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Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Skyway
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#1666 Mensagem por Skyway » Sáb Mar 24, 2007 12:21 am

Os Mirages que compramos são só os drones para testar a capacidade AR-AR dos F-5EM. 8-]



Hehehehehehe.....Nossa, a uns 4 anos eu já chamava os Mirages de Ferrão-de-passar 2000, ou Drone 2000. O pessoal das antigas do Asas de guerra deve lembrar.




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Kratos
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#1667 Mensagem por Kratos » Sáb Mar 24, 2007 12:27 am

rcolistete escreveu:Olá pessoal,

Putz ! Alguém aí some quantos aviões de transporte de autoridades nós temos, + C-99, Brasílias, etc. Agora com futuros 12 novos jatos e 50 C-212...

E depois o pessoal mete a lenha se alguém sonha em ter meros 12 FX-2 modernos (Eurofighter, Gripen, Rafale, Su-35, etc), por ser muito caro, por não ter dinheiro para operar, etc. Mas para comprar e operar dezenas de aviões de transporte, boa parte para levar políticos e oficiais nos fins-de-semana, ahhh, para isso temos dinheiro. Sabe como que é, um Rafale custa US$30 mil a hora vôo, um ERJ-135 somente US$300... (gozação).

Revoltante !

Abraços,

Roberto Colistete Jr.


É ridículo a FAB ter de arcar com o transporte dessa cambada de filho da truta, o nome mesmo da força já diz: Força Aérea Brasileira.

O que significa que tendo o papel de Força Armada compete à ela a defesa do espaço aéreo brasileiro; que se ferrem esses políticos de merda que querem transporte especial, pro inferno com pinguins da patagônia perdidos pela costa brasileira e et cetera. :x

A prioridade que os governantes deviam forçar goela abaixo na FAB é ter uma aviação de caça forte o suficiente para proteger o país e (no mínimo) atacar todos os seus vizinhos continentais, a aviação de transporte deveria ficar em segunda prioridade.

:x :x :x




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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Carlos Lima
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#1668 Mensagem por Carlos Lima » Sáb Mar 24, 2007 5:01 am

juarez castro escreveu:
cb_lima escreveu:Putz :shock: :?

E eu achando que o "Japa" ia fazer alguma diferença... Putz Ultraman faz alguma coisa...!!

Vou te contar uma coisa... até para quem tenta defender a FAB, depois de ouvir isso fica brabo demais!

:roll: Pelo menos vamos voar em 'estilo' quando voarmos para entregar o país de bandeja para o Chavez e as FARC. :roll:

[]s
CB_Lima


Lima me surpreendo que voc~e não conhecia as nuances do poder....

Grande abraço


Pois 'e grande Juarez,

(nem me fala)

Mas 'e que as vezes bate uma "esperanca" ...

Bem... em todo caso... de volta a realidade!

[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
orestespf
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#1669 Mensagem por orestespf » Sáb Mar 24, 2007 10:02 am

Prezados amigos do DB,

compreendo a ira de alguns no que diz respeito aos vetores de transporte... Alguns jocosamente trocaram o nome da FAB para "TAB... Os amigos "lêem" o nome FAB como sinônimo de Defesa, esquecendo-se o real significado da sigla. É bom frisar (vários já fizeram isso aqui, em particular, o Vinícius) que a aviação de caça é apenas um dos campos de atuação da FAB. Podemos até discutir a idéia que sempre aparece aqui sobre o papel da FAB e seus "novos" P-3 (se deveria estar na FAB ou MB), mas o transporte ainda é função da FAB e será por muito tempo. Além disso, não se esqueçam que estes vetores, em caso de conflitos, teriam um papel extremamente importante. Em tempo de paz, quer queira quer não, eles são usados para transportes de "autoridades" at all. Mas para FAB o importante é que eles estejam voando, mantendo a operacionalidade e qualificação dos pilotos.

