Missão de Paz no Haiti

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
DELTA22
Sênior
Sênior
Mensagens: 5726
Registrado em: Qui Jun 26, 2008 8:49 pm

Re: Missão de Paz no Haiti

#1591 Mensagem por DELTA22 » Dom Jan 17, 2010 3:43 am

Dêem uma olhada no vídeo da MERDA que as tropas americanas fizeram ao lançar comida do helicoptero! :?


----------------------------------------------------
Como ficou o porto de Porto Príncipe:




"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Avatar do usuário
jumentodonordeste
Sênior
Sênior
Mensagens: 3239
Registrado em: Sex Mai 01, 2009 9:01 pm
Localização: SP
Agradeceu: 46 vezes
Agradeceram: 226 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1592 Mensagem por jumentodonordeste » Dom Jan 17, 2010 4:28 am

PQP...GENIAL.

Desse jeito pode colocar toda produção brasileira de alimentos no haiti que ainda não alimenta a população.


O porto: :shock: :arrow: :|




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1593 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 9:31 am

São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 2010

CLÓVIS ROSSI

Rottweiler sem dentes
SÃO PAULO - O Brasil mudou de complexo. Antes, abrigava n'alma o de vira-lata, segundo Nelson Rodrigues, o notável escafandrista da alma brasileira. Agora, na crise haitiana, mostra complexo de rottweiler.
Pena que não tenha dentes. Refiro-me à ciumeira de autoridades brasileiras em relação a rápida e decidida ação do governo norte-americano. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, reage com pura masturbação diplomática, ao dizer que se trata de "assistencialismo unilateral".
Qualquer pessoa que não tenha perdido o senso comum sabe que os haitianos não estão preocupados com a cor do assistencialismo, se unilateral, bilateral, multilateral. Querem que funcione.
No aeroporto da capital, está funcionando, conforme relato desta Folha: "Depois que os americanos assumiram o aeroporto, os voos aumentaram e também o envio de medicamentos e alimentos".
É claro que precisa haver coordenação, como cobra o chanceler Celso Amorim, mas é bobagem resmungar sobre os Estados Unidos assumirem um papel mais relevante que o das forças da ONU. É brigar com os fatos da vida. Os EUA podem mais que qualquer outro país, o que é escandalosamente óbvio.
Ajuda-memória aos resmungões, extraída do texto de Sérgio Dávila: os EUA enviaram vários navios da Guarda Costeira com helicópteros, o porta-aviões Carl Vinson, com 19 helicópteros, 51 leitos hospitalares, três centros cirúrgicos e capacidade de tornar potáveis centenas de milhares de litros de água por dia.
Nos próximos dias, chegam mais dois navios com helicópteros e uma força-anfíbia com 2.200 fuzileiros e um navio-hospital.
O Brasil tem condições de chegar a um décimo disso? Não. Então que pare de rosnar e reforce o seu pessoal no Haiti, que fez e está fazendo notável trabalho, dentro de seus limites bem mais modestos.

crossi@uol.com.br




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1594 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 9:38 am

São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 2010

Brasil e EUA se unem para distribuir comida
JANAINA LAGE
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE

Brasil e EUA fecharam ontem uma parceria para a distribuição de alimentos em Porto Príncipe. O Brasil será responsável pela segurança da operação, e os EUA trouxeram comida pronta e água.
A primeira operação estava marcada para a tarde de ontem em frente ao Palácio Nacional, um dos principais pontos atingidos pelo terremoto que ocorreu na última terça-feira.
A parceria começa um dia depois de os EUA terem anunciado o envio de até 10 mil soldados ao Haiti, o que permitiria na prática o controle das operações de resgate, auxílio e segurança no país. O controle por direito é das forças de paz da ONU, comandadas militarmente pelo Brasil. O aumento da presença militar americana causa desconforto, mas as informações sobre o que cada um vai fazer mudam de acordo com o lado ouvido.
Segundo o coronel João Batista Bernardes, comandante do batalhão de infantaria da força militar brasileira, 130 militares vão trabalhar na operação. "Os americanos têm material disponível, mas não conhecem bem a área. Nós temos know-how da distribuição de comida", disse.
A parceria foi resultado de um pedido do representante militar dos EUA no país, Eric Stuart. Estava prevista também para ontem uma visita da secretária de Estado, Hillary Clinton, na base brasileira para uma reunião com o general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, que está à frente da Minustah.
Entre os brasileiros, a expectativa é que o número de soldados americanos enviados ao país seja menor. "Esse número é não oficial, não foi confirmado [de 10 mil]. Para nós, foi dito que seriam 3.000 soldados", disse o coronel Bernardes.
Sobre um eventual novo controle americano, Bernardes é taxativo. "Os EUA disseram que querem ser subordinados à Minustah", disse. Ele explica que os soldados americanos não deverão patrulhar a região, deverão se limitar a operações como a segurança da comida.
Apesar de as tropas estarem assumindo todos os serviços de apoio à população após o terremoto, o coronel diz que há uma tentativa de fazer o governo haitiano assumir suas funções.
Estava marcada para a manhã de ontem a chegada de 15 toneladas de comida do Brasil. Outras 15 toneladas viriam no fim do dia. Também estava previsto o início da montagem do hospital de campanha brasileiro, que será instalado ao lado da base. A área escolhida tem muros e catracas, uma condição essencial para impedir que a procura excessiva prejudique o atendimento.
"No primeiro momento após o terremoto, as pessoas corriam para os quartéis. Chegavam na porta e deixavam os feridos", explica Bernardes. O hospital ajudará a atender os cerca de 70 pacientes que estão sendo tratados na base.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1595 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 9:42 am

