greece. The tremors come as officials in rich countries struggle with pressures once associated with so-called emerging markets: investors demanding that governments slash spending at a time of falling tax collections, soaring debts and, in many cases, growing public unrest.
The worries in Greece, Spain and Portugal stem in part from the benefits the southern European nations derived earlier this decade from using Europe"s common currency, the euro. Their ability to issue cheap debt, thanks to the euro"s association with Germany"s sound-money policies, allowed them to borrow more than they could afford and sparked a boom in consumer spending. This also helped the high-saving, export-oriented economies of Northern Europe, by creating a bigger market for their goods. In a sense, the euro worked too well. The benefits masked the fact that these countries were losing competitiveness in terms of labor costs, and now that gap can"t be avoided. In response, Greece recently promised to sharply cut its budget deficit, from a current level of 12.9% to 3% by 2012.
Spain, already facing 19% unemployment after the collapse of a massive housing bubble, says it will cut spending by $70 billion over several years. But given the scale of the problems and the massive borrowing needs of nations around the globe, it"s little surprise that default fears have failed to go away. There"s nothing so far to show they"ve fixed anything," said Tim Backshall, chief strategist for Credit Derivatives Research. "What we"ve seen is a dramatic selloff as investors start to adjust to the lower expectations for the euro area." While Backshall said he believes most of the selling in government bond markets has come from so-called real money investors who hold securities for the long term, the past week has brought an uptick of traders playing what"s known as sovereign risk. Many hedge funds have spotted an opportunity in government debt markets where public finances have been under great stress. This trade involves "shorting the weaker credits against the stronger, playing on market fears and heightened uncertainty, while making money in the ensuing volatility." That said, uncertainty will have to get much greater before there is a real risk of default in Greece, let alone Portugal, Spain or fiscally challenged Ireland. (Those noting the debt worries refer to Portugal, Ireland, Greece and Spain as Europe"s PIGS, and to that group plus Italy as the PIIGS.)
During the 1980s, Ireland"s bonds traded at similar spreads to Greece"s now, without any default. What"s more, any possible default would deal a blow to the credibility of the euro itself. Economists don"t expect the European Central Bank to stand idly by while a monetary union that took years to assemble disintegrates. "I believe the EU cannot let either Greece or Spain default, any more than Canada would allow one of its provinces to default," said Maurice Levi, a professor at the University of British Columbia in Vancouver. But then, few in February 2008 would have predicted the scale of devastation in the financial sector before governments finally stepped in. And even if sovereign defaults still look like a long shot, higher rates and stability worries alone can do their damage when economies are in a weakened state.
That point was driven home Thursday by a stock market selloff led by banks. Spanish banks BBVA (BBVA) and Santander (STD) each plunged more than 9%. Falling spending and higher unemployment can wreak havoc on bank balance sheets, further impeding growth. The fundamentals in a lot of these places look pretty ugly. There"s a sense this probably isn"t the end of this trade.
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Re: Noticias de Portugal
soultrain escreveu:Repare no calibre dos políticos actuais, repare o que já fizeram na vida, o que provaram?
São estes políticos que não deixam ninguém competente entrar, pois sabem que o tapete lhes sai debaixo dos pés, quem tenta entrar é trucidado, não faltam exemplos. É a assunção da própria incompetência.
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Isso não é acontece só na politica mas em tudo o geral, nas escolas, nas empresas e por aí fora, é um mal congénito. Quanto entras, ou "alinhas" no sistema vigente ou és posto de lado, quando mesmo não sacam das facas para te tramar.
Conheço vários exemplos.
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Re: Noticias de Portugal
tflash escreveu:Pois é... concordo plenamente. mas tenho esperança que as coisas mudem. Não será para já mas pode ser que os Magalhães tenham alguma utilidade nisso.
desengana-te, os putos usam os magalhães para jogos e pouco mais.
