delmar escreveu: ↑Sáb Set 21, 2019 10:55 pm
Vão fazer o que no Suriname? Chines gosta de abrir lojinha de quinquilharias eletrônicas, pastelaria, lancheria, etc...Da vida urbana em resumo. Vão fazer o que no meio do mato, com calor, febre amarela, malária e mosquito. Ao contrário da Guyana, o Suriname não tem nenhuma ligação decente com o Brasil. O pessoal inventa cada coisa para pedir verba que nem o diabo acredita.
Esqueceste as carinhas, tem vez que a gente não entende a piada. Se fosse levar a sério, teria que admitir que o mesmo índio que, mais de uma década atrás, apostou cerveja comigo como os EUA não iam quebrar de vez com a Grande Crise - e eu tinha
certeza disso, POWS
- agora se dedica a dar aulas de preconceito estereotípico e desprezo por áreas fundamentais do conhecimento humano como História e Geopolítica. Mas não, se tem alguém que sabe muito sobre estes assuntos é precisamente o Delmar, com quem debato já faz bem mais de uma década. Assim, em atenção a quem não o conhece e pode achar que é sério, aqui vai uma tentativa de esclarecer, e começo pela
HISTÓRIA - No final dos anos 40 a loooooooonga guerra civil que grassava na China chegava a um ponto de inflexão, no qual um dos líderes já não tinha mais como ser derrotado e o oposto tinha diante de si apenas escolhas ruins. A menos pior era se mudar, com seu pessoal, para uma ilha a menos de 100 nm da China Continental chamada Formosa, na qual ele já tinha gente mandando mesmo. Era e é pequena (menos de 1/4 da superfície do Suriname), pouco populosa (como é o Suriname), sendo em grande parte composta por montanhas (muito maiores e mais numerosas que as do Suriname) e selva (como o Suriname) e com um clima e meteorologia muito piores do que no Suriname, além de desprovida das riquezas minerais que o citado Suriname tem sobrando (ouro, bauxita, etc. Até petróleo tem lá!). Mesmo assim, o
baita FDP engenhoso senhor Chiang deu um jeito de levar para lá mais de DOIS MILHÕES de seus seguidores e os empilhar do jeito que deu, com a parca tecnologia de então e quase sem recursos naturais. Mas o que importava era estar a salvo do outro cara, um outro
baita FDP bondoso senhor chamado Mao e, mesmo tão perto, era o mesmo que estar em outro planeta, pois nem com a URSS junto os caras iriam conseguir atravessar aquele estreito, onde quem mandava era a ainda poderosíssima Royal Navy, que tinha um império para defender e do qual fazia parte um simpático lugarzinho ali perto, chamado Hong Kong; pior, na área também tinha gente mais desgranhuda ainda, uma tale de US Navy, que pertencia a uns DOIDOS que tinham feito uma baita barbaridade num lugar chamado Hiroshima e, só para não ficar dúvida, repetiram poucos dias depois em outro, chamado Nagasaki. O tale de Mao eu já vi ser chamado de muita coisa ruim, tipo assassino, genocida, covarde, mentiroso, pedófilo & quetales mas de BURRO nunca, e obviamente não se fresqueou, porque aquela gente gostava de muita coisa mas COMUNISTA não fazia parte da listinha. De qualquer modo, ele tinha mais o que fazer, pois após se conquistar o poder pela força, se precisa consolidá-lo, e aí precisa derramar muito mas MUITO sangue. Infelizmente coisas assim não podem ser feitas de outra forma, depois da matança
indiscriminada tem uma rápida calmaria e então passa-se à matança
seletiva. O cara da ilha fez o mesmo, tendo a mais famigerada atrocidade de um deles passado à História como Revolução Cultural e a do outro, menos eufemística, de Terror Branco, que aliás nem foi ele que inventou, apenas deu continuidade à iniciativa de seu preposto em Formosa. Enfim, saciada a necessidade por sangue, surgiu a seguinte, que era por desenvolvimento, e uma das Chinas (a menor) chegou às vésperas do próximo século, apenas mais um dos inúmeros da História daqueles Povos (não existe um "Chinês-padrão", é um amontoado de pessoas que em muitos casos têm idioma, costumes e até etnia diferente), como um dos chamados "Tigres Asiáticos", enquanto a maior foi mais devagar mas quando resolveu subir, subiu feito um foguete. Na atualidade, mesmo assim o PIB per capita da menor é umas três vezes o da maior, o que também não quer dizer muita coisa, já que o que vale
mesmo no caso é o total, e aí nem tem graça de comparar. Mas não é este o tema, a questão diz respeito é à percepção nossa de
mais um problema fronteiriço potencial: o Suriname virando filial da China (a grande, não a pequena). E aí, já com algum
background histórico, passamos à vez de termos que nos desenrascar na