São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 2010

HAITI EM RUÍNAS

Embargo econômico após golpe de 1991 arruinou país de vez
Sanções mundiais em resposta a deposição deram cabo dos polos econômicos que sobreviveram à rapina dos Duvalier

País cresceu apenas 5% de 1990 a 2008, ante 82% da América Latina; crise de 1992-94 cortou 30% do PIB e arrasou com maquiladoras

VINICIUS TORRES FREIRE
COLUNISTA DA FOLHA

Haiti e República Dominicana dividem a ilha de Hispaniola. Em 1960, o valor do PIB per capita dos dois países era quase o mesmo, equivalente a um quarto da média latino-americana. Em 2005, o PIB real per capita da República Dominicana triplicara. O do Haiti fora reduzido quase pela metade. A República Dominicana foi o país da região que cresceu mais rápido no período. O Haiti ficou na lanterna. O economia haitiana cresceu apenas 5% de 1990 a 2008; a América Latina, 82%. O que aconteceu no Haiti?
A pergunta e alguns dos dados constam de um estudo de economistas do FMI, Laura Jaramillo e Cemile Sancak ("Por que a Grama é Mais Verde em um Lado da Hispaniola?"). O trabalho oferece algumas respostas óbvias. Mas não trata do colapso final da economia haitiana, causado pelos embargos econômicos dos anos 90.
Em 1991, o presidente Jean-Bertrand Aristide foi derrubado. O golpe motivou sanções econômicas dos Estados Unidos, de países da OEA e, em 1994, um embargo da própria ONU. As exportações caíram 40% em 1994, para um terço do nível de 1991. De 1992 a 1994, a economia encolheu 30% (segundo dados da Cepal, a queda foi de 22%, mas estatística no Haiti é um problema). A receita do governo caiu pela metade. O país cresceu menos entre 1980 e 2000 do que de entre 1960 e 1980, sob os Duvalier. O embargo acabou de arruinar o restante da economia.
Parte importante da economia haitiana dependia da indústria têxtil e das maquiladoras, montadoras de produtos para exportação, baseadas em zonas francas -fabricavam bolas de beisebol, equipamentos elétricos simples, brinquedos. Segundo relatórios da ONU, em meados dos anos 1980 as maquiladoras empregavam 80 mil pessoas. Em 1990, existiam 252 maquiladoras, com já apenas 46 mil trabalhadores. Em 1995, eram 44 empresas, com 6.000 empregados. Diz-se que as maquiladoras voltaram a empregar 20 mil pessoas em 2008.
O embargo arrasou o que havia restado de vivo na economia haitiana. Sob a ditadura de Jean-Claude Duvalier (1971-86), o que se pode chamar de política macroeconômica do país foi de vez à breca. Os gastos e a corrupção explodiram. Para piorar, como em toda a América Latina, os anos 1980 foram de crise: a renda per capita encolheu em média 2% ao ano.

História e geografia
Jaramillo e Sancak dizem que a geografia do Haiti e a da República Dominicana são muito semelhantes; a precariedade institucional também, ao menos até 1960. A "origem histórica" não explicaria o desempenho díspar da economia dos dois vizinhos. Observam de passagem que a rapina dos ditadores haitianos pós-1960 viria a ser muito maior do que a dos dirigentes dominicanos, autocratas quase ditadores. Com base num modelo estatístico, dizem que a qualidade das políticas "estruturais", de estabilização econômica e a relativa calmaria política deram vantagem aos dominicanos (além de "reformas": abertura comercial, privatização etc). Que seja. Mas por que as políticas haitianas seriam tão piores?
O médico François Duvalier, Papa Doc, foi eleito em 1957, na primeira eleição geral haitiana. Fraudou sua reeleição em 1961 e se declarou presidente eterno em 1964. Foi um ditador demente, assassino, ladrão, egomaníaco e genocida, "encarnação da pátria haitiana" responsável por desencarnar 30 mil compatriotas por motivos políticos ou algo próximo disso. Morreu em 1971. Seu filho, Jean-Claude Duvalier, aliás Baby Doc, e mulher, Simone, ficaram no poder até 1986.
Em 1960, contam Jaramillo e Sancak, a expectativa de vida ao nascer no Haiti era de 44 anos (54 nos vizinhos). Não há dados sobre analfabetismo para esse ano, mas, em 1970, 78% dos maiores de 15 anos eram iletrados no Haiti, contra 33% na República Dominicana. Miséria, ditadura, insegurança provocaram a migração de muitos dos melhores quadros haitianos.