Saudações cordiais,
Orestes




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faterra
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#1670 Mensagem por faterra » Sáb Mar 24, 2007 12:58 pm

Eu concordo com você, orestespf. Porém, considero que a aviação de caça, junto com a aviação de transporte estratégica, deveria ser o principal campo da FAB, e não apenas mais um. Para mim, a principal missão dela é defender o Brasil e tudo que tiver relação com isto é prioritário. Reconheço como muito importante a função de integração nacional, o trabalho desenvolvido na Amazônia, na Antártica, as missões de misericórdia, etc. A função de transportar autoridades é secundária. Concordo com as “caronas” cedidas quando um avião vai para determinado local – mas nunca se deslocar para atender aos “caronas”, salvo quando em serviço. Quanto às autoridades, principalmente aquelas que recebem passagens aéreas semanais para viajarem para suas “bases”, deveriam pagar por este benefício, descontando deste auxílio o equivalente à passagem que ele pagaria se a fizesse em aviões regulares.
Chego a considerar estapafúrdia a prioridade dada para a aquisição de jatos executivos em detrimento ao FX que, em minha opinião, e em que pese a reforma/modernização dos F-5, é hoje sua mais vital necessidade, acompanhado de sistemas de armas decentes, o que hoje ainda não existe plenamente na FAB.




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Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Bolovo
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#1671 Mensagem por Bolovo » Sáb Mar 24, 2007 1:04 pm

orestespf escreveu:Prezados amigos do DB,

compreendo a ira de alguns no que diz respeito aos vetores de transporte... Alguns jocosamente trocaram o nome da FAB para "TAB... Os amigos "lêem" o nome FAB como sinônimo de Defesa, esquecendo-se o real significado da sigla. É bom frisar (vários já fizeram isso aqui, em particular, o Vinícius) que a aviação de caça é apenas um dos campos de atuação da FAB. Podemos até discutir a idéia que sempre aparece aqui sobre o papel da FAB e seus "novos" P-3 (se deveria estar na FAB ou MB), mas o transporte ainda é função da FAB e será por muito tempo. Além disso, não se esqueçam que estes vetores, em caso de conflitos, teriam um papel extremamente importante. Em tempo de paz, quer queira quer não, eles são usados para transportes de "autoridades" at all. Mas para FAB o importante é que eles estejam voando, mantendo a operacionalidade e qualificação dos pilotos.

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#1672 Mensagem por piratadabaixada » Sáb Mar 24, 2007 2:03 pm

Bolovo escreveu:
orestespf escreveu:Prezados amigos do DB,

compreendo a ira de alguns no que diz respeito aos vetores de transporte... Alguns jocosamente trocaram o nome da FAB para "TAB... Os amigos "lêem" o nome FAB como sinônimo de Defesa, esquecendo-se o real significado da sigla. É bom frisar (vários já fizeram isso aqui, em particular, o Vinícius) que a aviação de caça é apenas um dos campos de atuação da FAB. Podemos até discutir a idéia que sempre aparece aqui sobre o papel da FAB e seus "novos" P-3 (se deveria estar na FAB ou MB), mas o transporte ainda é função da FAB e será por muito tempo. Além disso, não se esqueçam que estes vetores, em caso de conflitos, teriam um papel extremamente importante. Em tempo de paz, quer queira quer não, eles são usados para transportes de "autoridades" at all. Mas para FAB o importante é que eles estejam voando, mantendo a operacionalidade e qualificação dos pilotos.

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#1673 Mensagem por Kratos » Sáb Mar 24, 2007 2:07 pm

orestespf escreveu:Prezados amigos do DB,

compreendo a ira de alguns no que diz respeito aos vetores de transporte... Alguns jocosamente trocaram o nome da FAB para "TAB... Os amigos "lêem" o nome FAB como sinônimo de Defesa, esquecendo-se o real significado da sigla. É bom frisar (vários já fizeram isso aqui, em particular, o Vinícius) que a aviação de caça é apenas um dos campos de atuação da FAB. Podemos até discutir a idéia que sempre aparece aqui sobre o papel da FAB e seus "novos" P-3 (se deveria estar na FAB ou MB), mas o transporte ainda é função da FAB e será por muito tempo. Além disso, não se esqueçam que estes vetores, em caso de conflitos, teriam um papel extremamente importante. Em tempo de paz, quer queira quer não, eles são usados para transportes de "autoridades" at all. Mas para FAB o importante é que eles estejam voando, mantendo a operacionalidade e qualificação dos pilotos.