GEOPOLÍTICA - Uma das coisas que até a criançada sabe sobre a China é que se trata de gente prudente e pacienciosa, para quem 12 horas não são tão diferentes assim de 12 anos. Assim, se tem algo muito mas MUITO improvável é que tentem executar um plano como esse que o General falou (supondo-se, claro, que seja real) em tempos de Trump ao norte e Bolsonaro ao sul. Um é perigoso por estar armado até os dentes (muito mais e melhor do que a China, aliás, e isto está sendo afirmado por quem DETESTA
clickbait e "notícias" sem pé nem cabeça sobre "armas milagrosas") e o outro por poder fazer na maior boa vontade o que Vargas teve que fazer na marra na 2GM, que é liberar
temporariamente espaços para os ianques erguerem bases e instalações, que depois ficam para nós, além de possivelmente mais alguma$ vantagen$ (Volta Redonda manda lembrança). Mas a coisa na vizinhança é mais enferrusqueada ainda pros chinas, pois a leste há um departamento ultramarino da França, ou seja, OTAN, ou seja, EUA; a oeste fica a República da Guiana, que é mais conhecida por uma parte de seu território ser cobiçada (e até estar na bandeira como mais uma estrelinha) por um dos maiores
inimiguinhos de agora dos EUA, a Red Venezuela; e bem menos conhecida por conter em seu território o único pedacinho (menos de 20.000 km²) do território Brasileiro que já foi tomado
e mantido por uma potência da Europa (UK). Sem o Trump e o Bolsonaro (e não é por nada que quase todas as mídias e seus indefectíveis "influenciadores digitais" urram seus mai$ elevado$ ideiai$ para que sofram
impeachment ou pelo menos não sejam reeleitos, pois um é faxixtx que
atrapalha a China bagunça a Economia mundial com seu MAGA e outras bobagens e o outro, além de também ser faxixtx e puxa-saco do primeiro, ainda por cima quer
desenvolver destruir o Amazônia, que todo mundo sabe que é o pulmão do planeta - cientista não sabe nada, só os que dizem a$ coisa$ certa$, pois isso de oceanos é conversa mole pra boi dormir - além de matar os GAYS, mulheres e pretos, que todo mundo sabe como são bem tratados na China
) e, idealmente, com alguma Pocahontas nos EUA e uma Marina (não exatamente elas, porque já foram muito além de todos os limites do ridículo, mas alguém igualmente "verde" e "pacifista") no Brasil (um Lula
NÃO SERVE -
de jeito nenhum, PQP - e, por eles, fica em cana até morrer, pois é tão malandro que ia acabar dando um nó nos caras e atrasando o esquema por décadas, talvez séculos mesmo, além de causar um enorme prejuízo). Pronto, França se torna irrelevante e Guiana/Venezuela ainda mais. Com EUA e Brasil não apenas não se metendo mas até ajudando/legitimando os chinas, Suriname passa a ser apenas "cabeça de praia", tem muito mais o que pegar e nenhum obstáculo no caminho...que não seja removível na tradicional maneira Chinesa. Claro, este último seria o
Best Case Scenario para os chinas mas, como dito acima, é um pessoal para quem 12 horas e 12 anos são praticamente a mesma coisa, Trump passa, Bolsonaro passa e a China fica e continua crescendo e conqui$tando mais amizade$ entre os grande$ ideali$ta$ do Ocidente. Lembrar, falamos de gente que esperou
MILÊNIOS só para achar o regime
certo (não sou comunista mas também não sou BURRO, o jeito que deu certo para eles foi este, gostemos ou não: juntaram um monte de Povos diferentes em inúmeros aspectos em um vasto território sob o mesmo tacão e eu posso não gostar mas respeito quando uma coisa dá certo) e atingir protagonismo mundial: o que lhes custa esperar mais umas poucas décadas que lhes parecem apenas horas e, jogando seu véio Majong Geopolítico/Geoestratégico com toda a calma e prudência, continuar usando as fraquezas, contradições e rivalidades entre os Ocidentais para se tornar o árbitro supremo do destino das Nações?
Assim, embora não veja como ameaça IMEDIATA o estabelecimento de uma importante, crescente e, com o tempo, dominante colônia Chinesa lá no norte, a uns 5
MIL km daqui dos cafundós onde moro e mesmo da cidade onde nasci e fui criado onde, de fato, os únicos "Chineses" que conheci estavam mesmo fritando pastel e vendendo bugiganga eletrônica (para se situarem no tempo, comprei um Walkman de fita e AM/FM) eram todos COREANOS! O pastel, aliás, comprei num lugar conhecido como Esquina Democrática (Borges com Andradas) que, paradoxalmente, é ponto de encontro tradicional de entusiastas das mais sanguinárias tiranias. Coisa de Gaúcho...
PS: pronto, Delmar, botei as carinhas. De nada.