Agricultura
O embargo e o tumulto político dos anos 1990 também destruíram o resto da agricultura haitiana. Os agricultores se endividaram, acabaram de esgotar o solo e as florestas. A agricultura comercial do Haiti era café e açúcar, prejudicadas por baixas nos preços, nos anos 1980. Mas preço nem de longe foi o único problema. A produtividade e produção haitianas de café eram tão baixas nos anos 1980 que o país nem ao menos conseguia atingir o limite das cotas de produção estipulados pelo cartel do produto.
A renda do café era apropriada por comerciantes e exportadores, um desincentivo à produção. A maioria das propriedades rurais é pequena e de baixa produtividade (agora ainda menor). A estrutura fundiária do país, derivada da grande reforma agrária da independência, pouco mudou desde o século 19. As propriedades, já pequenas, foram picotadas com o aumento muito rápido da população; para piorar, a terra é escassa, pois o país é montanhoso. A agricultura tradicional, de baixa produtividade, aproveita mal a terra restante.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceu: 138 vezes
Agradeceram: 66 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1596 Mensagem por marcelo l. » Dom Jan 17, 2010 9:45 am

Haití ya no existe
La anarquía se adueña del país ante la falta de una autoridad que ataje el caos.- Una riada de mujeres y hombres deambulan por las calles y se empiezan a escuchar tiros en el centro de Puerto Príncipe.- La ayuda internacional sigue siendo una anécdota

http://www.elpais.com/articulo/internac ... int_21/Tes

Cualquier cifra de muertos es falsa. Para que el número de víctimas del terremoto de Haití se acercara algo a la realidad harían falta dos cosas. La primera es que alguien los hubiera contado, supiera cuánta gente estaba comprando a las cinco de la tarde del martes en el supermercado Caribe o cuántos niños de hasta cinco años durmiendo la siesta o jugando en la guardería Le Petit Prince. Pero nadie lo sabe. Tampoco nadie ha contado cuántos cadáveres han sido quemados ya en las esquinas o cuántos continúan abandonados en medio de las calles -el reportero perdió este sábado la cuenta al llegar a 20 tras la primera media hora de recorrido por el centro de Puerto Príncipe-. La segunda cuestión necesaria es que aquí, en este país antes llamado Haití, hubiese algún tipo de autoridad, municipal o estatal, que tras el seísmo se hubiese hecho cargo de la situación. Pero Haití ya no existe. Su capital sólo es ya un inmenso cementerio en ruinas por el que pasean sin saber hacia dónde millones de personas convertidas en vagabundos.

Ivania y sus dos hijas forman parte de ese ejército silencioso. Al pasar por la puerta de la morgue privada La vida eterna se tapan la nariz con sus camisetas. Seis cadáveres sin siquiera cubrir se agolpan en el garaje sin rejas de la funeraria. Uno más está tirado en plena acera. Después de cuatro días al raso, tal vez sea mejor no describir su estado ni el olor que desprenden. Dicen los vecinos con naturalidad que los cuerpos están ahí porque ya dentro no caben más. Ivette se santigua y relata: "Esta ropa que llevo puesta y estas dos hijas que me acompañan son todo lo que tengo. De mis otros cinco hijos no he vuelto a saber desde el día del terremoto". Cuando se le pregunta adónde se dirige, Ivania responde lo que todos: "No sé. A intentar buscar algo de comida. Hace días que no he probado nada".