Saudações cordiais,
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Concordo no que diz respeito à FAB manter uma aviação de transporte, mas essa aviação de transporte deve ser usada exclusivamente para complementar a logística das outras duas Forças (Exército e Marinha).

Colocar no mesmo patamar de prioridade da aquisição de novos caças a aquisição de areonaves para transportar políticos é inaceitável e uma atitude irresponsável.

Isso não devia nem sequer ser cogitado.
Já vão recursos valiosos do orçamento de investimentos pra aquisição de material que nada se relaciona com o papel da FAB, que é o de defesa do espaço aéreo e complementar a logística das outras duas forças.

É desperdício, puro e simples, de dinheiro escasso e valioso; sem uma aviação de caça moderna a FAB não é capaz de cumprir seu principal propósito de existência, propósito este que não envolve servir de táxi aéreo pra político.




Editado pela última vez por Kratos em Sáb Mar 24, 2007 2:12 pm, em um total de 2 vezes.
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#1674 Mensagem por piratadabaixada » Sáb Mar 24, 2007 2:07 pm

Inspirado em 58, Brasil goleia o Chile
Kaká, Ronaldinho e Robinho, com números de Pelé e Garrincha, brilham na Suécia

Especial para o GLOBOESPORTE.COM, GOTEMBURGO, Suécia - Não há como não associar Brasil e Suécia à Copa do Mundo de 1958. Parecendo ter se inspirado pelo primeiro título mundial, a seleção brasileira venceu por 4 a 0 o Chile neste sábado, em um amistoso no estádio Nya Ullevi, em Gutemburgo, o mesmo que Pelé e Garrincha estrearam juntos em Mundiais.

Com a camisa 10, imortalizada por Pelé, Kaká comandou o time e fez um gol. Com a 11, que Garrincha usou na Copa de 58, Robinho mostrou a felicidade que não tem no Real Madrid e até acertou uma bicicleta na trave. Com a 7, que o Mané consagrou pouco tempo depois, Ronaldinho Gaúcho marcou duas vezes e acabou com um jejum de quase dois anos sem balançar a rede com a amarelinha. Tudo isso com o filho sueco de Garrincha, Ulf Lindberg, presente no estádio.

O técnico Dunga, que deixou o visual exótico de lado usando uma roupa social menos chamativa com um agasalho da CBF por cima, escalou Kaká, Ronaldinho e Robinho e colheu resultados, tendo também uma defesa sólida. O goleiro Júlio César pouco tocou na bola.

Na próxima terça-feira, o Brasil volta a campo na terça-feira contra Gana, em amistoso em Estocolmo, também na Suécia.

Goleada sem sustos

Em 11 minutos de jogo, o Brasil já havia desperdiçado duas boas chances: uma cabeçada de Fred e uma jogada de Kaká, que recebeu bom passe de Robinho na área mas foi travado no chute.

Aos 13, em lance polêmico, o árbitro norueguês Espen Berntsen marcou pênalti após Gilberto Silva ser empurrado na área. Ronaldinho Gaúcho cobrou dois minutos depois e fez 1 a 0. O craque não marcava pela seleção desde o dia 29 de julho de 2005.

Vale lembrar que Dunga surpreendeu ao escalar Ronaldinho com a camisa 7, enquanto Kaká foi o 10. E foi do ex-são-paulino o segundo gol, aos 30: Daniel Alves cruzou rasteiro e o craque pegou de primeira, acertando o ângulo.

Logo no primeiro minuto do segundo tempo, a jogada mais bonita da partida: Robinho recebeu na área, deu um toque para levantar a bola e bateu de bicicleta, acertando a trave esquerda do Chile.

O grito de gol saiu dois minutos depois, novamente com Ronaldinho. O jogador do Barcelona cobrou uma falta na entrada da área, sem defesa para o goleiro Bravo.

