Lula: quem critica Irã deve antes abrir mão de armas nucleares
Julia Dócolas
Direto de Berlim
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, na Alemanha, que há um nível alto de desconfiança a respeito do programa nuclear iraniano e disse que os países que pressionam o Irã a não desenvolver armas nucleares devem, primeiro, abrir mão das suas. Como exemplos, Lula citou os Estados Unidos e a Rússia, na entrevista concedida ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, na Chancelaria Federal, em Berlim.
"Não sei se sou ingênuo ou otimista demais, mas acredito no diálogo. Espero que aconteça o melhor, que o Irã desative suas armas, que os Estados Unidos e a Rússia também. Só podemos pedir para os outros não terem se a gente também não tiver. Todos os países que têm devem começar a desmontar para terem argumentos para convencer os outros", disse Lula.
Lula afirmou durante a entrevista que conversa e muita negociação são uma das maneiras mais "baratas" de se chegar a um entendimento. Ele acredita que o Irã não pode ser considerado insignificante no cenário global e não deve ser tratado com pressão, pois as conseqüências podem ser ruins.
"O Irã tem uma cultura forte e muitos problemas internos, por isso, é preciso aumentar o grau de paciência e conversação. Na mesma semana em que o presidente Ahmadunejad esteve no Brasil, conversei com os líderes de Israel e da Palestina. Há sempre uma brecha para as pessoas se entenderem. A paz é mais eficaz e mais barata do que a guerra", afirmou.
Questionada sobre a recente visita de Ahmadinejad ao Brasil, Merkel afirmou que o Irã violou as regras de transparência e objetivos comum entre os países e, por isso, é tratado de uma maneira dupla. "Nós fazemos ofertas, tentamos negociar, mas se não ocorrer um entendimento podemos perder a paciência, talvez impondo novas sanções. Não podemos pôr ninguém contra a parede, mas há quatro anos viemos discutindo com o Irã e até agora não vimos progresso. Fico feliz se os outros países conversarem com o Irã", disse.
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