Enquanto isso a educação e o ensino resvalam cada vez mais para a valeta
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Re: Noticias de Portugal
Risco
Depois dos 'Pigs', Portugal está agora entre os 'Stupid'
Eudora Ribeiro
09/02/10 08:55
Portugal, Espanha e Grécia estão no lote dos 'PIGS'. A Irlanda fecha a lista.
‘STUPID’ é a nova sigla que circula nos mercados para referir os países que podem ser afectados por um efeito dominó em caso de falência da Grécia: Espanha, Turquia, Reino Unido, Portugal, Itália e Dubai.
O acrónimo ‘PIGS' (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) parece já ter passado à história. Isto porque o que está agora na ‘boca' dos mercados é a sigla ‘STUPID', uma situação que deve preocupar o Reino Unido. É que apesar de não ser um dos ‘PIGS', o país de sua majestade é considerado ‘STUPID' e como o acrónimo pode ser contagioso, o Reino Unido tem de se distanciar dos outros.
Já Portugal está nos dois grupos, uma situação nada lisonjeira. Mas comecemos pelo primeiro anacronismo. A expressão 'PIGS' foi muito utilizada em 2008 por jornalistas britânicos e norte-americanos para se referirem aos quatro países europeus: Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, que partilham problemas de défices elevados, um histórico de grandes níveis de endividamento e altas taxas de desemprego.
A sigla voltou 'à baila' depois de Grécia, Portugal e Espanha terem atraído a atenção dos mercados devido ao desequilíbrio das contas públicas e subida dos indicadores de dívida. Os 'PIGS' (porcos em português) são os quatro países que estão a dar mais dores de cabeça ao conjunto da zona euro e ninguém quer entrar no grupo.
Mas a sigla 'PIGS' já tem ' sucessora' e, na semana passada, o Barclays Capital até avisou os seus analistas que a expressão teria de deixar de ser usada nos relatórios produzidos pelo banco.
Depois dos 'PIGS', chegam os 'STUPID'
Os especialistas começam agora a usar uma outra expressão para denominar os países que seriam afectados pelo efeito dominó em caso de falência da Grécia: os 'STUPID' (estúpidos) que é a sigla em inglês para Espanha, Turquia, Reino Unido, Portugal, Itália ou Irlanda e Dubai.
Hugo Dixon, colunista da Reuters, considera que o Reino Unido tem de se distanciar deste grupo e deixa três conselhos para o conseguir. São dicas que podem servir de exemplo para outros países na lista como Portugal.
Em primeiro lugar, os políticos devem evitar qualquer comparação entre o Reino Unido e a Grécia. Mas segundo o mesmo colunista, David Camerson, o líder do partido conservador da Oposição, está a cometer o grave erro de sublinhar as semelhanças entre Reino Unido e o país helénico. Esta postura, escreve Dixon, pode, no limite, ajudá-lo nas eleições, que devem realizar-se em Maio, mas quanto mais a Grécia e o Reino Unido forem associados, pior.
Em segundo lugar, diz, o Governo precisa de produzir um orçamento credível, possivelmente em Março. Num cenário ideal, este orçamento teria de incluir cortes fiscais suficientes para mostrar que o Reino Unido, que está a braços com um défice previsto de 13% do PIB este ano, adopta uma postura responsável.
Por último, o Governo deve identificar todas as possíveis formas da crise se alastar ao Reino Unido e desenhar os necessários planos de contingência.
Escreve o colunista, que se o Reino Unido não se proteger desta forma será verdadeiramente ‘stupid'.
Depois dos 'Pigs', Portugal está agora entre os 'Stupid'
Eudora Ribeiro
09/02/10 08:55
Portugal, Espanha e Grécia estão no lote dos 'PIGS'. A Irlanda fecha a lista.
‘STUPID’ é a nova sigla que circula nos mercados para referir os países que podem ser afectados por um efeito dominó em caso de falência da Grécia: Espanha, Turquia, Reino Unido, Portugal, Itália e Dubai.