O Brasil fechou o placar aos 14. Robinho cobrou escanteio, Ronaldinho, de costas, puxou a bola, e ela sobrou para Juan bater forte. Brasil 4 a 0.

Nos últimos minutos, torcedores invadiram o campo e tentaram tocar nos jogadores brasileiros. Como se fossem Garrinchas e Pelés.

Fonte:
http://globoesporte.globo.com/ESP/Notic ... 82,00.html




Carlos Mathias

#1675 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Mar 24, 2007 2:08 pm

Ou então que se transporte eles nos Hércules e Caravans da vida, mas comprar jatinho executivo?




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#1676 Mensagem por Kratos » Sáb Mar 24, 2007 2:10 pm

Carlos Mathias escreveu:Ou então que se transporte eles nos Hércules e Caravans da vida, mas comprar jatinho executivo?


Realmente é ridículo. Bota os caras pra voar de C-130 mesmo, num completo desconforto.




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
Carlos Mathias

#1677 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Mar 24, 2007 2:12 pm

Pois é, quer usar? Beleza, então vai de pé-de-boi, chacoalhando por aí.




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#1678 Mensagem por Bolovo » Sáb Mar 24, 2007 2:19 pm

piratadabaixada escreveu:
Bolovo escreveu:
orestespf escreveu:Prezados amigos do DB,

compreendo a ira de alguns no que diz respeito aos vetores de transporte... Alguns jocosamente trocaram o nome da FAB para "TAB... Os amigos "lêem" o nome FAB como sinônimo de Defesa, esquecendo-se o real significado da sigla. É bom frisar (vários já fizeram isso aqui, em particular, o Vinícius) que a aviação de caça é apenas um dos campos de atuação da FAB. Podemos até discutir a idéia que sempre aparece aqui sobre o papel da FAB e seus "novos" P-3 (se deveria estar na FAB ou MB), mas o transporte ainda é função da FAB e será por muito tempo. Além disso, não se esqueçam que estes vetores, em caso de conflitos, teriam um papel extremamente importante. Em tempo de paz, quer queira quer não, eles são usados para transportes de "autoridades" at all. Mas para FAB o importante é que eles estejam voando, mantendo a operacionalidade e qualificação dos pilotos.

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Concordo, num conflito você pode improvisar no transporte, já na aviação de caça...

Abraços,

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Em caso de guerra podemos usar qualquer avião comercial para transportar, e os temos as centenas... tá na constituição.

Já a aviação de caça... :roll:

Sem superioridade aérea, nada decola, fica tudo no chão. Se decola é derrubado.




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#1679 Mensagem por Kratos » Sáb Mar 24, 2007 2:21 pm

Bolovo escreveu:
piratadabaixada escreveu:
Bolovo escreveu:
orestespf escreveu:Prezados amigos do DB,

compreendo a ira de alguns no que diz respeito aos vetores de transporte... Alguns jocosamente trocaram o nome da FAB para "TAB... Os amigos "lêem" o nome FAB como sinônimo de Defesa, esquecendo-se o real significado da sigla. É bom frisar (vários já fizeram isso aqui, em particular, o Vinícius) que a aviação de caça é apenas um dos campos de atuação da FAB. Podemos até discutir a idéia que sempre aparece aqui sobre o papel da FAB e seus "novos" P-3 (se deveria estar na FAB ou MB), mas o transporte ainda é função da FAB e será por muito tempo. Além disso, não se esqueçam que estes vetores, em caso de conflitos, teriam um papel extremamente importante. Em tempo de paz, quer queira quer não, eles são usados para transportes de "autoridades" at all. Mas para FAB o importante é que eles estejam voando, mantendo a operacionalidade e qualificação dos pilotos.

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Em caso de guerra podemos usar qualquer avião comercial para transportar, e os temos as centenas... tá na constituição.

Já a aviação de caça... :roll:

Sem superioridade aérea, nada decola, fica tudo no chão. Se decola é derrubado.


Você está sendo otimista :twisted: sem superioridade aérea tudo é destruído ainda no chão.




