Lord Nauta escreveu: ↑Sáb Mar 30, 2019 10:27 pm
Os próximos anos devem ser pontuados por importantes ações no sentido de um reaparelhamento mínimo da MB, entre eles:
- Continuidade do PROSUB, incluindo a construção de submarinos adicionais;
- Continuidade do programa NCT, incluindo a construção de navios adicionais;
- Construção do navio de apoio antártico;
- Conclusão dos NaPa classe Macaé ex-EISA;
- Substituição dos NV da classe Aratu;
- Modernização da corveta Barroso;
- Conclusão da modernização das corvetas Jaceguai e Julio de Noronha;
- Repotencialização de FCN;
- Conclusão modernização dos submarinos da classe Tupi;
- Conclusão da revitalização do NDCC Mattoso Maia;
- Obtenção de navios de interesse por oportunidade;
- Conclusão da modernização do A4 e Tracer;
- Obtenção de helicópteros leves; e
- Obtenção de sistemas de armas para o CFN.
Sds
Lord Nauta
Alguns palpites como contribuição.
Qualquer chance de um segundo lote de submarinos - e novos navios CCT - pa fim de dar continuidade ao processo construtivo naval em Itaguai - e seu consequente e adequado aproveitamento - penso, só existe enquanto o atual governo permanecer por aí. Sabe-se que os demais candidatos, e os prováveis futuros nas eleições de 2022, não term e não teriam a mesma deferência com os projetos das defesa. Assim, temos uma janela bem curta para aproveitar o momento e encetar financeira e orçamentária tais projetos para o longo prazo. Depois disso, salvo melhor juízo, voltamos ao Deus dará.
A MB irá apresentar na LAAD 2019 o projeto de aquisição do navio de apoio antártico; provavelmente ainda este ano o processo de seleção seja lançado a fim de que o navio esteja disponível nos próximos 2 a 3 anos.
A questão da patrulha naval já comentei até demais. A MB espera poder lançar mão de uma nova fonte de recursos aprovada recentemente no congresso e que destina 10% dos valores arrecadados em impostos da marinha mercante para a construção de meios de patrulha. Gostaria simplesmente que a MB largasse o osso e deixasse uma guarda costeira de verdade fazer o que lhe cabe, e a MB cuidar de tentar ser uma marinha de guerra minimamente crível e decente.
Com alguma sorte os navios varredores da MB serão substituídos pelos dois navios usados da marinha sueca, e posteriormente, se pensa em aumentar a frota até chegar em uma quantidade adequada à proteção das forças navais e de submarino. Mas esta é uma questão bem complicada, dado que os meios anti-minas novos não são exatamente algo que se encontra em um brechó, e seu custo de aquisição e operação não são nada razoáveis. Então, é de suma importância escolher bem.
-A Modernização da corveta Barroso trará um alento a esquadra, mas pouco se aproveitará dela se um segundo lote das CCT não for encomendado no curto prazo. A esquadra praticamente segue à míngua, mesmo contando com a revitalização das Inhaúma e das Niterói. A capacidade militar desses navios é muito baixa, e nada indica que mesmo sendo revitalizadas esse quadro mude significativamente.
Suponho que a modernização da classe Tupi pode até permitir a continuidade de uso efetiva desdes navios, mas só até que seus substitutos, na forma da classe Riachuelo tomem seu lugar. E na minha ignóbil opinião, quanto mais cedo esse segundo lote sair, melhor.
Não concordo com a revitalização do NDCC Mattoso Maia. E nem com a manutenção dos dois navios ingleses. É como colocar remendo novo em pano velho. Apesar de serem necessários, mais prudente seria substituí-los ou por um projeto nacional, na forma do navio de transporte do CPN, ou de um projeto novo e que caiba no bolso. Navios com a capacidade do Bahia hoje são tão escassos quanto raros no mercado, e há pouca possibilidade de encontrar vendas de oportunidade nos próximos anos. O objetivo deveria ser conseguir além de um navio de apoio logístico, mesmo que usado, de mais dois ou três para compor junto ao Atlântico uma FT capaz de embarcar uma UANf completa. Ao menos isso. Há alguns produtos interessantes no mercado. A LAAD será novamente uma boa oportunidade para se verificar, e conversar, sobre as diversas opções e oportunidades que se possa dispor.
A aviação naval vai passar os próximos 10 anos trabalhando no recebimento e operação dos A4 e Tracer. Isso permitirá um alento no que diz respeito a formação e qualificação da asa fixa da aviação naval, e principalmente, evitar o seu desaparecimento, outra vez, só que por inépcia. É provável que a MB também comece um lento trabalho de retomada da aviação de patrulha, e isto já está encaminhado junto ao comando da FAB, apesar de alguns focos de resistência de praxe. Fazer evoluir o sistema de proteção da Amazônia Azul é condição sine qua non para que essa transferência se dê em boa ordem e condições junto ao poder político a exemplo do SIVAM e SISFRONT.
Já a obtenção de helicópteros leves e de treinamento pode, e deve, ser vista em perspectiva dentro de um programa maior e gerenciado pelo MD. Como mostrei aqui e em outros tópicos, as necessidades da MB nessa seara casam com os objetivos e necessidades das forças irmãs de médio e longo prazo. Então, se a MB parar de olhar para o próprio umbigo e antever as potencialidades de um negócio conjunto com as demais ffaa's, o custo desse negócio podem ser amplamente vantajosos para ela e para o erário nacional.
O processo de modernização do CFN passa por alguns trâmites que devem passar, também, pelo bom termos de alguns projetos do EB e FAB, que podem ser aproveitados como referência e mesmo como meios de emprego.
Como exemplo cito a questão da família Guarani, do 4x4 ao 8x8, a aquisição de um CC moderno e veículos de apoio, uma nova VBTP-SL no lugar dos vestutos M-113, a aquisição de obuseiros AR 155, a substituição dos M-4 por um similar nacional, se Taurus ou Imbel, ainda tem que se ver, o projeto COBRA do exército, que até hoje não vi nenhuma correlação as necessidades do CFN, mas que poderia ser aproveitado, novos fardamentos, sistemas de sobrevivência, apoio ao combate e comunicação, EW e ISR, de preferência via BID, radares nacionais, a aquisição de hovercraft de diversos tamanhos e funcionalidades, e de preferencia nacional, lanchas e botes pneumáticos, a finalização do processo de aquisição do MS-1.2, ou sua substituição por outro mais moderno, a definição de um sistema AAe de ponto e de área curta para a defesa das FT destacadas quando em terra, e sobretudo uma maior independência logística. Quem sabe com um pouco de paciência e boa conversa se consegue ao menos parte disso.
abs.