O acrónimo ‘PIGS' (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) parece já ter passado à história. Isto porque o que está agora na ‘boca' dos mercados é a sigla ‘STUPID', uma situação que deve preocupar o Reino Unido. É que apesar de não ser um dos ‘PIGS', o país de sua majestade é considerado ‘STUPID' e como o acrónimo pode ser contagioso, o Reino Unido tem de se distanciar dos outros.
Já Portugal está nos dois grupos, uma situação nada lisonjeira. Mas comecemos pelo primeiro anacronismo. A expressão 'PIGS' foi muito utilizada em 2008 por jornalistas britânicos e norte-americanos para se referirem aos quatro países europeus: Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, que partilham problemas de défices elevados, um histórico de grandes níveis de endividamento e altas taxas de desemprego.
A sigla voltou 'à baila' depois de Grécia, Portugal e Espanha terem atraído a atenção dos mercados devido ao desequilíbrio das contas públicas e subida dos indicadores de dívida. Os 'PIGS' (porcos em português) são os quatro países que estão a dar mais dores de cabeça ao conjunto da zona euro e ninguém quer entrar no grupo.
Mas a sigla 'PIGS' já tem ' sucessora' e, na semana passada, o Barclays Capital até avisou os seus analistas que a expressão teria de deixar de ser usada nos relatórios produzidos pelo banco.
Depois dos 'PIGS', chegam os 'STUPID'
Os especialistas começam agora a usar uma outra expressão para denominar os países que seriam afectados pelo efeito dominó em caso de falência da Grécia: os 'STUPID' (estúpidos) que é a sigla em inglês para Espanha, Turquia, Reino Unido, Portugal, Itália ou Irlanda e Dubai.
Hugo Dixon, colunista da Reuters, considera que o Reino Unido tem de se distanciar deste grupo e deixa três conselhos para o conseguir. São dicas que podem servir de exemplo para outros países na lista como Portugal.
Em primeiro lugar, os políticos devem evitar qualquer comparação entre o Reino Unido e a Grécia. Mas segundo o mesmo colunista, David Camerson, o líder do partido conservador da Oposição, está a cometer o grave erro de sublinhar as semelhanças entre Reino Unido e o país helénico. Esta postura, escreve Dixon, pode, no limite, ajudá-lo nas eleições, que devem realizar-se em Maio, mas quanto mais a Grécia e o Reino Unido forem associados, pior.
Em segundo lugar, diz, o Governo precisa de produzir um orçamento credível, possivelmente em Março. Num cenário ideal, este orçamento teria de incluir cortes fiscais suficientes para mostrar que o Reino Unido, que está a braços com um défice previsto de 13% do PIB este ano, adopta uma postura responsável.
Por último, o Governo deve identificar todas as possíveis formas da crise se alastar ao Reino Unido e desenhar os necessários planos de contingência.
Escreve o colunista, que se o Reino Unido não se proteger desta forma será verdadeiramente ‘stupid'.
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Re: Noticias de Portugal
Portugueses pedem demissão de Almunia
Em causa estão as declarações feitas pelo comissário, que dizem que Portugal e Grécia «partilham problemas comuns»
O secretário-geral da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) pediu, em carta enviada a Bruxelas, a demissão de Joaquín Almunia pela apreciação feita recentemente pelo comissário europeu sobre o estado da economia portuguesa.
Almunia diz que Portugal e Grécia partilham problemas
Veja aqui a peça de vídeo
Na carta, endereçada a Bruxelas na passada sexta-feira, Artur Trindade referiu que as declarações «irresponsáveis e inadmissíveis» de Almunia «estão a afectar» Portugal e os portugueses e «contrariam, em absoluto, os grandes propósitos em que se funda a existência da Comissão Europeia: construir uma Europa una e socialmente equitativa», escreve a Lusa.
O comissário espanhol, Joaquín Almunia, afirmou na quarta feira que a Grécia, Portugal, Espanha e «outros países» da Zona Euro «partilham problemas comuns», como «a perda constante de competitividade» e o elevado défice público.