Todo el mundo habla del número probable de muertos, del último niño rescatado milagrosamente por un bombero europeo que sale sonriente en los telediarios o de la inminente llegada de Hillary Clinton y de sus 10.000 soldados. Pero nadie habla de esa riada interminable de mujeres y hombre silenciosos que deambulan como sonámbulos por una ciudad que, mal que bien, era la suya. Sabían a dónde dirigirse cuando tenían un problema de tráfico, o de salud, o cuando querían comprar un medicamento o un pantalón para sus hijos. Ya nada de eso es posible. El terremoto se llevó hasta el último resquicio de vida cotidiana. Lo hizo en menos de un minuto, pero con una eficacia mayor que muchos meses de bombardeo. Tampoco están las autoridades. Ninguna. La última imagen del presidente René Preval es la de un hombre que balbuceaba ante las cámaras, sin corbata y con los pantalones sucios, que había tenido que abrirse paso entre cadáveres, eso dijo, y que esa noche, la primera tras el terremoto, no sabía dónde iba a dormir. Pero ya han pasado cuatro días con sus noches y nadie sabe a ciencia cierta dónde está Preval ni quién manda en Haití. Tal vez no se sabe porque ya no manda a nadie. O porque, como dice Bernard, un funcionario haitiano que acompañó al reportero en su recorrido por Puerto Príncipe, "el país ha desaparecido, Haití ya no existe".

Sólo existen cadáveres y gente que anda, y niños rotos que lloran toda la noche junto a la tapia del hotel, fundiéndose su dolor con el sueño, con las imágenes repetidas de los cadáveres sin sepultura. Lo que queda de Haití se resume en los carteles improvisados que, en francés y en inglés, van apareciendo en las calles. Dicen: "Necesitamos ayuda". Pero nadie parece leerlos, porque cuatro días después del terremoto la ayuda internacional sigue siendo una anécdota, gestos de buena voluntad descoordinados, sobrepasados, impotentes. Son dos bomberos franceses llegados de Niza que solos y sudorosos introducen una y otra vez sus cuerpos por el esqueleto de un edificio que ya ha arrojado 20 cadáveres. Son unas enfermeras belgas que hacen lo que pueden ante una avalancha de gente que implora un calmante para sus hijos. La misma avalancha que se agolpa ante la puerta de una base militar controlada por la ONU cercana al aeropuerto. Son personas enfermas y heridas que quieren acceder al hospital de campaña instalado allí. Una mujer con muletas, otra con la cabeza vendada, una tercera apoyada en otra más joven, probablemente su hija. El guarda de la puerta va a dejarles entrar, pero un soldado de la ONU llega entonces, se interpone entre la veintena de heridos y el guarda y grita:

-No deje entrar más heridos.

El del fusil obedece y cierra la puerta. Luego, como si su actitud necesitara de una explicación, el soldado de la ONU dice: "Es que ya no hay más medicamentos". Hasta este sábado al menos, la ayuda internacional sólo era buena voluntad y poco más. Su imagen más gráfica es la de un camión lleno de bomberos de Los Ángeles con sus trajes azules impolutos y sus cascos amarillos relucientes varados en medio de un caos de tráfico, de gente que quiere huir del infierno en autobuses atestados. De un infierno que empezó a perder la calma. Se escucharon tiros en el centro de la ciudad. En una calle que antes era comercial y ahora es el decorado imposible de una película de dolor y miedo.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceu: 138 vezes
Agradeceram: 66 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1597 Mensagem por marcelo l. » Dom Jan 17, 2010 9:56 am

Santiago escreveu:São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 2010

CLÓVIS ROSSI

Rottweiler sem dentes
SÃO PAULO - O Brasil mudou de complexo. Antes, abrigava n'alma o de vira-lata, segundo Nelson Rodrigues, o notável escafandrista da alma brasileira. Agora, na crise haitiana, mostra complexo de rottweiler.
Pena que não tenha dentes. Refiro-me à ciumeira de autoridades brasileiras em relação a rápida e decidida ação do governo norte-americano. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, reage com pura masturbação diplomática, ao dizer que se trata de "assistencialismo unilateral".
Qualquer pessoa que não tenha perdido o senso comum sabe que os haitianos não estão preocupados com a cor do assistencialismo, se unilateral, bilateral, multilateral. Querem que funcione.
No aeroporto da capital, está funcionando, conforme relato desta Folha: "Depois que os americanos assumiram o aeroporto, os voos aumentaram e também o envio de medicamentos e alimentos".
É claro que precisa haver coordenação, como cobra o chanceler Celso Amorim, mas é bobagem resmungar sobre os Estados Unidos assumirem um papel mais relevante que o das forças da ONU. É brigar com os fatos da vida. Os EUA podem mais que qualquer outro país, o que é escandalosamente óbvio.
Ajuda-memória aos resmungões, extraída do texto de Sérgio Dávila: os EUA enviaram vários navios da Guarda Costeira com helicópteros, o porta-aviões Carl Vinson, com 19 helicópteros, 51 leitos hospitalares, três centros cirúrgicos e capacidade de tornar potáveis centenas de milhares de litros de água por dia.
Nos próximos dias, chegam mais dois navios com helicópteros e uma força-anfíbia com 2.200 fuzileiros e um navio-hospital.
O Brasil tem condições de chegar a um décimo disso? Não. Então que pare de rosnar e reforce o seu pessoal no Haiti, que fez e está fazendo notável trabalho, dentro de seus limites bem mais modestos.

