Re: ISRAEL
Enviado: Sex Abr 05, 2024 5:54 pm
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/d ... 20Kitchen).Hobbes passeia em Gaza
Demétrio Magnoli
Naquele 10 de outubro, dia do sangue, do sequestro e do estupro, Israel ganhou a oportunidade de livrar a si mesmo da ignomínia da ocupação sem fim e, ao mesmo tempo, de libertar os palestinos da maldição do Hamas. No lugar disso, Netanyahu, o rei devasso de Israel, escolheu a perversidade. Hobbes passeia em Gaza.
"Israel está em guerra com o Hamas, não com a população de Gaza", afirmou o general Herzi Halevi, desculpando-se em nome das forças armadas que comanda pelo bombardeio contra um comboio humanitário da WCK (World Central Kitchen). Não é verdade: o padrão de violações das leis de guerra prova que o governo israelense estabeleceu uma equivalência entre os civis palestinos e o Hamas. Na prática, tudo que se move no diminuto território é visto como alvo legítimo.
A guerra justa nunca seria fácil. No poder desde 2007, o Hamas enredou-se no tecido social de Gaza, infiltrou-se nos hospitais, nas escolas e na agência da ONU para refugiados palestinos. Toda a população do território foi convertida em um largo escudo humano. Israel precisaria separar o escudo dos combatentes, por meio de ações militares cirúrgicas e deslocamentos demográficos temporários, inclusive para dentro de seu próprio território, como chegou a aventar a The Economist.
Contudo, no lugar disso, escolheu a via criminosa da punição coletiva, engendrando uma crise de fome que se combina com um desastre sanitário. De certa forma, o Hamas sai-se vitorioso da derrota militar, pela difusão mundial da noção antissemita de que o Estado judeu não tem o direito de existir.
A hegemonia militar é insuficiente. O triunfo na guerra justa depende de uma saída política: a substituição da ditadura do Hamas por um governo palestino unificado e representativo. A Autoridade Palestina e os países árabes moderados revelaram-se dispostos a engajar-se na tarefa, com a condição de que, no fim da estrada, ela conduza ao estabelecimento de um Estado Palestino. Mas, desde o início, o governo israelense barrou as articulações diplomáticas nessa direção.
Netanyahu deixou Biden falando sozinho, provocando-lhe "crescente frustração". Sua visão do pós-guerra: uma administração de clãs locais num território sob controle militar de Israel. O nome disso é anarquia militarizada. No lugar do regime do Hamas, Gaza seria convertida em teatro de guerra entre gangues de colaboracionistas pelo controle de migalhas de ajuda humanitária.
É o que, embrionariamente, já acontece. A maior parte das tropas israelenses retirou-se para o entorno de Gaza, enquanto as forças remanescentes concentram-se na estrada que biparte o território. Segundo relatos de trabalhadores humanitários, na terra sem governo impera a lei das milícias. As casas de habitantes da Cidade de Gaza deslocados para o sul são saqueadas por gangues e os frutos dos assaltos reaparecem em mercados informais. Configura-se, aos poucos, uma economia subterrânea hobbesiana.
A lei do mais forte estende-se à ajuda humanitária. Israel impede que a UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos, continue a operar. A escassa ajuda externa não é distribuída por soldados, mas lançada dos ares ou, até o ataque à WCK, transportada em veículos de organizações internacionais. O resultado previsível são pilhagens realizadas por gangues armadas. Semeia-se, assim, o surgimento de uma geração de "mártires" jihadistas ainda mais fanáticos que os terroristas do Hamas.
Netanyahu não mais guerreia contra o Hamas. Sua guerra transformou-se, exclusivamente, numa estratégia de sobrevivência política: evitar eleições antecipadas. Suspenso no fio tênue de uma coligação com supremacistas judaicos, ele decidiu congelar o impasse sangrento. Só os EUA dispõem dos meios para interromper a tragédia, pela suspensão da ajuda militar a Israel. Terá Biden a coragem de negar Hobbes?