Mas, no dia seguinte, Amélia Torres, porta-voz de Joaquín Almunia, recusou que tenha sido o comissário a fazer essa comparação, responsabilizando antes a imprensa.
Recorde-se que o também o Presidente da República, Cavaco Silva, garantiu a semana passada que «não existe qualquer comparação entre Portugal e Grécia» e criticou a declaração de Almunia, dizendo que foi «infeliz e incorrecta».
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Re: Noticias de Portugal
2010-02-08 11:55:35
Governo de Sócrates nomeou já mais de 1 300 pessoas
Batendo recorde de Santana Lopes e Durão Barroso
O segundo Governo de José Sócrates, em funções há pouco mais de três meses, nomeou mais de 1 300 pessoas, batendo desta forma os recordes de Santana Lopes e Durão Barroso.
O primeiro-ministro, José Sócrates, nomeou 1 361 pessoas desde que assumiu funções no final de Outubro. Do total de nomeados, quase mil eram só para os gabinetes ministeriais.
O número de pessoas nomeadas por José Sócrates ultrapassa já os 1 034 responsáveis em dois meses e meio por Santana Lopes e os 1 260 durante o executivo de Durão Barroso.
De acordo com o Público, o número de nomeações do Governo de José Sócrates pode vir a aumentar dada a falta de pessoal que se faz sentir em algumas pastas.
Apesar do número de nomeações elevado, estas ficam ainda aquém das mais de 5 500 contratações do mandato de António Guterres.
http://www.fabricadeconteudos.com/?lop= ... fb7b1cd6d6
Governo de Sócrates nomeou já mais de 1 300 pessoas
Batendo recorde de Santana Lopes e Durão Barroso
O segundo Governo de José Sócrates, em funções há pouco mais de três meses, nomeou mais de 1 300 pessoas, batendo desta forma os recordes de Santana Lopes e Durão Barroso.
O primeiro-ministro, José Sócrates, nomeou 1 361 pessoas desde que assumiu funções no final de Outubro. Do total de nomeados, quase mil eram só para os gabinetes ministeriais.
O número de pessoas nomeadas por José Sócrates ultrapassa já os 1 034 responsáveis em dois meses e meio por Santana Lopes e os 1 260 durante o executivo de Durão Barroso.
De acordo com o Público, o número de nomeações do Governo de José Sócrates pode vir a aumentar dada a falta de pessoal que se faz sentir em algumas pastas.
Apesar do número de nomeações elevado, estas ficam ainda aquém das mais de 5 500 contratações do mandato de António Guterres.
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Triste sina ter nascido português
- cabeça de martelo
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Re: Noticias de Portugal
ESPECTÁCULO!!! Não há uma gang brasileira de seu nome Amigos dos Amigos?! Olha a versão portuguesa...
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Re: Noticias de Portugal
Miguel Frasquilho
9.3%: O défice que José Sócrates quis?!...
Já se sabe que a relação do primeiro-ministro (PM) com as contas públicas é muito complicada. Não pelas contas públicas em si, mas porque José Sócrates (JS) insiste em fazer avaliações e declarações absolutamente surpreendentes e que em nada...