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Luiz Bastos
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#1680 Mensagem por Luiz Bastos » Sáb Mar 24, 2007 2:57 pm

Daniel Rittner

O governo concluiu um audacioso plano de reaparelhamento das Forças Armadas
em que prevê investimentos de até R$ 16 bilhões para a aquisição e
modernização de equipamentos militares. O plano pressupõe a ampliação do
orçamento anual do Ministério da Defesa para R$ 10 bilhões - o que inclui
despesas de custeio - e define prioridades na compra de armamentos.

Está prevista, por exemplo, a retomada do Projeto F-X, de aquisição de novos
caças para a Aeronáutica, com despesa de US$ 1,1 bilhão entre 2008 e 2012.
Trata-se de um investimento superior aos US$ 700 milhões estimados
anteriormente para a compra dos aviões, que foi interrompida oficialmente em
fevereiro de 2005.

Excluindo despesas com pessoal, o ministério recebeu R$ 6,6 bilhões para
gastar neste ano, somando custeio e investimentos, mas a verba diminuiu para
R$ 5,3 bilhões após o contingenciamento. Ou seja, a recomendação é
praticamente dobrar o orçamento da Defesa. Após quase dez meses de
discussões, porém, o grupo de trabalho formado para discutir o assunto
chegou a um impasse: o Ministério do Planejamento e a Casa Civil deram sinal
verde, mas a Fazenda discordou do aumento dos recursos para R$ 10 bilhões
por ano. Com a exposição da divergência no relatório final do grupo, o
assunto será decidido em breve pelos ministros.

Cada comando militar definiu suas prioridades, explicitando uma ordem de
importância a cada projeto, e submeteu-as à avaliação do grupo. O relatório
final prevê R$ 7,7 bilhões para atender às prioridades da Aeronáutica até
2012, R$ 4,3 bilhões para a Marinha até 2011 e R$ 4 bilhões para o Exército
até 2009. Como o grupo trabalhava com a hipótese de início dos gastos ainda
em 2006, quando promoveu suas discussões, o cronograma teria que passar
agora por leve ajuste.

A defasagem tecnológica e a necessidade de reaparelhamento das Forças
Armadas tiveram ênfase nos discursos de posse dos novos comandantes
militares, nas últimas semanas. O almirante Júlio Soares de Moura Neto, que
tomou posse no dia 1º de março, afirmou que a Marinha está "perdendo a
capacidade operacional" e descreveu a situação como "insustentável". Ao
transmitir o cargo para o general Enzo Peri, o ex-comandante do Exército,
Francisco Albuquerque, também tocou no assunto. "No presente período, os
recursos à disposição da Força não foram, é óbvio, suficientes para superar
o desgaste de décadas", disse Albuquerque.

O tenente-brigadeiro Juniti Saito, que assumiu a Aeronáutica no fim de
fevereiro, sinalizou com a retomada do processo de compra de novos caças,
conhecido como Projeto F-X. Foi aberta uma concorrência internacional em
2001, com valor estimado de US$ 700 milhões, que trouxe ao Brasil promessas
de transferência de tecnologia e fortes lobbies.

Na licitação, quatro grupos chegaram à fase final do processo: o consórcio
franco-brasileiro Embraer-Dassault, a americana Lockheed, o grupo
anglo-sueco Saab e o russo Sukhoi. Na análise técnica-operacional da Força
Aérea Brasileira (FAB), o Sukhoi-35 despontou como favorito, mas a
concorrência foi colocada na geladeira pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva na sua primeira semana de governo e encerrada formalmente em 2005.

Agora, o F-X deverá ser retomado, sem a necessidade de uma licitação formal.
Os russos continuam com alguma chance, mas uma nova geração de caças ganhou
escala industrial nos últimos anos e tornou defasadas a maioria dos aviões
oferecidos anteriormente. O preferido de boa parte da cúpula da Aeronáutica
é o francês Rafale, da Dassault, cujas unidades de série só começaram a ser
entregues em 2004. Hoje custam em torno de US$ 70 milhões por avião. Uma
alternativa ao Rafale, também considerada pela FAB mas com menos entusiasmo,
é o Eurofighter Typhoon, fabricado por um consórcio europeu - Reino Unido,
Alemanha, Itália e Espanha.