crossi@uol.com.br
Tem críticas até no El País que os americanos utilizaram o aeroporto para retirar os seus nacionais em detrimento do envio de alimentos/medicamentos (até tem tradução no blog do Luis Nassif)...o Clovis Rossi deve pensar ou ele é jornalista ou esposo da presidente do PSDB mulher.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
topo
Júnior
Júnior
Mensagens: 112
Registrado em: Seg Set 03, 2007 9:38 pm
Localização: Italia

Re: Missão de Paz no Haiti

#1598 Mensagem por topo » Dom Jan 17, 2010 10:27 am

Italia manda o seu porta avioes Cavour para o Haiti na sua primeira missao de paz-reconstrucao o ministro da defesa italiano informou que o porta avioes vai participar da missao de paz-reconstrucao em estreita coloboracao com o Brasil.Que para as bandas daqui quer dizer sobre comanda brasileiro.

O porta avioes deve ser equipado com um hospital e outros meios necessarios para a reconstrucao.




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1599 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 10:49 am

ELPAIS.com >Internacional
El miedo a los saqueos y la violencia recorre Puerto Príncipe

Los equipos de rescate ya han rastreado el 60% de las zonas afectadas.- Estados Unidos envía a más de 11.000 militares para participar en las tareas de rescate y asistencia


AGENCIAS - Madrid - 17/01/2010

Tras la destrucción y el caos provocados por el terremoto del pasado martes en Haití, un nuevo peligro recorre las calles de Puerto Príncipe. Las fuerzas de seguridad haitianas ya han advertido de que violentas bandas armadas han vuelto a reaparecer y reagruparse en la barriada de Cité Soleil. Los daños materiales causados por seísmo también han facilitado la fuga de 3.000 prisioneros, muchos de ellos miembros de estos grupos, que llevan todos estos días destruyendo los archivos criminales en los que se encuentran sus antecedenes.

La pacificación de Cité Soleil había sido uno de los pocos logros indiscutibles del presidente René Preval, desde su asunción del cargo en el 2006, hasta que el terremoto devastó a Puerto Príncipe. Si la violencia explota a gran escala, sumada al caos y los saqueos que han crecido hora a hora en Puerto Príncipe desde el temblor, el restabecimiento de la ley y el orden en la capital haitiana podría suponer un durísimo desafío para las debilitadas fuerzas de seguridad. De los 3.000 presos que escaparon el martes, muchos eran violentos criminales con un pasado ligado a Cité Soleil, una barriada junto al mar que ha sido considerada un potente símbolo del país más pobre de América.

Asistencias a las víctimas

La principal preocupación en todo el país sigue siendo la asistencia a las víctimas y el rescate de posibles supervivientes. El 60 por ciento de las zonas afectadas por el terremoto del martes, tanto en Puerto Príncipe como en las localidades vecinas, han sido ya rastreadas por los equipos de rescate, que han conseguido sacar con vida de entre los escombros a 70 personas. "Es un número récord de personas halladas con vida después de un terremoto", ha declarado Elizabeth Byrs, portavoz de la oficina humanitaria de la ONU, OCHA, quien ha agregado que "nuestros expertos en el terreno aún no han perdido la esperanza de hallar más supervivientes".

Por su parte, la Marina de Estados Unidos se está movilizando para prestar asistencia a los afectados por un periodo de tiempo prolongado habida cuenta del grado de devastación existente en el país caribeño, según ha informado este sábado el jefe de Operaciones Navales estadounidense, el almirante Gary Roughead.

El grueso del despliegue humanitario de Estados Unidos empezó a llegar a Haití el viernes. Arribó el portaaviones de propulsión nuclear USS Carl Vinson, desde el que se empezaron a realizar operaciones de rescate con helicópteros y otras actividades destinadas a auxiliar a la población. Cerca de 5.000 efectivos de todas las ramas de las Fuerzas Armadas participan en las labores de búsqueda y rescate de supervivientes en Haití, y desde buques de la Guardia Costera de Estados Unidos. Se espera la llegada de otros 6.300 efectivos a lo largo del fin de semana.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1600 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 10:52 am

Imagem
FOTOS - AP - 17-01-2010
Reparto aéreo. Para evitar aglomeraciones y agresiones, los marines estadounidense están repartiendo ayuda desde los helicópteros, sobrevolando los campamentos de refugiados de Puerto Príncipe.- AP




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
DELTA22
Sênior
Sênior
Mensagens: 5726
Registrado em: Qui Jun 26, 2008 8:49 pm

Re: Missão de Paz no Haiti

#1601 Mensagem por DELTA22 » Dom Jan 17, 2010 11:04 am

Santiago escreveu:Imagem
FOTOS - AP - 17-01-2010
Reparto aéreo. Para evitar aglomeraciones y agresiones, los marines estadounidense están repartiendo ayuda desde los helicópteros, sobrevolando los campamentos de refugiados de Puerto Príncipe.- AP
Sem comentários... é rir pra não chorar! :? :?