Já se sabe que a relação do primeiro-ministro (PM) com as contas públicas é muito complicada. Não pelas contas públicas em si, mas porque José Sócrates (JS) insiste em fazer avaliações e declarações absolutamente surpreendentes e que em nada abonam a sua imagem. De facto, já em 2006 JS tinha puxado para si louros a propósito da redução do peso da despesa pública no PIB que, afinal… não lhe deveriam pertencer1. E, ainda em Julho do ano passado, o PM dizia, a propósito do défice público de 2007 - 2.6% do PIB, o menor na história da democracia - que "está para nascer o primeiro-ministro que tenha feito melhor do que eu com o défice"2. Sucede que, depois de 2007 vieram 2008 e 2009 - e, com o ano passado, veio também um défice público de 9.3% do PIB, conhecido há quinze dias - o défice mais alto de sempre em democracia. Sendo que, para 2010, os 8.3% projectados para o défice surgem na terceira posição nesta escala. Parece, assim, justificado, que os portugueses possam pensar que está para nascer, isso sim, o PM que faça pior com o défice do que JS…
Julguei que, em matéria de contas públicas e de declarações, digamos, "espantosas" por parte do PM não poderia ser mais surpreendido… Puro engano meu!... É que, ainda na semana passada, e no rescaldo do conhecimento do tal défice de 9.3% do PIB referente a 2009, JS não se coibiu de referir que "decidimos aumentar o nosso défice não por descontrolo, mas para ajudar a economia, as empresas e as famílias", tendo vincado que "o défice orçamental português aumentou por uma boa razão, [aumentou] para responder à crise". Para o PM, "o facto de o Estado Português ter decidido aumentar o seu défice foi para resolver os problemas e numa dimensão em linha com as outras economias". E considerou que o aumento do défice de 2007 para 2009, de 6.7 pontos percentuais (pp) do PIB, estava em linha (até abaixo) com o verificado nos países do G-20 (6.9 pp) e da OCDE (6.8 pp). Finalmente, JS ainda revelou que "foram os gastos adicionais do Estado Português os causadores do aumento do défice". Helas!... Ora vejamos.
Primeiro. Desde que o défice de 2009 foi conhecido, quer o ministro das Finanças, quer o governador do Banco de Portugal referiram, por mais do que uma vez, que a dimensão do buraco orçamental tinha sido uma verdadeira surpresa. O que está em conformidade com o facto de, no segundo Orçamento Rectificativo para 2009, discutido no Parlamento em Dezembro último, Teixeira dos Santos ter tomado a projecção da Comissão Europeia, de um défice de 8% do PIB, como uma boa referência… para, pouco mais de um mês depois, quando foi conhecido o Orçamento do Estado para 2010 (e o défice de 2009), afinal, se chegar a 9.3%. Mas para JS… não - estava tudo programado: o défice foi de 9.3%... por decisão do Governo!... Que magnífica imagem de coerência entre membros do Governo (e logo quais…), e entre Governo e Banco de Portugal, não acha, caro leitor?...
Segundo. Até podia ser que, para auxiliar a economia, o Governo tivesse decidido gastar mais do que o previsto, ou tivesse decidido descer impostos. Sucede que a despesa pública em 2009 se situou em linha com o que tinha sido projectado no Orçamento Rectificativo em Janeiro do ano passado (e confirmado no Relatório de Orientação de Política Orçamental, de Maio de 2009), isto é, pouco acima de EUR 84 mil milhões3. E não houve nenhuma redução de impostos: a receita afundou em mais de EUR 5 mil milhões (ou mais de 3% do PIB) face ao previsto devido à quebra de actividade resultante da crise global. Não por qualquer decisão do Governo. Perante estes números, como qualificar os "gastos adicionais" (onde andam eles?...) do Estado Português que, segundo JS, terão sido os responsáveis pela deterioração do défice?!... O descaramento devia ter limites…
Terceiro. Comparou JS a evolução do "nosso" défice entre 2007 e 2009 com o do G-20 ou da OCDE. Podia ter comparado, por exemplo, com o défice da União Europeia (UE), região em que nos inserimos. Ou a subida entre 2008 e 2009… E, aí, repararia que a subida do défice português foi de 6.7 pp contra 6.1 na UE (a 9ª subida entre os 27)… Já de 2008 para 2009, a diferença é bem maior: 6.6 pp contra 4.6 pp na UE (a 4ª maior subida). Portanto, uma deterioração maior do que na Europa - que levou, no ano passado, o défice português a ser o 6º maior dos 27.