O novo relatório do governo prevê dotação orçamentária para a compra dos
caças e reserva US$ 10 milhões para o início do pagamento, em 2008. Em 2009
a verba sobe para US$ 157,9 milhões. Os recursos aumentariam para US$ 300
milhões em cada um dos dois anos seguintes. Em 2012 seria quitada a última
parcela do financiamento, com US$ 332,1 milhões. O valor total da aquisição
é de US$ 1,1 bilhão - aproximadamente 50% mais caro, portanto, que o F-X
original.

Apesar da importância atribuída ao projeto pela Aeronáutica, a compra dos
novos caças é a segunda prioridade na lista de ações sugeridas pela Força. A
primeira é o término do Plano de Recuperação Operacional da FAB (Profab),
com aquisições já realizadas e modernizações em andamento. Fazem parte do
Profab, por exemplo, a compra de aviões de transporte de tropas e de cargas
Casa-295 da Espanha, a aquisição de caças Mirage 2000C usados da França e a
modernização dos F-5 pela Embraer. Também está na lista a ampliação da frota
de turboélices C-98 - o modelo Caravan utilizado pelo Correio aéreo Nacional
- para transporte de cargas leves e de passageiros entre pequenas
distâncias, principalmente na Amazônia.

Originalmente previsto para terminar neste ano, o Profab teve a sua
conclusão estendida para 2012. A prioridade máxima dada ao programa
explica-se por causa do custo adicional que o refinanciamento de dívidas
teria se faltarem recursos para o pagamento das compras realizadas.

Na segunda prioridade da Aeronáutica, ao lado do F-X, está a aquisição de
mais 12 jatos para aumentar a frota destinada ao transporte de autoridades.
O plano aponta a necessidade de compra de oito aeronaves Phenom 300 e de
quatro ERJ-135, ambas fabricadas pela Embraer, mesmo após as críticas feitas
durante a campanha presidencial à aquisição do Airbus 319 da Presidência da
República - o "AeroLula".

A terceira prioridade da FAB é a execução do Projeto CT-X, para fabricação
de um novo turboélice que substituirá os Bandeirantes da frota atual. Com
uma encomenda inicial de pelo menos 50 aeronaves, o projeto tem um custo
estimado em US$ 300 milhões e pretende impulsionar a indústria aeronáutica
no país. Bimotores simples e sem trem de pouso retrátil, as aeronaves terão
tecnologia estrangeira, mas serão montadas com mão-de-obra brasileira e
incluirão peças nacionais, tornando-se sucessoras do Bandeirante, com uso
potencial, inclusive, na aviação civil.

O Exército definiu suas prioridades de maneira bem mais fragmentada, com uma
lista que contempla a compra de blindados, viaturas operacionais e sistemas
de defesa anti-aérea. Para atender à principal prioridade da Força, o
relatório diagnostica a necessidade de alocar R$ 1,9 bilhões para
investimentos no período 2006-2009. As demais ações previstas incluem, entre
outras, a integração dos sistemas de comunicação do Exército e a aquisição
de mais helicópteros.
Na Marinha, o programa de reaparelhamento se concentra no período 2006-2011,
mas prevê ações complementares por mais 15 anos. A maior prioridade é dada à
compra de seis submarinos convencionais, ao ritmo de um por ano, bem como à
modernização dos cinco submarinos que já compõem a frota da Marinha. No ano
passado, a Força anunciou a encomenda de um submarino Ikl-214 para o
estaleiro alemão ThyssenKrupp MS.

Para sair do papel, o aumento dos recursos para a Defesa e a viabilização do
programa de reaparelhamento das Forças Armadas depende de um aval do
presidente. Aguarda-se para breve uma reunião ministerial para fechar o
assunto e levá-lo a Lula, embora o assunto tenha ficado momentaneamente
parado por três fatores: o apagão aéreo, a troca de comandantes militares (e
provavelmente do ministro da Defesa) e a formatação do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC).