Ou seja, nada de ataque direto do Irã a Israel.Suetham escreveu: ↑Dom Abr 07, 2024 9:11 am
Parece que o Hezbollah já tem há nove anos o Fateh-110. O Irã tem derivados do Fateh-110 dentro da Síria e do Iraque que poderia usar para atacar o Golã. A Síria também fabrica o antigo Fateh-110, o míssil de primeira geração sob licença.
O Irã possui atualmente:
Míssil de cruzeiro de ataque terrestre:
Paveh, Abu Mahdi, Soumar, Talayieh e Hoveyseh
Míssil balístico:
Keiybar Shekan e HaJ Qassem
IRBM: Khorramshahr (ogiva de 1500 kg ou baseada em cluster), Sejill-2 e Emad (Shahab-3 atualizado com uma ogiva manobrável)
Hipersônica: Fattah 1 (motor de reforço para saltos exoatmosféricos) e Fattah-2 (o primeiro HGV do Irã provavelmente capaz de evitar todos os sistemas israelenses de defesa antiaéreo).
Demais mísseis: Qiam (Shahab-3) e Ghadr (a última geração da família Shahab-3 produzida). Eles seriam usados para distrair o escudo ABM enquanto os mísseis de alta tecnologia mencionados anteriormente pudessem passam.
Agora, com a quantidade de GPS bloqueado em Israel, não vejo como o Irã usaria LACM ou drones. No entanto, se o Irã desenvolveu um software de mapeamento de terreno(TERCOM/DSMAC), então é possível que o seu LACM e os drones utilizem o software de mapeamento para triangular a sua localização na ausência de acesso GPS/GLONASS. O risco ocorre se usar drones/LCAMs e o ataque for amplamente repelido. Parece pior do que não atacar. Daí a razão pela qual penso que os mísseis balísticos podem usados num alvo que o Irã acredita que Israel não seja capaz de defender.
O Irã dos anos 2000 tinha uma defesa aérea inexistente comprometida com o sistema de armas dos anos 1970 e 1980, compilado de sistemas soviéticos, americanos, franceses e chineses. Seu míssil mais poderoso era uma cópia norte-coreana do Scud-C e sua tecnologia de giroscópio era tão ruim que o CEP nos primeiros Shahab-3 chegava a 2 km. Hoje possui uma das mais avançadas redes de sistemas de defesa aérea comprometida com uma enorme diversidade de sistemas desde SHORAD, de médio alcance a longo alcance. E o mais importante de tudo, possui uma grande diversidade de radares para ajudá-lo a rastrear seu inimigo. Seus mísseis balísticos é um dos mais avançados do mundo e sua tecnologia de giroscópio a laser agora rivaliza em grande parte com a dos ICBMs americanos e russos.
Destes batalhões das Brigadas de Al-Qassam, quantos é que ainda existem?FOXTROT escreveu: ↑Ter Abr 09, 2024 2:08 pm Portugal deve ser uma ilha porque tem um certo português no Fórum que não percebe a realidade. Fato de Israel conseguir matar milhares não significa que está vencendo, aonde estão os cativos?
Hamas segue Lançando foguetes contra Israel?
Qual o número de baixas nas IDFs?
Objetivo alcançados?
Não para todas as perguntas.
Saudações
9 milhões a a crescer todos os anos.FOXTROT escreveu: ↑Qua Abr 10, 2024 8:31 am Como eu disse, ninguém dúvida da capacidade israelense matar, o que sabemos agora é que eles não conseguem esconder as suas baixas, estão morrendo como nunca. Não esquecer que Israel é um pequeno país com pouca população, suas baixas são mais difíceis de repor.
Sua tecnologia já não faz tanta diferença como no passado.
Saudações
Taxa de fertilidade - 2.89The current population of Israel is 9,280,433 as of Wednesday, April 10, 2024, based on Worldometer elaboration of the latest United Nations data