Entendamo-nos: perante a enorme e desagradável surpresa que foi a dimensão real do défice de 2009, as declarações totalmente despropositadas do PM, e absolutamente desalinhadas com as do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal já teriam sido perfeitamente dispensáveis em circunstâncias normais… imagine-se quando, como agora, Portugal está sob um apertadíssimo escrutínio dos observadores e mercados internacionais, e também das temidas mas incontornáveis agências de rating!... Espero, por isso, que sejam encaradas como uma piada (de mau gosto…) e não levadas a sério (embora tendo sido proferidas pelo PM). Porque, nesse caso, elas só ajudam a minar a nossa imagem e credibilidade… que, como se sabe, já conheceram dias bem melhores.
1 Ver, para o efeito, o texto que publiquei, em 19 de Setembro de 2006, no blog "Quarta República", intitulado "Despesa Pública: Cair? Até talvez… mas não pela primeira vez em 30 anos!...".
2 Ver, para o efeito, o texto que publiquei nesta mesma coluna no Jornal de Negócios em 04 de Agosto de 2009, intitulado "José Sócrates e as Contas Públicas: Uma Relação Difícil".
3De acordo com a metodologia actualmente em vigor em termos internacionais e que é validada pelo INE e o Eurostat. Recorde-se que o Governo resolveu alterar unilateralmente, aquando da apresentação do OE'2009, a forma de registo das "despesas com pessoal" e das "contribuições sociais", o que, não modificando o valor do défice, altera o valor daquelas rubricas e, bem entendido, dos agregados da receita e da despesa pública em que se inserem, inviabilizando comparações com o passado.
Economista
Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD
miguelfrasquilho@yahoo.com
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9.3%: O défice que José Sócrates quis?!...
Já se sabe que a relação do primeiro-ministro (PM) com as contas públicas é muito complicada. Não pelas contas públicas em si, mas porque José Sócrates (JS) insiste em fazer avaliações e declarações absolutamente surpreendentes e que em nada...
Já se sabe que a relação do primeiro-ministro (PM) com as contas públicas é muito complicada. Não pelas contas públicas em si, mas porque José Sócrates (JS) insiste em fazer avaliações e declarações absolutamente surpreendentes e que em nada abonam a sua imagem. De facto, já em 2006 JS tinha puxado para si louros a propósito da redução do peso da despesa pública no PIB que, afinal… não lhe deveriam pertencer1. E, ainda em Julho do ano passado, o PM dizia, a propósito do défice público de 2007 - 2.6% do PIB, o menor na história da democracia - que "está para nascer o primeiro-ministro que tenha feito melhor do que eu com o défice"2. Sucede que, depois de 2007 vieram 2008 e 2009 - e, com o ano passado, veio também um défice público de 9.3% do PIB, conhecido há quinze dias - o défice mais alto de sempre em democracia. Sendo que, para 2010, os 8.3% projectados para o défice surgem na terceira posição nesta escala. Parece, assim, justificado, que os portugueses possam pensar que está para nascer, isso sim, o PM que faça pior com o défice do que JS…
Julguei que, em matéria de contas públicas e de declarações, digamos, "espantosas" por parte do PM não poderia ser mais surpreendido… Puro engano meu!... É que, ainda na semana passada, e no rescaldo do conhecimento do tal défice de 9.3% do PIB referente a 2009, JS não se coibiu de referir que "decidimos aumentar o nosso défice não por descontrolo, mas para ajudar a economia, as empresas e as famílias", tendo vincado que "o défice orçamental português aumentou por uma boa razão, [aumentou] para responder à crise". Para o PM, "o facto de o Estado Português ter decidido aumentar o seu défice foi para resolver os problemas e numa dimensão em linha com as outras economias". E considerou que o aumento do défice de 2007 para 2009, de 6.7 pontos percentuais (pp) do PIB, estava em linha (até abaixo) com o verificado nos países do G-20 (6.9 pp) e da OCDE (6.8 pp). Finalmente, JS ainda revelou que "foram os gastos adicionais do Estado Português os causadores do aumento do défice". Helas!... Ora vejamos.