"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1602 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 11:37 am

EUA rebatem críticas do Brasil sobre controle aéreo

Casa Branca nega ""unilateralismo"" no auxílio; Obama vê na tragédia do Haiti chance de reaproximar País

Patrícia Campos Mello

Segurança Nacional dos EUA, Denis McDonough, esclareceu ontem ao Estado que Washington assumiu o controle do aeroporto de Porto Príncipe a pedido do governo haitiano e não pôde permitir o pouso de todos os aviões apenas por "motivos de segurança".

"O governo haitiano que nos pediu para tornar o aeroporto operacional, estamos seguindo o acordo com os haitianos de trabalhar com os controladores de voo", disse McDonough. "Há aviões demais e nós quisemos apenas evitar acidentes", afirmou, negando que haja "ação unilateral" por parte dos EUA, como havia acusado o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim.

Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, queixou-se com a secretária de Estado, Hillary Clinton, do fato de os americanos controlarem o aeroporto e terem impedido o pouso de aviões brasileiros.

Não foi só o Brasil que reclamou. Dois aviões do Programa de Alimentação Mundial da ONU tentaram pousar no aeroporto e foram desviados. Os EUA estão priorizando o pouso de seus aviões com tropas e equipamentos e de aeronaves para retirar americanos e outros estrangeiros do país.

"Há 200 voos entrando e saindo todos os dias, o que é um número enorme para um país como o Haiti", disse Jarry Emmanuel, diretor de logística aérea para a missão do programa da ONU no Haiti. "Mas a maioria desse voos é para as forças armadas americanas", disse ao New York Times. "A prioridade deles é garantir a segurança. A nossa é alimentar as pessoas."

NOVA IMAGEM

Dentro do governo Barack Obama, a operação de socorro ao Haiti é vista como uma oportunidade de ouro de mostrar que os EUA ainda são uma grande potência mundial, que assumem responsabilidade pelos "irmãos mais fracos" do hemisfério, mas não seguem mais a cartilha intervencionista do passado. Obama queria provar , na primeira tragédia internacional de seu governo, que não repetiria o fracasso retumbante de seu antecessor, George W. Bush, no socorro às vítimas do furacão Katrina.

Dentro do departamento de Estado, havia a esperança de que a missão de resgate no Haiti pudesse reaproximar o Brasil e os EUA, depois que uma série de divergências no ano passado - como as eleições em Honduras e a visita do iraniano Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil - esfriaram o relacionamento. Como os dois países são os mais influentes no Haiti, os EUA como maior doador e lar de 500 mil haitianos, e o Brasil como líder das tropas da missão de paz da ONU, seria uma boa oportunidade para juntar esforços.

"Obama teve uma ótima conversa com o presidente Luís Inácio Lula da Silva e ressaltou o desejo dos EUA trabalhar com o Brasil no Haiti", disse McDonough ao Estado. "Obama elogiou a liderança do Brasil no Haiti na última década."

Mesmo assim, ao longo da conferência de imprensa McDonough não havia mencionado o Brasil. Referiu-se duas vezes ao purificador de água dos argentinos, à atuação da República Dominicana e à ajuda dos franceses e chineses. Mas só falou sobre o Brasil depois de ser questionado.

O funcionário do Comando Sul dos EUA responsável pela relação com o Brasil, coronel Willie Berges, garantiu que Washington não deseja se sobrepor ao Brasil no Haiti. "Para nós a prioridade, é óbvio, é a ajuda e não duplicar esforços com a Minustah."

"Hillary falou ontem com Amorim e, certamente, vai novamente expressar sua satisfação com a colaboração brasileira hoje (ontem)", disse McDonough. Ele afirmou que é o governo do Haiti que está liderando o esforço e estabelecendo as prioridades.

Na sexta-feira, o secretário de Defesa, Robert Gates, também havia tentado rebater as críticas de unilateralismo americano no pacote de resgate. Gates afirmou não estar preocupado com a possibilidade de a ajuda americana ser vista como uma intervenção no país ou uma ameaça.