País corre risco de perder liderança militar na região

De Brasília

Se não aumentar rapidamente seus investimentos no reaparelhamento das Forças
Armadas, o Brasil perderá a liderança sul-americana na área militar em um
prazo de dez anos. Esse prazo seria suficiente para permitir que a
Venezuela, o Chile e até mesmo a Colômbia consigam reunir arsenais de
armamentos, frotas de caças, navios e submarinos mais poderosos e modernos
que o Brasil.

A advertência é do professor Expedito Bastos, pesquisador de assuntos
militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, que vê uma estreita
relação entre perda de poder militar e diminuição da influência política
brasileira sobre seus vizinhos da América do Sul. Bastos nota que, entre os
países que se candidatam a um assento permanente no Conselho de Segurança
das Nações Unidas, o Brasil tem a menor liderança militar para a região que
pretende representar. Alemanha, Japão, Índia e África do Sul também
pleiteiam vaga de membro permanente em uma futura reforma do conselho da
ONU.

No ano passado, a Venezuela de Hugo Chávez encomendou 24 Sukhoi-30 (uma
versão anterior aos SU-35 oferecidos ao Brasil no Projeto F-X) à Rússia.
Eles vão substituir antigos caças F-16 americanos. Os primeiros aviões já
chegaram ao país vizinho. Outros 12 a 16 aviões F-5 serão modernizados pelo
Irã, outro parceiro preferencial de Chávez, que também comprou helicópteros
russos e pode investir cerca de US$ 3 bilhões para transformar a Marinha
venezuelana na mais poderosa da América do Sul.

Motivo de preocupação assumida da Casa Branca, a aquisição de 100 mil fuzis
Kalashnikov também assusta o Brasil, alega Bastos. "O que preocupa é o fato
de que a Venezuela está instalando uma fábrica para produzir os fuzis, que
poderão cair nas mãos de guerrilheiros, do crime organizado e até de
movimentos sociais radicais, com o potencial de danos sérios ao Brasil",
acredita.

Embora o Brasil não tenha se envolvido em conflitos bélicos desde a Guerra
do Paraguai (1864-1870), o pesquisador argumenta que o risco de confronto
direto com outros países não é a única razão para investir na área militar.
Ele lembra que nações vizinhas mantêm disputas territoriais, como aquela
entre Venezuela e Guiana, que esquentou nos últimos meses. Para Bastos,
modernizar as Forças Armadas é estratégico para evitar problemas como a
transferência de guerrilheiros de países vizinhos para a Amazônia
brasileira. "Se quisermos preservar a nossa segurança no futuro, resguardar
as nossas fronteiras e ter capacidade de influenciar a região, temos que
investir nas Forças", observa.

Para o almirante Mário César Flores, ex-ministro da Marinha no governo
Collor, um dos desafios para tirar do papel o reaparelhamento militar é
convencer a opinião pública sobre a importância desses investimentos.

Ele avalia que os assuntos relativos às Forças Armadas são tratados apenas
de forma eleitoral e têm ficado restritos às mobilizações para reajustes
salariais. Flores sugere que a sociedade não caia na tentação de pensar que
o Brasil não precisa investir no setor devido à sua tradição de pacifismo na
arena internacional. "É como desativar o Corpo de Bombeiros na certeza de
que não vai haver incêndio", compara.

O almirante teme os recentes "rompantes armamentistas" da Venezuela e
adverte que, para manter a paz, o Brasil não pode simplesmente confiar nos
outros países. Flores se diz ausente das discussões sobre novos armamentos e
tecnologias, mas ressalta um ponto da Marinha. "O que cria angústia é o
pouco ou quase nenhum avanço da propulsão naval nuclear", afirma o
ex-ministro, referindo-se ao antigo desejo de um submarino atômico.

Além da Venezuela, o Chile está recebendo caças americanos F-16C Falcon,
fragatas inglesas, submarinos franceses e tanques de batalha alemães. Quem
entrou em cena agora foi a Colômbia, que anunciou compras de US$ 3,6
bilhões, no fim do mês passado. Serão aquisições de aeronaves militares e
equipamentos técnicos, além do aumento de 38 mil homens nas Forças Armadas.
(DR)




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