Primeiro. Desde que o défice de 2009 foi conhecido, quer o ministro das Finanças, quer o governador do Banco de Portugal referiram, por mais do que uma vez, que a dimensão do buraco orçamental tinha sido uma verdadeira surpresa. O que está em conformidade com o facto de, no segundo Orçamento Rectificativo para 2009, discutido no Parlamento em Dezembro último, Teixeira dos Santos ter tomado a projecção da Comissão Europeia, de um défice de 8% do PIB, como uma boa referência… para, pouco mais de um mês depois, quando foi conhecido o Orçamento do Estado para 2010 (e o défice de 2009), afinal, se chegar a 9.3%. Mas para JS… não - estava tudo programado: o défice foi de 9.3%... por decisão do Governo!... Que magnífica imagem de coerência entre membros do Governo (e logo quais…), e entre Governo e Banco de Portugal, não acha, caro leitor?...
Segundo. Até podia ser que, para auxiliar a economia, o Governo tivesse decidido gastar mais do que o previsto, ou tivesse decidido descer impostos. Sucede que a despesa pública em 2009 se situou em linha com o que tinha sido projectado no Orçamento Rectificativo em Janeiro do ano passado (e confirmado no Relatório de Orientação de Política Orçamental, de Maio de 2009), isto é, pouco acima de EUR 84 mil milhões3. E não houve nenhuma redução de impostos: a receita afundou em mais de EUR 5 mil milhões (ou mais de 3% do PIB) face ao previsto devido à quebra de actividade resultante da crise global. Não por qualquer decisão do Governo. Perante estes números, como qualificar os "gastos adicionais" (onde andam eles?...) do Estado Português que, segundo JS, terão sido os responsáveis pela deterioração do défice?!... O descaramento devia ter limites…
Terceiro. Comparou JS a evolução do "nosso" défice entre 2007 e 2009 com o do G-20 ou da OCDE. Podia ter comparado, por exemplo, com o défice da União Europeia (UE), região em que nos inserimos. Ou a subida entre 2008 e 2009… E, aí, repararia que a subida do défice português foi de 6.7 pp contra 6.1 na UE (a 9ª subida entre os 27)… Já de 2008 para 2009, a diferença é bem maior: 6.6 pp contra 4.6 pp na UE (a 4ª maior subida). Portanto, uma deterioração maior do que na Europa - que levou, no ano passado, o défice português a ser o 6º maior dos 27.
Entendamo-nos: perante a enorme e desagradável surpresa que foi a dimensão real do défice de 2009, as declarações totalmente despropositadas do PM, e absolutamente desalinhadas com as do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal já teriam sido perfeitamente dispensáveis em circunstâncias normais… imagine-se quando, como agora, Portugal está sob um apertadíssimo escrutínio dos observadores e mercados internacionais, e também das temidas mas incontornáveis agências de rating!... Espero, por isso, que sejam encaradas como uma piada (de mau gosto…) e não levadas a sério (embora tendo sido proferidas pelo PM). Porque, nesse caso, elas só ajudam a minar a nossa imagem e credibilidade… que, como se sabe, já conheceram dias bem melhores.
1 Ver, para o efeito, o texto que publiquei, em 19 de Setembro de 2006, no blog "Quarta República", intitulado "Despesa Pública: Cair? Até talvez… mas não pela primeira vez em 30 anos!...".
2 Ver, para o efeito, o texto que publiquei nesta mesma coluna no Jornal de Negócios em 04 de Agosto de 2009, intitulado "José Sócrates e as Contas Públicas: Uma Relação Difícil".
3De acordo com a metodologia actualmente em vigor em termos internacionais e que é validada pelo INE e o Eurostat. Recorde-se que o Governo resolveu alterar unilateralmente, aquando da apresentação do OE'2009, a forma de registo das "despesas com pessoal" e das "contribuições sociais", o que, não modificando o valor do défice, altera o valor daquelas rubricas e, bem entendido, dos agregados da receita e da despesa pública em que se inserem, inviabilizando comparações com o passado.
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"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