soultrain escreveu:Mas se o Brasil desenvolvesse armas nucleares com capacidade de chegarem à Europa aos EUA, acha que não existiria uma campanha enorme, um isolamento, uma desculpa para os bonzinhos salvarem o povo Brasileiro dos malvados lideres que no meio de muita coisa até desenvolvem armas nucleares?
Se o Brasil tivesse desenvolvido essa capacidade, décadas atrás estava no grupo dos EUA,UK, França, Israel etc. etc. Agora, a acontecer, estaria no grupo do Irão e da Coreia.
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O Soultrain está absolutamente certo.
Assim que o mundo perceber movimentações do Brasil (ou de qualquer outro país que ainda não possua armamento nuclear) no sentido específico de possuir este tipo de armamento, as relações internacionais ficarão muito mais tensas, e isto causará transtornos e incômodos que seriam bastante sentidos pela população do país. Por isto também acho que desenvolver um programa nuclear agora seria um erro.
Por outro lado, as seguintes ações causariam pouco ou nenhum incômodo:
- Desenvolver um programa de lançamentos espaciais frequentes (um ou dois por ano) com uma versão "racionalizada" do VLS de combustível sólido -> Poderia servir de base para um ICBM se necessário.
- Desenvolver protótipos e unidades operacionais de reatores nucleares de potência para a geração de energia elétrica (extremamente necessária para garantir nosso crescimento econômico) com urânio natural, minimizando a necessidade de enriquecimento de urânio. -> Produzem plutônio como resíduo radioativo, que seria estocado em segurança em nosso território, com toda a supervisão internacional.
- Concluir a instalação da infra-estrutura de produção de combustível nuclear para as usinas Angra I, II e III e o SNB. -> O urânio enriquecido não é importante, mas os laboratórios destas instalações poderiam ser utilizados para a separação e manipulação do plutônio se necessário.
- Desenvolver mísseis com grandes ogivas de 300 a 500 kg e sistemas de guiagem diversos, com alcance de 300 Km (dentro das especificações dos tratados internacionais já assinados). -> Os sistemas de guiagem poderiam ser adaptáveis à IRBM's e ICBM's.
- Desenvolver mísseis da categoria do acima para lançamento por tubos de torpedo. Seriam a principal arma da nossa força de sub's contra ameaças navais às nossas plataformas de petróleo -> Em caso de necessidade poderiam receber ogivas nucleares e atingir qualquer região costeira do mundo, compondo o segundo fator de dissuasão nuclear.
- Criar um programa de incentivo ao estudo acadêmico de pessoal militar, mantendo pequenas equipes estudando e realizando permanentemente estudos e pesquisas na área de física nuclear, com aplicações em física de reatores, produção de radio-isótopos, etc... . -> Em caso de necessidade haveria sempre pessoal qualificado para trabalhar nos aspectos teóricos e tecnológicos necessários à produção de ogivas nucleares.
Todos estes desenvolvimentos e outros associados seriam realizados sem nenhum segredo e com toda a supervisão que organismos internacionais desejassem, e todos os tratados já assinados seriam respeitados. Cada um deles seria completamente independente do outro e o mais pulverizados possível, de forma a não formar em nenhuma hipótese um programa coerente de desenvolvimento de armas nucleares. Mas a massa crítica para isto estaria pronta e disponível caso necessário.
Tudo seria feito para que mantivéssemos nossa tradição de nação pacífica, inclusive reafirmando em todos os fóruns possíveis uma posição de governo pelo banimento total das armas nucleares do planeta. Mas caso por qualquer motivo o mundo decidisse que parte do nosso território ou de nossos recursos naturais são mais valiosos que nossa amizade, então estaríamos prontos antes que houvesse tempo para qualquer ação mais séria contra nós.
Leandro G. Card