"Dado o papel que nós teremos na entrega de alimentos, água e assistência médica, acho que a reação será de alívio ao ver os americanos trazendo ajuda", disse Gates. "E ainda há muitas outras pessoas em terra - os brasileiros têm uma presença significativa e estão fazendo muita coisa.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1603 Mensagem por Marino » Dom Jan 17, 2010 11:53 am

Brasil pedirá que ONU defina papéis

Militares sugerem aprovação de nova resolução para resolver impasse sobre liderança nas ações de ajuda no Haiti

Adriana Fernandes



O governo brasileiro vai cobrar uma posição das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre o papel da força militar do Brasil no Haiti após o terremoto. Uma das possibilidades é a redação de nova resolução para o mandato do Brasil na Missão da ONU para a Estabilização do Haiti (Minustah), incluindo o controle e organização das ações humanitárias entre as suas atribuições. O Brasil também estuda o envio de novas tropas militares ao Haiti, além das que servem no local. Esses efetivos já estão de prontidão.

O Brasil tem o comando das forças de paz Minustah, mas se viu num desconforto após os EUA anunciarem o envio de 10 mil militares e assumirem o controle do aeroporto de Porto Príncipe. Militares brasileiros consideram que esse controle dificultou o embarque de aeronaves da Força Aérea Brasileira com alimentos, água, remédios e profissionais de saúde.

"Entendemos que o auxílio humanitário está sob égide de outras considerações jurídicas. Mas pretendemos clarear a situação junto à ONU. É possível que uma nova resolução dê um novo mandato para a missão. Também é possível que a questão humanitária seja tratada à parte do mandato da Minustah", antecipou ontem o contra-almirante Paulo Zuccaro, sub-chefe de Comando e Controle do Estado Maior de Defesa. Segundo ele, o Brasil se prepara para as duas possibilidades.

Depois do mal-estar diplomático, o Brasil, a ONU e o governo haitiano fecharam anteontem um acordo com os EUA sobre o controle e segurança do aeroporto. Um memorando de entendimento foi assinando, dividindo a segurança do local. A segurança da área interna será feita pelos americanos e a externa, pela Minustah.

Segundo Zuccaro, o controle de voo foi restabelecido pela aviação civil haitiana. Mas, como a torre de controle de controle do aeroporto foi destruída, a operação de radar, instalado no local, é feita pelos americanos. Com o acordo, os voos do Brasil para o Haiti começaram a ser restabelecidos. "Já tivemos três pousos. Outros dois estão previstos para muito em breve. Ontem (anteontem), houve de fato um tremendo engarrafamento", admitiu Zuccaro.

O problema levou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a telefonar anteontem para a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. Amorim deixou claro que a situação tinha causado incômodo ao Brasil. "Tudo isso pode ser visto como algo natural. Mas é importante ter a clareza de que nós (o Brasil) estamos sendo tratados com a prioridade adequada."

Apesar do mal-estar, os representantes do governo que fizeram ontem um balanço sobre a ação do Brasil no Haiti, após uma reunião do comitê de crise em Brasília, evitaram entrar em nova polêmica com os americanos.

"A nossa atitude é de cooperação e de integração. De forma alguma é confrontação. O importante é salvar vidas", disse o ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general José Armando Félix. "Uma coisa são as operações da força de paz; outra é o auxílio humanitário. A missão da força de paz continua em vigor."



SEGURANÇA DOS VOOS

O representante do Itamaraty no Comitê, embaixador Antônio Simões, disse que os problemas com as aeronaves foram "extremamente desagradáveis", mas a segurança dos voos foi mantida e não houve colisões.

"Não podemos esperar as pessoas morrerem para que se possa prestar socorro. Temos que fazer a ajuda chegar lá e garantir a defesa de uma ponte aérea. Essa ponte aérea está estabelecida", ponderou Simões. Segundo ele, a estrutura jurídica de coordenação será montada depois dessa ajuda inicial de ajuda humanitária. "Mais adiante vamos verificar se há necessidade ou não de adequar o mandato. Não podemos parar ajuda humanitária para discutir questões burocráticas. Mas há, claro, diversas questões que vamos examinar", disse Simões.

O secretário-geral do Itamaraty, embaixador Antônio Patriota, foi enviado ontem ao Haiti. O Itamaraty também mandou ao país uma pessoa especializada em assistência humanitária para ajudar nos trabalhos com os brasileiros no país.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1604 Mensagem por Marino » Dom Jan 17, 2010 11:57 am

"Cada um de nós viveu seu drama individual", diz coronel brasileiro

COMANDANTE do Batalhão de Infantaria de Força de Paz (Brabatt, na sigla em inglês), o coronel gaúcho João Batista Carvalho Bernardes perdeu 13 de seus 1.048 militares -mais do que o triplo de todas as baixas desde o início da missão no Haiti, em 2004. O terremoto ainda destruiu as instalações de duas bases destacadas, ambas com capacidade para 130 homens, e dois pontos fortes, que abrigavam um pelotão cada.

Carlos Garcia Rawlin/Reuters





Comandante do Batalhão de Infantaria de Força de Paz (Brabatt, na sigla em inglês), o coronel gaúcho João Batista Carvalho Bernardes perdeu 13 de seus 1.048 militares -mais do que o triplo de todas as baixas desde o início da missão no Haiti, em 2004. O terremoto ainda destruiu as instalações de duas bases destacadas, ambas com capacidade para 130 homens, e dois pontos fortes, que abrigavam um pelotão cada.

Além disso, 16 feridos voltaram ao Brasil. Apesar das perdas humanas e materiais, Bernardes assegura, nesta entrevista à Folha, que a Minustah (missão de paz da ONU), que tem o comando militar do general brasileiro Floriano Peixoto, terá condições de coordenar o trabalho humanitário, que em breve deverá ter o reforço de 10 mil militares enviados pelos Estados Unidos. O Brabatt é o maior contingente brasileiro no Haiti, que ainda tem uma companhia de engenharia de 250 homens, com comando próprio.



FOLHA - Na terça, o sr. disse que as prioridades eram água, hospital e logística. Como está a situação?

CORONEL JOÃO BATISTA CARVALHO BERNARDES - Essas coisas agora começam a ser bem delineadas. Vamos estabelecer pontos de entrega de alimentos, que vão começar agora a fluir para a população haitiana.



FOLHA - Essa ajuda é suficiente para evitar saques e violência?

BERNARDES - Exatamente. O importante é que essa alimentação chegue para que essas pessoas normalizem as suas vidas ou pelo menos saiam desse estado de ansiedade e dúvidas sobre o futuro. É o que a gente sentiu passeando por Bel Air [favela da região central], essa dificuldade de as pessoas poderem reorganizar as suas vidas. Muitas perderam tudo o que tinham, e elas precisam ter esse apoio imediato para começar a raciocinar de novo.



FOLHA - O número de baixas militares brasileiras foi o maior em vários anos. Como isso afetou a tropa sob seu comando?

BERNARDES - Diria que o batalhão reagiu muito bem, acima do esperado. Nós nos preparamos para cenários realmente catastróficos. Quando viemos para cá, sabíamos que o país é sujeito a catástrofes. A tropa está reconstituída e está levando a missão da melhor maneira possível.



FOLHA - O governo americano anunciou o envio de 10 mil militares ao Haiti. Como funcionará a coordenação dos trabalhos?

BERNARDES - A notícia que nós temos, passada pelo comando da Minustah, é que esse número não seria tão alto e que os americanos estariam voltados basicamente para a ajuda humanitária. Mesmo assim, em coordenação com a Minustah. Será a Minustah que coordenará esse apoio dos americanos aqui na área. Existe uma missão da ONU aqui no Haiti, e é essa missão que terá a coordenação geral das ações.



FOLHA - Com relação à parte civil, a Minustah já está recomposta?

BERNARDES - Temos um novo representante do secretário-geral, [o guatemalteco] Edmond Mulet. Ele está com os principais postos sob seu comando reconstituídos. Eu diria até que já adiantou muito. A coordenação já existe.



FOLHA - O rodízio dos militares foi adiado?

BERNARDES - A ideia do Brasil, já transmitida, é a de que o reinício do rodízio seja empurrado para o dia 20 [quarta-feira]. Mas isso depende muito das condições do aeroporto local, porque o acesso por enquanto está muito difícil.



FOLHA - Do que o sr. viu, o que o impressionou mais?

BERNARDES - Essa foi realmente uma tragédia para a qual nós nunca poderemos dizer que estamos totalmente preparados. Cada um de nós viveu dramas individuais, muitas histórias que nos foram contadas e nos sensibilizaram muito.

O que nós desejamos realmente é transmitir as condolências a todas as famílias. Lamentamos profundamente ter de devolver os filhos das famílias dessa forma. Mas essas coisas fogem do controle do ser humano. Nós pedimos a compreensão de todos os familiares e nos solidarizamos nesse momento de dor das famílias e também do batalhão.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceu: 138 vezes
Agradeceram: 66 vezes

Re: Missão de Paz no Haiti

#1605 Mensagem por marcelo l. » Dom Jan 17, 2010 12:24 pm

Sobre os EUA:

1 - É um meio de Obama mudar a imagem das forças armadas dos EUA que só andava aparecendo de forma negativa.

2- Sai mais barato ajudar e reconstruir, do que ser obrigado a ver orçamento da guarda costeira aumentar para evitar que haitianos imigram ilegalmente para terra do tio Sam.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Responder